PDV Nate

Exames! Está sendo um ano tão esquisito que os exames estão quase fáceis demais de encarar. Não sei como conseguimos passar por tudo ilesos, meus nervos estão em frangalhos com essa coisa de lobisomem, pedra filosofal e você-sabe-quem.

Tivemos testes teóricos e práticos, tivemos que fazer feitiços e transformações... fico feliz que isso tenha acabado!

Quando o Professor Binns falou que podíamos sair foi realmente um alívio.

—Ah, foi mais fácil do que eu esperava. –Hermione falou.

—Ah, foi incrivelmente chato! Não gosto de História da magia. –Lyra falou.

Mas Harry não parecia muito animado.

—Vai lá Harry, ainda temos uma semana até o resultado dos exames, não vale a pena se preocupar agora. –Rony falou.

—Não é isso, é minha cicatriz que não para de doer, já doeu antes, mas nunca desse jeito. –Ele explicou.

—Talvez você devesse ir à Madame Pomfrey. –Hermione sugeriu.

—Não estou doente, sinto que isso é como um aviso que o perigo se aproxima.

—Credo Harry, que agouro! –Lyra começou a fazer umas coisas com as mãos como se estivesse espantando o mal.

—Estou falando sério. –Ele disse um pouco irritado.

—Fica tranquilo Harry, ninguém pegará a pedra enquanto Dumbledore estiver na escola. –Falei.

Fomo todos em direção ao lago e ficamos por ali um pouco, relaxando, sentindo o calor do sol que hoje estava muito quente, debaixo de uma árvore.

Lyra correu até os gêmeos e Lino Jordan que estavam fazendo cócegas nos tentáculos da Lula gigante que se aquecia nas águas rasas, ela pulou nas costas do Fred... Ou seria Jorge? Enfim, ela pulou nas costas de um dos dois e eles começaram uma bagunça muito engraçada de olhar.

De repente Harry levanta.

—O que foi Harry? –Perguntei, ele parecia pálido.

—Vou falar com Hagrid. –Ele disse.

—Por quê? –Perguntou Hermione ansiosa.Levantamos e fomos atrás dele.

— Vocês não acham um pouco estranho - disse Harry, enquanto subíamos a encosta -que o maior sonho do Hagrid fosse ter um dragão e que, de um momento para o outro, apareça um desconhecido que por acaso tem um ovo de dragão no bolso? Quantas pessoas andarão por aí passeando com ovos de dragão, sabendo que isso é contra a lei dos feiticeiros? Foi uma sorte terem dado com o Hagrid. Como é que eu não percebi antes?

—O que você quer dizer com isso? –Rony perguntou.

Harry, no entanto, não respondeu. Haviamos deixado Lyra para trás conversando com os gêmeos, aquela história de Harry estava cheirando mal. Aproximamos-nos da casa do Hagrid, ele estava sentado do lado de fora descasando algo verde, acho que eram ervilhas.

—Olá, os exames acabaram? Tem tempo para uma bebida?-Ela falou sorridente.

—Sim! –Rony falou sorrindo.

—Não. –Harry cortou. –Hagrid, quero te perguntar, lembra-se da noite em que ganhasse Norberto? Como era o cara que perdeu para você nas cartas?

—Não sei, ele não tirou o capuz momento nenhum.

Todos ficaram estáticos, a criatura que Harry viu na floresta usava um capuz.

—Não é tão estranho assim, pessoas estranhas sempre vão à cabeça de javali, poderia muito bem ser um traficante de dragões não é? –Hagrid disse.

—Do que vocês conversaram Hagrid, falou de Hogwarts? –Harry perguntou sentando ao lado dele.

—É bem provável, ah, sim, ele queria saber em que trabalho. Disse que sempre quis ter um dragão... Mas não me lembro de muito, o sujeito não parava de me pagar bebidas. Ele queria saber se eu me daria bem com o dragão e disse que depois do Fofo seria fácil.

—Ele pareceu interessado no fofo? –Perguntei sorrindo fracamente.

—É claro, quantos cães de três cabeças existem em Hogwarts? Mas lhe disse que o fofo era moleza, era só cantar uma musiquinha de ninar que ele logo se acalma. - Hagrid ficou apavorado. –Não devia ter contado isso, esqueçam o que eu disse.

Mas nós já estávamos indo embora.

Só voltamos a conversar quando estávamos em frente ao castelo.

—Deve ter sido fácil depois de tê-lo embriagado. –Hermione disse.

—Temos de ir falar com Dumbledore. — disse Harry. — O Hagrid disse àquele estranho como passar pelo Fofo e debaixo da capa estava o Snape ou o Voldemort.

—Ou Quirell. –A voz de Lyra soou atrás de nós. –Vocês me deixaram sozinha.

—Desculpe Lyra, Harry saiu disparado para a casa de Hagrid, não deu tempo. –Falei.

—O que você quis dizer com Quirell? –Hermione perguntou.

—Você disse que o Hagrid falou para um estranho de capa como passar pelo fofo, provavelmente está falando sobre o dia que ele ganhou Norberto. –Ela adivinhou.

—Isso. Mas o que tem?

—Na noite em que vocês estavam na floresta proibida... Eu lembro. As coisas estavam meio confusas mas eu consigo lembrar da melhor parte... Foi horrível, aquele unicórnio. –Ela disse abraçando o próprio corpo.

—Oh meu Merlin, o que houve? –Hermione falou.

—Eu peguei a capa para andar pelo castelo, mas vi o professor Quirell indo para a floresta.

—Quirell estava na floresta naquela noite? –Harry perguntou surpreso.

—Sim, ele estava com uma capa, mas definitivamente era ele. -Lyra disse.

—Será que o Snape obrigou o Quirell a embebedar o Hagrid? –Rony sugeriu.

Dei uma tapa na minha própria testa.

—Será que o Quirell é tão inocente assim que não poderia ter feito isso sozinho? –Falei.

—Eu não sei, mas temos que...-Harry começou mas foi interrompido.

—O que estão fazendo ai? –A voz de Mcgonagall soou atrás de nós, ela trazia alguns livros nos braços.

—Queremos falar com Dumbledore. –Lyra disse.

—E posso saber por que? –Ela perguntou.

—Nossa como a senhora é curiosa, professora. –Lyra disse.

—Ora, mas que audácia. –Mcgonagall falou aborrecida.

Lyra abriu a boca para retrucar, mas eu coloquei minha mão na frente.

—É meio que um segredo. –falei.

A professora ficou séria e falou com uma voz gelada.

—O professor Dumbledore saiu há dez minutos.

—Saiu? E agora? –Harry se desesperou.

—Dumbledore é um mago muito ocupado Harry.

—Mas isso é mais importante! –Ele falou.

—E o que pode ser mais importante que o ministério da magia senhor Potter? –Ela perguntou irônica.

—É sobre a pedra filosofal. –Lyra disse depois de puxar minha mão de sua boca.

Mcgonagall deixou os livros caírem no chão de tão surpresa que ficou.

—Como sabem sobre isso?

—Acho que alguém vai tentar roubá-la. –Harry prosseguiu.

—Olhe senhor Potter, não sei como descobriram, mas a pedra esta muito bem protegida, nada irá acontecer, agora vão lá para fora curtir o sol. –Ela disse apanhando os livros.

Ela foi embora, mas nós não.

—Muito bem será hoje à noite. –Harry disse.

—Acho que alguém tem que ficar vigiando Snape. –Lyra sugeriu.

—Eu fico. –Falei.

—Acho que Hermione deveria ficar também. –Rony sugeriu.

—Tudo bem. –Hermione falou.

—Eu, Lyra e Rony vamos vigiar o fofo. –Harry continuou.

Mas nada do plano deu certo. Enquanto estávamos vigiando Snape ele notou, demos a desculpa de querer falar com Flitwick sobre os testes, Snape prometeu buscá-lo, mas não apareceu mais. Quando voltamos ao salão comunal Lyra explicou que Mcgonagall os pegou em frente à sala do Fofo.

—Bem, vocês já entenderam, acho que o único jeito é ir até lá e pegar a pedra antes. –Harry disse.

—Isso! –Lyra levantou os braços, feliz.

—Você é maluco Harry. –Rony falou inconformado.

—Não pode fazer isso! –Hermione se desesperou.

—E Depois de tudo o que Snape e Mcgonagall disseram? Você vai ser expulso Harry. –Falei segurando o moreno pelos ombros.

—E DEPOIS? — gritou Lyra, assustando todos. — Será que vocês não compreendem? Se o Snape chegar à pedra Voldemort vai voltar! Não ouviram falar de como eram as coisas quando ele estava tentando tomar o poder? Vai deixar de existir Hogwarts para expulsar quem quer que seja. Ele acaba imediatamente com isto ou então transformará numa escola de magia negra! Perder pontos deixou de ter importância, não estão vendo? Acham que ele deixará em paz vocês e suas famílias, se os Grifinórios ganharem a taça? Acham que estou querendo pegar a pedra só por que gosto de aprontar?! Não, quero salvar a vida da gente.

—Se eu for apanhado antes de chegar à pedra, o que vai acontecer é ir de volta para casa dos Dursleys e esperar que o Voldemort vá lá me procurar. Trata-se de morrer um pouco mais tarde porque eu nunca passarei para o lado das trevas! Vou pelo alçapão esta noite e nada do que vocês possam dizer me fará mudar de ideia. O Voldemort matou os meus pais, não sei se lembram!- Harry terminou.

—Tem razão Harry. –Hermione disse num fiozinho de voz.

Eu tenho que dizer, me senti envergonhado.

—Desculpa cara. –Falei.

—Vou usar a capa. –Harry disse.

—Mas será que vai caber nós cinco? –Rony perguntou.

—Nós... cinco? –Harry nos olhou surpreso.

—Achou que íamos deixar você e Lyra irem sozinhos? –Eu perguntei.

—Claro que não! –Hermione disse. –Vou pesquisar, talvez ache alguma coisa útil.

—Mas se formos pegos irão todos expulsos. –Lyra falou.

—Eu nem devia estar estudando num colégio interno. –Falei dando de ombros.

—Ah, mas eu não vou ser expulsa mesmo, Flitwick disse que tirei nota máxima nos meus testes, ninguém expulsa uma aluna assim. –Ela sorriu. O primeiro sorriso maroto que já vi Hermione dar na minha vida.