Meu pai ainda morava na casa que sempre moramos. Era bom voltar ali, as lembranças daquela casa não me deixava com um aperto no coração.

Charlie ficou na sala com Felix assistindo um jogo de futebol qualquer na TV e eu fui pra cozinha preparar o almoço.

Não havia muita comida saudável naquela casa. Mais consegui preparar uma salada - que Charlie iria comer nem que eu tivesse que enfiar goela abaixo –, peixe e arroz.

Preparei o prato para o meu pai e ele fez uma careta quando me viu colocando muita salada e um pedaço pequeno de peixe.

– Se você comer toda a salada vou lhe dar mais peixe – Tentei um acordo.

Ele levou uma boa quantidade de salada à boca sorrindo forçado, coisa que fez Felix e eu rir.

Depois do almoço Charlie foi dormir. Eu fui arrumar minhas coisas no meu quarto e Felix foi para o seu hotel, a casa só tinha dois quartos e eu não iria fazê-lo dormir no sofá.

Meu quarto continuava do mesmo jeito. O guarda roupa de madeira, a cama se solteiro e o computador pré-histórico.

Dei uma limpada básica no quarto e arrumei tudo para ele ficar habitável. Eu estava pensando em tomar um banho quando o meu celular tocou. Sorri quando vi o nome no visor.

– Alô.

– Mamãe quando a senhora volta pra casa? – Kyle perguntou assim que atendi.

– Ainda não sei amor, mamãe tem que tomar conta do vovô até ele ficar bom – Era difícil ficar longe dele tanto tempo, mais nessa situação era necessário.

– Então eu posso ir pra ficar com vocês?

– Claro querido, mais só no final de semana por causa da escola – Ele resmungou alguma coisa que eu não entendi – E quando você vier vou levar você à praia e ao penhasco que eu lhe falei.

– Aquele você pulava? – Ele sempre quis vir a Forks só para ver os penhascos.

– Sim, esse mesmo – Ri da sua animação.

– E você vai me deixar pular? – Dessa vez fiz uma careta.

– Só depois de falar com seu pai e ver se você se comportou direitinho – Tentei não pensar na visão de ver meu querido e único amado filho pulando de um penhasco.

– Prometo que vou me comportar direitinho – Prometeu.

– Vamos ver – concordei – Agora me deixa falar com seu pai.

– Tá bom, te amo mamãe – disse ele e logo gritou chamando pelo pai.

– Também te amo amor – falei – Se comporte.

– Ok! – concordou.

Ouvi alguns barulhos estranhos e logo outra voz falava comigo.

– Oi Bella.

– Oi James.

– Ouvi que você pretende ficar mais tempo por ai?

– Meu pai está com pressão alta e tem que começar a comer comidas saudáveis e se não tiver alguém para vigiar ele logo vai está de volta ao hospital – Rolei os olhos para a sua teimosia.

– Ah isso é verdade, o sogrão é turrão igual à filha – Ele riu enquanto eu bufava.

– Eu não sou turrona – Não mesmo.

– Não é claro que não – Mesmo eu não podendo vê-lo eu sabia que ele estava fazendo uma cara de deboche.

– Pretendo ficar pelo menos um mês aqui – falei mudando de assunto.

– Tanto tempo – dessa vez ele não estava mais rindo.

– Eu sei – respirei fundo – Mais, deve ser tempo suficiente para fazer meu pai ter um pouco mais de juízo. E eu iria adorar se vocês pudessem vir me visitar e não me deixar sozinha e isolada nesse fim de mundo.

– Bella, tá tudo bem? – perguntou ele notando alguma coisa nas minhas palavras. James me conhecia como ninguém, ele iria sempre iria saber quando alguma coisa estava errada.

Eu nunca tinha falado mal de Forks, toda vez que eu falava havia carinho nas minhas palavras, só não nas vezes em que eu falava o motivo de ter ido embora.

– Eu o vi hoje – Ele sabia de quem eu estava falando – Eu estava pensando que iria ter pelo menos um dia pra me preparar psicologicamente para vê-lo, mais então, não tinha passado nem uma hora da minha chegada e dei logo de cara com ele. Foi só ... eu só ... eu me sinto tão ... – parei de falar um pouco para reorganizar meus pensamentos – Eu me sinto perdida por que não sabia que ele ainda me afeta tanto.

– É claro que ele te afeta Bella – Ele falou aquilo como se fosse uma coisa óbvia – Ele foi o homem que você mais amou e provavelmente vai amar na face da terra, e por isso a dor que ele te causou está marcada em você como uma queimadura. Você acha que um amor tão grande como esse some de repente, mesmo fazendo o que ele fez?

– Até hoje eu pensava que sim.

– Sinto te dizer querida, mais isso não acontece, nem mesmo em conto de fadas – brincou.

– Definitivamente não – concordei rindo.

– Ah acabei de me lembrar de uma coisa, chegou um convite de casamento da sua amiga Ângela pra daqui a um mês vai ser o tempo que você vai ficar em Forks.

Ângela era única amiga que tive de verdade me Forks, a única com que eu poderia falar sem sentir o olhar de eu te avisei. Depois que fui embora acabamos perdendo contato, mais meu pai passou meu telefone pra ela e assim passamos a nos comunicar por telefone e e-mails. Às vezes ela ia a NY a trabalho ou visita, já que eu jurei nunca mais colocar os pés em Forks, e então nos encontrávamos.

– Ela avisou que estaria chegando por esses dias, então é uma sorte eu estar aqui já que eu vou ser a madrinha dela – Coisa que eu muito relutantemente tinha aceitado.

– É verdade – concordou – Bella eu tenho ir agora, reunião de ultima hora.

– Tá bom à gente se ver no sábado. Amo todos vocês ai. Beijos.

– Também amamos você e já estamos com saudade. Beijos.

Desliguei o telefone me sentindo mais leve depois de desabafar com James. Ele era melhor pessoa que eu poderia ter ao meu lado durante esse inesperado reencontro.