Conspiracy escrita por Alasca


Capítulo 12
Capítulo 10 - ''Herói do Dia.''


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Nem demorei, viram? A inspiração tá voltando, pessoal. Espero que continue assim. Agora a história começa a andar, tá bem? ótemo u.u
Boa leitura, docinhos.



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Corei violentamente e senti que minhas bochechas podiam soltar faíscas a qualquer momento, e saí do quarto rapidamente, ouvindo a risada amável do Hunter.
Me joguei na cama do quarto de hóspedes e olhei para o teto, exasperada e com a respiração descompassada. Eu não posso ficar nessa casa por nem mais um minuto sequer. Levantei rápido e mordisquei a boca quando a tontura pelo movimento súbito chegou.
Abri lentamente a porta do quarto do Hunter e vi que ele já estava dormindo. Entrei tentando não fazer barulho e - inexplicavelmente - eu consegui - woah, palmas de pé para a Scarlet! ok, talvez não -, por incrível que pareça.
Fui em direção ao criado mudo dele - aliás, que nome curioso esse, ''criado mudo'' - e peguei o celular, correndo - ou andando o máximo que eu podia com as pontas dos pés - para o quarto.
Procurei na lista telefônica a letra ''Luke'' e por sorte achei e dei um meio sorriso.
— Alô? - Uma voz sonolenta sussurrou.
— Oi, Luke, é a Scarlet... Acho que você estava dormindo, hm... - Mordisquei a boca, nervosismo nível Scarlet não é aconselhável para pessoas sensíveis — Eu poderia falar com a Eleanor? Por favor, queridinho da Scar?
Eu poderia jogar o celular de tanto nervoso que eu estava, eu sempre - independentemente de quem eu estivesse falando no telefone – achava que estava incomodando, e isso é no mínimo constrangedor. O nervosismo foi embora rapidamente quando ouvi a gargalhada rouca do Luke do outro lado da linha.
— Claro, claro... Mas hey, Scarlet, você já tomou café? - Ele pigarreou e ficou em silêncio, esperando a minha resposta. Reprimi os lábios quando senti meu estômago fazendo um barulho, me lembrando o quão faminta eu estava.
— Eh, não.
— Você quer ir tomar café conosco? Q-quer dizer, se você não tiver n-nada para fa-fazer... - Soltei um riso meio estranho e respondi que sim. Ele disse que falaria com a Eleanor e então me mandaria uma mensagem - ou melhor, para o Hunter - com o horário e afins.
— If you wanna play it like a game, then come on come on, lets play - me joguei novamente na cama, cantarolando enquanto ''admirava'' o teto -, cause I'd rather waste my life pretending than have to forget you for one whole minute...
Levantei da cama - novamente - e peguei dentro da minha bolsa um grampo e uma pulseirinha de elástico, prendendo meu cabelo de qualquer jeito no alto da cabeça e prendendo com o grampo a franja, que insistia em cair.
Coloquei um short de elástico laranja - eu só sei a cor porque meu pai sempre que me via com esse short dizia que o mesmo era mais berrante que eu toda - que mal tinha um palmo de tamanho e uma blusa branca e lisa.
Coloquei os fones do iPod no ouvindo e dei play na música A Love Like War, All Time Low - origens são sempre origens, certo?
Comecei a me balançar e então quando percebi, tinha tropeçado em meus próprios pés e caí no chão, então começando a rir sozinha, da minha própria desgraça.
Nossa, a que nível eu desci, deixar de rir dos outros para rir de mim mesma.
Puxa.
O telefone do coisado começou a apitar e eu pulei em cima dele, ele não podia fazer muito barulho, ou acordaria o Hunter e isso não seria tão legal assim.
Vi que uma nova mensagem havia chegado e abri, lendo em seguida:
''Se veste e daqui a 20 minutos nos encontra na esquina da casa que você está, vamos passar o dia todos juntos! (: L&E''
L e E... L e E... Eu demorei duas décadas e meia para perceber que era Luke e Eleanor, porém tudo certo.
Troquei a roupa esplêndida que eu vestia por um short jeans rasgado, uma blusa branca que continha um panda e all star branco. Soltei o cabelo, joguei para frente, para trás, escovei os dentes e estava pronta.
Desci as escadas silenciosamente, peguei uma chance com um pequeno chaveirinho de Mickey e coloquei no bolso, abrindo a porta e sentindo uma brisa leve bater contra meu rosto.
Andei até a esquina e olhei para os lados, não vendo ninguém. Bati os pés impacientemente.
Alguns garotos com garrafas de bebidas e cigarros estranhos em suas bocas entraram na rua em que eu me encontrava na mesma calçada. Mordi os lábios, olhando ansiosa para os lados, querendo algum sinal de que hoje não era o dia que eu iria morrer estuprada por drogados.
Eles chegaram mais perto de mim e um deles com um casaco preto e capuz sibilou ''olha gata, por voce eu gastaria todo o meu dinheiro com tomates estragados'' e eles continuaram andando, rindo como se fossem os mais engraçados de toda Gravity Falls.
E a pior parte foi: eu não entendi.
Poucos minutos depois Luke chegou em uma Land Rover e Eleanor, Zain e Megan estavam dentro do mesmo.
Comprimentei a todos e El, que estava sentada na frente colocou um CD do Sleeping With Sirens para tocar e eu queria abraçá-la e nunca mais soltar naquele momento.
Perguntei onde iríamos, e Megan acenou a cabeça, sibilando um ''eles não me contaram'', e Luke sorriu de lado.
Puta merda, Luke.
Paramos em uma farmácia e Megan foi comprar um remédio para dor de cabeça, e deu um para cada um de nós, aparentemente eu não fui a única que fiquei na merda.
E então depois de vinte minutos ouvindo o belíssimo CD, o carro parou em um lugar desconhecido, com lixeiras, carrinhos de golfe quebrados e móveis aparentemente velhos.
Saímos do carro e Luke abriu um portao de ferro pintado de preto atrás dos carrinhos de golfe, e então depois de atravessar um corredor totalmente escuro e ouvir a Megan gritar e resmungar que alguém colocou a mão na bunda dela, chegamos em outro portão, o qual Zain abriu e eu fiquei boquiaberta.
Várias piscinas, árvores e lojinhas de comida pareciam adoráveis. Havia uma ''cerca'' de ferro até mais ou menos a minha cintura, e o piso antiderrapante impedia as pessoas de escorregarem nas enormes piscinas ali presentes.
Piscinas de todos os tamanhos estavam com gente, e salva-vidas estavam em cadeiras extremamente altas, assim podiam enxergar a todos.
Lá bem atrás só podia ver uma grama verde e bem aparada, e homens vestidos adequadamente jogavam golfe.
Em volta havia lojas de roupas de banho e algumas lojas variadas, e então uma praça de alimentação gigante abrigava aproximadamente catorze lugares com tipos diferentes de comida, de mexicanas até tailandesas.
Luke disse que antes de qualquer coisa precisávamos comer, então fomos para a praça. Enquanto eles comiam McDonald's e Burguer King, eu preferi um sanduíche BMT de 30 centímetros de Subway e dois tacos recheados do Taco Bell.
Eu estou de regime, ok? Só para constar.
Então todos comeram enquanto ouvíamos a música que vinha de umas lojas de lançamentos de DVD's e CD's, tocava uma música animada cantada por uma garota, e fiquei balançando os pés no ritmo rápido da canção enquanto mastigava.
Sem ligar muito se estava sujando as bochechas - e o resto do rosto, o cabelo, o pescoço... -, continuei comendo, feliz da vida. Então Megan bateu algumas vezes seguidas com o pé no meu por baixo da mesa e quando olhei com a feição duvidosa, a fumante do grupo virou a cabeça para a esquerda e arqueou as sobrancelhas claras, para eu olhar.
Assim... Se eu disser que haviam alguns meninos ali e eles eram umas gracinhas e eu continuem comendo, de boa, estaria mentindo bem feio.
Eles eram, basicamente, como diria a minha atual ídola Eleanor: umas coisinhas gostosas. Megan aproximou-se do meu ouvido e sibilou: ''Ô lá na minha cama...''. Como de se esperar, minha tentativa de rir como uma pessoa normal foi totalmente fracassada e eu comecei a me engasgar, ficando com o rosto púrpura e os olhos esbugalhados.
Todos entraram em pânico, achando que eu provavelmente me engasguei graças a minha mordida razoavelmente gigante e ia morrer - a certo ponto, eu também achei isso -, levantaram-se e ficaram fazendo sinais desesperados e Luke repetia ''Cuspa isso, Scarlet. Cuspa!''.
— Tome, cuspa aqui - Uma voz aveludada desconhecida sussurrou e uma mão pálida me entregou um par de guardanapos. Peguei-os com urgência e tirei os pedaços mal triturados de salame e recheio de taco - sim, eu comi os dois juntos - sentindo, finalmente, a passagem de ar da minha garganta ser liberada.
Assim que consegui respirar normalmente, vi que pessoas ao redor me olhavam, e fiquei envergonhada.
Megan chegou novamente perto de meu ouvido e sibilou: ''Olha para cima, anjinho.'' Quando olhei, um garoto com cabelos tingidos de caramelo e olhos grandes - vulgo a razão para eu quase morrer sufocada com pedaços ainda não digeridos de comida - me encarava curiosamente.
— Hm... Olá - Ele sorriu e notei seus aparelhos coloridos. Sorri - ou quase, quer dizer, o que importa é a tentativa, certo? Porque pareceu mais uma careta do que algo próximo a um sorriso - e acenei a cabeça, ainda embaraçada com os acontecimentos - super, hiper, mega - recentes — Melhoras aí, gatinha.
Então ele se aproximou, jogou seu cabelo para o lado, colocou meu cabelo para trás da orelha esquerda e depositou suavemente um beijo no meu rosto.
Sorri encabulada e sussurrei um ''Obrigada'' quase inaudível.
Ele voltou caminhando para seus colegas de tribo e todos na mesa me encaravam com aquela famosa expressão que nossos amigos nos dirigem quando nós vemos alguém sexy. Aquele olhar meio ''Hmm, admite logo que quer ir para a cama com ele''.
Durante o resto da refeição, tudo correu bem na medida do possível. Quando todos acabaram, Luke e Zain se dirigiram a área aquática do lugar e eu fiquei encarando Eleanor.
— Eu não tenho um bikini. - Falei só para quebrar o gelo.
A moça colocou o cabelo atrás da orelha e deu uma golada no seu milkshake de baunilha, fazendo barulho com o canudo.
— Então precisamos comprar.
— Eu não tenho dinheiro.
— Eu tenho.
— Eu não quero comprar um bikini.
— Quem perguntou se você queria?
Girei os olhos, me dando por vencida. Ela pegou sua bolsa e caminhamos até as lojinhas, entrando em uma que tinham umas fadinhas coloridas penduradas na porta.
Eleanor começou a bater um papo com a atendente da loja e eu fiquei roendo as unhas, arrancando o esmalte e cuspindo as casquinhas que ficavam na minha boca.
— Tome este - Eleanor estendeu um saquinho de plástico com um zíper.
Entrei no provador e vesti o bikini. Apesar de não querer descrevê-lo, será preciso. Pois:
(a) Futuramente quando eu for famosa, vou banir quem inventou esses pedaços de pano ridículos do planeta.
(b) A opção a.
(c) A opção b.
O bikini era preto e branco. A parte de baixo era fina e não era de se amarrar, apenas se ajustava a seu tipo de corpo. Era preta e deixava 89% de minhas nádegas para fora. A parte de cima tinha um leve bojo e seria tomara que caia, se não fosse as tiras que tinham em cada lado do bikini, para amarrar no pescoço.
Fiquei me encarando no espelho do apertado provador.
''Estou tão sexy quanto um hipopótamo com trajes de banho. Detalhe: sou um hipopótamo anoréxico.''
Recoloquei os shorts e a blusa. Saímos da lojinha. Fomos procurar os meninos.
Os seguintes acontecimentos ocorreram de forma trágica e rápida, não me dando escolha senão tentar organizá-los de forma que eu não tivesse um AVC de tanto reformular a mesma cena tantas vezes. Certo, vamos lá:
Eleanor me deixou para trás no meio do caminho para os meninos porque ela avistou um ''gatinho'' de longe e ele precisava de atenção (se fosse um gato de verdade, eu até entenderia, mas um cara barbudo e feioso? ah, me poupe), então eu fiquei pra trás.
Certo até aí? Ok, prossigamos então: observei atentamente as garotas a minha volta e o modo como elas andavam (para eu tentar ser igual e não me sentir como um peixe fora d'água), alguns minutos depois peguei o jeito e eu já estava conseguindo colocar uma perna na frente da outra e balançar a minha bundinha - tudo ao mesmo tempo!
E então o acontecimento trágico: eu escorreguei na quase-borda da piscina. Aí você pergunta ''mas as bordas das piscinas são antiderrapantes'', é, eu sei. Mas meus pés não são antiderrapantes e minha destreza não é algo para eu me orgulhar, então, eu caí.
Mas não toquei no chão, mero humano! Senti duas mãos ásperas segurarem os dois lados da minha cintura, então abri o olho direito, só para conferir se eu ainda estava viva - eu estava! - e abri o olho direito.
Dois olhos azulads e grandes me olhavam com curiosidade.
— Acho que já posso ser considerado o ''Herói do Dia''.


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Notas finais do capítulo

E aí? (:
Espero que tenham gostado. Já comecei a escrever o próximo capítulo, em um futuro próximo já o estarei postando. Estou muito agradecida pelos reviews, ok? Vocês são minhas pessoinhas favoritas



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