Los Desperados escrita por MetroSurvivor


Capítulo 10
Companheirismo


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, capítulo foi divido em 2 e esse aqui é muito mais longo. Até segunda!



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Acordei dentro de um carro, sendo levado para algum lugar que desconhecia. Ouvia o ruído do motor bem de leve, aparentando o carro estar com as janelas fechadas. Não me parecia um carro comum pelo barulho, nem um esportivo, menos ainda uma SUV. Estava numa van. E não havia só eu... À medida que fui retomando minha consciência, comecei a ouvir vozes. Parecia-me que eram tais mercenários que haviam me achado e me pegado. Não sabia quem era tal mascarado que me acertou, mas tinha grande força. Minha MP7 havia ficado caída no chão e á essa hora, não estava mais lá. Aliás, precisava saber onde estava. Pensei primeiramente que tais pessoas haviam me desmaiado e me deixado ali para morrer como presunto para os mordedores. Mas percebi que não era bem isso quando senti arramas em minhas mãos e pés; sim, eu estava em cárcere. Abrindo os olhos, não consegui enxergar nada. Tentei dilatar as pupilas para ver se estava ainda sonhando, mas não obtive êxito. Meu nariz, porém, tinha contato com o ar, provavelmente não queriam que eu morresse sufocado. Estava eu dentro de uma van desconhecida, com as mãos e pés amarrados e com a cabeça enfiada em um saco!

Minha boca estava ligada aos fios do saco preto também, porém tentei argumentar qualquer coisa e gritei:

- Eeeeeeeeeeeei! Que palhaçada é essa aqui? Me tirem logo desse saco! – Não teve resposta. Gritei mais ainda:

- Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei! Responda-me, eu sei que tem alguém aqui, posso sentir o carro mexer! – A mesma coisa, nem ao menos um ruído. Comecei então a ouvir alguma coisa no interior do carro como alguém se mexendo, porém sem falar nada. Até que algo me agarrou pelas mãos e me botou de joelho. Abriu a porta e colocou minha cabeça para fora do carro em movimento. Retirou o saco de minha cabeça e assim pude enxergar a rua. Estava em Seattle, era evidente, mas não sabia onde. Então, ainda me segurando, falou:

- Seu pivete lixo, quer calar a boca ou quer virar churrasco de zumbi? Nossa, que sorte, tem uma horda ali na frente! Consegue ver? Era que vai dilacerar você!

- Não, por favor, não faça isso! – Exclamei com medo. – Nessa velocidade você me mataria!

- Mas esse é o intuito meu chapa. Diga-me garoto, quer morrer? Fala logo de uma vez!

- Não, por favor! – E senti o mesmo me puxando de volta para a van, mas antes de conseguir enxergar qualquer coisa, senti um tapa forte em meus dois ouvidos, mas tão fortes que fiquei zonzo na hora. Poucos segundos depois, desmaiei.

4 horas depois...

Acordei num banheiro que não era familiar. Estava atados pela mão á uma barra de uma das cabines do banheiro. Eram aqueles banheiros coletivos, de shopping e mercados, porém muito mais formal e até com cabines para deficientes. Antes mesmo de conseguir olhar em volta, havia um rosto praticamente colado ao meu, que não me era errôneo. Era o tal líder dos mercenários. Um sujeito branco corado, alto, com bíceps definidos e a mostra por uma camisa regata preta. Com colete mais avançado e com mais bolsos, havia uma “dogtag” pendurada. Com uma correia, pendurada pelo pescoço e anexado á uma mira Red Dot, uma AN-94. Na mão, uma Five Seven. Gargalhou com um tom maléfico no timbre:

- Hahahahaha... Pobres coitados, enquanto vocês morrem de medo desses zumbis, nós temos orgulho de quem os criou... Na verdade nós não sabemos quem ou o que foi, mas deveríamos agradecer de joelhos e rezar para tal todos os dias. Agora, me responda com sinceridade. Você acha que pode escapar de minhas garras?

Não me pronunciei. Fiquei observando tal face, que me perseguira aparentemente mais do que os próprios mordedores.

- Sabe, eu previa que você não responderia. É um cachorrinho acudido em um canto, enquanto eu tenho todo o poder sobre mim. Mas vamos ao assunto: sua irmã, bem, ela...

- Maldito! O que você fez com minha irmã! Vou te esganar seu lixo dos infernos!

- Bem, você não pode, porém ela está bem ali... – Disse o mesmo, abrindo a porta e mostrando um carro parado sobre um piso. Um caminhonete velha, nem ao menos uma SUV. Velha mesmo, toda suja de barro Em cima, havia telhado, então eu estava no subterrâneo. Poderia ser um estacionamento, um metrô, um piso de um shopping. Não sabia. Pude ver minha irmã sobre um banco automotivo para bebês, em cima da cabine do carro.

- Não se preocupe garoto, ela está em melhores mãos. Muito melhores. Você era um fraco, não tinha senso de percepção. Qualquer tolo poderia notar que tinha alguém atrás daquela porta. E você ainda tinha uma arma automática e silenciada. Meu deus, porque não atirou antes de ir? E abrir a porta com tudo, é mesmo suicídio. Mas não temas mais. A partir de agora, sua irmã vai ser minha filha. Sim, minha filha! Agora, aproveite os seus divertidos últimos momentos antes de morrer. – E tirou de dentro do carro outro homem, também forte e amarrou-o em outra barra ao lado da minha. Pegou Alice e colocou no banco do carona e trancou-se na caminhonete. O vidro não era fosco, então pude vê-lo pegar uma L11 também no banco do carona, com um monstruoso silenciador. Não tinha notado ainda, mas havia um portão de arame de ferro bem ao fundo, junto de vários cadeados 70mm justapostos em fileiras. Apenas um tiro daquele monstro dos franco-atiradores, desencadeou tudo e pude ver o pavor: uma horda de descerebrados vinha em minha direção; a porta do banheiro estava aberta, completamente aberta.

- Arrivederci! – Falou o líder com um tom sarcástico. Ligou a caminhonete e deu ré. Pude ouvir o barulho de um carro caindo e depois se seguiu um eco ao fundo. Era um túnel, aparentemente. Enquanto o eco ressonava em meu ouvido, a horda se aproximava.

O homem que foi jogado próximo a mim era também alto, porém moreno e muito mais forte que o tal comandante, e usava uma camisa de manga longa com calça e luvas, com cores desérticas. Um traidor do seu grupo, quem sabe? Uma bandana também com cores do deserto acabava o look do homem. Perguntei:

- Quem é você e porque você está aqui comigo?

- Não há tempo para isso garoto, agora me ajude aqui. Com o seu pé eu quero que você levante a perna da minha calça; vai encontrar uma faca de combate. Não me olhe com cara de bobo como se não entendesse o que é. Vamos garoto, vamos! – Segui as ordens do homem e com meu pé, levantei a perna da calça dele.

- Agora tire seu tênis... – Demorei um pouco pois para tirar o tênis sem as mãos é ligeiramente difícil. – Vamos garoto, olhe os zumbis, já estão na metade do caminho para nos matar! – E com força, retirei os sapatos.

- As meias também moleque, anda logo!

- Calma, eu sou só um, não posso me virar em dois!

- Você quer viver ou não? Não responda, cala a boca e tira a droga da meia logo! – Terminei a tarefa depois desse esporro. – Agora vamos lá, tá vendo o cabo da faca? Pois bem, quero que você tire a faca da bainha e segure-a entre os dedos. Sua sorte é que o corredor é extenso, senão já estaríamos mortos. Mas sem conversa, faça isso logo!

Enquanto ia ajeitando-me com a faca na ponta dos dedos dos pés, pude ver a horda cada vez mais próxima. Alucinei, não sei o porquê, e vi Natalie, meus pais, e John, todos juntos. Minha mãe carregava Alice, e todos andavam de costas em direção á horda. Até que minha mãe se virou e falou:

- Nik, venha com sua mãe! Me dê a mão! – Quando vi que não daria para alcançar, acordei com um pé chutando minha cara fortemente.

- Ei garoto, porra, acorda! Acorda! A gente vai morrer não tá vendo?

- Desculpe, alucinei.

- Pior hora para isso hein! Vamos logo, agora eu quero que você coloque a faca na entre o meu dedão do pé direito e o segundo dedo.

Comecei a realizar a difícil tarefa, mas acabei deixando a faca cair de primeira e tive que recuperá-la. Tomei o maior esporro de minha vida, e a horda agora já estava muito mais perto. Mais alguns segundos e seriamos devorados. Até que confiantemente, realizei a tarefa e vi o homem com a faca nos pés. Ele se concentrou, fechou os olhos e com um impulso meio desengonçado apenas dos pés, ele pulou e virou-se totalmente, dispondo-se de cabeça para baixo. Com os pés apoiados e contorcidos sobre a mesma barra que o prendia, vi-o transporta a faca do pé para a mão sem deixá-la cair. Dali, virou-a de costas e começou a passá-la sobre a densa corda.

- Vamos cara, meu deus, os zumbis estão quase na porta!

- Calma moleque, você que demorou!

Então, como que por um passo de mágica, o homem caiu dali e se viu livre de uma das mãos. Rapidamente, agora sem fazer um movimento de corte, cortou a outra parte da algema improvisada e correu para a porta. Quando foi fechá-la e trancar, ouvi um mugido muito alto, e um baque sobre uma carne, que pelo barulho me parecia meio oca. Era um zumbi colocando o braço na porta. O homem com muita força, empurrou a porta para trás na tentativa de trancar-nos no banheiro, porém o braço o impedia. Ele era forte e certamente conseguiria o fato, mas se o braço permanecesse ali isso seria impossível. O que ele fez então, foi cortar o braço na porta com a própria faca. Quando cortou ele todo, o zumbi recuou e ele pode trancar a porta.

- Não é sempre que a gente tinha que cortar o braço de um cara preso em uma porta, só nos casos mais extremos, mas o que posso fazer? Agora não são mais caras. Mas uma coisa que eu gosto dos caras “maus”. Eles sempre falam muito antes de puxar o gatilho; ou às vezes nem puxam. Isso nos dá uma vantagem sobre eles, quem eles pensam que não podem fazer nada. – Disse ele, vindo ao meu encontro e cortando minhas amarras – Bom, meu nome é Allen. E o seu?

- Nikolai.

- Descende de povo eslavo?

- Povo eslavo?

- Russo, meu caro...

- Na verdade não, mas eu gosto do nome.

- Seu pai, onde ele está? – Não respondi, mas o encarei com uma cara triste – Certo, mas pode me dizer se ele serviu no Vietnã?

- Não, ele não gostava dessas coisas, nem foi recrutado. Não tinha estatura nem era capaz fisicamente. Minha mãe que contou

- Não vou perguntar onde está sua mãe também, pois não quero mais fazer burradas. Você já teve alguma experiência com armas?

- Não.

- Bom, nessas circunstâncias isso é meio ruim, mas tudo bem. Nem eu tenho uma arma aqui agora.

- Me diga agora, quem é você.

- Eu só sou um cara que salva sua vida.

- Francamente, te contei sobre sua família e a resposta máxima que você me dá é isso?

- Garoto, não me importune. Estou pensando como a gente vai sair daqui.

Ali ficamos por horas e horas, ele sempre falando alto e eu perguntando do que se tratava. Ele respondia que gostava de pensar alto; dava mais clareza para as coisas. Bom, ele era o primeiro sobrevivente com quem tive contato. E sobrevivente de um humano, na verdade, não de mordedores, assim como eu. Os mordedores cada vez mais faziam pressão na tal porta. Era, pois, preciso sair dali o mais rápido possível. Mas como fazer? Não sabia. Fiquei com sede e me levantei de onde estava sentado, e fui beber um pouco da água da torneira. Quando acabei, fitei-o me olhando com uma expressão de culpado. Ponderei:

- Cara, o que foi? Eu fiz algo de errado?

- Não, não, não, sim, fez, não, não fez, fez, não... Me deixe em paz, deixe-me pensar!

Fiquei assustado com a reação dele, tirando a bandana e revelando alguns cabelos crespos. Colocou-a no lugar de volta e adentrou uma das cabines. O banheiro só continha 3, e ele entrou na da direita. Fechou a porta e ouvi o barulho da tampa do vaso cair, então pude perceber que ele estava sentado, pensando. Ouvi um leve choro pela porta, que se transformou um pouco depois em um grito como de quem estava sufocado. A porta cada vez mais ficava fraca. O homem ficava louco. E eu, ficava sozinho.

De repente o homem sai de lá de dentro, com a cara inchada e um ar de decidido:

- Garoto, quero que você me ajude. Tá vendo aquele cano?

- Sim.

- Então, quero que você me ajude á quebrá-lo. Vamos lá, no 3, você chuta com toda força e concentração que tiver. Pronto?

- Sim.

- 1...

- 2...

- 3! – e um BAM ecoou pela sala. O cano trincara, mas não se partira. – Vamos lá, denovo! – Chutei novamente. – Denovo! – Me impressionei com a rapidez do homem e não chutei. E ele, falando para si mesmo, partiu o cano que estava sem fluxo no meio. Uma barra bem grande de um plástico rígido apareceu na mão dele. A barra era pontiaguda, dando um bom suporte.

- Quero que você fique com a faca; melhor de manusear. O cano deixe para mim, sou um verdadeiro bruto. Mas fiquei sabendo que não me acho assim toda vez, é que quando digo que sei fazer algo, é porque realmente sei. – Disse com um ar triunfante. – Agora garoto, me diga uma coisa, quem era aquela que estava naquela cestinha do carro do grande otário?

- Do líder?

- Líder? Garoto, aquele ali era o maior covarde de todos os tempos. Nunca havia pegado numa arma nem havia servido o exército, e alguns meses antes do apocalipse começou a fazer academia. Nós éramos vizinhos, mas eu não gostava dele. Alguns dias depois do apocalipse, eu e ele roubamos uma delegacia. Mas eu já era do exército e tinha algumas armas em casa. O que aconteceu, é que quando pegamos as armas, ele me deu um tiro perto da clavícula e fugiu dali no carro em que viemos. Ele sabia que eu havia tomado um tiro ali, mas não sabia que vaso ruim não quebra. Se você já tomou um tiro num lugar a um bom tempo, não se preocupe se tomar de novo. Não atravessará. Pois bem, desde aquela data venho caçando-o. Mas em uma emboscada, perdi todo meu regimento.

- Você era do exército?

- Sim, eu estava em missão para resgatar todos os sobreviventes de meu bairro e transportá-los para Seattle, digo, aqui. Mas não tinha muitas armas em casa então precisava daquilo.

- Me diga realmente, quem é você?

- Sgtº Allen Cole da 7ª divisão de mergulhadores da marinha.

- Navy Seal?

- Sim, condecorado.

- Então porque não saiu para seu regimento quando começou o apocalipse?

- Garoto, acabei de falar que eles me mandaram para o meu bairro para resgatar as pessoas. Não havia abrigos além dos das grandes cidades. Se eles ruíram, o governo ruiu junto. Agora é anarquia meu filho.

- Mas havia mais pessoas com você?

- Sim. Meu regimento todo veio atrás de mim e acabei encontrando eles no meio do caminho para Seattle. Porém por causa desse lixo, perdi todos os meus companheiros de guerra. E isso, há poucos momentos...

- Sinto muito, mas e a sua família?

- Moravam em Nova York. Não sei como as coisas estão por lá. Agora chega de papo furado. Me ajude aqui. – Ele me mandou ficar na porta e abri-la lentamente. Fazíamos isso em conjunto, arrastando um mordedor por vez para dentro dos sanitários. Allen acabava de fazer o resto com seu todo-poderoso cano. Até que um zumbi mais “cheinho” veio, e Allen não conseguiu segurá-lo. O bicho pulou em cima dele como urubu pula em cima de carniça. Sem Allen me ajudando, as coisas se dificultavam. Tive de fechar a porta sozinho para ajuda-lo. Se não fizesse algo, meu único parceiro morreria de forma trágica aos meus olhos. E depois? Depois seria minha vez de morrer. Tranquei-a com as duas trancas fixas e pulei em cima do gordo. Allen bufou por causa do peso de 2 carnes em cima de si, enquanto eu cravava a faca sobre entre a nuca e o começo do cérebro do animal, que agora ficara imóvel.

- Você tá bem cara?! – Disse eu? – Allen revelou um arranhão que me deixou quebrado mentalmente. Se eu havia falhado em proteger meu parceiro, que dirá em proteger minha irmã que ainda nem se move? Olhei-o com uma cara de triste, porém como resposta obtive o maior tapa que já levei, caindo no chão

- Ai muleque, não é porque eu vou ir dessa pra melhor que você tem que ficar assim. Isso só acontece depois de algumas horas. E se eu tenho medo da morte? Perdi no exército. Todo dia eu podia morrer, então não ligo para isso. Eu sei que reencontrarei meus parceiros lá, isso que importa. Agora deixa eu te falar uma coisa sobre esses zumbis: Se você quer resgatar sua irmã e sobreviver, essa ameaça tem de ser eliminada. Custe o que custar. Eliminada. Entendeu?

- Sim!

- Tá, vire para lá que tenho uma coisa para você...

Virei-me e ouvi o zíper da calça de abrindo. Só o que me faltava, um estuprador em pleno apocalipse? Apunhalei a faca e fiquei esperando para que ele viesse para cima de mim. Mesmo conhecendo sua história, não me importava, mas ninguém me tocaria. Acabou comigo mesmo rindo, quando ele com o zíper fechado me mandou virar-me e me mostrou uma granada.

- Bom, eu guardei aqui porque na hora que fui pego só tinha mais uma, e era o único lugar não visível. Com o pino, você pode jogá-la onde quiser que não explodirá. Mas agora eu vou ter de usá-la. Ouça-me, eu vou sair e quando você ouvir a granada, pegue a faca e saia correndo pelo túnel, ok?

- Não cara, você não pode simplesmente desistir assim!

- Quem disse que eu estou desistindo? Eu já estou morto, mas continuarei vivo em você. Agora você é minha alma. Seja forte, garoto. Não se deixe abater por poucas coisas. E você TEM de salvar sua irmã, fui claro?

- Sim senhor! Muito obrigado por tudo, senhor! – Allen me apresentou sua mão e eu apertei-a vigorosamente. Com um sorriso formal na boca, vi que meu espirito de soldado estava naquele homem. Ele era o que eu desejava ser: forte e determinado, não fraco. Encostei-me na porta e abri devagar a tranca. Os zumbis se aglomeravam mais ainda, porém Allen com um soco que era visível pelo movimento do seu braço, levou alguns para o chão fazendo outros caírem também. Então, ouvi um “click” e ouvi barulhos de carne se retorcendo. Comecei a ouvir gargalhadas, mas de prazer, e então um final:

- Vejo você por aí, pequeno bastardo! Hehehe! – E então as vozes cessaram. Lembrei-me da granada do dia da casa da autoestrada e corri para uma das cabines. Ali, me encolhi de joelhos atrás do vaso e ouvi um forte “BOOOOM” seguido de uma porta voando e milhares pedaços de carne vindo ao chão do banheiro. Abri a porta e com a faca no bolso, sai dali correndo. Ainda havia alguns zumbis que sobreviveram ao forte impacto. Mas Allen, porém, não pertencia mais àquele mundo. Pude ver que, era realmente uma estação de metrô. Eu estava no subterrâneo de Seattle, sem aparente saída. Os bancos destroçados, um vagão de trem nos trilhos, abandonado e várias lojas com portas arrombadas confirmavam  o que eu achava. Corri para o túnel e pulei para a linha férrea, indo em direção á onde o carro havia ido. Vi o rastro dos pneus e a terra que ele deixara fora dos trilhos, senão os pneus estourassem. Continuei correndo por minutos, mas nunca via o fim daquilo. Será que agora, minha vida se resumiria á um túnel de metrô sem fim?


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Notas finais do capítulo

Ah, esqueci de falar que estou aceitando sugestões/críticas/recomendações. Qualquer uma pode colocar como comentário ou mandar mensagem, que será respondida e poderei colocar na série!



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