Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 32
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Hey não conseguiria dormir, até postar esse capitulo!!!
Espero que gostem.. Obrigado por acompanharem!!!



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*--Gabriel Soliver--*

Despois que sombras espiãs foram criadas, demorei um tempo para controlá-las. As técnicas de camuflagem de cada uma, não foi uma tarefa fácil e a sensação de estar em vários lugares ao mesmo tempo, era atordoante. As sombras não conseguem ficar expostas ao sol, pois elas são completamente visíveis contra luz, destruindo seus disfarces. Elas não podem entrar em algum lugar onde more algum bruxo, mas locais públicos são facilmente penetráveis.

Por enquanto Erick tem feitos coisas comuns de adolescente, indo para bares com amigos, bebendo muito, chegando em casa bêbado, coisas idiotas de adolescente. Billy já está um pouco estranho, parece andar pensativo, mas pelo que me parece parou de se acabar com a maconha.

Luce Dardelin é uma nerd e sem mais, essa sim é uma boa garota, ela e Sofia tem saído juntas para treinar magia. Eu disse que eles não poderiam usar magia fora de minha aula, mas elas conseguem fazer isso de forma segura e madura. Sem prejudicar ninguém e sem usar magia negra, que é um risco a menos para elas.

Juliana Oivlar, parece ter problemas com a família, sempre sai chorando de casa e caminha sempre sozinha pelas ruas de Mágica Nerfal. E suas vestes ainda são muito vulgares. E por último meu filho Danilo Soliver, é errado eu mandar uma sombra segui-lo, e isso quebra nosso código de privacidade de pai e filho. Mas para segurança dele é bom saber por onde ele anda. Ele é um jovem exemplar, vai da escola pra casa e fica sempre com seus amigos, para grupos de estudo.

Enquanto as sombras estiverem espionando, é impossível eu ter algum descanso mental. Fico como uma câmera de vigilância, que fica ligada vinte e quatro horas por dia. Então depois de algumas noites sem dormir, aprendi em fim pedir para que elas voltassem. A dor de ter as seis sombras voltando para meu corpo, é insuportável. Elas entram de uma por uma e sinto a dor da queimadura seis vezes.

Não sei o que Kefrer quer com esse garoto, o Erick. Tudo bem que ele foi escolhido pelas trevas, mas ao invés de protegê-lo sinto como se ele quisesse algo a mais dele. Mas o que? Eu nunca desconfiaria de meu superior, ao menos nunca desconfiei, mas o Kefrer desde que o Erick apareceu está diferente. Posso tratar os casulos mal, mas eu quero o bem de todos, seja lá o que ele esteja planejando, protegerei todos com todas as minhas forças.

Esta é a tarefa de um sacerdote, cuidar de seus casulos, aprendizes, quase filhos. E se parar para pensar são mesmo como filhos, tenho que ensinar, obriga-los a fazer coisas que não querem e até mesmo puni-los se for o caso. Mas eu nunca deixarei de cuidar dos seis bruxos, que foram designados para mim.

Todos os dias tenho uma rotina padrão. Acordo as cinco, preparo o café da manhã e olho para uma foto no porta-retratos. Era ela, a mãe do Danilo, a mulher bruxa com quem me casei. Ela era da mesma linhagem mágica que eu, nenhum de nós perdemos os poderes. E saberíamos que nosso filho, também seria escolhido, é muito mais provável que um filho de dois bruxos seja um. Apesar do Kefrer ter tirado a atenção do meu filho, depois que o Erick e as trevas se conectaram, nada pode mudar o fato que meu filho é muito poderoso e três elementos escolheram ele. Isso também é um fenômeno raro. Além dele, só a própria neta do ancião e mais sete outros bruxos, foram escolhidos por tantos elementos em cinquenta anos.

Andrhea Soliver minha amada, morreu para que nosso filho tivesse a luz. Ela o adorava, mesmo ainda sem ter olhados nos olhos dele, ela idolatrava nosso bebê. Depois que ela morreu, fiquei um pouco receoso em cuidar dele, talvez eu não o quisesse, poderíamos ter outros, ela não precisava morrer. Mas respeitando hoje a decisão dela, eu também amo e idolatro meu filho. E mataria, qualquer um por ele.

Até chegar aqui, minha vida trilhou um caminho árduo, tive um pai severo e que tentou me matar quando descobriu que eu era bruxo. Minha mãe fugiu com o homem que ela amava, e eu fui o fardo que meu pai teve que carregar. Até o dia em que eu o matei. Não matei apenas ele, matei meus irmãos também. Todos os dias desde que me lembre, batiam em mim. Me faziam trabalhar para eles e não me alimentavam, eu era apenas um escravo imundo nas mãos daqueles bárbaros desgraçados.

Na época a polícia não conseguiu desvendar o caso, acharam que um massacre em massa tinha acontecido e por algum milagre, fui o único a sobreviver. Andrhea me ajudou muito nesta época, ela sabia que tinha sido eu, mas nunca me condenou por inteiro por isso.

Depois que o Danilo levanta e toma seu café da manhã, vou para a escola de John Nerfal, ele tem o carro dele então não precisa que eu o dê carona. Um fato interessante é que o anciãos Marcus Kefrer, tirou a Paula Darles, das aulas de história e me colocou em seu lugar, para que ficasse mais de olho no Erick, mas onde está a Paula na integra. Eu nunca mais a vi.

Nenhum dos professores da escola John Nerfal, além de mim, são bruxos. O que me entedia pois odeio humanos. São uma raça muito inferior, se não estivessem em grande número, eu e os outros bruxos não precisaríamos nos esconder. E não é justo o porque não ocupamos nosso lugar de direito na terra, deveríamos governa-la. Humanos são uma raça que não evoluiu com o tempo.

Um dia eu ainda verei um mundo onde os bruxos dominaram tudo e todos. E a terra finalmente será um lugar melhor. Temos conexão com os elementos da natureza, usamos os dons dados por espíritos ancestrais para nos ajudarem, o equilíbrio seria estabelecido. Nós seres superiores, acabaríamos com as poluições e faríamos leis que usasse realmente a força da justiça. E é por isso que continuarei lutando, pelo bem de minha raça.

*--Erick--*

Acordar com o pé da Dani quase dentro da minha boca, não é a melhor maneira de começar o dia. Fora aquela dor de cabeça insuportável que estava acabando comigo, se não fosse o escândalo do meu despertador, eu nunca teria acordado. O que me lembra que pra ferrar de vez com meu dia, hoje é sexta-feira e sim, é dia de educação física, o que significa farda ridícula, esportes com muitos esforços físicos e suor. Só lembrando que dia de sexta, também é dia de aula de bruxaria, o que me lembra que eu tenho casulos para provar que, Allan na verdade é Williams David, um ser do mal capaz de absorver alma humana. Meu dia não poderia ser mais cheio e estressante.

— Ai meu Deus, que horas são? O que estou fazendo... ATCHIN! — Bem acho que pensei em estresse cedo demais. — no seu quarto? — Dani levanta tentando desamassar a roupa, e sai correndo do meu quarto como maluca. Como doida mesmo, já que as vestes dela estavam meio que húmidas por causa da chuva e seu cabelo estava acabado. É, ela estava uma porcaria.

— Tchau best! — Falei fechando a porta do meu quarto. Ainda pude ouvir uma quase constrangedora conversa entre meu pai e ela. Que dor de cabeça.

— Bom dia Dani dormiu aqui? — Meu pai falou, enquanto ela descia as escadas. Dava para escutar os passos acelerados dela.

— Agora não senhor Mackdayne, agora não! — Agora a porta da frente bateu.

— Louca! — Ouvi meu pai murmurar. Rir e fui tomar meu banho.

*--*--*--*--*--*

— Bom dia Erick! — Ouvi o John gritar levantando a mão.

— Hey, tudo bom? — Apertei sua mão.

— Noite maluca ontem! — Ele comentou.

— Nem me fale! — Minha cabeça latejou.

— Ressaca?

— Com certeza! — Falei fazendo careta.

— Quando pegaremos os itens para criamos o anel sanguessuga? — Ele perguntou.

— Hoje mesmo! Quanto antes minha mãe for curada melhor! — Tentei sorrir, então fiquei curioso. — Sabe onde posso conseguir, sanguessuga?

— O lugar ideal para isso seria no rio, mas...

— Mas?

— Tem uma loja que vendem itens e artigos mágicos, para porções e bruxarias, fica na rua Rosa negra, número quatrocentos e doze!

— O que você disse? — Perguntei, minha mente latejou numa pequena lembrança, mas ela precisaria ser reforçada, por isso perguntei.

— Tem uma loja...

— Não depois disso, o nome da rua e o tal número! — Exigi, antes que a memória me fugisse.

— Rosa negra, número quatrocentos e doze! O que isso tem de mais? — Ele perguntou, meio perdido.

— Não sei, mas pode ser uma mão na roda! Vem me segue! — Saímos da quadra, começamos a andar rápido pelos corredores da escola, e no meio do caminho fui explicando ao Jhon. — Outro dia quando o imbecil do Towdy tentou me bater no banheiro!

— Ele oque? — Ele me interrompeu preocupado.

— Agora não é hora pra isso! — Passamos ela porta da cantina. — Um pouco antes deu queimar a pele dele!

— Você o que? — Mais uma vez ele me interrompe.

— Depois te conto os detalhes! — Sorri enquanto chegávamos perto da porta do banheiro masculino. — Eu estava me sentindo estranho. Estava tendo alucinações, vendo maçã podre e vermes!

— Você...

— Se me interromper mais uma vez, vou te socar! — Paramos de andar na frente da porta do banheiro. Jhon levantou as duas mãos, dando finalmente bandeira branca, para que eu pudesse terminar minha linha de raciocínio. — Antes do Towdy tentar me bater, uma mensagem foi riscada na porta do banheiro, por alguma coisa misteriosa! — O que para minha surpresa ainda estava lá, os pelos nos meus braços pularam, com o nível do macabro que isso era. Estava exatamente como me lembro.

Rosa negra 412

— Isso apareceu do nada? — Duvidou Jhon.

— Sim! — Respondi assustado.

— Sinistro! — Ele olhou por dentro dos box, para ver se não tinha ninguém. Sorte que estão quase todos na educação física. — Sabe o que isso significa?

— Que não temos que participar da educação física hoje? — Sorri esperançoso.

— Educação física é tão ruim assim! — Ele olhou para minha feição séria, que estava basicamente escrito na minha testa, vai se danar, ou odeio educação física. — Ok entendi! Vamos pra essa loja então!

— Isso! — Comemorei, mais por não ter que ir para a aula, do que ir para uma loja de bruxos, que também é empolgante.

Até que a loja era um pouco longe da escola, Quase uns quinze minutos de moto, para chegar lá. A rua era calma e bem florida, as casas e pequenas lojas daquela rua, eram bem coloridas. Tinha tipo uma pequena praça na frente, com alguns arbustos floridos e bancos debaixo de três postes. Tinham muitas borboletas e as árvores tem uma folhagem verde cativante.

Avistamos a loja e fomos em sua direção, por fora ela parecia uma simples loja, como qualquer outra, tipo um mercadinho. Mas bem discreta, talvez para não chamar muita atenção de quem passasse. Parecia até uma loja de perfumes.

Antes de entrarmos na loja, senti como se uma presença sombria estivesse me vigiando. Olhei receoso para trás, mas não havia ninguém me observando. As pessoas que passavam na rua, faziam suas coisas rotineiras.

Quando Jhon abriu a porta, um sininho acima de nós fez um barulho calmo e relaxante. Eram como se pássaros estivessem num pequeno coral de aves, e todos cantassem coordenadamente.

— Escutou os pássaros? — Ele perguntou.

— Sim! É bem legal! — Falei sorrindo.

— Bom que escutou! — Uma moça veio em nossa direção. — Se você fosse alguém que odeia bruxos, teria escutado o pior som que possa imaginar! — Ela sorriu. — Sou Stefany, vendedora e dona da loja, em que posso ajudar tão jovens bruxos?

A Stefany é o tipo de mulher que parece misteriosa. Suas vestes na verdade, não são as coisas mais agradáveis de se ver. Ela estava usando um vestido branco careta e sapatos roxos, um cinto no meio verde e luvas vermelhas. Luvas? Sério? No verão? OK. Ela se virou e andou para trás do balcão, ficando ao lado da caixa registradora. A dona|vendedora estava usando um capuz, tipo uma camponesa medieval, não pude nem ver a tonalidade de seu cabelo, ou que tamanho era. Mas o rosto dela é de fato muito agradável. Olhos castanhos claros e nenhuma maquiagem, a Stefany é linda do jeito que é, ao natural.

— É a primeira vez que venho aqui! — Jhonatan cochicha assustado.

— Sério, como você conheceu a loja? — Perguntei baixo.

— Ouvi a Paula falando uma vez, mas nunca tive curiosidade! — Ele admitiu.

Olhei envolta a loja era pequena, mas muito bem organizada e bizarra. As paredes eram verdes e pareciam ter ervas desenhadas nelas. As prateleiras estavam cheias de potes lacrados de vidro, com pequenas descrições tipo, Pó de osso de urso, veneno laranja de rã, nadadeiras de enguia, entre outras coisas estranhas. Também tinham vários talismãs e bijuterias diferentes, é empolgante estar numa loja dessas, aliás, eu só via lugares assim em filmes.

— Você tem sanguessugas? — Perguntei e ela me olhou estreitando os olhos. — Vivas, por favor! — Sorrir.

— Magias com sanguessugas? O que vocês crianças estão aprontando? — Ela sorriu desconfiada.

— Estamos praticando a força do sangue na mágia negra! — Jhon falou. — Mas não se preocupe, a graça mesmo da gente, é ver as sanguessugas brilharem com nosso sangue dentro delas! — Ele sorriu parecendo um imbecil.

Stefany me olhou, como se pudesse ler a minha mente, tentei não encarar ela e disfarcei olhando para os lados.

— Por acaso, tenho algumas sanguessugas sim! — Ela sorriu de um jeito bem vendedora.

— Isso é muito bom! Você pode pegar algumas? — Jhon perguntou.

— Claro, só um minuto! — Ela entrou por uma porta atrás do balcão. A porta era fechada por uma densa e cheia cortina de miçangas coloridas. Jhon começou a andar rápido, entre as prateleiras da loja, como se procurasse algo.

— O que você tá fazendo? — Perguntei enquanto o seguia.

— Você disse que as coordenadas desse lugar apareceram de repente pra você! O que acha que estou fazendo? Estou procurando algo suspeito! — O entendi completamente, vindo aqui mataríamos dois coelhos com apenas uma cajadada.

Comecei a procurar algum tipo de símbolo diferente, ou coisa estranha além do comum. Haha, coisa estranha além do comum, tudo nessa loja é estranho além do comum, eu sou estranho além do comum.

Erick!

Escutei alguém me chamar, mas não reconheço essa voz. Não era da Stefany e muito menos do Jhon, fiquei parado no meio da loja esperando, a tal misteriosa voz feminina me chamar novamente. E pior, assim foi feito.

Erick!

Era uma daquelas vozes que você está imaginando, sei lá, eu sabia que alguém falava comigo através de telepatia, mas quem? A voz foi ficando mais forte a cada vez que me aproximava do balcão.

— O que foi Erick? — Jhon pergunta vindo da parte de trás da loja.

— Não sei, alguma coisa me...

— Aqui estão suas sanguessugas! — Me calei assim que a dona da loja saiu de sua sala misteriosa. Ela sorriu educadamente, pagamos por dez sanguessugas e saímos do local.

— Você acha que foi ela? — Ele questionou colocando o capacete.

— A voz não era dela! — Respondi aflito. — Sei que alguém me chamou lá dentro e o pior, tenho a sensação que não devo voltar lá para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos vão ficar mais tensos, assim espero KKK
Aliás já já chega o fim né ????