Laços Do Amor escrita por gabibragno


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Um episódio emocionante cheio de aventura :D



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   Acordei emocionado ao me lembrar da noite anterior. Tudo foi tão perfeito, tão intenso.  Eu acho seria até possível eu me apaixonar. E o Rafael... Ele é tão extraordinário! No começo eu achei que ele seria um bom amigo, com seu jeito hétero de ser. Mas ao ter certeza de que ele jogava no meu time, fiquei maravilhosamente feliz. Mas eu ainda tenho um medo, no fundo do meu coração. Um medo avassalador. Será que ele achou meu pênis pequeno? Eu sei, eu sei, não devia me incomodar com isso, mas se ele achar os centímetros que faltavam em mim em outra pessoa, eu acho que iria querer morrer. Sem contar que o Kadu e o Cleisson tirariam uma com a minha cara por causa disso pelo resto da minha vida.

  Olhei para o despertador e já era uma da tarde. Havia dormido demais, porém, em compensação, fui dormir extremamente tarde. Eram quatro horas da manhã quando Rafael me trouxe em casa. Pode parecer mentira, mas ontem, durante nossa diversão noturna, minhas roupas acabaram sendo jogadas pela janela de seu apartamento do 13º andar, e eu só fui notar quando era tarde demais. Rafa até me ofereceu roupas dele, porém, como um bom apoiador da causa nudista, resolvi sair do jeito que vim ao mundo, a minha maneira de fazer um protesto a favor do nudismo, também. Quando abri a porta, Cleisson e Kadu estavam sentados um do lado do outro, de roupão, e de pernas cruzadas, me olhando com cara feia.

  “Onde é que você estava Tsuna Tiras do Papel? E o que pensa que está fazendo aparecendo na minha casa sem roupas?” disse Cleisson, me olhando com um ar reprovador.

  “Ain não posso mais sair é? Não posso me divertir? Estou cansado desse drama todo! Cansei dessa vida de subordinado, me demito!” E com lágrimas nos olhos, fui correndo para meu quarto.

  Ouvi, por um momento, Kadu repreendendo Cleisson, dizendo que não era daquela maneira que se educava um gay.

  Mas, voltando ao agora, estava cansado de ficar deitado, e estava morrendo de fome, por motivos de gordo é foda.

  Ao ir para a cozinha, Cleisson estava com seu avental de cozinheiro preparando o almoço, enquanto conversava com Kadu, que estava sentado na mesa. O assunto parecia ser algo como “O por que do Kadu ser mais gay que o John Travolta”. Não me interessei. Abri a geladeira, e me incomodei com o fato de não ter nada para comer. Não tive opção, a não ser esperar o Cleisson terminar de cozinhar.

  Mal me sentei na cadeira e os interrogatórios começaram.

  “Como foi ontem? Ele é gay mesmo ou é só um metrossexual? Me conta tudo!” os olhos do Kadu até brilhavam.

  “Olha, levando em conta que o Tsuna chegou quatro horas da manhã e pelado, hétero aquele cara não era né?” Cleisson o sabe tudo entrava em ação.

  “Vocês tão abusados, ein. Sim Kadu, ele é gay. E não, não vou te apresentar.”

“Mas... (mimimi)”

“Ai nem vem pistoleira”

Minha paciência havia se esgotado, então fui ao meu quarto para fazer minhas necessidades diárias. Ao me sentar no vaso sanitário para soltar um leve barroso, peguei meu celular para checar se havia salvado o número do Rafael.

BAM!

Eu não tinha! Como ia falar com ele agora? Ele também não pegou meu número! Só consegui pensar em uma solução para o momento. Ir até o seu trabalho.

 Aproveitei que estava no horário de almoço, coloquei uma roupa rapidamente, e fui até lá. Provavelmente ele estaria em tempo livre.

 Chegando lá, tive minha decepção número um: falaram que ele tinha tirado férias indeterminadas. Mas como uma boa drag queen suburbana, eu não arreguei. Peguei um táxi e fui até seu apartamento.

  Falei com o porteiro, e ele disse que Rafael tinha deixado avisado que eu podia subir. Será que ele preparou uma surpresinha erótica para mim com uma marca mais eficiente de lubrificante? Achei estranho, porém, segui em frente. Ao ir na frente da porta de entrada, vi um envelope que foi colado com fita adesiva, bem ao lado do olho mágico. Pensei um pouco e o abri. Tinha uma carta dentro.

Espero que seja o Tsuna quem está lendo essa carta. Espero, também, que não seja tarde demais. Hoje de manhã, recebi uma notícia deveras ruim, e, por culpa dela, terei que viajar por um tempo indefinido. E caso você queria me ver de novo, me encontre na Estação de Trem, ás 15:00h, sem atrasos. Estarei te esperando na linha principal.

  Beijos,

   Rafael Garcia.

  Eu não tinha a mínima ideia do que aquilo significava, só sabia que estava atrasado, pois já eram 14:30h. Devia me apressar, correr mais rápido do que quando eu quero cagar e estou longe da privada.

  Não perdi tempo e desci. Chamei um outro táxi e falei para ele acelerar o máximo possível, não podia perder tempo. Mas, então, na hora mais infortuna, veio um novo problema: um engarrafamento. Estávamos a mais ou menos 1 km da Estação, e o trânsito estava completamente parado. Eu também não podia ir para a calçada e ir correndo porque o carro estava na faixa do meio. Só me restava uma solução.

  Abri a porta do táxi, e pulei em cima do teto. Comecei a ouvir buzinas constantes de vários carros, e o taxista estava ameaçando me matar, porém isso não me impediu. Fui pulando de carro em carro, um exercício físico torturante, admito, pois minhas pelancas pulavam de tal maneira, que atrapalhava meu equilíbrio.

Após 30 minutos desse torturante exercício, cheguei ao meu destino. Mais soado que uma cabrita prenha. Corri mais um pouco até a linha principal, e houve o choque.

  Assim que consegui chegar, no exato momento em que eu estava me aproximando, tive a certeza de ver Rafael se virando de costas e entrando no trem. Corri para alcança-lo, mas o trem começou a andar. Eu não desisti. Corri mais e mais, até minhas pernas tremerem e, em um movimento falho, tropeçar e cair no chão de joelhos. A única coisa que consegui fazer foi começar a chorar. Chorar mais que chorei na primeira vez em que fiz sexo anal. Chorar mais que na vez em que peguei Kadu na cama com meu ex-namorado. Aquilo era torturante. Eu tinha, finalmente, encontrado o homem da minha vida, e não tive nem a capacidade de chegar a tempo para encontra-lo.

  Fiquei um tempo de joelhos, chorando, e observando as pessoas ao redor de mim.

  “Mamãe, o porquinho tá chorando!” Disse uma menina, que estava próxima a mim, para sua mãe.

 “Não se misture com essa gentalha!” Após isso, a menina chutou meus órgãos genitais.

  Minha cabeça rodou por uns minutos, e eu vi um garoto ruivo, com cabelos curtos e meio cacheados, nariz fino, bocas grossas, branco como neve, vestido com um suéter azul, uma gravatinha listrada, uma calça jeans skinny preta, e um relógio de pulso prata. Fiquei encarando-o por uns minutos, a adrenalina do momento e da dor ainda fazia efeito sobre mim de tal maneira que fiquei encantado com aquele rapaz. Ele parecia ser gracioso e bem afeminado, e... Ele estava meditando? Estaria eu ficando louco? Posso jurar que ele estava sentado com as pernas cruzadas, em posição de meditação e olhos fechados.

  Chegou  em um momento em que gritei de frustração, dor e vários sentimentos juntos. Após isso, desmaiei.

  Quando acordei do vazio, aquele garoto lindo estava olhando para mim.

  “Você está bem?” Disse ele com um sorriso suave no rosto, e seus pequenos olhos castanhos olhando pra mim, preocupadamente.

  “Acho... Acho que sim.”

  “Segure minha mão” E então ele me ajudou a levantar.

  “Obrigado... Não sei o que deu em mim.” Fiquei corado.

  “Tudo bem... Qual seu nome?” Perguntou ele, timidamente.

  “Hm, Tsuna Tiras do Papel, e você?”

  “(risos) Que nome engraçado. O meu nome é Roberto Haddad.”


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Notas finais do capítulo

tan tan tan tan



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