Uma Noite Mais Que Louca escrita por Queen Barenziah


Capítulo 2
Hospital




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354240/chapter/2

Abri meus olhos com dificuldade e me deparei com um aparelho grande e medonho com fios que se estendiam até o meu braço, percebi que aquilo fazia um liquido fluir para as minhas veias, provavelmente era algum remédio.

- Ai meu deus, ela está acordando!!!

Escutei gritar de felicidade uma loira de uns 30 e poucos anos.

- Huh... oi...

Falei notando que não havia ninguém que eu conhecesse no quarto.

- Vai ficar tudo bem meu amor, eu estou aqui...

- Pera aí...

Falei interrompendo a mulher.

- Quem é você?

A médica fez uma cara de desaprovação quando falei isso.

- Eu sou... sua mãe...

Sussurrou a mulher com uma lágrima no rosto.

- Relaxe senhora, existem casos que o paciente perde a memória depois de um trauma como esse, pode ser temporário.

Retrucou a médica se intrometendo e tentando reconfortar a mulher.

-Pode ser temporário? Como assim?

Falou a mulher preocupada.

- Bom... não sabemos quanto tempo isso pode durar, pode ser rápido, ou pode durar bastante tempo.

- Pera aí, para tudo!

Falei interrompendo a conversa dramática das duas.

- Em primeiro lugar, você não é minha mãe, minha mãe é Mary Halley. Em segundo lugar, eu não perdi porra de memória nenhuma, eu me lembro de tudo! Me lembro inclusive de estar brigando com meu irmão na hora do acidente!

A mulher e a médica me olharam com uma cara estranha.

- Jill, você está bem?

Falou a médica examinando meu olho com uma lanterninha.

- Meu nome é Lucy Halley, porra!

- Querida,

Falou a mulher colocando a mão sobre o meu ombro.

- O seu nome é Julliane Anderson.

Eu fiquei paralisada.

Como alguém poderia me confundir com aquela loira oxigenada? E aliás, como poderiam deixar essas duas loucas ficarem no meu quarto? Cadê meus pais? Eles não estão aqui comigo por quê?

- Porque eu deveria acreditar em vocês? Eu acabei de acordar de uma porra de um acidente e já me aparecem duas loucas para piorar o meu dia...

Gritei estressada.

- Você é a Jill sim, olhe no espelho.

Falou a médica pegando um espelho pequeno dentro de um armarinho.

- Tá certo então... eu vou olhar e então vou sair daqui, ligar para a minha mãe, e mandar ela me tirar desse hospício!

Falei virando lentamente meu rosto em direção ao espelho.

-  Mas... o que?

                                                                                 ***

Pov. Jill

Acordei faz uns 20 minutos, mas fiquei fingindo estar dormindo porque tem uns tios que não conheço no meu quarto, eles falam sobre mim e falam sobre o tal acidente, ou seja, falam sobre merda nenhuma.

Quem seriam essas pessoas? Será que são empregados que meus pais enviaram para me atender?  Falando em atender eu estou com fome, talvez eu queira uma sopa de legumes... apesar de eu não gostar disso, dieta é dieta, tenho que continuar com um corpinho sexy.

- Ooo vocês aí, eu quero uma sopa de legumes agora! E eu quero suco de uva com cranberries.

- Oi? Lucy você quer uma sopa de legumes? Eu tentei te fazer comer isso por 16 anos e você nunca quis, e agora você  simplesmente tá com vontade de comer isso?

Falou uma tia-morena-meio-esquisita rindo alto.

- Meu nome é Julliane, e eu sempre comi sopa de legumes, dã.

- É melhor diminuírem a dose dos remédios dela, tão fazendo ela ficar meio pirada da cabeça.

Falou um carinha bonitinho rindo também.

- Nós vamos voltar para casa logo? Eu tenho ensaio para o jogo de futebol de segunda.

- Ensaio?

Falaram os dois juntos.

- É, eu sou uma cheerleader oras! Meus pais não falaram nada a vocês?

Os dois me olharam esquisito.

- Ééé... vamos levar você para casa agora.

 Falou a tiazinha fazendo um sinal do tipo ‘’essa garota tá louca’’ para o bonitinho.

Eles me ajudaram a sentar numa cadeira de rodas e começaram a me empurrar pelo hospital, até chegar ao estacionamento.

Nós fomos passando carro por carro e eu não reconhecia nenhum deles. Onde estaria a merda da limusine preta do meu pai? Eu não quero ficar muito tempo nesse estacionamento nojento.

Eles pararam em um carro vermelho grande e velho e começaram a colocar umas coisas lá dentro, tipo roupas, mas todas eram horríveis e feias, por isso acho que não sejam minhas.

- Err... esse é o nosso carro?

Falei olhando para aquela lata velha.

- Claro querida!  Já esqueceu como é o nosso carro Lucy?

Lucy? Nosso carro? Querida? Eu acho que essas pessoas não batem bem da cabeça, e acho que nem meus pais pra terem mandado um carro horrível como aquele para me buscar.

- Eu não vou andar nessa lata velha aí!

Gritei alto.

- Mal saiu do hospital e já tá reclamando? Seu irmão quebrou o braço e ele não está reclamando de nada!

Retrucou a tia-morena-meio-esquisita.

- Relaxa mãe, a médica lá explicou que ela pode ter ficado com perda de memória temporária, isso significa que eu posso chamar ela de idiota gorda o tempo todo, porque aí ‘’ela de verdade’’ não vai ta sabendo.

- Você acha que to gordaaa?

Falei quase socando o carinha bonito.

- Err... não.. só você antes do acidente era... foi mal.. sério... pode me largar agora?

Falou ele um pouco assustado.

- Hurr... eu tenho nojo de vocês empregados... papai devia demitir todos vocês!

A mulher e o carinha se olharam como se dissessem ‘’qual o problema dela?’’.

- Será que a outra garota tá bem? Falaram que ela tá com o mesmo problema que a Lucy.

Falou o carinha desviando o assunto.

- Meu nome não é Lucy seus anima... pera aí, você falou outra garota?

Olhei assustada para o carinha.

- É, falaram que a gente bateu numa tal de Juliana, Giuliane, sei lá.

- Não seria, Julliane?

Falei me arrepiando cada vez mais.

- Isso aí! Era Julliane Anderson o nome da garota!

De repente eu comecei a tremer levemente e uma sensação assustadora de medo crescia cada vez mais... eu decidi olhar no espelho do retrovisor para ver se aquilo não era  um delírio...

E não era.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!