Austin Mahone - Say Somethin

Estava em casa, com minha guitarra, tocando - Linkin Park: Numb – Depois deu ter vomitado na escola, Pietra obrigou o Gui a me trazer para casa, e foi o que ele fez. Fazia um bom tempo que eu não tocava guitarra, e eu sabia que logo teria que parar, pois a galera chegaria da escola e eu não queria atormentá-los com o som do amplificador.

Meu celular tocou, era a Pietra, provavelmente quer saber se melhorei.

Juliana: Oi?

Pietra: Ta melhor, Jú?

Juliana: Sim. – suspirei.

Pietra: Estou trabalhando na montagem do evento de caridade, a diretora nos liberou mais cedo. Liguei pra você vir ajudar, se não for atrapalhar.

Juliana: Não! É claro que eu vou ajudar. Vou só me arrumar e já estou indo. – falei levantando da cama.

Pietra: Tudo bem, o Caíque está indo ai te buscar. Se arruma rápido que ele já deve estar perto.

Juliana: Ok, até! – falei desligando.

Corri para o armário, peguei essa roupa, para combinar com minhas unhas, penteei meu cabelo, então ouvi uma buzina vinda lá de fora, olhei pela janela era o Caíque, fiz sinal pra ele esperar 2 minutos. Coloquei essa roupa dentro da minha bolsa, meu nécessaire e um sapato, caso não desse tempo para voltar pra casa e me arrumar. Peguei então meu celular e desci as escadas.

Juliana: Prontinho. – falei entrando no carro.

Caíque: Então vamos. – ele disse dando partida – Você está melhor?

Juliana: Sim. Pietra às vezes exagera um pouco, eu não precisava vir embora.

Caíque: Entendi – concordou.

Juliana: Caíque, você já sabe em qual barraca vai ajudar? – perguntei curiosa.

Caíque: Não, a Pietra e o Gui estão fazendo muito mistério. – revirou os olhos.

Juliana: Aqueles dois viu.

O local onde ia ser o evento de caridade era um campo aberto. Já se viam balões, mesas, um palco e várias barracas armadas.

Pietra: Finalmente vocês chegaram. – ela disse me arrastando para dentro do campo – Vem temos muita coisa para fazer.

Juliana: Oi para você também – disse sarcástica.

Caminhamos até uma área onde havia vários balões.

Pietra: Você fica ai enchendo as bexigas e depois amarra uma fita. – ela disse me entregando uma maquininha de gás para poder encher. – Depois eu volto para ver como está indo.

Juliana: Está bem chefa – debochei do seu tom autoritário.

Fiquei lá enchendo milhares de balões, Nanda e Lara chegaram um pouco depois e vieram me ajudar. Havia várias pessoas ajudando, uns eu até conhecia.

Melissa: Plima! – escuto uma voz fofinha me chamar.

Olho para frente e veja a Mel, vindo correndo em minha direção.

Juliana: Oi princesa! – me abaixei para ficar do seu tamanho.

Melissa: Oi Nanda – a cumprimentou – Oi Lara.

Lara e Fernanda: Oi linda! – falaram em uníssono.

Juliana: O que está fazendo aqui?

Melissa: Vim ajudar! – ela disse seria.

Lara: Então você quer ajudar? – perguntou rindo fraco.

Melissa: Quero.

Fernanda: Que tal me ajudar? Preciso de alguém muito inteligente que possa separar os balões em cores. Como você é bem esperta... Seria perfeita – disse tocando em seu nariz.

Mel apenas assentiu com a cabeça e abriu um sorriso radiante, pelo seu olhar dava para ver que estava encantada com todas aquelas bexigas coloridas.

Matheus: Achei você – ele falou parando ao lado da Nanda e olhando para Mel.

Juliana: Ela está nos ajudando – disse sorrindo.

Matheus: Ajudando? Sei. – ele fez careta.

Juliana: É serio, está fazendo um ótimo trabalho – falei olhando pra Mel, que agora separava as bexigas azuis.

Matheus: Bem, se quiserem eu a levo para casa.

Fernanda: Não amor, ta tudo bem, cuidamos dela.

Matheus: Certeza? Preciso ajudar os garotos com os painéis.

Lara: Não se preocupe, somos ótimas babás. – ela piscou e sorriu para Mel.

Pietra: Jú vem aqui me ajudar a pendurar esses balões.

Caminhei até a entrada do campo e vejo a Pietra toda enrolada na montagem do arco da entrada - Entre cada arco havia várias bandeirinhas penduradas.

Juliana: Você não acha que isso está colorido demais? – perguntei olhando toda aquela paisagem.

Pietra: Essa é a intenção. As pessoas têm que entrar felizes para estarem dispostas a ajudar a gente a arrecadar dinheiro. – disse sorrindo – Agora sobe nessa escada e me ajuda a pendurar esses negócios.

Juliana: Por que você mesma não sobe?

Pietra: Porque eu tenho medo de cair dessa escada.

Juliana: Ah claro! Daí você me chama pra que eu possa cair no seu lugar? Grande amiga – falei sarcástica.

Pietra: Vai logo, Jú! – ela disse me arrastando até a escada.

Juliana: Ok, já estou subindo. – falei enquanto escalava cada degrau.

Eu pendurava as linhas cheias de bandeirinhas enquanto ela me entregava os materiais.

Juliana: Essa escada é muito bamba, então vê se segura bem ai embaixo – disse para a Pietra enquanto tentava amarrar o cordão.

Olhei por cima das bandeirinhas e vi o Travis ajudando a erguer uma barraca. Ele estava com a camiseta no bolso da sua calça jeans, ou seja, seu peito incrivelmente musculoso estava à mostra – Estava tão distraída com a cena dele montando a tenda que acabei perdendo o equilíbrio, tentava impedir que eu caísse, mas a escada era bamba demais. Agarrei no fio de bandeirinhas e fiquei lá pendurada enquanto via a escada cair.

Juliana: Pietra! Me ajuda! – gritei procurado-a, mas não a achava – Pietra?!

Como estava na entrada, às outras pessoas trabalhavam mais pro lado de dentro do campo.

XxX: ... Então cara, tenho certeza que a Alice não vai te deixar em paz tão cedo. – escuto uma voz familiar.

XxX: Eu sei. Antes de a gente vir pra cá, ela invadiu o vestiário e fez mor cena. – essa voz eu conhecia de longe, era o Travis.

Vejo o Lucas e o Travis caminhando pelo túnel.

Lucas: Você tem é que abrir os olhos, Alice não é essa pessoa boazinha que diz ser. – ele disse serio.

Travis: To sabendo já.

Lucas: Sabe... Nanda cismou que você está gostando da Jú. – ele comentou, tentando tirar algo dele.

Travis: Ela disse? – perguntou indiferente e deu de ombros – Está enganada. Vejo a Jujuba apenas como uma amiga.

Luc estava pronto pra argumentar até que olhou na minha direção.

Lucas: Jú?!

Travis: É cara, eu só a vejo como amiga! – ele disse como se o Lucas fosse um retardado e surdo.

Lucas: Não... Ali! É a Jú! – ele disse apontando em minha direção.

O Travis se virou e viu que eu estava pendurada.

Travis: Jujuba?! O que você está fazendo ai? – perguntou surpreso.

Juliana: Estou fazendo flexão. – disse sarcástica – Será que alguém pode me tirar daqui?

Travis: Calma, já vamos te tirar daí. – ele falou preocupado.

Juliana: Anda logo! Não vou conseguir ficar aqui por muito tempo – disse agarrando fortemente o fio.

Travis: Lucas pega a escada – ele apontou para a escada caída no chão.

O Luc ergueu a escada e disse:

Lucas: Ixi cara... Quebrou de vez. – falou enquanto tentava encaixá-la.

Travis: Você vai ter que pular, Jujuba. – falou me olhando.

Juliana: Nem vem. Eu não vou pular dessa altura não – falei analisando quantos metros tinham até o chão.

Travis: Eu vou te segurar, você não vai cair. – disse esticando os braços.

Juliana: Até parece, eu vou acabar é sofrendo uma queda feia. – murmurei com medo.

Lucas: Vai logo, Jú... Essa corda não vai agüentar por muito tempo se você ficar ai. – ele disse tentando em convencer – Olha, se o Travis não te pegar, eu pego.

Travis: O quê? – perguntou arqueando as duas sobrancelhas.

Lucas: Eu quis dizer pegá-la no colo. – esclareceu.

Juliana: Dá pra vocês dois se resolverem logo. – gritei.

Travis: Ei, se você soltar essa corda, um de nós vai acabar te pegando, não tem o que temer. – ele disse de volta – E então, o que vai ser?

Juliana: Se eu acabar beijando o chão, sou capaz de matar os dois de uma só vez. – eu disse tomando fôlego e saltando de olhos fechados.

Senti alguém me segurar firmemente e depois sussurrar no meu ouvido:

Travis: Viu... Não foi tão ruim assim. – então tinha sido ele que havia me pegado.

Juliana: Hum... Obrigada – agradeci enquanto abria os olhos envergonhada.

Travis: Não precisa agradecer. Eu nunca deixaria você cair. – falou carinhosamente.

Lucas pigarreou fazendo com que Travis me colocasse no chão.

Pietra: O que está acontecendo aqui? – ela disse entrando no túnel junto com o Gui.

Juliana: Eles vieram em socorrer, já que a minha grande amiga me abandonou em cima de uma escada praticamente quebrada.

Pietra: Desculpa é que o Gui em chamou para resolver uns negócios. – ela disse caminhando até nós. – Pelo jeito já está tudo pronto – olhou para os arcos e as bandeirinhas – Terminamos de montar todo o evento.

Caíque: Ainda bem – ele falou aparecendo junto com o Rafa – Não agüentava mais ficar erguendo barracas.

Rafael: E eu painéis. – murmurou cansado.

Travis: Pois eu tenho energia de sobra para salvar mais uma donzela indefesa – disse me olhando.

Juliana: Então vai procurar uma. – retruquei e fui até a Pietra.

Guilherme: Vamos pra casa então? – perguntou abraçando a Pietra.

~x~

Estava terminando de me arrumar - estava vestindo aquela roupa que levei dentro da bolsa, meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto – Quando Nanda entra no quarto.

Fernanda: Pronta? – sorriu.

Juliana: Quase – falei pegando meu iphone – Agora sim.

Fernanda: Você vai junto comigo e com o Math ok?

Juliana: Tudo bem. – sorri e descemos.

Fomos para o campo onde ia ser o evento, ainda não tinha ninguém, pois deveríamos chegar primeiro para ocupar nossos devidos lugares.

Pietra: Gui, você fica de encaminhar os meninos para as suas barracas que eu vou levar a Jú, a Nanda e a Lara, para as delas. – ela disse depositando um selinho nos lábios dele – Depois nos vemos.

Caminhamos por entre o campo e percorremos várias tendas até que chegamos de frente a uma.

Pietra: Pronta, essa é a sua tenda Jú! – ela disse risonha e Lara e Nanda riram.

Juliana: A barraca do beijo é a minha tenda?! – disse surpresa e em um tom alto – Você é doida Pietra?

Pietra: Ei, eu estou te fazendo um favor. – ela disse tentando se defender – Sem tirar que com você aqui, essa barraca vai fazer o maior sucesso. – ela piscou.

Juliana: Eu não vou ficar beijando os meninos em troca de dinheiro.

Pietra: Ah vai sim. – falou seria.

Fernanda: Qual é Jú? É pra caridade – ela riu.

Fingi uma gargalhada.

Juliana: Muito engraçada. Por que você não fica aqui?

Fernanda: Math me mataria.

Juliana: E por que a Lara não pode ficar então?Ela não tem namorado.

Lara: Ainda. Não tenho ainda, mais de hoje não passa. – ela piscou.

Juliana: Eu não vou ficar nessa barraca! – disse decidida.

Pietra: Esperem-me aqui, que eu já volto – ela disse saindo às pressas.

Ficamos lá analisando e mexendo nas coisas da barraca até que a Pietra volta com o Gui.

Pietra: Gui, segura ela! – ela disse tentando em prender ali.

Me movi para sair correndo mais Nanda e Lara se colocaram na minha frente, impedindo minha passagem. Gui então me segurou.

Guilherme: Desculpa, Jú, mas você não pode deixar a sua barraca. – ele disse me colocando dentro da tenda enfeitada.

Pietra: Bom... agora eu vou levar as meninas para as tendas delas, e depois vou cuidar do caixa. Enquanto o Gui vai ficar cuidando pra que você não fuja – ela disse saindo com as duas.

Juliana: Eu não ia trabalhar sozinha? – perguntei a fim de que o Gui me deixasse.

Guilherme: Ia, mas você não sabe ficar sozinha, é provável que fuja – disse risonho.

Juliana: Sinceramente não tem graça nenhuma vocês fazerem isso comigo. Eu não sou obrigada a ficar aqui. – disse tentando sair dali, mas o Gui me impediu.

Os portões foram abertos e logo chegaram às pessoas do evento. Um menino que deveria ter seus 10 anos se aproximou da barraca e comprou um ticket com a Pietra, que havia voltado e se sentado na cadeira do caixa.

Pietra: Para crianças é um beijo no rosto. – ela disse rindo.

O menino se aproximou de onde eu estava e eu dei um beijo rápido na sua bochecha.

Juliana: Não acredito que estou fazendo isso – disse horrorizada – O garoto nem saiu das fraldas direito.

Pietra: Aproveita que ainda é cedo e só vai ter crianças, mais tarde é que vêm os meninos mais velhos – disse rindo – Sabia que a sua barraca é a mais cara?

Juliana: Nossa que sorte a minha! – disse sarcástica.

Guilherme: Daqui a pouco você vai acabar se divertindo com isso. – ele disse tentando em animar.

Uma fila de criancinhas se formou na minha frente e eu fui distribuindo simples beijos no rosto de cada um.

Alice: Barraca do beijo? – debochou ela, enquanto passava por perto junto com a Natália.

Juliana: É, eu não sei por que tem isso se você faz de graça. – disse devolvendo na mesma moeda.

Ela empinou o nariz e saiu andando pelo campo.

Depois de mais uns “beijos” eu vejo a Mel se aproximar junto com a tia Patty e o Travis.

Patrícia: Oi, Jú. – ela disse se divertindo – Barraca movimentada hein. – riu.

Juliana: É – respondi sem graça.

Melissa: Bejo? – ela disse enquanto olhava para o desenho de uma boca mandando beijo atrás de mim.

Travis: É Mel, é uma barraca do beijo. – ele disse transbordando raiva.

Patrícia: O bom é que só tem crianças – comentou para amenizar a situação.

Travis: Só criança? – perguntou surpreso.

Juliana: É – respondi olhando para a fila.

Dei um beijo no rosto de mais um menininho e voltei a conversar com eles.

Juliana: Está se divertindo? – perguntei a Mel.

Melissa: Sim, mamãe veio ver como estão as barracas.

Juliana: E onde vocês vão ficar? – perguntei agora par o Travis e a Patty.

Patrícia: Eu vou ficar controlando tudo e o Travis vai cuidar de uma barraca que atira nos patinhos.

Travis: Vai lá, quando parar de beijar crianças – ele disse apontando para uma tenda de frente a minha.

Olhei para a Pietra e a fuzilei com os olhos. Ela me colocou na barraca do beijo que é bem de frente para a do Travis.

Melissa: Bejo! – ela disse apontando para o desenho.

Travis: Quer um beijo? – perguntou e ela assentiu risonha. – Então vamos comprar um ticket – ele disse se encaminhando até a Pietra.

Juliana: Não precisa, eu dou quantos beijos ela quiser, de graça. – disse rindo baixo.

Pietra: É pra caridade Jú – falou chamando minha atenção.

Travis: Ela tem razão. – disse enquanto pagava – Eu também vou comprar um ticket pra mim.

Olhei assustada para a Pietra.

Pietra: É um beijo no rosto Travis, assim como todas as crianças. – ela disse me salvando.

Travis: Eu sei. – ele falou tranquilamente.

Depois de pegarem seus tickets os dois vieram até mim, dei um beijo estalado no rosto fofo da Mel e depois olhei para o Travis, ele colocou a Mel sentada no balcão e esperou pelo beijo. Levei meu rosto um pouco para frente e ele também aproximou o seu. Olhei dentro de seus olhos cinza, fechei os meus, virei seu rosto e dei um beijo um pouco longo em sua bochecha macia.

Travis: Bom... já temos que ir. – ele disse baixinho enquanto pegava a Mel no colo – Preciso abrir a barraca.

Juliana: Está bem – disse sem graça.

Eles foram para a tenda deles e eu resolvi em sentar. Depois de algumas horas o evento começou a encher e já se formava uma fila de meninos mais velhos na minha barraca. Enquanto a Pietra ia organizando eu ficava formulando alguma forma de fugir. Uma menina vestida de anjinho veio até mim e me entregou vários papeis no formato de coração.

XxX: Correio elegante para você. – ela disse e saiu.

Fui lendo um por um e a maioria era daquelas criancinhas que passaram pela barraca, eu ria com cada uma delas, até que uma me surpreendeu.

“Me deixa te tocar de um jeito que nunca ninguém te tocou e, no final, vamos estar tão juntos, que nossas almas serão apenas uma

Parker Hayes”

Levo um susto ao ouvir alguém discutindo.

Travis: Gui, tira ela daí agora mesmo!

Olho pra frente e vejo o Travis um tanto alterado se enfiando por entre a fila de meninos que estavam comprando tickets da minha barraca.