Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 9
Por quê?


Notas iniciais do capítulo

Um salve para as meninas do grupo "Skip Beat!BR".

Amo vocês ♥.

Agora chega de sentimentalismo.

Aproveitem ^^

Aviso: Capítulo sem revisão.



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– AH, Kyoko-chan! – Kenji quebrou o silêncio entre os três enquanto caminhavam pelo estúdio. – Nós poderíamos sair qualquer dia desses não é? Já faz um tempo que não nos falamos. – a animação do garoto e a resposta positiva de Kyoko, deixaram Ren ainda mais irritado.

– Vocês parecem bem íntimos, não é mesmo? Até se chamam pelo primeiro nome. – a atmosfera ameaçadora de Ren deixou Kenji acuado.

– É... Sim. Como disse, já trabalhamos juntos antes, isso acabou nos deixando mais íntimos. Então Kyoko, podemos sair para jantar hoje à noite, a não ser que já tenha algum plano e-

– Na verdade ela tem sim! – Ren interrompe o garoto. – Ela vai sair comigo, agora se nos dá licença, garoto prodígio. - Ren puxou Kyoko pelo braço e a arrastou pelo prédio até chegar ao estacionamento. Tinha noção do quão grosseiro foi com o garoto, mas nada importava para ele agora. Tudo que ele enxergava era ela sendo íntima com outro cara.

– Você está com raiva? – perguntou Kyoko enquanto era praticamente arrastada por aquela fera.

– Por que acha isso, Mogami-san?

– Por que eu acho isso? Você está ciente do que acabou de fazer? – Kyoko parou de andar e o forçou a voltar. Encarou a mão dele em seu braço por alguns segundos e corou levemente. – M-Me solte! – ouviu um “Desculpe” seco, entretanto, não queria dar brechas para o diálogo. – Não precisava tratar o Kenji-kun daquele jeito!

– Você tem noção do que acabou de fazer?

– Não, não tenho! Quer me explicar?

– Como não? Como você pode estar tão íntima assim de um sujeito como ele? Quer envergonhar a L-

– Pare com essa história! Nós não somos mais senpai e kouhai. Não espere que eu vá cair nessa eternamente. – Ren ficou surpreso com a resposta dela. Quando digeriu o que ela havia dito começou a rir. – D-do que está rindo?

– É irônica, essa situação. Fugi tanto dessa história de senpai e agora sou eu quem insiste nela. Me desculpe. – o olhar envergonhado de Ren fez Kyoko corar abertamente. – Eu só não consigo aceitar você sendo íntima de outro cara quando nem ao menos me deixa te chamar pelo nome. – Kyoko ficou pálida ao perceber a aproximação de Ren. – Não quero você tratando outro homem assim.

– P-pare de me tratar como se eu fosse sua! – Kyoko o empurra ligeiramente. – Eu não pertenço a você! Como você pode exigir de mim alguma coisa quando tem a fama de insaciável?

Agora foi a vez de Ren empalidecer. Apesar de tudo, ele realmente saiu com outras mulheres, mesmo tendo prometido voltar para Kyoko, mesmo tendo dito que a ama.

– Você está certa, eu não deveria ter me envolvido com outras mulheres, mas quero saiba de uma coisa. – fez uma leve pausa e respirou fundo. – Nunca me envolvi com nenhuma delas de verdade, não poderia, quem eu sempre amei foi você, mas quando vi aquela notícia de você com o Sho acabei enlouquecendo. – aproximou-se dela novamente. – Aquelas mulheres nunca significaram nada para mim. Você é o meu primeiro e único amor.

Kyoko não conseguia raciocinar direito. O homem que ela amava estava abraçando-a ternamente. Aquelas palavras bonitas de Ren quase a fizeram esquecer tudo que passou, porém, uma tosse forçada os separou rapidamente.

– É... Finalmente te achei Kyoko. – a voz de Saito parecia reconfortante para Kyoko agora. – Desculpe interromper os pombinhos, mas ela tem trabalho agora.

– S-sim, vamos. – Kyoko saiu de perto de Ren e caminhou até Saito.

– Espere Kyoko. – Ren preparava-se para ir atrás dela quando foi interrompido pela voz fria da garota.

– Por favor, não venha atrás de mim.

Saito apenas deu de ombros para Ren. Acompanhou a garota até o carro e saiu do estacionamento deixando Ren sozinho para trás.

– Não vou dizer que não gosto de te ver com essa carinha fofa, mas se você ia ficar desse jeito, por que disse aquilo para ele? – disse ao ver Kyoko completamente corada e atordoada.

– Saito, dirija! – ele apenas riu.

“Como ele foi se apaixonar pela garota mais problemática de Tóquio? Se bem que não sou muito diferente dele...”. Pensou em meio a suspiros enquanto a levava para uma entrevista.

[...]

Kyoko agiu roboticamente até o dia seguinte. Parecia não conseguir enxergar nada, os olhos sem foco, apenas fazendo o que tinha que fazer. Na reunião do elenco evitou Ren a todo custo. Não conseguia encará-lo, estava envergonhada por agir como uma adolescente, mas sempre que olhava em seus olhos sentia-se fraca, como se Ren pudesse ver através dela.

Cumprimentou a todos do elenco e aproveitou para se desculpar com Kenji, o garoto apenas assentiu, sabia que algo estava acontecendo entre ela e Ren, mas preferiu manter-se calado. Diferente do dia anterior, Ren não demonstrou raiva, na verdade estava com a expressão costumeira, até o cabelo voltou a ser preto, porém, um brilho triste se escondia por trás de seus olhos.

– Vamos gravar a primeira cena agora, Kyoko-chan, Tsuruga-san. – Ogata disse enquanto caminhava calmamente pelo set. – Já podem preparar o figurino, gravaremos algumas cenas na sala de aula e, em seguida, a cena da declaração.

Kyoko congelou, tinha esquecido completamente que a cena da declaração era uma das primeiras a serem gravadas. Tinha certeza que sairia do papel. Quando atuou como Setsu foi exatamente assim. Ren a desconcertava, a distraia.

“Você é uma profissional Kyoko...”. Pensou dando leves tapinhas no rosto e dirigiu-se para o camarim.

“Não é hora para pensar nisso, agora você é Suzuki Akane, deixe os próprios sentimentos longe disso.”. Vestiu a roupa de colegial e voltou para o set. Assim que saiu do camarim deu de cara com Ren. Seu rosto corou instantaneamente ao ver como ele estava vestido.

A maquiagem e a roupa de colegial o deixaram mais jovem, o cabelo amarrado de forma desornada com um ar selvagem. Encaram-se por alguns segundos até que Ren tocou o topo da cabeça de Kyoko e bagunçou o cabelo dela em um gesto bastante infantil. Kyoko pensou em reagir, porém, ao ver a o sorriso triste no rosto de Ren congelou a ponto de não vê-lo se afastando.

“Sou mesmo uma idiota, até agora a única coisa que fiz foi machuca-lo. Como posso querer exigir algo dele...”.

As cenas na sala de aula ocorreram perfeitamente bem. Assim que entrou no set, Kyoko deu vida a Akane, honrando seu título de melhor atriz do Japão. A única coisa que surpreendeu Kyoko foi o fato de Hyou-kun estar atuando junto com eles. Estava tão atordoada durante a reunião de elenco que acabou não prestando atenção nos outros atores.

– Muito bom pessoal. Agora vamos para a cena da declaração. Darei mais liberdade a vocês nessa cena. Mas lembre-se Kyoko-chan, essa é a primeira vez que ele falará com Akane, você terá de ser bastante convincente e comovê-lo com sua declaração. – Kyoko assentiu. – Confio em suas habilidades Kyoko, o mesmo vale para você Ren. Não se esqueçam de que a cena terminará com um beijo, mas não exagerem, tem que ser apenas um beijo tímido.

Kyoko respirou fundo e se posicionou no set frente à Ren. No momento em que o encarou sentiu seu coração acelerar. Os olhos de Ren estavam fixos nos dela, pareciam tentar dizer algo, se comunicando apenas pela atmosfera que ele irradiava. A mente de Kyoko estava uma bagunça, parecia fazer uma retrospectiva de tudo que acontecera até agora. Estava completamente fora de seu papel e sabia muito bem disso, mas não conseguia evitar, esse era o efeito que Ren tinha sobre ela. Naquele momento, era Kyoko que iria se declarar para Ren. Naquele momento teve certeza sobre seus sentimentos, sabia que o amava e que, apesar de tê-la deixado, Ren também a amava.

Queria gritar, porém a voz não saía. O grito de “ação” do diretor foi completamente ignorado. Ela apenas ficou encarando Ren com uma expressão dolorosa. Sua visão começou a ficar embaçada por causa das lágrimas. O nó preso na garganta só doía menos que a dor que ela sentia no peito. As lágrimas quentes caíam desenfreadas, todos no set ficaram chocados, não conseguiam desviar a atenção em nenhum momento. Foram completamente engolidos pela tristeza dela, mesmo sem saber que não era atuação. Ren estava com os olhos arregalados, sem ter como reagir.

– E-eu... Sobre... Você... Eu sempre... Sempre... Você sempre foi... – as palavras que deveriam ter sido ditas há muito tempo simplesmente não saíam. Queria fugir, mas não tinha forças. Queria gritar, mas não tinha coragem. Sentia-se uma inútil.

Desistiu de dizer alguma coisa e começou a secar as lágrimas inutilmente. Toda vez que ela limpava seu rosto com as mãos, mais lágrimas caíam. A pele pálida de seu rosto estava começando a ficar vermelha, até que ela sentiu alguém puxar suas mãos de um jeito delicado, como se estivesse com medo de que ela quebrasse. Olhou para cima e viu Ren com o rosto levemente corado, ele parecia estar prestes a chorar. Ele então a puxou para perto e a abraçou forte, com medo de que ela desaparecesse.

– Por favor, não se machuque mais. Eu prometo que vou estar sempre aqui para você, não precisa mais sofrer desse jeito. – Ren sussurrava em seu ouvido, enquanto todos no set estavam vidrados naquela cena. – Sinto muito por não ter percebido antes. Sinto muito... Por favor, não chore mais. – Ren a afastou devagar e colocou as duas mãos no rosto de Kyoko. Fitou-a com paixão e colou a testa na dela. Sorriu dizendo um “finalmente” que só os dois conseguiam ouvir. Aproximou-se lentamente e quando os lábios se tocaram, ambos sentiram uma corrente elétrica passar pelo corpo. Um desejo enorme se apoderou dos dois, pareciam ter ido para outra dimensão, porém, quando começaram a aprofundar o beijo, foram interrompidos.

– CORTA! – os dois se separaram bruscamente, os olhares cheios de necessidade. – Isso foi maravilhoso, foi perfeito. – Ogata, com os olhos brilhando, correu para abraçar Kyoko. – Eu tremi em expectativa, foi muito melhor do que eu imaginei. Estão de parabéns.

– O-obrigado, diretor. – Ren disse a contragosto enquanto ainda olhava para Kyoko.

– E-eu preciso ir diretor, já terminamos por hoje não é? Tenho um programa para gravar, só terminarei à noite.

– Claro! – gritou com os olhos ainda brilhando. – Vejo você amanhã.

– Bye, bye. – Kyoko praticamente correu para fora do estúdio, agradecida por seu rosto só ter começado a corar depois que saira. Havia mentido sobre gravar um programa, mas não poderia ficar ali por mais tempo. Não conseguiria.

[...]

Ren estava dirigindo completamente atordoado.

“O que foi aquilo? Tenho certeza de que ela não estava atuando, senti o corpo dela vibrar com o meu toque, então por que ela fugiu?”. Milhões de perguntas surgiam em sua mente. Decidiu ligar para Saito e perguntar sobre o programa que Kyoko participaria. Entretanto, no momento em que Saito negou que ela tivesse qualquer trabalho agendado além do filme, teve certeza de que ela fugira por medo dele.

“Pra mim já chega!”. Acelerou ainda mais o carro, completamente furioso.

Enquanto isso, Kyoko estava em seu apartamento, imersa em seus pensamentos. Ainda conseguia sentir as mãos Ren em seu rosto, em sua cintura, o toque macio dos lábios dele. Ruborizava toda vez que tocava seus lábios em um gesto inútil de afastar aquela sensação. Aquele não era seu primeiro beijo, mas foi o único que a afetou tanto.

“Ele me controlou completamente... Nunca me senti assim antes.”

Seus pensamentos foram interrompidos por batidas fortes e constantes na porta do apartamento.

“Será que Saito esqueceu alguma coisa comigo, mas por que não me ligou?”

A surpresa veio assim que abriu a porta. Era ele quem estava lá, ofegante, parecia ter saído de uma maratona.

– T-tsuruga-san? O q-q-que faz aqui? – o rosto atingira diferentes tons de vermelho.

– Chega de fugas, Kyoko. – Ren a empurrou para dentro do apartamento e trancou a porta. Agora não havia mais para onde fugir. Era hora de ajeitar as coisas.

Somente os dois, sem interrupções.


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Notas finais do capítulo

Quase que não saía esse capítulo, espero que tenham gostado.

Enfim, muitas coisas acontecerão no próximo. Quem é fã do Reino vai adorar.

E sobre o especial do Sho, decidi lançá-lo somente depois que terminar de escrever a fic.

Comentem ^^



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