Estúdio De Bonecas escrita por Jamie Hazel


Capítulo 1
Capítulo 1 - Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Venho, por meio desta, informar ao leitores que, a história se passará no Japão, mas não entrarei em detalhes quanto aos locais em que se passará a história e, até porque, nunca visitei o Japão (ainda sonho com isso o/). Então, os lugares deverão ser inventados.
Boa leitura e divirtam-se !



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Olho novamente para o estúdio de bonecas. A parte de cima do estúdio era coberta de plantas trepadeiras que, tinham suas folhas secas e mortas e, ainda, dava-se para ver uma boneca numa vitrine circular perto da janela.

A placa pouco chamativa e escura devido aos muitos anos sem limpeza, tinha como escrito " sinta-se livre para entrar ", ao lado de uma porta feita de madeira antiga. Assim, permito que, minha vontade me faça adentrar pela porta.

O lado de dentro do estúdio não era muito diferente da parte da frente, exceto pela pouca iluminação e todas as bonecas de porcelana que existiam no local. As bonecas eram bonitas, continham detalhes e expressões humanas muito parecidas com as nossas. Entretanto, dava para se ver e, sentir o mistério que aqueles olhos de vidro demonstravam em seus rostos brancos e pálidos.

No fundo da loja havia um balcão e, atrás dele, uma senhora de óculos redondos, que possuía um olhar discreto e triste, com sua cabeça baixa e olhos fixos em algum ponto no chão. Nem se quer levanta a cabeça para falar comigo, apenas fica imóvel. Até que, finalmente, de sua voz fraca e rouca, saíram algumas palavras:

- Bem-vinda, Akemi. - disse a idosa. - Estava esperando você entrar faz algumas semanas.

- Olá - respondi friamente, indo em sua direção. - Mas, como sabe meu nome ?

- Você está no médio, certo ? - perguntou a senhora que, agora havia desviado o olhar do chão e olhou diretamente pra mim. - Kazou me contou muito sobre você.

- Hiromi ? A senhora o conhece?

- Claro, como não iria conhecer meu neto? Pois bem, fique á vontade.

Vejo várias bonecas, uma delas me deixou bem intrigada, tinha cabelos pretos longos e lisos, e ficava deitada em um caixão de vidro, repleto de rosas vermelhas e com um vestido branco. O mais interessante nela era que não possuía o olho esquerdo, como se tivesse sido arrancado daquele lugar. Era idêntica a mim. Uma parte da franja do cabelo escondia a falta do olho esquerdo, por causa da posição da cabeça que ficava caída no ombro.

Eu continuei a observar as bonecas. A variedade era tanta que nem me importei de continuar a observá-las.

De repente, meus olhos se direcionam a um caixão de pé, sem boneca, somente com uma rosa caída.

- Então, você encontrou meu esconderijo ? - disse uma voz familiar, por trás do caixão vazio. - Estava me escondendo porque queria te surpreender. - continuo Hiromi que, havia saído de dentro do caixão, que antes, parecia totalmente vazio. - Achou que se parecia com você, a boneca de branco ? Amanhã ela será colocada neste caixão - Ele deu umas batidinhas no caixão preto de pé.

- Parece, não é ? Mas só metade. - Falei, enquanto ia na direção dele.

- Por enquanto. - afirmou Hiromi. - Por quê está aqui, Akemi?

- Não odeio essas coisas. - expliquei naquele meu tom de voz sombrio de sempre.

- Entendo. Eu acho essas bonecas assustadoras, para ser sincero.

- Então, me acha assustadora também? - indaguei-o.- Não me importo, afinal que não acharia com esse tapa-olho, não é mesmo? Adeus Hiromi. - disse olhando novamente para a boneca idêntica a mim. - Nos encontraremos em breve.

Fui até a porta por onde entrei e virei-me para dar uma última olhada. Hiromi não estava mais lá.

- Até a próxima visita, Akemi. - disse a senhora encarando o chão novamente.

Abri a porta com força. A luz do sol estava se apagando e, o ar começou a esfriar. Me encolhi no casaco de lã preto que usava e continuei a andar pelas ruas enfrento o vento gélido que se formava e bagunçava meus cabelos.

Já havia anoitecido, uma lua cheia brilhava sobre as calçadas e iluminava as pequenas casas ao redor, mas  mesmo com uma vasta luminosidade, ás vezes, sinto dificuldades de reconhecer minha própria casa, com um olho só. Desde pequena, sempre morei sozinha, no entanto, meu vizinho, sr. Shinji, costumava fazer algumas visitas e me esperar á noite em frente á casa dele.

- Vejo que chegou cedo esta noite, Mizuki. - disse ele, abrindo um largo sorriso. - Hoje é um dia especial, quero lhe perguntar uma coisa importante.

- Mesmo? - perguntei, sem muito ânimo. - Já lhe disse, sr. Shinji, não lhe contarei sobre meu olho.

- Fique tranquila, querida. Não é disso que quero falar.

Sem muita confiança, assenti e o segui até uma pequena casinha amarela, perfeitamente estável e de aparência nova. Havia duas janelas perto o telhado, uma completamente aberta, deixando observar a televisão ligada e um sofá com uma colcha de retalhos vermelha, a outra estava fechada, quase trancada, eu diria, uma cortina escura tampava qualquer visão de dentro, me deixando curiosa com o que havia guardado lá.

O velho foi até a porta e a abriu, acenando para eu entrar.

- Vou preparar um jantar para você. Não quer entrar ? - perguntou ele.

Com relutância, me aproximei da porta e entrei. Era um lugar pouco espaçoso, mas realmente reconfortante, tinha uma vasta iluminação e a casa era rodeada por retratos e quadros de gatos. O senhor Shinji adorava gatos, ele tinha dois, Ryo e Yuko.

Yuko se aproximou de mim e começou a esfregar seu rabo preto na minha perna. Nunca suportei gatos, mas tinha uma afeição especial por Yuko. Talvez seja pelo fato de ele ser o único que gosta de mim. Veja só, Ryo nem chega perto de mim, Shinji diz que é porque ele é tímido, mas nunca acreditei nisso.

Shinji estava na cozinha, se encarregando do jantar.

- Será sopa, está bem ? - perguntou ele.

Concordei com a cabeça, enquanto ia me sentar no sofá para acariciar Yuko. Alguns minutos depois, sr. Shinji me serve com um prato de sopa quentinha, parecia deliciosa, o cheiro estava bom, conseguira sentir até de longe.

- Akemi, vou direto a pergunta. - afirmou ele, chegando e sentando no outro sofá de frente para mim com um prato de sopa também. - Gostaria de vir morar comigo ? Antes que diga não, pense em como seria bom pra você.

- Pensar em como seria bom para mim ? - olhei com um sorriso debochado pra ele . - Não seria nada bom, prefiro ficar sozinha.

- Bem, desculpe então, eu só pensei que ... Deixe para lá. - concluiu ele, parecendo confuso.

- Não quero que aja como meu pai, sr. Shinji. O senhor, definitivamente, não é ele. Agradeço pela sopa.

E me levantei, deixando um restinho de sopa no prato e me afastando daquela casa.

Continua ...


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Notas finais do capítulo

Espero que esteja bom hahahah ! Vou fazer os próximos o mais rápido possível, por favor deixem reviews para eu poder aprimorar mais ainda a história, obrigada por ler :)



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