Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 41
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Hey gente *-*
Conseguir postar mais um capítulo
sem demorar UHUUU rsrsrsr
Esse é um capítulo para começar
a tapar buracos na estória, não
quero que ela fique com furos :P



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Quase não conseguir pregar os olhos esta noite. Isso de fato está me preocupando de mais, tenho problemas realmente sérios, acho que se eu começar a resolver ordenadamente e objetivamente cada detalhe, conseguirei me livrar de todos. Meu foco no momento é manter a calma, cada vez que tento sair dessa areia movediça mais afundo.

Me encaro no espelho. Abaixo de meus redondos e cansados olhos azuis, podia-se ver sem nenhuma dificuldade uma parte sobressaltada de pele arroxeadas, quase azuladas. Sim, as bolsas em meus olhos são horríveis, mas não chega a ser pior que a devasta escuridão das olheiras. Se eu for comparar essa coisa horripilante a algo, posso dizer que, meus olhos estão tão feios quanto a maquiagem dos zumbis do filme, meu namorado é um zumbi.

Após um banho relaxante, levanto meus dourados cabelos num coque enquanto escolho algumas roupas. Hoje definitivamente, é o dia em que meu "pai" irá falar com o diretor. Espero de verdade que o ator que contratei seja suficientemente profissional, até porque o cara é caro. Sem contar que finalmente está próximo do dia do grande baile das rosas, minha expectativa para ser coroada princesa está em alta. Quer dizer, eu sou popular, linda, tenho boas notas, tento ser legal com todo mundo, bem, quase todo mundo. Enfim, tenho grandes chances.

Cobri minhas terríveis olheiras com a clássica e perfeita maquiagem, coloquei uma saia amarela que vai até um pouco acima dos joelhos, uma blusa preta de mangas cumpridas e sem decote, calcei uma recém comprada botina com a cor da blusa, uma echarpe branca e uma bolsa negra com detalhes dourados. Dei um beijo na testa de meu pai, que mais uma vez não olhou para minha face e pus os óculos escuros.

Sou Daniella Rindley e não importa em quantos problemas eu possa estar metida, nunca descerei do salto.

*--*--*--*--*

Três quadras antes da escola, eu estava parada a frente de uma parada de ônibus. Faltam alguns minutos para a escola abrir e como prometido ao diretor Haver, "meu pai" estará lá. Ao julgar o tempo que quase ninguém ver meu pai, ninguém poderá descobrir minha farsa. A circulação de pessoas nesta região é bem movimentada a essa hora da manhã, muitos enquanto passavam me encaravam. alguns caras de terno, outras mulheres com clássicos vestidos de donas de casa e muitas crianças acompanhadas de suas mães.

É errado admitir, mas não fazer isso pode me faz hipócrita. Eu sinto inveja dessas crianças, todas felizes com suas mães. Eu já tive isso, até os doze anos. Se minha mãe ainda estivesse viva eu seria uma pessoa melhor, quer dizer, talvez não seria uma garota tão manipuladora, mentirosa, egoísta, fútil. Sim, eu me considero tudo de ruim que possa existir em alguma pessoa.

— Você não estava brincando quando disse que estaria me esperando muito cedo. — Ouvi a voz do ator. Limpei rápido as lágrimas que escorriam em minhas bochechas, enquanto eu tinha descontrolados flashbacks de quando eu era criança e feliz.

— Eu não brinco quando envolvo dinheiro senhor. — Falei séria apertando sua mão.

— Você está muito linda filha. — Ele me elogia.

— O senhor não está nada mal. — Rebati com outro rápido elogio, que não era mentira, de fato o ator estava a caráter. Ele parecia muito meu pai em seus melhores dias. Usa roupas sociais descoladas com cores neutras, quase sempre cinza e sapatos de couro pretos. O ator também havia aparado um pouco a barba e usava uma colônia descente. — Pelo visto concordou com a contia que te pagarei. — Sorri.

— Como não concordar? — Ele curvou seu braço direito em minha direção e eu pus minha mão esquerda no meio. — Você está pagando um valor realmente significativo, a outra metade depois do serviço?

— Como o combinado. — Afirmei enquanto andávamos sobre as acinzentadas calçadas.

Andamos alguns minutos até chegarmos a frente da escola. Onde afastei nossos braços, quero que pensem que ele é meu pai e não um namorado pedófilo.

— Qual o seu nome? — Perguntei sorrindo enquanto andávamos até a porta de entrada. Enquanto eu perguntava, mostrava meus branquíssimos dentes e dava tchauzinho as pessoas que se aproximavam para me cumprimentar.

— Poul Rindley. — Ele respondeu quase sem mover a boca.

— Quantos anos tem sua querida filha?

— Dezesseis.

— Com o que você trabalha? — Perguntei enquanto subíamos alguns degraus.

— Sou criador de eventos, crio qualquer tipo de eventos desde festinhas de quintal a mega shows. — Ele sorrir.

— É, você leu o pequeno texto que deixei dentro da bolsa, junto ao dinheiro.

— O que posso dizer? Sou profissional. — Sorrimos.

Não perdemos muito tempo, assim que entramos na escola fomos direto a sala do diretor. Dei algumas batidas na porta e uma ordem para entrar foi dita, pela parte de dentro da sala.

— Bom dia senhorita Rindley — Ele diz enquanto meche em alguns papéis. — em que posso lhe ajudar?

— Como o senhor pediu Sr Haver, aqui está meu pai. — Ao terminar de falar o Poul impostor entra na sala. O diretor Haver se levanta e aperta a mão do ator, enquanto eu estava quase cuspindo meu coração pela boca de tão nervosa.

— É um prazer finalmente conhecê-lo senhor Rindley.

— O meu também, — diz o ator — minha filha tem falado de como é bom estudar aqui e o quanto o senhor é um bom, educado e generoso diretor.

— Uh. Ela tem? — O diretor dá um sorriso confiante — Queiram se sentar por favor. Aceitam algum café? Alguma coisa?

— O senhor teria uísque? — O ator pergunta. O olhei desconfiada e o diretor lhe olhou boquiaberto. Pisei no pé do "meu pai" e ele se corrigiu — Claro que é uma brincadeira. — Ele deu uma gargalhada e o Senhor Haver o acompanhou.

— Bem. — O diretor senta em sua cadeira a nossa frente — Chamei o senhor aqui, pois preciso conhecer os pais de meus alunos e bem, como consta em nossos dados, fazem quatro anos que o senhor não tem comparecido ao encontro de pais e mestres, ou eventos específicos onde pais precisam comparecer. Ao julgar que a quatro anos, sua mulher com todo respeito, faleceu. O senhor deveria vir mais a escola entende? — Enquanto o diretor falava minha garganta parecia mais seca, minhas mãos estavam suando e sim, estou com os nervos a flor da pele.

— Como sabe Senhor haver, minha mulher faleceu a muito tempo. Ela me ajudava bastante com as despesas da casa como também era uma excelente e presente mãe. — Nossa ele realmente parece um pai. — E como tenho que sustentar minha filha sozinho, não tenho muito tempo a vir para escola.

— Entendo pelo que você possa estar passando, a Daniella é uma incrível e dedicada aluna, uma de nossas melhores por sinal. Mas a ausência dos pais dela, incomoda um pouco sua conduta e responsabilidade como pai. — O diretor disse enquanto segurava uma de suas pequenas estátuas de corvo.

— O senhor está se ouvindo Senhor Haver? — Diz o ator — Minha filha é uma excelente aluna, o que por sinal significa que não tenho falhado como um pai presente. Independente de minha ausência na escola, minha presença em casa é o que de fato está contanto. Entendo sua preocupação como um respeitado e bom profissional que você é, mas a Dani não é uma real preocupação. O senhor deveria gastar sua energia e tempo com alunos que realmente precisem disso.

— O senhor, o senhor não estar entendendo... — O diretor estava um pouco tempo mas se calou, enquanto o Poul falso, continuara a falar.

— Agradeço sua preocupação com minha filha, de verdade, obrigado. Posso não ter o tempo adequado, mas sei que posso contar com o senhor certo?

— Cl-claro senhor Rindley, mas...

— Como disse, muito obrigado. A Dani continuará a me manter informado de tudo que acontece na vida escolar, como sempre fez, não é filha?

— Sempre papai. — Sorri lhe abraçando, dando a entender que meu suposto pai, estava a par de tudo que acontecia comigo.

— Sendo assim, obrigado por aparecer Senhor Rindley. — Agradece o diretor. — Por favor, só compareça mais a escola. — Diz o senhor Haver com um sorriso um pouco constrangido.

— Assim que puder diretor Haver, assim que puder. — O ator disse e saímos da sala.

Incrível! O ator realmente conseguiu enrolar o diretor. Saímos da escola e fomos a uma rua abandonada um pouco longe da escola.

— parabéns você conseguiu enganá-lo. Ao menos vai tirar ele do meu pé por um tempo. — Eu disse enquanto lhe entrego um pequeno envelope com a outra parte.

— Você é uma garota inteligente para sua idade. — O ator afirma — Por que contratar um alguém para se passar pelo seu pai?

— Bem, isso é um problema meu.

— Só quero dizer que, qual tipo de pai deixa a filha sozinha quatro anos? E agora sabendo que você não tem mãe e só tem apenas dezesseis anos, o quebra-cabeça da sua vida me parece algo sombrio, solitário. Algo que muitos não suportariam. — Enquanto ele dizia essas coisas eu queria chorar e correr pra abraçar alguém em que eu confie, mas ao invés disso, forcei minhas lágrimas a não saírem e fiquei firme de pé.

— Como disse, é um problema meu.

— Quer saber? — O falso Poul diz sério — Fique com esse dinheiro. — Franzi a testa.

— Não. Nosso acordo também vale pelo seu silêncio e não só pela atuação, por isso estou pagando caro.

— Não se preocupe, não contarei nada a ninguém. — O ator que se passou pelo meu pai se virou — Você deve precisar desse dinheiro muito mais do que eu. — Enquanto ele se afastava, as lágrimas indesejadas deslisavam quentes sobre minhas bochechas.

*--Williams--*

— Olha o que aconteceu comigo. — Coloquei minha negra mão a frente do rosto dela.

— Como eu poderia saber que você não apertaria a mão de alguém e sim de um clone de lama? — Por pior que eu queira admitir Sabrina está certa, eu fui um idiota em cair nessa.

— O que vamos fazer? — Perguntei, sentando no chão me encostando em um poste atrás de nossa escola.

— Você ainda tem a outra mão. — Ela diz.

— Está sugerindo, que eu coloque esse simbolo novamente em minha outra mão?

— Estou. — Sabrina afirma enquanto se abaixa a minha frente, ela me olha direto nos meus olhos. — Querido, — Sinto sua delicada mão alisar meu rosto de uma jeito quente e suave. — assim que você mudar de corpo, tudo voltará ao normal. Mas você precisa achar o momento certo para apertar a mão de alguém.

— Não é só a mão de alguém, quero o corpo do Erick. — Falei frustrado.

— Não creio que seja possível.

— Como assim? — Perguntei — Sou um guerreiro das trevas, tenho poder suficiente para tal ato.

— Olhe para si mesmo Allan, — Ela se afasta — você não tem poder mágico nem mesmo para levitar uma folha seca, quanto mais possuir um corpo tão poderoso. Acha que as trevas no corpo daquele garoto vai te deixar tomar conta do que é dela?

— Não, não acho. — Admiti confuso — Então quem eu poderia tomar o corpo? O jhonatan tem o símbolo escudo das almas, não conheço nenhum outro bom bruxo da nova era. Certo que ainda tem os outros casulos, mas nenhum me chamou atenção.

— Tem certeza? — Sabrina pergunta inquieta.

— O que quer dizer?

— E a garota que te impediu de matá-la, você disse que ela pareceu bem poderosa.

— A bruxa do ar? Interessante. Mas, não quero um corpo feminino. — Reclamei.

— Ótima hora para você ser infantil. — Diz Sabrina irritada.

— Tenho meus princípios e ser mulher, não é uma possibilidade.

— Tudo bem, então faremos a marca em você o quanto antes.

— Mas e se eu apertar a mão de alguém indesejado?

— Allan, provavelmente você precisará usar uma luva para esconder sua negra e pobre mão carbonizada, usando uma luva na outra mão, mesmo que você aperte a mão de alguém indesejado, o efeito do simbolo não irá funcionar. — Sabrina sorrir enquanto explica.

— Isso parece funcionar bem. Então é isso, guardarei o momento certo para roubar o corpo de algum bruxo.

— Allan. Estou com você nessa. — Afirma Sabrina confiante, o que é ótimo. Nem sei mais o que eu realmente quero, a única coisa que penso é me vingar desses casulos idiotas. — Eu nunca trairia você. — Isso era o que Charlote me dizia antes de tudo acontecer. Sabrina e eu saímos do local e fomos direto colocar outro simbolo e dessa vez eu juro, sairei deste corpo infame do Allan e conseguirei um corpo bruxo descente.

*--Hospital--*

— O que? — Gabriel Soliver pergunta tenso e surpreso ainda deitado em um dos leitos do hospital.

— Isso mesmo que você ouviu meu caro. — Diz Marcus Kefrer lhe encarando friamente. — Williams David está por aí, livremente. E alguma coisa me diz que nosso casulo negro sabe de tudo, junto com minha neta e o amiguinho deles.

— Mas como você pode ter certeza? — Pergunta o sacerdote ainda fragilizado, sua saúde ainda não está nem de longe boa, desde que perdera uma de suas sombras.

— Uma de minhas fontes conseguiu esta informação, obviamente ela não sabe muito sobre o caso, mas está descobrindo o quanto pode. — Disse o ancião sentando em uma das poltronas de visita.

— Temos que impedi-lo de alguma forma. — Esbraveja o sacerdote preocupado.

— Sinceramente, este não é o problema.

— Como? — Pergunta o Gabriel.

— Conheço minha neta, essa hora ela já convenceu seus casulos e o amigo dela, o Jhonatan, a criarem um ritual que mande o Williams para outra dimensão. — Kefrer parecia orgulhoso, mas ao mesmo tempo desapontado.

— Isso é uma coisa boa, não? — Soliver não entendera muito as intensões do ancião, o mesmo tem mais medo do velho sentado a sua frente, do que muitos por aí.

— Sabe que tipo de poder incrível, pode conter um bellator tenebrae? — O velho ancião se levanta, enche um copo com água de uma jarra perto de ambos. — mandar uma criatura dessas para outra dimensão é quase uma heresia.

— Não entendo onde o senhor quer chegar. — Gabriel limpa a garganta.

— Ser um guerreiro das trevas senhor Soliver, é um dos máximos pontos onde nós bruxos podemos chegar. Sermos quase deuses, é disso que estou falando. Somos de uma raça superior, claro, somos minoria, mas somos superiores a raça humana. — Diz o velho ancião, enquanto a água no copo em que segurava, ficava vermelho e denso como sangue.

— Guerreiro das Trevas, — o senhor Soliver refletiu essas palavras ditas — não concordo com suas palavras. — Admite o bruxo deitado no leito.

— Como se suas palavras valessem de algo. — Cuspiu o ancião, como se Gabriel não passasse de um inseto.

— Toda e qualquer forma de vida merece ser respeitada, não creio que nenhuma ser vivo possa ser submisso a outro, não de um jeito maldoso e egoísta. Claro nossa espécie é mais poderosa, mas ainda sim devemos respeitos.— Rosna Soliver revoltado com as palavras grosseiras de Marcus Kefrer.

— É mesmo professor? — Repele o ancião de um jeito desafiador — Os humanos se escravizarão por questões raciais, se mataram e sacrificaram muitos de nós, por questões religiosas, devastam tudo que tocam por tecnologia, sem se importar qual tipo de ser, sendo ele vegetal ou animal eles poderão matar.

— Sim Kefrer, muitos deles erraram e ainda erram, mas não podemos generalizar. muitos de nós já cometemos atrocidades, como sacrificar pessoas para termos uma agricultura abundante, ou afogar multidões para termos uma pesca infalível. Também somos errados. Sim, eu acredito que não precisamos nos esconder e ter nosso lugar no mundo, mas ninguém precisa de fato morrer por isso. — Resmunga Gabriel cansado.

— Você mudou bastante de um tempo para cá,— Admite Marcus encarando o sacerdote com um sorriso maldoso — enfim, não espero que concorde ou entenda. Meus planos vão além de sua compreensão.

— Sim mudei. Desde que conheci esses garotos, esses casulos. Posso não querer demonstrar isso para aqueles imbecis, mas ganharam meu respeito. E o que você quer dizer com planos? O que você pretende fazer?

— Além de impedir os seus casulos de tentar mandar um Deus, para outra dimensão? — Diz Marcus logo após terminar de beber o líquido vermelho, que acabara de criar. — Você só saberá, quando estiver acontecendo. — Assim que as palavras de ameaça subiram no ar, Marcus Kefrer o ancião se retira da sala, deixando Soliver muito preocupado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, o clima vai esquentar
daqui pra frente. Sim, é uma promessa.
Já já MN acaba e muitas surpresas ainda
vão acontecer ;)



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