-Ele é antipático! ~Eu disse para Aria, eu apenas tinha aberto um sorriso e ele ignorou totalmente, que pervertido!

-Ele pode ser antipático e chato, mas ele tem tudo de lindo! ~Aria falou para mim quase sussurrando.

Ele se acha? Só porque tem o jeito de badboy e é bonito, não deve se achar tanto, ou sim. Logo depois, ele saiu “desfilando” pela sala. Ele não sorria? Eu me perguntava, aquilo era perturbador, porque aquele garoto me intrigava tanto? Não conseguia parar de pensar nele, droga! Eu o odeio.

-Vamos lá, mostrem suas atividades que eu passei na aula passada, quem não fez meus pêsames. ~Disse o professor Connor James, ou só James.

-PUTA QUE MIJOU!!!! FERROU AGORA!! EU ME ESQUECI DE FAZER!!! AAAAAAAAA –Gritou Lary desesperada, ela começou a suar frio. Se a mãe ou o pai dela recebessem mais uma notificação da escola, seria o fim da vida dela.

-Ok, vou começar por essa fila. ~Logo na minha fila? Mas pra que me preocupar, eu tinha feito mesmo.

O professor começou a andar, por uma carteira e outra. Dai chegou a minha vez.

-Me mostre sua atividade mrs. Hastings. ~O professor falou orgulhoso, pois eu sempre fui uma ótima aluna. Abri meu caderno, eu folheava, folheava , folheava e nada.

-Só um momento professor! ~Eu disse nervosa, onde estavam minhas folhas? Meu Deus, eu estou ferrada, mas calma, eu tinha feito aquela atividade de Biologia, valia 5 pontos! Eu não podia perder nem morta 5 pontos!

Não... não pode ser! Quando a Lary pediu-me o caderno emprestado para copiar a atividade ela não me devolveu... Então, minha atividade está com ela! Meu Deus, vou me ferrar!!!

-Professor, minha atividade está com a Laryssa! ~Eu disse, com uma ponta de esperança de que ele aceitasse minha explicação. Eu falhei.

-Sem desculpas mrs. Hastings! ~Ele fez uma cara de decepção que me magoou. –Para a coordenação! ~Ele disse de uma forma que me assustou.

-Sim senhor. ~Eu fiquei sem reação. Eu levantei-me da minha mesa friamente, quando Lary se levanta logo em seguida e faz um sinal para eu esperar, então eu parei.

-PROFESSOR, ESSE TRABALHO NÃO É MEU! É DA VICTORIA, NÓS TROCAMOS OS CADERNOS ACIDENTALMENTE!! ~O professor fez uma cara estranha.

-Desculpe, mas você pode estar mentindo ou estar falando a verdade, não sei no que acreditar. Eu sinto muito mais sua amiga vai para a coordenação. ~Ele falou logo em seguida Lary se sentou demoradamente.

Eu saio cabisbaixa, todos me olham como se eu fosse uma ladra.

 -Mas professor... -O professor James a interrompeu antes que ela pudesse falar algo mais.

-Sem mais sr. Kyle. ~Disse o professor James. Logo em seguida ele chamou o monitor para levar-me para a coordenação.

Eu fui em direção a porta, esperando o professor entregar a notificação ao monitor.

Avan estava com a cabeça baixa, escrevendo algo em seu caderno... Não dava pra ver exatamente o que era. Ele levantou a cabeça e gesticulou o olhar para mim,  ele tinha olhos negros que cercavam-me. Eu rapidamente gesticulei minha cabeça para o lixo, para tentar disfarçar minha obsessão por ele. Eu não conseguia ver se ele estava me observando, mas eu queria que ele estivesse...

O professor finalmente terminou de escrever na notificação e entregou ao monitor que logo em seguida, levou-me.

[...]

O corredor estava vazio, a não ser pelo silêncio que predominava.

-Ah, mrs. Hastings fique sentada nessa fileira, em alguns minutos a direção vai resolver seu caso. ~O monitor falou isso e logo depois saiu.

-Certo. ~Eu disse aquilo sem encara-lo.

Agora eu estava sentada e ao meu lado havia mais quatro cadeiras.

Eu esperava, esperava, esperava. Onde estava a temida coordenadora? Eu pensei.

1, 5, 10, 11, 12 minutos e logo depois 15 que se transformaram em 20 minutos. Não aguentava mais ficar ali esperar, só esperar!

E então eu comecei a escutar passos no chão de madeira do corredor, o alivio percorreu meu corpo, porém ao mesmo tempo também me correu calor, muito calor!

Os passos eram leves e demorados, pareciam ser de uma mulher. E foi chegando mais perto, mais, mais e mais até que eu vi um rosto, sim, era uma mulher, mas para minha tristeza não era a coordenadora, era só uma aluna com a farda do 1º ano.

Mais que eu me lembre, a farda do 1º ano era branca com listras pretas e não tinha pingos vermelhos...  Os pingos vermelhos pareciam com tinta fresca e percorriam a farda da garota, ela continuava a andar, mais o estranho, era que ela andava e olhava fixamente para frente, só para a frente.

Ela estava prestes a passar perto de mim. E quando passou, não olhou pra mim, ela continuou andando e olhando para a frente, porque ela não me olhava? Eu era tão invisível assim?

Agora o frio tomou conta da minha barriga e formou-se um nó enorme na minha garganta, aquela garota, aquela g-garota tinha  manchas de sangue pôr todo seu pescoço, era muito sangue, muito mesmo, eu odiava ver sangue. Aquela vista me deu náuseas, sangue, sangue, sangue aquilo sussurrava na minha mente. Eu estava suando muito frio, eu sentia,  meu sangue, o sangue da garota... Tudo era horrivelmente horrível.

A garota continuava a andar e não me olhava... Ela parecia estar hipnotizada!

Havia muito sangue em seu pescoço, parecia quase estraçalhado eu queria ajuda-la mais ela não parecia sentir dor. Eu estava paralisada, tanto sangue, aquilo era horrível.

-E-E-Ei... ~Minha voz falhou. Mas agora eu já havia falado algo e não poderia parar.

-Você precisa de a-ajuda? ~Eu perguntei, aquela garota andava e eu estava tentando ajuda-la, mais ela me ignorava totalmente! Ela fez que nem... Avan.

A garota parou.

O frio na barriga voltou. Meu Deus que medo.

Por que ela só foi parar agora? Os pingos de sangue percorriam sua farda... Aquilo era aterrorizante.

O que teria estraçalhado o pescoço daquela garota daquela forma? Um cachorro? Eu não a conhecia, nunca olhei ela pela escola...

Ela continuava parada, imóvel. Ela era muda? Queria ajuda?

Eu cheguei mais perto dela, para poder tentar ajuda-la, mesmo eu chegando mais perto ela continuava parada e imóvel. Cheguei mais perto, a ponto de poder sentir o cheiro podre de sangue, eu estava tão perto daquele pescoço estraçalhado e eu toquei nela. Meu Deus... Ela estava fria, muito fria. Como um cadáver!