Eu Não Mudaria Nada Em Você - Segunda Temporada escrita por Amanda Suellen


Capítulo 30
Tudo Por Um Romeu


Notas iniciais do capítulo

Amores, não deu pra postar mais cedo, sorry.
Mas, como prometido, ai está o capítulo de hoje (:



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Nickelback - If Today Was Your Last Day

Pietra Narrando

Deixamos de jogar videogame e fomos para a cozinha, estávamos com fome.

Caíque: O que você vai fazer pra gente comer, Mulher? – perguntou abafando o riso.

Pietra: Mulher? – ri – Tão achando que sou empregada de vocês? Cadê suas namoradas?

Rafael: Dizem que estão a caminho.

Rafael: Ah, ta bom. Faz meia hora que elas disseram isso. – falou meio preocupado.

Guilherme: Vai ver se distraíram com alguma coisa – sorriu malicioso e eu dei um soquinho em seu ombro.

Pietra: Gui!

Guilherme: Estou brincando – declarou ao ver a carranca dos meninos.

Pietra: Ok. O que acham de eu pedir esfirra? Realmente não estou nem um pouco a fim de ir para o fogão. E logo a Jú chega aqui.

Os três concordaram e eu liguei para pedir as esfirras.

Juliana Narrando

Minha visão estava turva, meu pai estava ofegante assim como eu. O encarei por alguns segundos e depois olhei para frente – os meninos tinham corrido.

Douglas: Juliana Marie Torres, que droga você achou que estava fazendo? – berrou para mim e eu automaticamente encolhi os ombros.

  Juliana: Você viu. Eles iam bater nelas com aqueles bastões!

Douglas: Você podia ter nos matado! Tê-los matado! Perdeu a noção?

Juliana: Papai… - minha voz foi sumindo, dando espaço para os soluços.

Douglas: Não chore. – falou um pouco mais gentil.

Ele então saiu do carro e foi em direção as duas garotas que eu estava tentando salvar de serem mortas por bastões de baseball – Tori e Lara.

Sim, isso foi o que me fez surtar e acelerar o carro. Queria atingi-los, antes de eles as atingirem. Não poderia deixar que elas se machucassem.

Passei a mão no lado direito da minha cabeça, havia batido quando meu pai freou bruscamente. Senti algo molhado nos meus dedos, olhei e era sangue.

Juliana: Ótimo. – resmunguei e sai do carro.

Lara estava impassível, sua mão tremia, mas eu sinto que não é por causa do susto e sim por raiva. Talvez ela soubesse o que estava acontecendo. E afinal, por que estão querendo fazer isso? Vão matá-las? Várias perguntas rondavam minha cabeça, que latejava por causa da batida.

Olhei para a Tori, ela o contrario de Lara, estava bem afetada. Tremia da cabeça aos pés e estava pálida. Meu pai disse alguma coisa a elas, então as duas me olharam, pela primeira vez notando minha presença. Desviaram os olhos para meu pai novamente, e assentiram.

Douglas: Vamos. – me falou e eu olhei para ele confusa, querendo saber o que significava esse “vamos” dele.

Então ele foi para o carro e abriu a porta do passageiro para mim, entrei e ele fechou a porta com uma batida, que vez com que eu colocasse a mão na cabeça. Foi para a porta traseira e abriu a porta, Lara e Tori entraram em silêncio. Ele deu a volta e sentou do lado do motorista.

Victória: Obrigada – ela se dirigiu a mim, sua voz era dura, mas também com um pouco de carinho.

Juliana: Não foi nada. – respondi sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Respirei fundo e meu pai deu partida.

Mas que estúpida eu fui se pensei que Tori e Lara estariam de boa com minha partida. É claro que elas estão com raiva também.

Meu pai estacionou o carro em frente à casa da tia Patty. Olhou para as meninas, e depois para mim.

Douglas: Sua tia ainda não chegou do serviço. Se quiser pode ir à casa dos seus amigos... – ele parou de falar assim que viu minha expressão de medo. – Ou, você pode descansar um pouco. Mas você sabe... Cedo ou tarde vai ter que encará-los.

Juliana: Cedo ou tarde – repeti baixinho e então sorri de lado - Descansar um pouco não faria mal. – sai do carro e fui para o porta-malas.

Bati duas vezes e pai meu abriu o mesmo. Tirei minha mochila e as meninas saltaram do carro. Ouvi-as agradecerem ao meu pai e ele as perguntar se estavam bem, “Vamos superar” ouvi Tori, pela primeira vez desde o incidente, falar.

Antes de elas irem para a casa dos meninos, me deram um olhar de... Pena? Raiva? Compaixão? Não sei dizer. Era estranho.

Douglas: Nem bem chegou à cidade e já salvou vidas – brincou pegando minha mochila da minha mão e me puxando para a porta.

Um toque de campainha. Passos atrás da porta. E um sorriso caloroso de Gail na porta.

Gail: Sr. Torres, Srta. Torres – abriu espaço para entrarmos.

Juliana: Jú. – pedi sorrindo de lado.

  Fomos para a sala, mas antes que Gail dissesse algo, Math e Nanda desceram as escadas correndo, pareciam preocupados. Mas então, Math me viu e parou imediatamente, ficando imóvel. Piscou algumas vezes e Nanda parou a seu lado para ver o que havia acontecido para ele fazer essa repentina parada.

Douglas: Crianças. – sorriu para os dois.

Math continuou parado, Nanda se aproximou e sorriu carinhosamente para meu pai, me ignorando completamente. Deu um beijo em sua bochecha e murmurou um “oi”. Math então pareceu voltar à realidade e se aproximou também, abraçou meu pai.

Os dois me olharam e eu abaixei a cabeça.

Fernanda: É ótimo ver o Senhor – disse voltando-se a porta – Mas temos uma emergência. Como devem saber, tentaram espancar nossas amigas hoje. – ela deu ênfase na palavra “amigas” e me olhou. Bela indireta.

Douglas: Oh! Claro. Podem ir. – concordou sério.

Estava morrendo de vontade de ir volto com eles e descobrir o que estava acontecendo. Mas, eu não fazia mais parte do mundo deles. Eu era uma intrusa. Uma traidora. E traidores não escutam segredos.

Eles saíram e eu me joguei no sofá. Mel desceu as escadas correndo e abraçou meu pai. Depois ela ficou parada perto do sofá, me olhando.

Juliana: Oi, princesa. – sorri e ela saiu correndo para o quarto.

Suspirei e olhei para meu pai.

Douglas: Não está sendo fácil, hein? – sorriu com dó. – Olha querida, agüente firme. Tenho que voltar para São Paulo. Venho te buscar amanhã de noite. – disse pegando o celular e me dando um beijo e um abraço.

...

Já eram 5 horas da tarde, passei a tarde assistindo TV e comendo pipoca. Tia Patty chegou e eu conversei com ela, expliquei desde o começo tudo e ela me desculpou, também pediu para que eu reconsiderasse voltar a morar aqui. Mel me desculpou assim que viu eu e minha tia abraçadas.

Havia mandado uma mensagem para Pietra avisando que já tinha chegado, claro que, ela já devia saber. Então ela me disse que ela e a galera teriam que resolver algo e que quando eles chegassem, ela me buscaria.

Subi para o meu antigo quarto e tomei banho, vesti um moletom azul e uma calça skinny. Estava frio. Sentei-me na cama e disquei o número do Luc.

No terceiro toque ele atendeu.

Lucas: Oi, Jú.

Juliana: Oi – falei insegura, será que ele já sabia que eu estava aqui? E por que não veio me ver? – Está ocupado? – perguntei.

Lucas: Na verdade, estou indo pra casa dos meninos. Pietra não disse que íamos resolver algo? – ele parecia confuso e eufórico ao mesmo  tempo.

Juliana: É... Ela disse. Mas não sabia que você ia junto.

Lucas: Por quê? – perguntou ofendido. É claro que ele foi junto Juliana, ele faz parte do grupo ainda. Meu subconsciente rosnou pra mim e eu suspirei.

Juliana: Deixa pra lá. Estou com saudades. Chegue logo, por favor.

Lucas: Prometo não demorar muito. Também estou com saudades.

Desliguei e desci, decidi assistir TV.

Meia hora depois Pietra invadiu a casa junto com o Lucas e se lançou para cima de mim, num abraço apertado. Disse que estava com saudades e que não suportava me ter longe. Também me contou mais ou menos o que estava acontecendo: Apolo queria se vingar por que a Lara e a Tori saíram do grupinho dele. Assim como ele se vingou de Nanda (essa eu não sabia. Ele a trancou em um porão por dias, mantendo-a a base de água apenas).

Depois de uma boa atualizada, ela falou que todos me esperavam na casa dos meninos. Respirei fundo e segurei a mão do Luc forte.

Lucas: Ei, não se preocupe, ta? Eles te amam. Vão te perdoar – me tranqüilizou.

Juliana: Espero que esteja certo.

...

Rafael: Claro que, quando você foi embora não pensou na gente. Pois, se tivesse realmente pensado, não teria ido embora. – essa era a milésima vez que ele ou alguém falava isso. Ok, eles estavam bravos e magoados, eu entendi. Mas cara, por favor, né.

Juliana: Dá pra vocês se colocarem no meu lugar? Sei que fui uma completa idiota agindo desse jeito. Sei que errei feio com vocês e que provavelmente vocês não vão me perdoar... Mas, eu realmente estou arrependida. Amo vocês e os quero de volta na minha vida, por favor, por favor, me perdoem. – falei com os olhos cheios de lágrimas.

Victória: Se prometer não ir embora de novo, eu te perdôo – ela disse vindo me abraçar e logo atrás dela a Lara também veio.

Lara: Senti sua falta.

Elas me soltaram e eu olhei para o Rafa e o Caíque, que pareciam querer me abraçar também, mas se esforçavam em apoiar o Gui, que estava de cara fechada. Eu o entendia, ele estava numa luta entre uma amiga e seu primo.

Juliana: Você sabe que essa briga não é sua, não é? – perguntei ao Gui.

Ele levantou um pouco as sobrancelhas, surpreso.

Guilherme: Eu sei. Mas você o magoou demais.

Juliana: Estou arrependida. Quantas vezes o Travis errou comigo e eu o perdoei? – perguntei um pouco alterada – Quantas vezes você me disse para ter paciência e fé? Quantas vezes eu sofri por causa das escolhas dele? – lágrimas escorriam desesperadas por meus olhos. – Quantas, Gui?

Limpei as lágrimas bruscamente, e ele percebeu o que estava fazendo. Levantou-se e me abraçou forte. Enfiei o rosto no peito dele e chorei.

Guilherme: Me desculpe. – sussurrou baixinho.

Quando meu choro cessou, eu o olhei, seus olhos estavam vermelhos. Rafa e Caíque me abraçaram e Pietra bateu palmas, animada.

Nanda se remexeu ao lado do Math e o abraçou de lado.

Juliana: Posso falar com vocês? Em particular. – perguntei olhando-os. Os dois assentiram e nós fomos para a cozinha. – Ta legal – comecei, mas então Nanda levantou a mão, fazendo com que eu me cala-se.

Fernanda: Antes de você começar a pedir desculpas e tudo mais – sorriu torto – Pode responder uma coisa? – assenti – Voltou para ficar?

Depois de discutir quase a noite toda com a Nanda e o Math, finalmente entramos em um acordo. Eu ficaria por uma semana, em vez de só até amanhã. Tia Patty ligou para minha mãe e a convenceu de que me faria bem, também avisou meu pai.

Apesar deu não estar pronta para ver o Travis, acabei concordando em ficar. Queria passar mais tempo com eles. E, mesmo negando, quero ver o Travis.

Segunda-Feira, 18h35min. Auditório.

A galera me convenceu de vir no ensaio, eu ainda não tinha visto o Travis. Sentei-me ao lado de Pietra e a Professora de teatro, os outros alunos foram chegando e se colocando em seus devidos lugar. Pietra me passou um papel, com os personagens e uma pasta com as falas.

Personagens (16)

8 Femininos:

Julieta – Alice Parrie

Senhora Capuleto – Sarah Brown

Senhora Montéquio – Tiffany Bliss

Rosalina (ex-namorada de Romeu) – Natália Lacozz

Ama – Lara Monttevick

Princesa – Victória Alter

Malvina (criada do príncipe) – Megan Holt

Lucrecia (criada do príncipe) – Lexie Ózzil

8 Masculinos:

Romeu – Travis Malik

Frei Lourenço – Adam Fernandez

Mercucio – Caíque Cortez

Teobaldo – Hugo Chagas

Capuleto – Matheus Torres

Benvólio – Lucas Maxfield

Príncipe – Guilherme Malik

Montéquio – Rafael Happis

Sendo das famílias rivais:

Capuleto: Julieta, Teobaldo (primo de Julieta), Senhora Capuleto (mãe, Capuleto (pai).

Montéquio: Romeu, Benvólio, Mercucio (sobrinho do príncipe de Verona), Senhora Montéquio (mãe), Montéquio (pai).

Ajudam Romeu e Julieta: Frei Lourenço, Ama e Rosalina.

Juliana: Legal a galera participar. – comentei com um sorriso.

Todos já estavam em seus lugares. Então a professora de teatro se levantou.

Professora: Vamos lá. Ato 2, cena 10.

Travis apareceu em cima do palco. Meu coração acelerou, ele ainda não tinha me visto. Minha mão começou a soar, olhei para Pietra que parecia concentrada.

Travis: Oh quantas desgraças me acomete a alma! Julieta, meu doce e tão sublime amor! Ainda esta noite, ao teu lado repousarei. És o amor da minha vida e também da minha morte. Eternamente estaremos juntos e nosso amor será lembrado por todas as gerações. O boticário... Mora por aqui... Boticário? Em algum lugar... – ele corre pelo palco – Boticário? Boticário...

Boticário: Quem me chama com tanta força?

Travis: Vim aqui amigo... Tenho aqui quarenta ducados, sei o quanto precisas. Arranja-me uma porção venenosa, mas que seja um veneno tão forte que se espalhe rapidamente pelas veias e mate rapidamente um corpo que sem alma vive.

Boticário: Possuo esse veneno perigoso, porém seu comercio é proibido por Lei. Se descobrirem que o vendi serei punido, condenado a morte.

Travis: Quanto a isso não precisa temer. Ninguém saberá que o senhor me forneceu tal produto. Sei quanto precisas deste dinheiro. Então passe por cima da Lei e toma estes para si. – dá o dinheiro.

Boticário: Basta uma única gota.

Travis: Eis teu ouro, o veneno mais nocivo para a alma dos homens. – o boticário sai – Ao sepulcro, ao lado de Julieta estarei. – sai do palco.

Professora: Ato 2, cena 5. – gritou ela.

Travis mais uma vez saiu de trás do palco, só que dessa vez acompanhado de Alice.

Travis: Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.

Alice: Ofende-is vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.

Travis: Os santos e os devotos não têm boca?

Alice: Sim, peregrino, só para orações.

Travis: Deixai, então, ó santa! Que esta boca mostre o caminho certo aos corações.

Alice: Sem se mexer, o santo exalta o voto.

Travis: Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. – ele disse e então a beijou.

Pietra: Corta! – gritou ao meu lado.

Travis se afastou de Alice e olhou em minha direção, seus olhos se arregalaram e sua respiração ficou ofegante, parecia que alguém havia lhe dado um tapa.

And I'd give up forever to touch you

'Cause I know that I feel you somehow

You're the closest to heaven that I'll ever be

And I don't want to go home right now


And all I can taste is this moment

And all I can breathe is your life

'Cause sooner or later it's over

I just don't want to miss you tonight


And I don't want the world to see me

'Cause I don't think that they'd understand

When everything's made to be broken

I just want you to know who I am


And you can't fight the tears that ain't coming

Or the moment of truth in your lies

When everything feels like the movies

Yeah you bleed just to know you're alive


'Cause I don't want the world to see me

'Cause I don't think that they'd understand

When everything's made to be broken

I just want you to know who I am

And I don't want the world to see me

'Cause I don't think that they'd understand

When everything's made to be broken

I just want you to know who I am


And I don't want the world to see me

'Cause I don't think that they'd understand

When everything's made to be broken

I just want you to know who I am


I just want you to know who I am

I just want you to know who I am

I just want you to know who I am


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Notas finais do capítulo

O que acharam?