Eu Não Mudaria Nada Em Você - Segunda Temporada escrita por Amanda Suellen


Capítulo 9
Parker Hayes


Notas iniciais do capítulo

Ontem foi aniversário da linda da Mel, e eu não pude desejar feliz aniversário a ela, então esse cap é dedicado a ela s2
Notas finais, por favor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/353843/chapter/9

Nicki Minaj - Super Bass

Dois dias depois

Eu havia recebido alta e voltado pra casa dos meninos, para terminar de pagar a aposta, nesses dois dia o Gabe foi me visitar no hospital, ele me explicou como me encontrou e eu curiosa perguntei porquê motivo ele estava andando com a Alice, a única coisa que ele me disse foi “não sou boa companhia pra você, Jú” – depois mudamos de assunto, por mais que tudo me indicasse que o Gabe era realmente uma má companhia pra mim, eu não conseguia me afastar dele, ele era gentil e legal comigo, além é claro de ter me tirado daquele lugar horrível.

Meus pais vieram me visitar, e por incrível que pareça não brigaram enquanto estavam aqui, não podiam ficar mais que um dia, então voltaram pra São Paulo. Tia Patty declarou Pietra minha nova babá, já que ela estava sempre me bajulando – Trav e eu estávamos mais próximos, o que pra mim era novidade, não brigar com ele a cada dois segundos estava sendo maravilhoso.

O detetive Clarkson veio me visitar hoje, eu já disse que eles conseguiram identificar o filho da puta que me seqüestrou? E também descobriram que ele foi contratado para tal serviço – ironia contratarem o cara que já tentou me estuprar uma vez, mas fazer o que né. Ainda não o prenderam, mas eu já não estava mais me importando com ele e sim com quem o contratou, quem em sã consciência faria uma coisa dessas? Digo, foi desumano.

Na escola todos só comentavam sobre isso, graças a Deus eu tinha a galera para me distrair e me apoiar. Lara (aquela do grupinho do Gabe) andou vindo me visitar também, acabei por descobrir numa dessas visitas dela, que ela é a melhor amiga da Nanda, mesmo a Nanda não andando mais com a galera dela, elas ainda são inseparáveis. O que é legal, já que a Lara não é má, só tem medo do que pode acontecer se ela sair do grupinho do Apolo. “Eu não tenho a coragem que a Nanda teve pra sair, é perigoso. Ela paga por essa decisão até hoje, e eu não agüentaria” – Lara disse quando perguntei por que ela não saia.

Um aluno do terceiro ano, Parker Hayes, ultimamente tem se mostrado bem interessado em mim, e ele é com toda certeza o tipo de cara que eu namoraria. Educado, de família, fofo e gato. Ele me chamou para uma festa que ele dá todo ano, e claro a galera também foi convidada – Pietra está eufórica e torce muito por mim, já Nanda está indignada, pois na opinião dela Trav está caidinho por mim e eu deveria ficar com ele. Mais eu poderia algum dia ficar com Trav, sem pensar em todas as putas que ele comeu e dispensou sem nenhum remorso? Não, com toda certeza não.

~x~

Rostos familiares preenchiam os assentos da nossa mesa predileta do almoço. Eu me sentei entre Pietra e Gui. Os outros lugares foram ocupados pelo restante da galera, e o time de basquete. Era difícil ouvir alguma coisa com o barulho que fazia no refeitório, e o ar-condicionado parecia ter pifado de novo. O ar estava denso com o cheiro de comida frita e peles suadas, mas de alguma forma, todo mundo parecia mais elétrico que de costume.

Guilherme: Oi, Chris – ele disse cumprimentado o cara sentado à minha frente. A pele bronzeada e os olhos cor de chocolate contrastavam com o boné branco do time de basquete da Imperatrice enterrado na testa.

Chris: Senti sua falta depois do jogo no sábado, Gui. Bebi uma cerveja ou seis por você. – disse com um sorriso amplo e branco.

Guilherme: Valeu. Levei a Pietra para jantar – ele respondeu, inclinando-se para beijar o topo dos longos e pretos cabelos de Pietra.

Travis: Você está sentado na minha cadeira, Chris. – Chris se virou e viu Trav parado atrás dele, depois olhou surpreso para mim. – Ah, ela é uma das suas minas, Trav?

Juliana: Definitivamente não – eu disse, balançando negativamente a cabeça. Ele olhou para o Travis, que o encarava, esperando. Chris então deu de ombros e levou sua bandeja até a ponta da mesa.

Travis sorriu para mim enquanto se ajeitava na cadeira.

Travis: E ai, Jujuba?

Juliana: O que é isso? – perguntei sem conseguir desviar o olhar da bandeja dele. Aquela comida misteriosa parecia um pedaço de cera.

Travis deu risada e bebeu um pouco de água.

Travis: A moça do refeitório me dá medo. Não vou criticar as habilidades culinárias dela.

Não deixei de notar o olhar inquisitivo dos que estavam sentados à mesa. O comportamento de Travis estimulava a curiosidade deles, e contive um sorriso por ser a única garota que eles já tinham visto Travis insistir em ter sentada perto dele – tirando é claro, Pietra e Nanda.

Pietra: Ai... A prova de biologia é depois do almoço – resmungou ela.

Juliana: Você estudou?

Pietra: Ah, não. Eu e o Gui passamos a noite jurando para o Lucas, que você não ia dormir com o Travis.

Os jogadores de basquete sentados na ponta da mesa interromperam suas risadas idiotas para nos ouvir com mais atenção, fazendo com que os outros alunos percebessem. Olhei furiosa para Pietra, mas ela estava distraída, cutucando o Luc com o ombro.

Travis: Meu Deus, Lucas. Você está mal, hein? – ele exclamou, jogando um pacotinho de ketchup no Luc. Luc não respondeu, sorri agradecida por Travis ter conseguido desviar a atenção.

Pietra esfregou as costas dele.

Pietra: Ele vai ficar bem. Só vai levar um tempinho para ele acreditar que a Jú consegue resistir ao seu poder de sedução. – ela disse ao Travis.

Travis: Eu não tentei seduzir a jujuba – ele torceu o nariz, parecendo ofendido – Ela é minha amiga.

Olhei para o Luc, ele e eu havíamos conversado muito sobre a aproximação minha e do Travis, e ele estava com medo de eu me machucar, pois todos já achavam que eu e Travis tínhamos alguma coisa.

Juliana: Eu disse que você não tinha nada com que se preocupar – o lembrei.

Por fim Luc me encarou, e ao ver minha expressão sincera, os olhos dele ganharam um pouquinho de brilho. Revirei os olhos, tão protetor.

Travis: E você, estudou? – ele me perguntou, franzi a testa.

Juliana: Não importa o quanto eu estude. Biologia simplesmente não entra na minha cabeça.

Travis se levantou.

Travis: Vem comigo.

Juliana: O quê?

Travis: Vamos pegar o seu caderno. Vou te ajudar a estudar.

Juliana: Travis...

Travis: Levante a bunda daí, Jujuba. Você vai gabaritar essa prova.

Puxei de leve uma das longas tranças loiras da Nanda quando passei por ela.

Juliana: Vejo vocês na sala – disse para o Luc e para a Pietra.

Eles sorriram.

Pietra: Vou guardar um lugar pra você. Vou precisar de toda ajuda possível.

Travis foi comigo até meu armário, peguei o livro de biologia enquanto ele abria meu caderno. Ele me fazia perguntas sobre a matéria e depois esclarecia os pontos que eu não tinha entendido. Do jeito que ele explicava, os conceitos partiam do confuso para o obvio.

Travis: ... E as células somáticas usam a mitose para se reproduzir, ai é que entram as fases, que formam um nome esquisito: Prometa Anatelo.

Dei risada.

Juliana: Prometa Anatelo?

Travis: Prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Juliana: Prometa Anatelo – repeti, assentindo.

Travis: Você entendeu. Você conhece esse livro de biologia de trás pra frente e de frente pra trás. – soltei um suspiro.

Juliana: Bom... Vamos ver.

Travis: Vou andando com você até a sala e vou ficar lhe fazendo perguntas pelo caminho.

Guardei meu livro e tranquei meu armário, e caminhamos em direção a sala.

Juliana: Você não vai ficar bravo se eu for um fracasso total nessa prova, vai?

Travis: Você não vai fracassar, Jujuba. Mas precisamos começar mais cedo da próxima vez. – ele disse, mantendo o mesmo ritmo de caminhada que eu até a sala de ciências.

Juliana: Como você vai ser meu tutor, fazer seus trabalhos, estudar e treinar para os campeonatos?

Travis: Eu quase não treino para os campeonatos. Na verdade fingimos que treinamos na frente do treinador, você já o viu bravo? – ele soltou uma risada abafada.

Balancei a cabeça, incrédula, enquanto ele segurava o papel à sua frente para me fazer a primeira pergunta. Quase terminamos um segundo modulo do livro quando chegamos à sala de aula.

Travis: Manda ver! – ele sorriu e me entregou as anotações, apoiado no batente da porta.

XxX: Ei, Trav. – eu me virei e vi o Parker sorrir para Travis a caminho da classe.

Travis: Parker. – ele o cumprimentou com um aceno de cabeça.

Os olhos de Parker se iluminaram um pouquinho quando ele olhou para mim, sorrindo.

Parker: Oi, Jú.

Juliana: Oi. - sorri

Parker: Tudo combinado pra hoje à noite?

Juliana: Claro. Estarei lá.

Parker: Não vejo a hora. – ele sorriu novamente e foi para sua sala.

Travis: É melhor você entrar na sala. – ele disse, dando um peteleco nos meus papeis.

Juliana: Obrigada pela ajuda. – cutuquei-o com o cotovelo.

Pietra passou pela gente e eu fui atrás dela até o nosso lugar.

Pietra: Como foi? – perguntou e eu dei de ombros.

Juliana: Ele é um bom tutor.

Pietra: Só um tutor? – ergueu uma sobrancelha – Nanda está com a idéia fixa que ele gosta de você e você dele.

Juliana: Ele é apenas um bom amigo.

Ela parecia decepcionada, e eu dei uma risadinha com a expressão de derrota em seu rosto. O sonho da Pietra sempre fora que namorássemos amigos, ou primos que dividem o apartamento, para ela, era como achar o pote de ouro no fim do arco-íris. Claro que ela não queria dizer exatamente para eu namorar o Travis, mais assim como a Nanda, ela tinha esperanças de que ficássemos juntos.

Fiz a prova com maior facilidade e me sentei nos degraus do prédio da escola, esperando por Pietra e o Luc. Quando eles saíram, Pietra desabou ao meu lado, derrotada, esperei que ela falasse.

Pietra: Que prova foi aquela! – ela gritou.

Juliana: Você devia estudar com a gente. O Trav sabe explicar a matéria muito bem.

Ela soltou um resmungo e deitou a cabeça no meu ombro.

Pietra: Você não me ajudou em nada! Não podia ter feito um sinal com a cabeça ou algo do gênero?

Lucas: Chega de drama, Pietra. Nem estava tão difícil!

Os dois ficaram então discutindo, para ver quem estava certo.

~x~

Juliana: Pode entrar! – falei ao ouvir alguém batendo na porta.

Travis ficou paralisado na entrada.

Travis: Uau!

Sorri e olhei para o meu vestido, um tomara que caia curtinho que, admito, era uma roupa bem ousada. O tecido do vestido era fino, preto e transparente, com um forro cor da pele. Eu queria chamar a atenção de Parker.

Travis: Você está incrível. – ele disse, quando coloquei os sapatos de salto alto.

Fiz um aceno com a cabeça, aprovando o visual dele também – camisa social branca e calça jeans.

Juliana: Você também ta legal.

As mangas da camisa dele estavam dobradas até os cotovelos, deixando os seus antebraços musculosos à mostra. Quando ele colocou as mãos nos bolsos, notei que usava seu bracelete de couro preto predileto.

Pietra e Gui esperavam por nós na sala de estar, Nanda e Math decidiram não ir, Rafa e Caíque foram buscar suas acompanhantes. E Luc nos encontraria lá.

Pietra: O Parker vai ter um treco quando vir você – disse dando risadinhas enquanto o Gui seguia na frente até o carro.

Travis abriu a porta e eu entrei no banco de trás do carro do Gui. Embora já tivéssemos nos sentado lá inúmeras vezes antes, de repente pareceu esquisito ficar ao lado dele.

Havia várias filas de carros na rua, alguns estavam estacionados até no gramado da frente. A casa estava a ponto de explodir com tantas pessoas, e ainda havia mais gente descendo a rua. Gui estacionou nos fundos da casa, e Pietra e eu seguimos os meninos.

Travis me trouxe um copo de plástico vermelho cheio de cerveja, e então se inclinou para sussurrar ao meu ouvido.

Travis: Não se esqueça: Não aceite cerveja de ninguém além de mim e da galera. Não quero que ninguém coloque nada na sua bebida. – revirei os olhos, toda vez era a mesma coisa.

Juliana: Ninguém vai colocar nada na minha bebida, Travis.

Travis: Só não beba nada que não venha de mim, ta?

Juliana: Como quiser. – falei em tom de sarcasmo, bebendo um gole da cerveja.

Uma hora já havia se passado e nada do Parker aparecer. Pietra e Gui dançavam ao som de uma música lenta na sala de estar quando Travis me cutucou a mão.

Travis: Quer dançar?

Juliana: Não, Obrigada – respondi. Ele fez cara de decepção, pus a mão no ombro dele e completei – Só estou cansada, Trav.

Ele colocou sua mão na minha e começou a falar, mas, quando olhei para frente, vi o Parker. Travis notou a mudança na minha expressão e se virou.

Parker: Oi, Jú! Você veio! – ele abriu um sorriso.

Juliana: É, já estamos aqui faz mais ou menos uma hora – falei, puxando a mão que estava debaixo da do Travis.

Parker: Você está linda! – ele gritou, mais alto que a música.

Juliana: Obrigada! – abri um largo sorriso, olhando de relance para o Travis, que estava com os lábios tensos. Uma linha tinha se formado entre as sobrancelhas.

Parker fez um aceno com a cabeça, indicando a sala de estar e sorriu:

Parker: Quer dançar? – torci o nariz e balancei a cabeça.

Juliana: Não, estou meio cansada.

Então ele olhou para o Travis.

Parker: Achei que você não viria.

Travis: Mudei de idéia – disse ele, irritado por ter que se explicar.

Parker: Estou vendo – ele então se virou pra mim – Quer tomar um pouco de ar?

Fiz que sim com a cabeça e subi as escadas atrás dele, que fez uma pausa nos degraus, esticando a mão para pegar a minha enquanto subíamos até o segundo andar. Quando chegamos ao topo da escada, abrimos a porta dupla que dava para a varanda.

Parker: Está com frio? – ele me perguntou.

Juliana: Um pouquinho – falei sorrindo quando ele tirou a jaqueta para cobrir meus ombros – Obrigada.

Parker: Você veio com o Travis?

Juliana: Viemos no mesmo carro.

Parker abriu um largo sorriso e olhou para o gramado. Um grupo de garotas se alinhava de braços dados para se proteger do frio. A grama estava cheia de papel crepom e latas de cerveja, além de garrafas vazias de bebidas destiladas. Em meio toda aquela bagunça, os integrantes do time de basquete da escola rodeavam sua obra-prima: Uma pirâmide de barris de cerveja decorada com luzinhas brancas.

Parker balançou a cabeça.

Parker: Esse lugar vai estar detonado de manhã. A equipe de limpeza vai ter muito que fazer.

Juliana: Vocês têm uma equipe de limpeza?

Parker: É – ele sorriu – que chamamos de calouros.

Juliana: Coitado do Luc.

Parker: Ele não faz parte da equipe de limpeza. Ele tem passe livre por estar no time de basquete.

Juliana: Entendi.

Ficamos na varanda mais de uma hora, conversando sobre tudo, desde os restaurantes locais até como me tornei tão amiga do Travis.

Parker: Não ia falar nada, mas vocês dois parecem ser o assunto do momento.

Juliana: Que ótimo. – murmurei.

Parker: É que é algo fora do comum para o Travis. Ele não faz amizade com mulheres. Ao contrário, tende a transformá-las em inimigas. Em exceção é claro, Pietra por ser namorada de seu primo e Fernanda, que é namorada do Matheus e meio que a pessoa que coloca juízo na cabeça dele.

Juliana: Ah, não sei não. Já vi várias garotas sofrerem de perda de memória ou serem tolerantes demais em se tratando dele.

Parker riu. Os dentes brancos brilhavam em contraste com a pele bronzeada.

Parker: As pessoas só não entendem o relacionamento de vocês. Você tem que admitir que a coisa é um pouco ambígua.

Juliana: Você está me perguntando se transo com ele? – perguntei indignada e ele sorriu.

Parker: Se transasse você não estaria aqui com ele. Conheço o Travis desde que se mudou para cá, e sei muito bem como é que ele funciona, apenas estou curioso em relação à amizade de vocês.

Juliana: Ela é o que é – dei de ombros – Saímos juntos, comemos, vemos televisão, estudamos e discutimos. É basicamente isso.

Parker riu alto, balançando a cabeça com a minha honestidade sobre o assunto.

Parker: Ouvi dizer que você é a única pessoa que tem permissão de pôr o Travis no lugar dele. É um titulo honrável.

Juliana: Seja lá o que isso signifique, ele não é tão mau quanto todo mundo pensa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem-me por não ter postado ontem, estou dodói e mamãe não deixou eu entrar pra postar ;c desejem-me melhoras sim? *-*
O que acharam desse cap?