[03]

- Quinn Fabray – a morena conseguiu dizer após algum tempo. Seu coração estava voltando ao ritmo normal lentamente.

- Rachel Berry...

As duas continuavam presas no mundo delas. Quinn entro no banheiro, obrigando Rachel a andar para trás. A porta fechou-se atrás da loira.

As costas nuas da morena entraram em contato com a parede conforme Quinn se aproximou. Continuavam em silêncio. O rosto da loira se projetava para frente. Fecharam os olhos. O espaço entre elas só diminuía. Os lábios estavam quase se encostando quando o celular de Quinn tocou.

- Puta que pariu... – murmurou, em meio a uma leve risada sarcástica e pegou o aparelho em sua bolsa. – É melhor que seja importante, Blaine – falou ao atender.

Rachel desencostou-se da parede, caminho até a pia e jogou um pouco de água em seu rosto.

- Ok, estou indo... – falou a loira, terminando a ligação. Virou-se para Rachel. – Era meu agente... Ele já está me esperando. Nos vemos daqui a pouco?

A mais nova assentiu e Quinn sorriu, saindo do banheiro.

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- Olá, Blainers! – disse a loira, entrando no carro. Levantou a cabeça. – Que porr...

Os dois homens soltaram-se e afastaram-se, corando.

- Blaine!

- O quê?! Você é a única que pode aproveitar?

- Não! Eu até fico feliz por você, mas essa não é a noite para isso! Rachel e o agente dela vão chegar a qualquer momento! Aliás, será que você poderia me apresentar ao seu amigo?

- Bem, Lucy... Esse é Kurt Hummel, ele é...

- Wow, pera. Kurt Hummel, aquele Kurt Hummel? – o rapaz assentiu. – Olha, eu estou super feliz por você, mas...

- Eu ia dizer que ele é agente da srta. Berry.

O carro fez um curva que quase fez com que a loira caísse.

- Calma! Você quer dizer que...

Os dois homens assentiram.

- Caralho... Por essa eu não esperava.

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- Tudo bem. Conseguimos chegar até aqui sem problemas. O difícil vai ser nós sairmos.

- Kurt, se aclama, tá? – disse a morena. – Vai dar tudo certo...

- E como foi esse seu primeiro contato com a Quinn? Você não pareceu ter a visto pela primeira vez lá no carro...

- Nos encontramos na festa antes de virmos para cá. E você e o agente dela? – o garoto corou. – Nem tente esconder, eu senti a tensão sexual entre vocês.

- Bem, eu conheci o tal de Blaine Anderson...

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- Vocês não conversaram no caminho para cá.

- E...

Quinn saiu de seu banheiro, já vestindo uma calça jeans e um moletom. O vestido estava pendurado no closet.

- Ela já se trocou? – perguntou a loira.

- Eu fiquei aqui o tempo todo.

- Pergunte ao seu namorado, Blainers!

- Eu te odeio, Lucy... – falou com uma leve risada.

- Me odeia nada! Você me ama! – ela também riu. – E é por isso que você cuida de mim!

O homem apenas sorriu e levantou-se, pegando o celular e encaminhando-se para a porta.

- Vamos? Você é a dona da casa, tem que estar antes dela.

A mulher caminhou até ele e saíram do quarto. Sentaram-se no sofá da sala e aguardaram.

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- Quer ficar aqui?

A morena virou-se para o homem, assustada.

- Por quê?

- Você não parece estar confortável com a Quinn...

- Não, eu estou bem. Sério.

- Mas...

- Eu ainda não me acostumei com o fato de eu estar apaixonada por uma garota...

- Apaixonada?

- São necessários menos de dez segundos para se apaixonar por alguém, Kurt. Quando eu a vi... O mundo pareceu parar.

- Eu sei, Rach. Lembre-se que eu também estou passando por isso.

- Mas você sempre soube que foi gay, Kurt. Eu até pouco tempo atrás namorava o Finn! Eu nunca me senti atraída por garotas! Esse é o maior problema... Mas, ao mesmo tempo, a presença dela me tranquiliza... Eu fico feliz perto dela.

- Que uma dica de amigo? Não lute contra o inevitável, Rach...

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Já faziam alguns minutos que Quinn e Blaine estavam sentados no sofá da sala quando Rachel e Kurt entraram. O ambiente pareceu se aquecer no instante em que o contato visual entre as duas mulheres foi firmado.

O amor delas não era como os outros. Elas não sabiam, mas o que elas sentiram no banheiro uma hora e meia antes não era normal. Aquela conexão entre elas era diferente, especial.

- Então... – Kurt tentou quebrar o gelo. – A situação aqui é estranha para todos nós, mas eu acho que temos algumas coisas para tratar aqui.

- Sim. Até agora não tocaram muito no assunto comigo, já que pedi um pouco de privacidade – falou Rachel. – Mas eu acho que isso não vai durar muito.

- Vão começar a surgir rumores. Isso pode não ser muito bom para a sua imagem – disse Kurt novamente.

- Vocês pretendem fazer o que, então? – perguntou Blaine. – Lucy é bem fechada em relação a este lado de sua vida pessoal. A imprensa já parou de fazer estardalhaço em relação à marca dela.

- Acho que temos duas opções: ir em partes ou jogar tudo de uma vez – completou o outro homem. – Isso vai depender de vocês duas.

As duas mulheres se encararam.

- Bom – falou Quinn, voltando-se para os dois homens. – Eu já sou abertamente gay, então, para mim, o que for melhor para a Rach está bom para mim – ela percebeu então suas palavras e corou. – Rachel. O que for melhor para a Rachel está bom para mim.

Todos dirigiram seu olhar para a morena. Ela fechou os olhos, respirou fundo e disse:

- Kurt, você consegue marcar uma coletiva de imprensa para mim na segunda de manhã? – abriu os olhos. – Vamos por partes.