PDV Ryan

Eu e Luna estávamos no maior clima, eu poderia muito bem transar com ela e depois agir como se nunca tivéssemos nos aproximado novamente. Eu ganharia a aposta e minha grana, estaria livre para ficar com quem eu quiser, mas... Será que eu quero essa vida de ‘pegador’ novamente? A Luna de alguma maneira me mudo, ela me fez enxergar as coisas de outra forma.

Parei de beijá-la e comecei a observá-la. Eu to iludindo ela, to mentindo. Eu quero contar sobre a aposta, mas tenho certeza que depois que eu contar ela ira me odiar pelo resto da vida, nunca mais vai olhar na minha cara, e tenho quase certeza de que vai fazer alguma idiotice.

-Ei que foi? –ela perguntou tirando-me dos meus pensamentos nada agradáveis.

-Eu fiz uma coisa muito ruim Lu....  –comecei a dizer, sai de cima dela e me sentei na cama um pouco longe dela.

-O que você fez? –ela perguntou me abraçando por trás. Afastei-me dela incomodado. Droga eu to iludindo ela, to me iludindo. Ela fez uma cara como se não entendesse meu afastamento.

-Ry...

-Não Lu... Eu não sou o cara pra você. –falei bem próximo a ela, segurei seu rosto nas mãos e fitei seus olhos cinzentos confusos.

-Que? Ry você vai me deixar? –ela disse com olhos enchendo de água. Senti um aperto no coração de verdade. Eu queria muito contar pra ela sobre a aposta, mas eu sabia que se contasse ela ficaria furiosa.

-Não Lu... –respondi rapidamente. –Nunca. –falei e lhe dei um beijo demorado na boca.

-Promete?

-Prometo Lu. –falei olhando em seus olhos cheios de lagrimas. Limpei-as, depois a abracei, bem forte, como se meu mundo girasse em torno dela, como se eu dependesse dela para viver. Acho que to me apaixonando.

PDV Luna.

Ryan ficou estranho comigo do nada. Ele vai me deixar eu sei disso. Ele só queria diversão e desde o começo eu já sabia, eu que fui tola em me iludir com ele, achando que ele gostava de mim sabe, nem por pouquinho que fosse o que ele sente ou sentia ou finge que sente por mim.

Ele estava me abraçando de um jeito estranho também, não sei explicar, mas era numa intensidade diferente.

-Ry o que houve? O que você tem? –sussurrei ainda abraçando-o, senti que as lagrimas começaram a cair.

-Só me abraça Lu... –não tava entendo mais nada, mas o abracei ainda mais forte.

Ficamos assim por longos minutos, fui a primeira a desfazer nosso contato, olhei nos olhos cinzentos de Ryan e vi que estava um pouco inchado, ele tentou disfarçar sorrindo e dando um beijo no canto da minha boca, ele conseguiu me distrair mais eu sabia que ele havia chorado um pouco. Ele começou a me deitar na cama novamente, quando estávamos já deitados ele deu aquele sorriso de que vai aprontar...

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele começou a fazer cócegas em mim.

-Ry... Para... –gritava pra ele me contorcendo quase sem ar, ele ria feito uma criança, do meu sofrimento.

-Vai me matar Ry... PARA!! –ele parou, mas continuou rindo, fiquei deitada tentando recuperar o fôlego, quando já estava mais ou menos bem, me sentei na cama de frente a Ryan e o olhei seria, embora quisesse cair na gargalhada.

-Oh fico bravinha. –ele disse parando de rir, e fazendo uma voz super gay, meu deus. Ele veio e começou e brincar com minha boca.

-Para Ry to tentando ficar brava com você. –falei e fechei a cara de novo. Ele deu risada e me puxou para seu colo. Ele segurou meu rosto em suas mãos e me beijou lógico que retribui seu beijo, mas assim que nos separamos fechei a cara novamente.

-Lu... –ele disse fazendo biquinho.

-Awn vem aqui seu besta. –eu disse e o puxei para mais perto de mim, colando nossas bocas novamente.

Ficamos nos agarrando por um tempo, até que me levantei e o puxei para fora do quarto, descemos as escadas e voltamos a dançar, ou melhor, nos agarrar em publico. Nossa noite seria muito longa.

~”~

Eu acabei dormindo na casa de Daniel junto com Ryan, até por que estávamos bêbados de mais para voltar para nossas casas. Eu e Ryan estávamos tão grogues que caímos na cama e dormimos.

Acordei ainda grogue e com uma dor de cabeça infernal. Ryan estava com a cabeça em minha barriga e a perna sobre a minha. Comecei a mexer em seu cabelo carinhosamente. Fiquei fazendo isso por alguns minutos, ele começou a se mexer.

-Ei... –sussurrei para ele, ele levantou o olhar e sorriu.

-Ei... –repetiu, ele subiu em cima de mim e me beijou, nossa ainda gostinho de vodka.

-Sua boca ainda ta com gosto de vodka. –sussurrei entre beijos para ele que deu risada.

-Ta gostoso?

-Muito - falei e voltei a beijá-lo.

Quando saímos dali, tive que levar Ryan na casa dele, por que a princesa havia vindo de carona com Logan. Uh falando nele, isso me lembra Alice que estava aos beijos e muito mais com ele. Que danadinha.

Levar Ryan teve uma vantagem boa, eu descobri onde ele mora, e que por incrível coincidência é na rua de trás de minha casa, por isso ele vive lá. Outro danadinho.

Assim que o deixei em sua casa fui para a minha, nossa estou exausta. Deixei meu carro na rua mesmo só para não fazer barulho na garagem e meus pais descobrirem a hora que cheguei, apesar deles nunca se importarem comigo não é bom correr o risco de hoje eles estarem ‘carinhosos’ comigo. Abri a porta principal bem de vagar e a fechei mais de vagar ainda, olhei em volta e não vi ninguém, então fui em direção a escada silenciosamente rápida.

-Luna! –droga, meu pai me gritou, encolhi os ombros e fiquei parada sem dizer nada esperando que ninguém aparece-se, mas me enganei, meu pai e minha mãe apareceram na sala, meu pai segurava um envelope amarelo e havia algumas fotos, eu acho, em sua mão, ele parecia furioso, enquanto minha mãe não demonstrava nenhuma emoção.

-Oii... –disse com cautela olhando-os. Meu pai jogou o que segurava em meu rosto, pensei em reclamar mais ele foi mais rápido.

-O que é isso? –não entendi o que ele quis dizer até ver as fotos. Droga, era as fotos da festa de ontem, minha e do Ryan em diversos momentos, dançando, bebendo e até nos beijando.

-Como...? –comecei a dizer, mas ele me interrompeu

-Eu não ti criei para ser uma vadia garota. –ele gritou para mim. Meu próprio pai me chamando de vadia?

-Vadia? Você ta me chamando de vadia isso mesmo? –gritei de volta achando um pouco de graça.

-É isso o que você é não é? Olha pra essas fotos Luna. Bebendo e se agarrando com um garoto qualquer.

-Ele não é um garoto qualquer.

-Vai defender seu peguete? –ele gritou novamente, eu estava me segurando para não chorar ou sair dali e ficar o resto da vida no quarto.

-Ti demos tudo Luna. Você tem tudo o que você quer. Custa ser uma boa filha?

-Ah então eu não sou uma boa filha? –zombei. –Você tem razão vocês me deram tudo, menos uma coisa. Carinho, amor. Vocês nunca se importaram comigo, o trabalho é sempre em primeiro lugar, vocês nem conversam comigo, não se interessam pela minha vida. Ai vem um idiota tira fotos minhas, mandam para vocês e em vez de vocês quererem saber quem mandou a droga das fotos, vocês vêm e me chamam de vadia. –não agüentei, gritei tudo isso para eles, eles me olhavam com espanto, quando terminei de falar as lagrimas já rolavam por meu rosto. Meu pai veio e ficou na minha frente.

-Pensei que tinha ti dando um pouco de educação, mas me enganei. –ele disse baixinho.

-Vocês não estão nem ai pra mim só ligam para... –antes que pudesse terminar a frase ele me deu um tapa bem forte no meu rosto, me apoiei no corrimão para não cair. Ele não fez isso. Mais lagrimas começaram a cair, o lugar onde ele havia batido agora ardia, aposto que ta vermelho. Olhei para ele sem acreditar no que ele havia acabado de fazer.

-John...-minha mãe começou a dizer com os olhos arregalados, olhei para ele que também estava com a mesma expressão.

-Lu...

-Você me chama de vadia, me da um tapa, fala um monte de mim sem nem ao menos saber por tudo que eu passo todos os dias. –gritei e sai correndo, ouvi eles me chamarem, mas não dei atenção, entrei em meu jeep, ainda bem que não o coloquei na garagem. Dei partida e sai dali a toda velocidade, queria ficar longe deles, também queria pensar sobre o que aconteceu. Que vida mais perfeita.

Eu ainda estava chorando, como ele pode fazer isso comigo? Meu próprio pai me deu um tapa na cara, como ele pode. Não conseguia mais controlar minhas lagrimas, eu estava dirigindo muito rápido também, não sabia para onde estava indo, mas quanto mais longe melhor. Meu celular começou a tocar na bolsa da festa que estava no carro, tirei-o de dentro e olhei: Pai. Vai sonhando que vou ti atender depois do que você me fez. Eu estava tão irritada que joguei o celular no chão do carro, comecei a chorar ainda mais, a bater no volante do carro, estava tão nervosa que nem me dei conta que havia saído da pista, e estava na contra mão. Estava vindo outro carro, tentei desviar, mas o carro acabou derrapando na pista, e acabou capotando. Não consegui registrar muita coisa, só senti meu rosto batendo contra o vidro do carro... Aos poucos fui perdendo o sentido das coisas. Ouvi pessoas começarem a gritar... Vi uma moça se aproximar de mim, ela dizia alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir... Não estava mais conseguindo registrar muitas coisas... Aos poucos a escuridão foi me tomando até eu apagar de vez.