Soul Mates escrita por Clara Berry Fabray


Capítulo 2
[02]


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, ainda tentando introduzir vocês a esse mundo. Desculpem ter demorado tanto para postar. Fui viajar fim de semana passado e tive alguns problemas durante a semana. Sem mais delongas, o capítulo.



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[02]

O celular de Kurt começou a tocar em cima da mesa da sala de Rachel. O choque inicial da morena já havia passado – ao menos ele achava. Ela estava trancada em seu quarto há algumas horas.

- Alô? – falou ao atender, esquecendo-se de toda a formalidade.

“Ah... Com quem falo?”

- Com que gostaria?

“Eu gostaria de falar com o representante de Rachel Berry, por favor?”

- É ele – disse massageando as têmporas.

“Meu nome é Blaine Anderson, eu sou agente da senhorita Quinn Fabray...”

O homem demorou alguns instantes para processar a informação. Ele estava falando com a sua alma gêmea no telefone. E ele trabalhava para a alma gêmea de sua cliente/melhor amiga.

“Puta merda, o mundo tem que ser tão pequeno?”, pensou. Ficou algum tempo em silêncio e então lembrou-se que estava no telefone com sua alma gêmea. Não que o homem do outro lado da linha soubesse disso.

- Ah, certo.

“Com o recente ocorrido, acho melhor discutirmos alguns termos sobre como será a interação entre as duas na mídia...”

- O senhor poderia esperar um segundo para eu passar esse tópico para a minha cliente?

“Claro...”

Kurt colocou-o na espera e levantou-se. Andou até o quarto da amiga e bateu na porta.

- Estou entrando. É melhor que esteja vestida.

Abriu a porta e entrou no quarto. Rachel estava deitada na cama, com seu notebook aberto em sua frente.

- Ela é bem bonita, sabe? – falou sem olhá-lo. – Os olhos dela...

- Depois conversamos sobre isso. Primeiro: a Teen Vogue estará aqui em uma hora e meia. Você tem que se arrumar. Segundo: eu estou com o agente da Quinn na linha. Ele quer saber como vamos tratar tudo isso.

A morena encarou-o e levantou-se, andando até seu closet.

- O que você acha que eu devo fazer? – perguntou, de dentro do local.

- Por enquanto? – ela colocou a cabeça para fora e assentiu. – Vamos manter tudo por baixo do tapete. Vamos marcar um dia para nos encontrarmos e ver como tudo vai se desenrolar...

- Ok – colocou um conjunto cinza chumbo na frente do corpo e olhou para o amigo.

- Coloque uma blusa branca por baixo – disse saindo do quarto. – E use com o sapato vermelho!

.

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- Certo. Entendo perfeitamente. Nos veremos em breve então.

Quinn voltou à sala e sentou-se ao lado do agente.

- E então?

- Concordamos em manter tudo em segredo por enquanto. Semana que vem vocês duas têm um evento em comum. Depois da After-Party iremos para o seu apartamento em LA e conversaremos sobre tudo. Você vai sair primeiro. Eu e o representante dela estaremos esperando no carro. Daremos a volta no quarteirão e pegaremos ela.

- Tudo bem. O que temos para hoje?

- Às 13:30 você tem uma entrevista na MSK FM para a divulgação do novo single e para falar um pouco sobre o álbum. À noite você vai se apresentar no ”So You Think You Can Dance”.

- Temos tempo, então?

- Não. Na verdade, estamos bem em cima da hora. Você vai tirar esse negócio rosa do cabelo. Você tem exatamente – ele olhou no relógio. – Quinze minutos para colocar uma roupa adequada para a situação.

- E com adequada você quer dizer...

- Nada muito curto e/ou decotado. Nada muito preto. Maquiagem leve. Já deu dessa sua fase, não?

- Não é uma fase, Blaine.

- Você nunca foi assim. De alguns meses para cá você começou a mudar, Lucy.

- Quem disse que eu realmente era daquele jeito? E meu nome é Quinn.

- Viu! Quinn era só um nome artístico... Lucy, eu sou seu amigo desde que éramos pequenos. Eu te conheço.

.

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- Diretamente de Los Angeles, estamos aqui, no novo apartamento de Rachel Berry – a mulher falou para a câmera. – E, obviamente, não poderíamos deixar de falar com ela! Bom dia, Rachel!

A câmera virou-se para a morena e ela sorriu.

- Bom dia, Martha! Como você está?

- Estou ótima, e você? Soube que hoje é aniversário de alguém...

- Pois é – riu suavemente. – Estou bem sim, mas começando a sentir o peso da idade – brincou.

- Imagina! Vinte e um anos não é idade para “sentir o peso da idade” – a mulher também riu. – Agora, nos conte um pouco mais sobre seu novo projeto.

- Bem, eu não posso contar muita coisa, mas eu posso te adiantar que vai ser uma super produção. Nenhuma adaptação de musical para o cinema foi feita dessa maneira.

- Certo... E seus companheiros de elenco?

- Jesse St. James era meu melhor amigo na época da escola, sempre pegávamos os papéis principais nas montagens do nosso grupo de teatro – riu mais uma vez. – Também estou muito ansiosa por trabalhar com April novamente.

- Você não se preocupa com os rumores do problema com álcool da senhorita Rhodes?

- Já trabalhei com ela na Broadway uma vez. Ela é muito dedicada ao que faz, então...

- Certo... E como está sendo essa mudança de uma costa para a outra? Sente saudades de New York?

- Difícil... Eu sou muito apaixonada por New York. É minha casa, sabe? Mas LA está sendo uma surpresa, uma surpresa boa! Está se mostrando bem diferente do que eu esperava.

A mulher fez algumas outras perguntas. Kurt estava em pé no canto da sala, apenas observando.

- Agora, a pergunta que todos esperam... Hoje você completa vinte e um anos... De quem é o nome escondido em baixo dessa pulseira?

A morena deu um olhar rápido para o amigo, que apenas assentiu de leve.

- Ah, você sabe... – ela riu. – Fazer um mistério é sempre bom, não?

- Nenhuma pista para nós?

- Posso só dizer que não é meu ex-namorado!

Ambas riram. A entrevistadora fez algumas perguntas rápidas, sempre mantendo o clima de descontração.

- Um último recado para seus fãs?

- Oi pessoal! Aqui é Rachel Berry. Nunca desistam de seus sonhos, eles são a coisa mais preciosa que vocês têm. Ah, e não percam meu primeiro filme, Wicked, nos cinemas em dezembro de 2014!

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- É isso aí, pessoal! Vocês acabaram de ouvir Christina Perry, com seu sucesso, A Thousand Years. E agora, uma surpresa muito especial para vocês, ouvintes. Aqui do meu lado, está ninguém mais, ninguém menos que Quinn Fabray, que aliás, resolveu mudar o cabelo – o homem riu. – Fico ótimo, Quinn.

- Ah, obrigada, John! Achei que já estava na hora de uma mudança.

- Mudança que veio totalmente a calhar com a nova música, não?

- Talvez... – a loira riu.

- E é sobre isso que vamos falar aqui hoje, não? A sua nova música... É bem diferente do estilo que você seguiu no seu álbum de estreia. Por que essa mudança tão radical?

- Não é uma mudança. Eu só escolhi uma música específica para começar a divulgação do meu novo trabalho. O álbum vai manter mais ou menos o mesmo estilo do outro, mas tem algumas músicas como essa. Músicas mais pessoais.

- E por que essa música, já que você disse que queria uma coisa específica?

- Eu queria que as pessoas se identificassem com a música. Todos já se sentiram para baixo alguma vez. Eu já passei por isso. Queria que essa música fosse daquele tipo que ajuda as pessoas a se recuperarem...

- Certo... Eu escutei por aí que essa é apenas uma das muitas faixas do álbum que você mesma compôs. Confirma?

- Confirmadíssimo. Mesmo tendo músicas mais dançantes, o álbum continua sendo bem pessoal. Das treze músicas, eu escrevi e co-escrevi nove.

- Muito bem! Então essa foi Quinn Fabray, pessoal! Fiquem agora com seu mais novo hit, Believe in Me.

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- Lucy, você está linda.

- Obrigada, Blainers – disse ajeitando o vestido.

- Lembre-se, você sai à meia-noite, pontualmente. E sóbria, por favor, Lucy... Temos muito o que conversar.

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Rachel conversava com uma amiga perto do bar. Ficava checando a hora no celular a cada cinco minutos.

- Rach, está tudo bem? Você não para de olhar para o celular...

- Tudo bem, Tina. Estou só um pouco apertada de horário.

- Num sábado à noite?

- Teoricamente já é quase domingo. Além disso, tenho uma reunião amanhã cedo com o diretor do filme.

- Quando começam as filmagens?

- Duas semanas... – a morena levantou-se. – Vou ao banheiro, já volto.

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- Ok, cinco minutos – disse a loira para si mesma, olhando o relógio. – Tenho que tirar essa cara de bêbada do rosto.

Foi até o banheiro, tentando não esbarrar em ninguém durante o percurso. Não estava bêbada, apenas um pouco alta. Blaine iria brigar com ela mesmo assim. Ao abrir a porta do banheiro, acabou batendo em alguém.

- Nossa, eu sinto muito! – falou.

- Não, não tem problema.

A porta abriu-se por completo e o coração de Quinn parou de bater por alguns segundos.

- Oi... – disse, encarando a mulher em sua frente.

Ela levantou a cabeça e os olhos de Quinn encontraram com os seus. Os corações de ambas começaram a bater acelerados. As pupilas dilataram. As palmas das mãos começaram a ficar suadas.

“Então é assim que é ficar realmente apaixonada...”, a loira pensou.

Foi como se o mundo delas parasse de existir por algum tempo.


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Notas finais do capítulo

E... É isso. No próximo capítulo já vamos ter um pouco mais de interação entre as duas, então... Não deixem de comentar!