A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 2
Capítulo 2 - Sarah Rawling


Notas iniciais do capítulo

Olá gente ! Quero avisar que não consegui me segurar e quis postar logo o segundo capítulo para vocês e dizer que o terceiro já está em andamento.



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Eram seis da manhã. O sol se infiltrava pela janela, trazendo luminosidade e calor ao quarto de Sarah. Um barulho de panelas vindo da cozinha fez com que Sarah acordasse. O dia estava claro, quente e sem nenhum sinal de nuvens no céu, de modo que, fazia Sarah sentir que seria um dia diferente.

As férias passadas foram um tempo longo demais. Sarah passou os dias lendo mitologias, lendas, mitos e ficções científicas, ela herdou essa paixão por livros da mãe. Desde pequena, ouvira muitos contos de fadas e outras histórias infantis. Mas, seu amor por ficções também era grande, ás vezes, Sarah se pegava criando histórias com mundos diferentes, onde os personagens podiam ser livres para pular sobre as nuvens ou até procurar um tesouro no final do arco-íris. O único problema das histórias de Sarah é que ela nunca conseguia criar um final feliz, tudo dava sempre errado, parecia até que, ela não podia criar nada de alegre, nem mesmo, uma simples história de criança.

Sarah era uma menina estranha, quieta , sem palavras para se expressar, uma simples garota que deixa seus segredos falarem por ela. Nunca teve amigas na escola, não falava com quase ninguém e até agora, com quinze anos, ainda era muito insegura e não confiava nas pessoas. Para ela, não existiam muitas pessoas boas no mundo, não se tinha mais cor e vida, tudo era apenas uma fraca ilusão de felicidade. Parecia até que, não tinha motivos para sorrir, tudo era tão negro na visão dela, existiam tantos mistérios por trás de sua vida, que ela, ás vezes, pensava na possibilidade de desistência, até porque, nem ela mesma conseguia explicar seus pensamentos.

Seus pais, Raymond e Tibrya viviam se mudando e levando Sarah junto. Até ano passado, estiveram em Nova Orleans, uma cidade do estado americano da Luisiana. Mas, agora tinham acabado de começar uma nova vida em sua cidade natal, Bristol, onde Sarah nasceu.

Para Sarah, não havia diferença onde morar, se sentia solitária em todos os lugares, menos uma vez, na Carolina do Norte, Sarah tinha doze anos e tinha acabado de se mudar para uma casa abandonada, quando conheceu Mellany, sua vizinha. Sarah gostou dela, viraram amigas bem rápido, entretanto, as duas mal conversavam, pouco sabiam uma da outra. Sarah adorava isso em Mellany, não queria que ninguém se metesse em sua vida particular, muito menos demonstrar seus pensamentos, talvez por isso, viraram amigas. Isso agora, pouco importava, Sarah tinha se mudado outra vez e desde seus doze anos, nunca tinha reencontrado Mellany.

– Querida, já está acordada ?

Sarah ouviu sua mãe gritar lá embaixo e tratou de se apressar. O relógio ao lado da cama soou alto. Sarah o desligou e levantou-se da cama, apoiando na cabeceira. Hoje era o primeiro dia de aula na nova escola e Sarah odiava aquela sensação de ser o "brinquedinho" novo da escola, a garota esquisita que não se relaciona com ninguém, mas é cortejada por todos os garotos. O pior de tudo era os olhares cruzados que ela teria de enfrentar, aqueles olhares que pouco falavam e tudo diziam.

Rodeada por esse pensamentos, entrou no banheiro e tomou um demorado banho. Era como se ela estivesse caindo. Muito, muito parecido com uma queda. E cair de um penhasco, tão lindo em sua sutileza, por vezes, indelicadas em outras. Sentia borboletas no estômago. Teria que enfrentar isso por mais quantas vezes ? Mudar de escola não tem nada de incrível, pelo contrário tinha tudo de mais horrível, pessoas te encaravam como se fossem cair em cima de você e te matar a qualquer minuto, era só você dar uma chance.

O mundo de Sarah parecia um mundo sem volta, sem chances. Parecido com bonecas de porcelanas quebradas, por mais que você tente concertar, na melhor parte irá se desfazer novamente e, ainda, quebrando-se em mais e mais pedaços. Entretanto, mesmo que,deixem de brincar com a boneca, ela sempre perseguirá, não deixará que simplesmente desistam, porque desistir, nesse mundo, não existe, não há escapatória quando se trata de destino.

Sarah desceu as escadas fitando o nada e se deparou com sua mãe em pé ao lado de uma mesa toda decorada com flores e toalhas coloridas, enfestadas de bolos e pães.

– Mãe, estou atrasada, não vou comer isso. - anunciou Sarah enquanto remexia sua mochila á procura de um livro.

– A senhorita tem que se alimentar melhor, ouviu ? Só vou deixar passar esta vez porque é seu primeiro dia de aula. - disse Tibrya com as mãos na cintura.

– Até depois.

E Sarah saiu pela porta da frente ás pressas. O vento gélido e cortante tirava seus cabelos negros para dançar. Novamente, Sarah sentiu as borboletas, ainda mais ferozes e inquietas.

Pelo canto, dos olhos, ela avistou um rapaz, perto de um pequeno gramado á frente. Seu rosto queimou, ficando tão vermelho quanto os lábios daquele rapaz. E não era o frio que lhe causara isso. Por um breve momento, Sarah podia jurar que sentiu os olhos dele encontrando os dela. Com os olhos semicerrados, Sarah desviou o olhar em busca da escola nova. O coração de Sarah estava na boca, logo, começou a se apressar, quase fora acertada pelo rapaz que, por sorte, passou de raspão pelo seu uniforme.

Sarah pôde perceber os olhos esverdeados do menino fixos em todos seus movimentos, tentando alcançá-la. Tinha os olhos de aparência rasgada, tão claros quanto os de Sarah, e cabelos castanhos, com uma ligeira mecha caída em sua testa. E ele sorriu de lado, Sarah ficou incrédula, tentou abrir os lábios, para dar um resposta á aquele sorriso, mas estava tão ocupada prestando atenção naqueles olhos que, nem percebeu que havia chegado á sua nova escola.


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Notas finais do capítulo

Obrigada á todos que leram e á quem está acompanhando, é importante.

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