Estúdio De Bonecas escrita por Jamie Hazel


Capítulo 2
Capítulo 2 - Aluno novo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeyy lindos e lindas! Em primeiro lugar, quero agradecer muito pelo review e pelos novos leitores. Desculpem também por fazê-los esperar tanto, mas eu to um pouco enrolada com outra fanfic (se tiverem curiosidade, http://fanfiction.com.br/historia/354184/A_Escolhida/)e to cheia de provas na escola :c
Mas chega de blá blá e vamos para a história!

Boa leitura =)



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Assim que alcancei minha casa, retirei meus sapatos encardidos de lama, deixe-os do lado de fora e adentrei. Minha casa era pequena e de poucos cômodos, mas era como meu refúgio. Todo o tempo possível que eu tinha, preferia passar ali sozinha, pessoas não eram confiáveis e, acredite ou não, as paredes dessa casa sabiam guardar segredo. Caminhei até meu quarto e logo que o vi, me lembrei que o havia deixado desarrumado antes de sair, roupas sujas estavam jogadas no chão, a cama não estava feita, a porta do armário estava quebrada há duas semanas e havia vários livros espalhados em uma mesa no canto do quarto. Fiz pouco caso e ignorei a desordem, me lancei na cama e adormeci poucos minutos depois, não tive sonhos naquela noite.

Acordei com o toque do despertador. Eram seis e pouca da manhã e eu tinha que me apressar para o primeiro dia de aula desse ano. Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa preta qualquer, verifiquei se meu olho falso estava no lugar e sai sem tomar café.

Sempre morei em Yomiyama, meus pais me criaram aqui, mas sofreram um assassinato aos meus nove anos, os padres da cidade desconfiaram de mim na época, na verdade, suponho que até hoje desconfiam, afinal sou proibida de frequentar qualquer igreja próxima e a visitar locais quem dizem serem santos. De qualquer modo, não gosto de igrejas, quando criança, eu e Hiromi decidimos botar fogo em uma igreja aqui perto e deu certo, mas nos pegaram e ficamos detidos por algumas semanas. Desse "acidente" surgiram boatos de que eu era amaldiçoada e queria queimar todos os moradores de Yomiyama, eles não estavam errado quando á querer queimá-los, mas eu não iria matar todos, provavelmente, só a maioria. Ri comigo mesma com esse pensamento.

Todos aqui tem medo de mim, não só pelo incêndio e pelo assassinato, mas pela minha aparência também. Eu não possuo o olho esquerdo, portanto decidi costurá-lo usando o olho de uma boneca de porcelana. Nada demais. Entretanto, as pessoas me julgam por isso e dizem que não tenho alma. Menos Hiromi, ele não me acha nenhum um pouco assustadora, pelo menos não demonstra. Não me importa, não quero fazer amizades, nem nenhum tipo de relação com ninguém. O sr.Shinji é um caso á parte. Os policias mandaram-o ficar de olho em mim e verificar se eu não causaria nenhum tipo de problema, pensam que sou psicopata, só pode ser. Por incrível que pareça, eu gosto disso, gosto que me achem uma pessoa sem coração que não se acanha com mortes, até porque, sou mesmo.

Cheguei á escola com cinco minutos de atraso. Avistei Hiromi me esperando ao lado do portão de entrada, ele acenou e correu até mim.

– Desculpe por me esconder no estúdio ontem.

Dei de ombros, não dava a mínima importância para qualquer coisa que Hiromi fizesse. Me dirigi á sala de aula e sentei-me na última carteira da última fileira. A sala 303 era mais escura do que as outras devido as lâmpadas que não eram trocadas há um longo período, o estranho mesmo é que ela nunca parara de funcionar, apenas diminuía sua potência. As carteiras eram de madeira, pinceladas de leve por uma tinta marrom escura e só davam lugar para uma pessoa, haviam várias delas espalhadas pela sala que, apesar de ser pequena, dava um bom espaço para as carteiras, a mesa do professor, o quadro negro e algumas estantes ao fundo dela. Também tinham janelas, poucas, mas tinham, eram pequenas e sua maioria era coberta por persianas pretas imundas, de longe, dava para se ver teias de aranha a infestando, sinceramente, a sala inteira era assim. Suja, escura e monótona, entretanto o ensino do colégio era excelente.

O colégio que eu frequentava era o Yomiyama Norte, o mais disputado de Yomiyama, só entravam estudantes com bolsas, exatamente, o colégio não se importava em arrecadar dinheiro, até porque o pai de Akazawa financiava a escola. Akazawa é a presidente da turma há dois anos e é a melhor aluna da classe em tudo.

– Vamos começar o ano com o nosso festival escolar para arrecadar fundos para o passeio de férias. - Akazawa disse em alto e bom som de frente para as carteiras da classe. - Peço á vocês que, ao final da aula, verifiquem o quadro de avisos para escolherem seus respectivos projetos desse ano e para saber seus grupos. - terminou de falar, suspirou e se sentou na primeira carteira.

O festival escolar era anual em Yomiyama Norte, grupos de cinco ou quatro pessoas se reuniam e decidiam um projeto para conseguir dinheiro e, o que mais arrecadasse, poderia escolher nosso destino nas férias do final do ano. Mas, há exatos cinco anos em que houve o festival, o grupo de uma tal de Kori venceu e os estudantes foram visitar um antigo museu em outra cidade. Foi desastroso. Um estudante desapareceu lá dentro e não voltou para contar a história. Desse dia em diante, a diretora do colégio cancelou os passeios de férias, tentando evitar que outra morte ocorresse. Não demorou muito para que se esquecessem dessa história e recomeçassem os passeios novamente.

Ouvi um baque e um homem entrou na sala. Ele era alto e extremamente magro. Seus cabelos já estavam brancos, debaixo da franja grisalha ele usava um par de óculos ovais pretos. Eu nunca o tinha visto,os professores de Yomiyama mudavam quando você subia um ano.

– Sentem-se. Meu nome é Atsushi. - ele tinha uma aparência fria e severa quando falava. - Esse ano, teremos um novo aluno na classe, Sakakibara.

Na porta estava parado um garoto de cabelos castanhos desarrumados que iam até um antes do pescoço. Tinha olhos castanhos claros e uma expressão tensa no rosto. E então, ele olhou para mim.

Não chegou a passar pela minha carteira, se sentou duas cadeiras á minha frente, sentando ao lado de uma garota de cabelos avermelhados. Olhei para ele pelo canto do olho e me inclinei um pouco em minha carteira. Ele ainda me fitava, percebi.

– Sou Teshigawara. Naoya Teshigawara. - um garoto sentado á frente de Sakakibara estendeu á mão para ele.

Ele sorriu e apertou as mão de Teshigawara. Pelo visto,ainda não se conheciam.

O professor Atsushi quase tropeçou em seus próprios pés depois de um barulho de toque no seu celular. Parecia preocupado.

– Turma, acabei de ser avisado de que há um problema de encanamento nessa sala e não temos condição de continuar a aula. - suspirou fundo e continuou. - Antes de comemorarem, quero avisá-los que, a partir de amanhã, as aulas continuaram normalmente nessa mesma sala, eu espero. Dispensados.

Segui direto para meu dormitório no andar feminino sem olhar o quadro de avisos. O colégio Yomiyama era um internato, nós passávamos os dias de aula aqui e nos finais de semana, tínhamos permissão de ir á nossa casa, visitar alguns parentes ou até mesmo passear. Geralmente, eu nunca saia. Eu também não tinha uma colega de quarto, o meu havia sobrado, portanto fiquei sozinha, o que era um alívio.

Coloquei um pijama e rolei na cama por um tempo pensando no incêndio da igreja novamente e quando finalmente consegui dormir, ouço batidas frenéticas e fortes na porta.







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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Comentem!

Beeijos e até o próximo capítulo :)



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