A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 3
Capítulo 3 - Estranhos acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Nossa, nem acredito que terminei esse capítulo, o reescrevi 3 vezes porque fechei a página.
Espero que curtam e morram de curiosidade para saber o que irá acontecer hahah !



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Sarah ficou petrificada, não conseguia se mover. Toda a escola estava se aglomerando para observar o rapaz atrás dela. Por sorte, quando Sarah reparou que todas as atenções estavam voltadas para ele, tratou de se apressar até o imenso pátio do colégio. Havia vários edifícios em torno do pátio, enfeitando a escola, muitos tinham letreiros indicando o nível de ensino. Era um colégio privado, onde a maioria deveria ter uma boa condição financeira.

Sarah estava quase pondo os pés dentro do edifício do ensino médio quando se deparou com uma garota loira de cara emburrada e mãos na cintura fina.

– Você é retardada ? - perguntou ela, com um sorriso irônico.Usava um casaco preto de renda por cima do uniforme, era magra e também tinha olhos esverdeados, com expressões de ódio e amor reprimido. A maioria das pessoas desta cidade possuíam esse olhar de imensa solidão, no entanto, os olhos de Sarah transmitiam paz e conforto, apesar de todos os seus aspectos sombrios. - Qual é o seu problema ?

Sarah desviou o olhar e deu as costas para a garota, seguindo para a secretária pegar seus papéis de matrícula.

– Não dê as costas pra mim, novata. - ameaçou a garota. - E não se meta com Nicholas.

Sarah se virou para dar uma resposta á aquela garota, quando avistou, ao final do corredor, aquele rapaz que encontrara antes. Seus lábios se contraíram, remexeu a franja e endireitou a coluna, passando os olhos por cima de todos os alunos á procura dele. Enquanto andava, passou por alguns grupos de meninos e, em seguida, de líderes de torcida, quando, finalmente percebeu que, já havia dado várias voltas no corredor e não tinha o visto em lugar algum.

O colégio era amplo, era cercado de portas e corredores em sua maior parte. Ainda andando, Sarah percebeu os olhares de alguns garotos quando passava. Um grupo de jogadores de algum tipo de time escolar chamou sua atenção. Um garoto de cabelos castanhos estava a observando e quando seus olhos cruzaram, ele sorriu gentilmente e veio em sua direção.

– Olá, novata. Meu nome é Dennis. Dennis Coorner, mas me chame de Den. - ele disse, sorridente. Era bonito quando sorria, seus olhos negros, de uma certa forma, combinavam com sua pele branca.- Posso saber o seu ?

Sarah fitou o chão e no que foi, quase um sussurro, disse:

–É Sarah. - Ela odiava falar de si mesma para as pessoas, ninguém era confiável ao seu ponto de vista, todos a deixariam um dia ou a enganariam.

– Muito bem, Sarah. - concordou ele, constrangido, enquanto estendia seu braço. - Me deixe ver os papéis da matrícula.

Sarah entregou os papéis e, com um nó na garganta, conseguiu pronunciar:

– Segundo ano.

– Entendo .- disse Den, coçando o queixo, frustado com a situação. - Então, não estamos na mesma sala, uma pena. É só seguir reto para a sala 109.

Sarah tentou olhar para o rosto dele, mas em vão. Suas pernas tremeram quando pôde sentir as mãos grossas e suaves de Den passando por suas costas e descendo até a cintura, lhe envolvendo em um abraço caloroso.

– Não se preocupe, vai dar tudo certo. Te vejo no intervalo, Sarah.

O corpo de Sarah ficou ríspido, por um instante, pensou que estava sendo sufocada, mas a medida que ele a soltava, seu corpo foi relaxando. Seus olhos permaneceram fechados nos segundos seguintes e, quando abriu-os, percebeu que lágrimas escorriam por toda sua face.

Sarah saiu em direção á sala 109. A sala de aula também era ampla, continha várias mesas e cadeiras voltadas para um grande quadro branco que, agora, estava sem riscos, quase todos os cantos da sala tinham janelas e todas estavam ligeiramente cobertas por cortinas bege. Havia uma cadeira vaga na última fileira e foi ali mesmo que Sarah decidiu passar as horas seguintes.

No intervalo, Sarah preferiu permanecer na sala. Enquanto todos os alunos iam saindo, os olhares tomavam o rumo até Sarah. Até que, ela reparou, o menino de antes, Nicholas, estava em sua classe e ela não havia nem notado.

Uma sensação não conhecida fez-se em seu íntimo. O que ela estaria sentindo? Ela fechou a cara e desfez-se do que estava imaginando.

Quando o rapaz saiu, Sarah desabou na carteira e teve certeza que ela não deixaria ninguém a enganar. Não iria se apaixonar por ninguém. A paixão, ela acreditava, não existia. O que existia é só um tipo de atração. O amor era apenas uma ilusão do ser humano para tentar ser feliz. Envolta em tanto pensamentos, nem percebera que havia adormecido.

Uma garrafa se espatifou no chão. Sarah abriu os olhos, quase que, imediatamente e levou um susto ao se deparar com Den a sua frente.

– Me desculpe, eu deixei cair. Você está bem ? - perguntou ele num tom consolador.

– Que horas são ?

– Bem, eu diria que devem ser umas duas da tarde. - ele disse enquanto a ajudava a se levantar.

– Eu não preciso. Me largue !

Den, surpreso, a largou cautelosamente e se dirigiu a porta. Sarah nunca conseguia evitar magoar ninguém, mesmo não tentando, nada de bom nunca aconteceria com quem tivesse qualquer tipo de relação com ela, por isso, tentara ao máximo evitar pessoas.Sarah deixou a sala.

Já passara das três, quando Sarah foi para casa. As ruas estavam desertas, apesar de estar cedo. O dia estava nublado, não chegara a chover, mas o tempo havia mudado. O vento frio penetrava em seu corpo, deixando-a vulnerável. Ao passar por uma cafeteria, Sarah travou os olhos em uma televisão que havia lá dentro. O jornal dizia que a meteorologia não previa a ventania gélida que estava e que todos, deveriam se preparar para uma possível tempestade.

Sarah olhou ao redor. Ela desconheceu tudo em meio a neblina que foi se formando, começou a pensar que, talvez, ela haveria proporcionado isso. Mas se desfez da ideia maluca e adentrou na cafeteria para esperar a tempestade passar.

A cafeteria cheirava a canela com hortelã. Havia mesas redondas de madeira espalhadas por todo o pequeno espaço, onde as pessoas estavam sentadas, algumas bebericando alguma coisa, outras só vendo o jornal. A luminária no teto estava acessa, emitia uma fraca luz amarelada no lugar. Enquanto pedia um cappuccino, Sarah observou as inúmeras canecas de porcelana penduradas na parede por alguns ganchos.

– Açúcar ? - perguntou o senhor do balcão, apontando para um pequeno pote ao lado.

Sarah balançou a cabeça, negando.

Ao se sentar em uma mesa rachada ao meio, novamente, estendeu seu olhar para a luminária que, agora, começara a piscar.

Continua...







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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e o próximo capítulo sai essa semana ainda, aguardem =D