Doce Veneno escrita por Makiyenn


Capítulo 8
Doce Veneno


Notas iniciais do capítulo

Atrasos e mais atrasos, semana corrida, mas ai está ^^ Aproveitem!

Aviso: Capítulo sem revisão.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354446/chapter/8

Capítulo VIII – Doce Veneno.

Kyoko acordou sentindo seu corpo leve. Não conseguia dormir bem assim há muito tempo. Sentia como se um peso fosse tirado de seus ombros. Enquanto dormia, sonhou que era abraçada por um ser alado que a trouxe de volta do abismo. Talvez fosse um anjo, talvez o rei das fadas, a única coisa que sabia era que nunca se sentiu tão bem quanto agora. Sentia como se os problemas com sua mãe não passassem de um pesadelo e que tudo estaria bem quando acordasse. Apenas ilusão.

Quando se moveu na cama, sentiu algo duro como uma parede esmagando seu nariz. Afastou-se e um leve cheiro de colônia masculina invadiu suas narinas. Braços longos e fortes a impediram de se afastar mais. Ao abrir os olhos, reconheceu aquela silhueta. Aquele queixo longo, os cabelos bagunçados, o peitoral forte, os cílios que pareciam maiores vistos daquela distância.

“Lindo...”.

Empurrou instintivamente o rapaz que a mantinha presa naquele mundo quando um sorriso convencido surgiu nos lábios dele. Ele estava acordado.

- Não me incomodo com seu olhar apaixonado, Mogami-san. – a voz rouca e sensual de Ren fez Kyoko arrepiar-se e corar instantaneamente.

- C-como? Por quê? Q-quando? – Kyoko fazia diversas perguntas. Seu nervosismo apenas fez Ren dar uma gargalhada sonolenta.

- Desculpe, não aconteceu nada se é o que está pensando. Você caiu no sono enquanto estávamos no hospital, então te trouxe para o hotel que eu tinha feito reserva. – Ela acalmou-se um pouco.

- E toda essa... Situação? – corou novamente.

- Então você fez tudo aquilo comigo e não se lembra de nada? Que mulher cruel!

- T-tsuruga-san!

- Tudo bem, tudo bem, estou brincando. Na verdade quando te coloquei na cama você não quis me largar. – os olhos dela se arregalaram. – Acho que estava tendo um pesadelo.

- Sinto muito por tudo isso, Tsuruga-san. E-eu, não sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. – disse enquanto bagunçava o cabelo dela. – Vamos comer alguma coisa, preciso voltar para Tokyo ainda hoje. A reunião do novo filme é hoje à tarde. – Kyoko levantou-se junto com ele. – Você ainda vai? Tudo bem se não qu-

- É claro que vou, é meu trabalho. Mas antes preciso cuidar da transferência de Chieko, não posso deixa-la aqui. – Ren assentiu.

- Quer que eu vá com você?

- Não precisa, é algo que quero fazer sozinha. Mesmo assim, obrigada por tudo. – Ren deu um daqueles sorrisos calorosos. Em seguida, segurou o queixo dela com a mão direita e deu um beijo na bochecha de Kyoko fazendo com que ela desse um pulinho assustado para trás.

- Já disse que não ia me segurar. Vou deixar você se trocar, a não ser que você queira minha ajuda. – Kyoko apenas gritou palavras sem sentido enquanto o empurrava para fora do quarto. - Te encontro lá embaixo. – deu uma piscadinha e fechou a porta, deixando uma Kyoko completamente corada para trás.

“B-Baka!”.

[...]

Durante a viagem de volta à Tokyo, os dois mantiveram-se calados. Apesar de terem conversado um pouco sobre trabalho durante o café da manhã, a ida de Kyoko até o hospital novamente deixou o clima mais tenso. Ela ainda estava muito abatida, parecia não querer separar-se de sua mãe, com isso, Ren apenas respeitou o silêncio de Kyoko e deu o espaço que ela precisava.

- Esta tudo bem para você ir trabalhar?

- Tudo bem, Tsuruga-san. Eu realmente estou melhor, obrigada.

Ren notou o celular de Kyoko vibrando constante e insistentemente. Ela apenas suspirava encarando o número que piscava no visor.

- Tem certeza que não vai atender? Pode ser importante. – Ren falou mais por curiosidade. “Quem poderia estar ligando para ela? Fuwa?”.

- Pode acreditar, não é importante. – disse girando os olhos. – É apenas o Saito, não liguei para ele desde que cheguei, se eu atender agora com certeza terei que aguentar um sermão. – deu uma pausa e suspirou novamente. – É a primeira vez que fico sem ligar pra ele durante tanto tempo. Ele é muito ciumento.

Se não estivesse parado no sinal, Ren com certeza teria perdido o controle do carro. “C-ciumento?”. Ren tentou manter a postura para que Kyoko não percebesse sua inquietação.

- Mas você tirou férias um tempo atrás se não me engano. – o olhar de Ren estava sério e penetrante. Já estava mais calmo quando o sinal abriu. – Lembro que sai um artigo sobre você em Paris.

- Sim... M-mas ele viajou junto comigo...

- Hum... – o tom de Ren fez Kyoko tremer, ela sabia muito bem que o estava atiçando, mas depois de tanto tempo sem ver as expressões de Ren, o medo se transformou em nostalgia. – Vocês devem ser bastante íntimos, ele até te chama pelo nome. – “Sendo que não me permite te tratar com tanta intimidade”.

- Sim, ele me ajudou a superar alguns problemas que tive durante os meus papéis. – Kyoko segura um riso debochado. – Estava me sentindo muito sozinha...

- Entendo! – o sorriso brilhante de Ren quase fez Kyoko gargalhar. Somente agora percebeu o quanto sentiu falta de momentos como esse. – É melhor nos concentrarmos não é mesmo, Mo-ga-mi-san? Logo chegaremos à reunião do elenco.

- S-sim, Tsuruga-san. – disse com um sorriso de canto enquanto colocava a mão esquerda sobre o ombro de Ren. “Como não percebi nada antes?”.

[...]

“Doce veneno, como vocês já devem ter lido no roteiro, é um romance com bastante drama e uma pitada de comédia. A história vai girar em torno de Suzuki Akane, uma garota do colegial que se apaixona por seu senpai, Yamaguchi Kato. Os dois namorarão por um tempo até que um mal entendido faz com que Akane pense que Kato a traiu com sua melhor amiga, Yoshida Inoue. A morte do pai de Akane obriga a garota a morar com sua mãe no Brasil, tudo isso sem que o mal entendido seja resolvido. No Brasil ela vai conhecer um Nikkei¹ chamado Kobayashi Akira que, além de ajuda-la a superar o trauma que ela teve com Kato, será seu par romântico. Depois de dez anos, Akane voltará ao Japão com Akira devido uma proposta de trabalho em uma empresa conceituada de Tokyo. Nesse meio tempo ela acaba reencontrando Kato e sabendo sobre o mal entendido, porém ambos estarão compromissados e é ai que os problemas começarão. Passarei mais detalhes para vocês futuramente, mas quero que vocês entendam pelo menos o início para que possam interpretar corretamente os sentimentos dos personagens.”

A fala do diretor foi direta, não dando espaço para nenhum questionamento. Mesmo estando abalada Kyoko conseguiu captar o que ele tentou passar. Estar com Ren a fazia se sentir melhor, apesar de que o clima na sala estava bastante pesado. Ren ainda estava com um olhar assassino escondido atrás de um sorriso galanteador.

- Kyoko-san, quero que se atente bastante para seu papel como Akane, pois ela é uma garota bastante certinha, preciso que você demonstre a indecisão dela entre ficar com Kato ou manter sua relação com Akira que sempre a ajudou.

- Sim, diretor Ogata. Compreendi perfeitamente.

- Ótimo! Escolhi você e Tsuruga Ren, justamente por serem os melhores atores com quem já trabalhei, sei exatamente do que são capazes. – disse Ogata com os olhos brilhando. – Quero fazer desse o melhor filme do ano! Acredito que Kenji-kun recheará ainda mais esse filme.

- Com certeza diretor! Darei tudo de mim. – o rapaz alto e moreno que ficou em silêncio durante toda a reunião finalmente disse algo. - É uma honra trabalhar com vocês.

- Ah, Himura-san, devo lhe parabenizar por ganhar o prêmio de ator revelação este ano. – Ogata disse enquanto observava o olhar curioso de Ren. – Vocês ainda não se conhecem não é, Tsuruga-san?

- Receio que não diretor. – Ren estava com aquele sorriso falso, fazendo com que Kyoko desse uma risadinha rápida.

- Este é Himura Kenji, ele começou recentemente, mas já é considerados um dos melhores atores do Japão. Kyoko-san até participou de dois dramas com ele.

- Sim, nós até fizemos par romântico uma vez, será mais fácil interpretar agora que temos um pouco mais de intimidade, não é mesmo Kyoko-san?

- Claro Kenji-kun! – a voz de Kyoko saiu animada demais para Ren suportar. Seu sorriso havia sumido. – Fico feliz de poder trabalhar com você novamente, foi até uma surpresa.

“Um dia cheio de surpresas...”. Pensou Ren enquanto observava atentamente aquela cena. “Ela deve estar querendo me deixar maluco.”

- Decidi me reunir primeiro com os atores principais antes de falar com todo o elenco. Preciso que se entrosem e se possível, quero que mantenham um ar de hostilidade entre vocês dois, com certeza Kato odiará Akira.

- Será um prazer, Ogata-san! – o sorriso de Ren voltou, assim como a risadinha de Kyoko.

- O final será uma surpresa para vocês também, só revelarei quando for necessário gravar. As filmagens entre Kato e Akane começarão logo após a reunião. – Ogata encarou Ren por alguns segundos. – Ah, July disse que você pode pedir para ela pintar seu cabelo novamente, será fundamental para o papel. – Ren assentiu. – No mais é só isso, passarei mais detalhes amanhã.

- Obrigada, diretor! – os três disseram praticamente juntos e se retiraram da sala.

“É agora que tudo começa...”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muita coisa para explicar futuramente...
Estou preparando os especiais, talvez postarei os dois juntos.

Sugestões, dúvidas, reclamações... Comentem ^^