Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

SEI. Demorei.
O bloqueio me atrapalhou bastante.
Mas graças ao Matheus Rabelo,
conseguir terminar *-* me deu a maior força
Aos demais que esperavam por mais um cap.
perdão pela demora. Boa leitura e saiba
que amo TODOS meus leitores U.U sem exceção



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Olho para o Jhon e Lexa, obviamente eu estava nervoso. Apesar de meu nervosismo natural, saber que aquela dupla estava lá por mim, para me dar forças e me ajudar, uma onda de calma penetrava cada centímetro de minha pele. Eu tentara prender o sorriso de satisfação por ter ótimos amigos, enquanto a única garota entre nós começara a agir.

Lexa parecia tensa, mas estava confiante. Ela coloca suas mãos sobre o carvalho desmatado, encima do simbolo que eu acabara de desenhar. Seus dedos contornaram as marcas tracejadas pela adaga de jade e então ela suspira. Alexa colocou a mão esquerda no bolço de sua calça escura, retirando uma pequena esfera negra. Eu não conseguira distinguir o que era, até o momento que ela coloca a pequena joia sobre a planta desmatada. Uma pérola negra.

— Jhon por favor, me traga a sanguessuga. — Lexa pede ainda olhando para a joia.

Jhonatan tira de dentro da mochila um vidrinho transparente com as sanguessugas.

— Aqui. — Ele o entrega a Lexa.

— Erick. — Ela me chama — Quero que coloque suas mão sobre o carvalho e de modo algum você poderá tirá-las. — Assenti e apoiei a palma de minhas mãos na madeira, sobre os traços do simbolo mágico da lua negra. De repente, o vento soprou mais frio do que deveria. — Está começando. — Lexa sorriu.

A franja branca balançava na testa da Alexa, quele cabelo era literalmente sua marca. Estava solto, se mexendo junto ao gélido ar em movimento a nossa volta. Senti minhas mãos ficarem quentes de repente, mas mesmo assim, não consegui tirar os olhos do rosto da Lexa. Ela parecia mais séria que o normal, ela é muito linda. Sei que já devo ter dito isso, mas a serenidade dela a fazia parecer mais bela. As linhas que eu tracejara antes, começam a brilhar, com uma luz pálida e fraca. Como uma lanterna de abobora no halloween, quando fazemos furos e acendemos uma vela. As luzes que saem das aberturas dos olhos e bocas, parecem muito com as luzes que saiam dos traços da lua negra. Era como se dentro do carvalho, já existisse essa luz.

— É bonito né? — Ela disse gentilmente, eu só me permitir corar.

— Sim, na verdade é lindo. — Eu disse admirando a pouca luz branca que se acendia entre as marcas na madeira.

— Mas é triste.

— Triste? — perguntei no entanto a feição dela continuara serena.

— Essa planta estava tentando sobreviver, estamos tirando seu ultimo suspiro de vida. — Ela arfou chateada. — Esta luz que se ergue junto as suas mãos, é a luz da vida. Que para essa pobre planta está se apagando agora.

Abaixei a cabeça, as palavras dela realmente me fizeram sentir mal, por algum instante eu estava quase tirando minhas mãos sobre o pobre carvalho, isso estava matando ele. Sei que não é uma pessoa, mas ainda sim eu estava assassinando algo, a tirar sua vida. Mas estou realmente disposto a fazer tudo por minha mãe, ou quase tudo. Eu não teria coragem de matar outra pessoa, começando que ela sentiria desgosto de mim e ninguém tem culpa do que está acontecendo com ela. Balancei minha cabeça, tentando me livrar de minha bagunça mental.

A pequena esfera, a pérola negra. Rola até o centro do simbolo mágico, Lexa solta a sanguessuga que pareceu saber seu caminha. Aparentemente o invertebrado ser devorador de sangue, estava tentando comer a pérola, mas o mesmo estava sendo sugado pela joia. Olhei rápido para o Zin que estava tão pasmo quanto eu, como se fosse um buraco negro no espaço a pequena pérola sugou a sanguessuga. A mini esfera agora aumentara um pouco de tamanho, quase como uma bolinha de gude preta. Entretanto, olhando de relance percebi que no inferior de sua perfeita circunferência, havia uma boquinha cheia de micro dentinhos afiados, como espinhos. Estava viva, a joia, a perola, estava viva.

— É agora gente — Alexa grita, enquanto o vento ao nosso redor só fazia aumentar. As velas se apagam, nos deixando apenas com a fraca iluminação que saia do carvalho. — o anel está com fome, é hora de alimentá-lo.

Quando Lexa falou isso, todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, isso é no mínimo assustador, fora o fato de que eu já estava ficando enjoado e sonolento. Desde que eu colocara as mãos sobre a madeira e a luz começara a aparecer, tenho a estranha sensação de ter minha energia drenada, como se eu estivesse correndo por horas, ou nadando há muito tempo.

— Venha, — Ela chama o Zin — me de sua mão.

Com uma faca ela corta a mão do garoto e deixa o sangue dele escorrer sobre o simbolo. O espeço líquido vermelho derramado, foi na hora sugado pela pérola negra chupadora de sangue. Na verdade, ela nem se moveu. Continuara no meio do circulo e o sangue que caia por cima do pobre carvalho, se rastejava até a pequena boca desse assustador ser objeto. Assim que ele bebeu todo o sangue humano que foi derramado, Jhon coloca sua mão por cima do mesmo carvalho brilhante e corta sua própria mão com sua própria faca. Ele esperou até derramar uma quantidade significativa de sangue, o líquido rubro do garoto bruxo começara a ficar azulado assim que tocara a superfície iluminada da árvore desmatada. Por fim, Jhon tira de sua mochila um coelho.

— Ok, temos que matar ele, certo? — Perguntei aflito. Tipo, o pobre animal nem tem noção que algo pontiagudo vai rasgar sua pele peluda e alva.

— Não se preocupe, — Jhonatan diz para tentar me acalmar — acho que ele não vai sentir muita dor. — Fiz uma feição de pena, mas mantive minha mão em cima da planta.

Lexa agarrou o roedor pelas orelhas e lhe enfiou a faca na barriga, subindo a afiada lâmina rasgando a pele felpuda dele. Ele debateu um pouco enquanto seu sangue escorria, molhando seus pelos alvos e os deixando rubros, enfim escorrendo por uma de suas patas até o carvalho. Engoli em seco e virei a cara, não preciso ver esse pobre coitado agonizar na minha frente. No entanto os demais presentes pareciam extremamente normais. Depois da esfera obscura sugar todo sangue animal, ela passou de preta para um vermelho quase cor vinho.

— Para finalizar — Diz a única garota entre nós, admirando o jeito confiante consigo dizer com toda certeza, esta garota nasceu para ser bruxa. É triste ela ter perdido seus poderes no ritual da descoberta. — Só preciso agora do cristâneo em metal. — Então finalmente eu poderei ver esse tal efeito alquimístico de metal e cristâneo juntos.

Jhon pareceu puxar uma corda de sua mochila, uma corda reluzente e prateada. Ela parecia reagir bem a pouca luz a nossa volta, como se fosse fluorecente. É um cordão de metal, parece pesado entretanto, dava a impressão que enrolá-lo como uma linha não era nem de longe impossível. Jhon desenrolou o fio prateado, reto pude notar, quase um metro de fio.

— Perfeito. — Lexa se fascinou.

— Eu disse que conseguiria fazer. — Ele riu debochado, ela revirou os olhos e pegou o fio de metal com a ponta dos dedos.

O fio reluzente amarrou com precisão a joia viva sanguinária, ele se movia como uma fina serpente metálica. Enroscando contra o pequeno objeto e lhe apertando. Após cobrir toda joia e a deixando de um certo jeito prateada, o fio gera uma luz escarlate como um mine fogos de artifício. Eu senti uma energia sendo sugada de mim, era como se uma onde de energia passasse por mim, mas eu me sentia cansado, a cada segundo que se passara e sério, estou quase esgotado.

Tirando o fato da sensação horrível que eu estava sentindo, toda magia que fora usada para compor esse item tão raro, é de fato linda. A luz que saíra das linhas tracejadas por mim no carvalho, só fizeram aumentar. Era uma beleza triste, mesmo sabendo que isso era uma magia negra de auto nível, tudo que consigo pensar é que vou poder salvar minha mãe.

Assim que as luzes da magia sessarão, se apagando como se alguém tivesse assobrado uma vela, ou simplesmente apagado a luz de um quarto, o carvalho engoliu a esfera metálica. Olhei para Lexa com estranheza, isso deveria mesmo acontecer? Enquanto eu estava ainda com as mãos em cima da desmatada árvore, sua coloração estava se esvaindo. O marrom estava passando para um preto seco e sem vida, como se a planta estivesse se queimando por dentro. O simbolo da lua negra sumiu enquanto a árvore se carbonizava rápido. Fiquei sem ar como se tivesse tendo um ataque de asma, procurei respirar fundo enquanto o ar em meus pulmões não se enxiam direito.

— Pode tirar as mãos daí Erick. — Lexa fala auto. Não precisou pedir duas vezes para que eu retirasse minhas mãos daquilo. Eu tinha certeza que estava ficando de pé, quando sinto meu corpo descer rápido, me fazendo cair de bunda no chão. Minha visão estava um pouco embaçada e tudo meio que girava, não sinto força nos meus braços e muito menos pernas.

— Você está bem? — Sinto Jhon me levantar, me apoiando em seu ombro.

— Acho que sim. — Eu tentei fingir ser forte. Obviamente uma tentativa bem falha, já que era visível minha falta de saúde temporária.

— Ele vai ficar bem. — Alexa disse firme. — Ele era o único que poderia aguentar, aliás uma mágica deste nível precisaria normalmente de três bruxos, para ser concretizada.

— Três bruxos? — Jhonatan reclamou — Por que você não disse isso? Ele poderia ter...

— Não Jhon. — Ela falou, antes que ele continuasse a lhe dar uma bronca — Ele é um bruxo das trevas, ele com certeza tem mais energia que três pobres bruxas.

— Você deveria ter dito algo antes, ele ainda é um casulo e...

— Tudo bem Jhon. — Eu mal conseguia falar — Ela tem razão, fora que não queria envolver mais ninguém nisso.

— Me passa as chaves do carro. — Ele ordena sério. Escutei um tilintar de chaves bater contra sua mão — Vem Erick, vou te levar para casa.

— E a Lexa? — Perguntei, enquanto nós parecíamos andar.

— Ela sabe pilotar motos, não se preocupe.

O clima realmente parecia tenso. Por um lado entendo o Jhon, ele é meu mentor o que lhe põe numa posição de meu guardião. Bem, ao menos até o ano que vem. Contudo, eu também entendo Lexa, se dizem tanto que tenho tantos poderes, por que precisaria de mais pessoas atordoadas quando eu posso ficar só? Aliás, quanto menos pessoas envolvidas e se ferindo melhor.

Saímos da fria floresta, o Jhonatan me ajuda a entrar no carro e ataco o sinto. Fechei meus olhos por aparentemente dois minutos, quando sinto uma mão me balançar forte.

— Hey, Erick. — A voz do Jhon me faz abrir os olhos de vagar, logo depois e um breve bocejo. — Já chegamos.

— Chegamos? Onde? — Falei de um jeito retardado, escutei ele sorrir.

— Estamos na frente de sua casa. — Abri os olhos rápido. Da floresta para minha casa demoraria no minimo uns vinte minutos de carro, adormeci todo esse tempo?

— Uh. É, desculpe. — Falei tirando o cinto de segurança.

— Por que está se desculpando? — Ele sorriu mais uma vez sarcástico.

— Por ter cochilado. — Cocei um dos olhos — Deixei você só.

— Tudo bem. — Ele disse paciente. — Você acha que consegue andar até a porta?

— Eu tô legal, — reclamei — não precisa se preocupar tanto. — Olhei para ele. Ok, eu estava vendo dois dele, mas não quero que ele fique achando que posso desmaiar a qualquer minuto. — E o anel sanguinário? Onde ele estar? — Perguntei.

— De acordo com o livro, vai demorar alguns dias para que ele esteja pronto.

— Dias? — Gritei assustado, mas logo abaixei a voz, a tontura havia voltado e a vista embaçara novamente. — Como assim dias?

— Tá aqui no livro. — Ele me entrega o livro — Revisei aqui por um tempo.

— U-um tempo? A quanto tempo a gente tá parado aqui?

— A quase uma hora. — Jhon sorriu.

— E por que não me acordou?

— E como você acha que acordou? — Ele brincou, parei um pouco pra pensar e então sorrir.

— Quantos dias você acha que leva para o anel ficar pronto? — Abaixei a cabeça, enquanto puxava o livro para mais perto de mim.

— De três a cinco dias. — Ele responde enquanto encara a capa do livro.

— Pelo menos é antes do baile das rosas. — Pensei alto. Até que ficou um silêncio constrangedoramente perturbador dentro do carro. — Eu, vou entrar. — Eu disse quebrando o mine clima tenso.

Quando Jhon iria dizer alguma coisa, escutamos um barulho de algum meio de transporte se aproximar, um motor notoriamente barulhento. Uma luz forte acertou por trás os bancos da frente, onde estamos sentados e logo uma moto apareceu, estacionando ao lado do carro. Minha vista ainda estava embaçada, mas deu para ver claramente após a remoção do capacete, que era a Lexa. Ela bateu no vidro do carro e Jhon o abaixou.

— Pode devolver o carro agora? Nervosinho.

— Claro! Negligente. — O nível de palavras frias que esses dois as vezes trocam é de assustar.

— Negligente? — Certo, o tom de voz que a Lexa usou é o mesmo quando a Dane quer discutir.

— É. — Jhon levantou a voz saindo do carro e entregando as chaves a ela — Você não se importou se o Erick iria se machucar.

— Claro que me importei, só achei desnecessário acrescentar mais pessoas nisso. — Ela pausou — Jhon, nós roubamos um museu cara. Aposto que esta hora o meu avó e os bruxos do museu, já devem ter feito uma magia para rastrear a adaga. E se o Erick é tão poderoso quanto dizem por que não arriscar?

— Meu dever é a segurança dele Alexa. Se algo tivesse acontecido com ele nunca me perdoaria.

— Obrigado por falarem de mim como se eu não estivesse aqui. — Falei saindo do carro — E se não perceberam estão brigando na frente da minha casa.

— Jhon, você sabe que não quero ferir ele.

— Certo, vocês ouviram uma palavra do que eu disse?

— Mas não foi o que pareceu. — Jhon disse para ela, apenas confirmando minha pergunta.

— É? Então fala querido, o que pareceu para você? — Ela cruza os braços — Até porque se eu não tivesse dito nada, você nem saberia que a magia precisaria ter sido feita por três e não por um bruxo.

— O que me pareceu, era que você estava tão preocupada em conseguir fazer uma magia deste nível, que nem se importou com quem iria machucar. — Jhonatan fala sério — Você reclama do seu avô mas não percebe o quanto você é igual a ele.

— Agora você pegou pesado. — A voz dele estava dura e seus olhos lacrimejavam.

— Não te culpo Lexa, tá no sangue. — Ele esbravejou.

— Dane-se. — Ela falou e enfim entrou no carro, dando uma partida instantânea e saindo rápido de lá.

— Você vai ficar legal né? — Ele me perguntou enquanto subia na moto.

— Acho que vocês deveriam conversar. — Tentei dar minha opinião.

— Erick. Perguntei se você vai ficar legal. — Ele disse de um jeito grosseiro.

— Uh. Acho que sim. — Falei tenso.

— Ok. — Jhon deu a partida tão rápido quanto a Lexa. Ele até pode se fingir de durão, mas sei que essa briga mexeu com ele, tanto quanto ela.


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Notas finais do capítulo

Clima tenso pra final de capítulo :P
espero que tenham curtido
até o próximo.