Eu Não Mudaria Nada Em Você - Segunda Temporada escrita por Amanda Suellen


Capítulo 8
Hospital, Visitas & Confissões




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Avril Lavigne - Alice

Medico: Sr. Torres?

Matheus: Sou eu doutor, então como ela está? – ele perguntou atônico.

O medico parecia infeliz por ter que dar a notícia, seja qual fosse, não era boa, isso eu tinha certeza.

Pietra: Então doutor? – pressionou.

Medico: Eu sinto muito, mas não temos doares compatíveis para a transfusão da paciente, ela perdeu muito sangue e precisa fazer uma transfusão imediatamente.

Fernanda: Amor, seu sangue é O -, não é?

Matheus: Sim mais eu tive malária.

Medico: E os pais da paciente? Onde estão?

Matheus: Os pais dela estão em São Paulo – ele disse aflito.

Medico: Estamos tentando entrar em contato com outros bancos de sangues, para ver se conseguimos algum doador compatível.

Travis: Meu sangue é O -, eu posso doar.

Medico: Você tem certeza que o seu sangue é O -?

Travis: Absoluta.

Medico: Já teve hepatite? Malária? Doença de chagas? Fez alguma tatuagem? Cirurgia? Transfusão de sangue a menos de um ano? Ingeriu bebida alcoólica hoje? – ele perguntou preocupado.

Travis: Não pra tudo. Eu sou doador já.

Medico: Quando foi sua ultima doação?

Travis: Faz uns três meses, não sei. – disse confuso.

Medico: Preciso que você venha comigo para um exame primeiro.

Matheus narrando

Ele e o doutor saíram em direção a sala de exames.

Pietra: Eu achei o medico nervoso demais.

Guilherme: Eu também achei, acho que aconteceu alguma coisa.

Fernanda: Não que isso. Não aconteceu absolutamente nada Gui. A Jú ta bem – ela falou tentando me acalmar.

Matheus: Não precisa mentir pra mim. Eu sei que a Jú piorou.

Fernanda: Não. Como é que você sabe amor? Ninguém disse isso.

Matheus: Então me explica por que eles saíram correndo quase? – falei com a voz tremula, se algo acontecesse com a Jú eu não me perdoaria.

Pietra: Tudo vai ficar bem. A Jú é forte.

Enquanto isso – Travis narrando

Medico: Impotência, desinência, ataque cardíaca, a situação está pior a cada momento!

Enfermeira: A anemia está muito intensa, ou a gente transfunde, ou... será que o sangue já está disponível?

Medico: Vou lá ver. – ele disse saindo correndo.

Travis: Ô ta ai meu sangue, pode fazer a transfusão.

Medico: Não, ainda não Travis. Os resultados dos exames ainda não ficaram prontos, não é seguro.

Enfermeira: Ele é doador antigo, a paciente não tem mais tempo, começa essa transfusão. Eu assumo a responsabilidade! – ela disse atônica, realmente muito preocupada com o estado da Jú.

Medico: Tudo bem, comece a transfusão. – ele disse voltando para o quarto da Jú.

Travis: Eu posso ficar aqui?

Enfermeira: Acho que tudo bem. Agora a paciente só depende de você.

Entramos no quarto onde a Jujuba estava, desacordada e cheia de equipamentos medico. As enfermeiras ali presentes começaram a fazer a transfusão de sangue, seu pequeno e delicado corpo, estava cheio de hematomas, meus olhos se encheram de lágrimas, me doía tanto vê-la assim. Eu deveria estar com ela, eu deveria ter a protegido melhor.

Matheus narrando

Matheus: Ninguém diz nada!

Fernanda: Assim que eles tiverem alguma noticia, eles vão avisar, Amor.

Guilherme: Você está tremendo – ele disse pegando nas mãos da Pietra – Vamos lá fora tomar um pouco de ar.

Pietra: Eu vou ficar aqui.

Apolo: Quanto drama pessoal, a garota está bem. Logo vocês vão ter noticias. – ele disse irônico e eu fechei minhas mãos em punhos.

Matheus: Cala essa maldita boca e sai daqui agora! – rosnei.

Apolo: Não vou a lugar algum! – desafiou.

Fernanda: Apolo, não começa. Sai daqui. – ela se meteu.

Rafael: Qual é a sua cara? Veio até aqui pra que?

Gabriel: Ele está comigo.

Lucas: Já passou da hora de vocês irem embora!

A enfermeira então saiu para dar noticias.

Matheus: A Jú está bem?

Enfermeira: Ainda não. Mais agora eu tenho certeza de que vai ficar! – afirmou ela sorrindo – Ela está reagindo muito bem à transfusão. – eu senti um alivio enorme ao ouvir essas palavras.

Pietra: Graças a Deus! – exclamou aliviada.

Lucas: Quando ela pode voltar pra casa?

Enfermeira: Logo logo, ela vai estar em casa gritando e deixando vocês malucos. – brincou.

Caíque: Eu nunca mais vou reclamar dos gritos dela!

Nanda me abraçou, sorrindo.

Fernanda: Viu, ela é forte.

x

Travis narrando

Medico: Você gosta muito dela não é? – ele perguntou me vendo sentado ao lado da jujuba.

Travis: Você não faz idéia do quanto.

Medico: Você a salvou.

Travis: Eu faria qualquer coisa por ela.

Uma enfermeira entrou.

Enfermeira: A paciente precisa descansar agora, e você tem que se retirar senhor. – disse para mim.

Travis: Eu quero ficar com ela.

Enfermeira: Desculpe, mais só pessoas da família. O horário de visitas é a amanhã a partir das 13 h.

Travis: Tudo bem. – me levantei – Se cuida, Jujuba – beijei sua testa.

Voltei para sala de espera, Apolo e Gabriel finalmente resolveram se mandar do hospital. Math disse que passaria noite com a Jujuba.

Matheus: Vai pra casa. Você precisa descansar – ele falou abraçando a Nanda.

Fernanda: Te vejo amanhã, amor. – ela deu um selinho nele – Te amo.

Matheus: Também te amo. Até amanhã galera. – falou pra gente.

Travis: Qualquer coisa avisa.

Caíque: Amanhã a gente vem visitar ela. – sorriu torto.

Dia seguinte, 13:30 da tarde – Hospital

Juliana narrando

Acordei com três pessoas em cima de mim, Pietra, Gui & Trav.

Pietra: Até que enfim! Ela acordou! – disse animada e me abraçou forte.

Minha vontade era de dizer: “Você está me sufocando, pare, por favor,”, mais minha garganta estava seca demais para emitir qualquer som.

Guilherme: Como você está se sentindo? – perguntou docemente.

Analisei minha situação por um segundo – estava com tubo de respiração e soro nas veias – tirando a dor de cabeça, garganta seca e a dor no meu corpo, eu estava bem. Estava salva.

Pietra: Diga algo Jú! – pediu ficando preocupada.

Fixei meus olhos para a jarra de água que havia ao lado da minha cama, e tentei inutilmente me levantar, mas ainda estava muito fraca pra isso. Travis entendeu o que eu queria, encheu um copo, enquanto a Pietra inclinava minha cama um pouco para cima – de modo que eu ficasse sentada – depois delicadamente virou o copo de água, dentro de minha boca, fazendo com que o alivio na minha garganta fosse imediato.

Juliana: Obrigada. – disse assim que ele terminou, então ele deu um sorriso tímido.

Guilherme: Acho melhor a gente chamar o medico, logo a anestesia vai passar – ele disse pegando na mão da Pietra e saindo corredor a fora.

Coitado mal sabia que a anestesia já tinha passado e que eu estava com muita dor. Travis se sentou ao meu lado e ficou me encarando, seus olhos cinza tristes.

Juliana: O que aconteceu?

Travis: Gabriel te salvou. – ele falou infeliz.

Engoli em seco, então eu não estava grogue, Gabe tinha realmente me salvado.

Juliana: Como ele me encontrou?

Ele hesitou antes de responder:

Travis: É melhor eu te explicar tudo depois, descanse agora.

Juliana: Você vai ficar?

Travis: Não vou a lugar nenhum até você sair daqui. – seu sorriso torto estava ali novamente.

Juliana: Por que saiu de casa tão cedo?

Travis: Pensei que conseguiria resolver um problema, mais só o deixei pior – ele abaixou a cabeça.

Juliana: Ei – falei querendo que ele me olhasse – Está tudo bem.

Travis: Desculpa-me por não estar lá. – sua voz tremeu e eu senti um aperto no coração.

Juliana: Está tudo bem. – repeti docemente.

Travis: Achei que ia te perder. – ele levantou seu olhar assustado para mim.

Juliana: E eu achei que não te veria mais – lágrimas escorriam agora livremente pelo meu rosto.

Travis: Me promete uma coisa? – ele perguntou enquanto limpava minhas lágrimas, assenti com a cabeça – Me prometa, que vai se cuidar melhor, por favor?

Juliana: Vou tentar – sorri meio as lágrimas.

O medico então entrou no quarto junto com a Pietra e o Gui.

Medico: Bom dia, Srta. Torres. – ele sorriu

Juliana: Jú, por favor.

Medico: Como está se sentindo, Jú? – ele se aproximou e passou uma luz nos meus olhos.

Juliana: Cansada e com dor.

Medico: A anestesia já passou, vou trazer uns analgésicos para você tomar.

Juliana: Obrigada.

Medico: Daqui 10 minutos o horário de visitas acaba. – ele disse saindo do quarto.

Pietra: 10 minutos só? Não acredito! – resmungou.

Lucas: Jú? – ele falou entrando no quarto.

Juliana: Bebê! – sorri e ele me abraçou.

Lucas: Você está bem? – assenti e ele sorriu – Você me assustou. – fez careta e eu ri fraco.

Juliana: Onde está o Rafa? O Gui? Meu primo? A Nanda?

Travis: Math foi em casa tomar banho, ele passou a noite com você. E Nanda está com ele, cuidando da Mel, sua tia chega hoje.

Lucas: Gui e Rafa estão lá fora, a enfermeira disse que não quer muita gente aqui dentro – ele completou.

Guilherme: Acho melhor a gente sair pra eles entrarem.

Lucas: Mais eu acabe ide entrar! – fez beicinho.

Pietra: Você pode ficar abestado – ela revirou os olhos – Se cuida, Jú! – me abraçou novanente.

Guilherme: Até amanhã! – me deu um beijo na testa e olhou para o Trav – Cuida dela, cara.

Eles saíram e o Gui e o Rafa entraram, ficaram pendurando em mim, dizendo que eu era um imã muito poderoso para acidentes e perigos. Logo uma enfermeira muito rabugenta veio trazer meus análgicos e avisar que o horário de visitas acabou. Então os dois saíram.

Travis: Jujuba? – ele me chamou, eu estava quase adormecendo.

Juliana: Hum?

Travis: Você disse no telefone “ele me pegou”, ele quem?

Engoli em seco.

Juliana: Lembra o cara que tentou... Estuprar-me? – tentei falar alto, mais minha voz era só um sussurro.

O maxilar de Travis se apertou e ele cerrou os punhos, raiva queimava em seus olhos cinza.

Travis: Foi ele? – assenti – Filha da puta! – rosnou – Eu devia ter matado ele de tanto bater!

Juliana: Eu achei que ele ia me matar. – falei lembrando.

Antes que ele pudesse dizer algo um homem entrou no quarto, ele era alto e musculoso, tinha os cabelos pretos e seus olhos eram como duas avelãs cintilantes.

XxX: Desculpe incomodar... Sou o detetive Clarkson, e estou aqui para fazer algumas perguntas a Srta. Juliana.

Travis: Boa tarde, detetive – ele estendeu a mão e o detetive a apertou.

Clarkson: Então como se senti? – ele perguntou para mim.

Juliana: Bem, obrigado.

Clarkson: Gostaria que você me respondesse algumas perguntas, está bem?

Juliana: Ok.

Clarkson: Você conseguiu ver o seqüestrador?

Juliana: Sim.

Clarkson: Você o conhecia?

Olhei para o Travis, a noite do quase estupro já estava apagada da minha vida – bom, até agora – não era algo que eu queria que todos ficassem sabendo. Travis sacudiu a cabeça, me incentivando a contar a verdade.

Juliana: Sim.

Clarkson: Qual era seu nome? – perguntou surpreso.

Juliana: Eu não sei... Quero dizer... Eu já o vi antes.

Clarkson: Aonde?

Juliana: Ele... Hum... Tentou me estuprar. – falei baixando os olhos.

Clarkson: E você deu parte dele?

Juliana: Não.

Clarkson: E por que não Srta?

Juliana: Não achei que ele tentaria terminar o que começou – retruquei brava.

Clarkson: Isso é muito grava. Tem alguma testemunha?

Travis: Eu estava lá, detetive.

O detetive então levantou as sobrancelhas, novamente surpreso. Então perguntou o que havia acontecido, eu e Travis explicamos para ele tudo desde o começo. Ele foi formulando perguntas, ao decorrer do que ouvia. Depois de tudo esclarecido, ele se despediu da gente, mas antes de ir embora se virou para o Travis e disse:

Clarkson: Vejo que gosta muito dessa jovem, a salvou duas vezes – sorriu e saiu do quarto.

Juliana: Ele sabe sobre o dia que a Alice me jogou no lago? – perguntei confusa.

Travis: Não. Ele estava se referindo a transfusão de sangue.

Juliana: Transfusão de sangue? – perguntei atônica.

Travis: Sim, você tinha perdido muito sangue e precisou fazer uma transfusão de sangue.

Juliana: E você foi o doador? – perguntei maravilhada, e ele apenas assentiu – Ora, veja só, o herói salvou a princesa novamente – rimos – Obrigada.

Travis: Eu faria qualquer coisa para não te perder, Jujuba. Agora durma. – ele falou mandou, fiz beicinho e virei para dormir.

Juliana: Trav?

Travis: Fala?

Juliana: Espere eu acordar para sair novamente.

Travis: Tudo bem.


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Notas finais do capítulo

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