Uncontrollable Desire escrita por IzzFN


Capítulo 2
Today isn't my day


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/353743/chapter/2

POV Katniss

Boy, oh killing me softly

And I'm still falling, still the one I need

I will always be with you

A música da Beyoncé tocou em uma altura absurda, quem é a pessoa que bota um despertador pra tocar tão alto? Ah, fui eu. Disfarça. Eu amava aquela música, era uma das minhas favoritas até colocá-la no despertador, o que é uma burrice, pois inevitavelmente eu vou odiar qualquer coisa que interrompa meu sono precioso. Peguei meu celular embaixo do travesseiro pra olhar a hora, 07h45min. Ai Meu Deus, 07h45min, a minha entrevista de emprego é as 09h00minh, eu vou me atrasar, Nossa Senhora dos Sapatos, eu já estou atrasada. Tomei o banho mais rápido da minha vida, o mundo me agradece, fiz um coque para parecer uma pessoa responsável, algo que não sou, e vesti a roupa divástica que separei ontem à noite.

Roupa Katniss: http://www.polyvore.com/katniss_entrevista/set?id=79144233

Você deve tá pensando o que uma pessoa tão linda quanto eu quer trabalhando, eu explico: meus pais faleceram há dois anos e a única coisa que eles deixaram foi nossa casa, que é em Houston, as roupas e só, éramos ricos e quando eles morreram, meus irmãos e eu ficamos sabendo que nós estávamos falidos, vendemos até os carros, eu estou andando pela cidade de metrô. Como não tenho dinheiro pra faculdade e preciso ajudar meu irmão Gale com as despesas, resolvi me candidatar à vaga de assistente pessoal de Peeta Mellark, dono, CEO e poderoso chefão da Mellark’s Air Company, a maior companhia aérea do Texas e uma das maiores dos Estados Unidos, sentiu o poder do cara?

Terminei de me maquiar e saí correndo do quarto, meu pé grudou em alguma coisa, se for uma barata eu juro que grito. Calma Katniss, é só um chiclete derretido. Um chiclete derretido! Meu Louboutin vai ter perda total, quem é o ser que cospe um chiclete no meio da casa?

– Caaaaaato! Vem aqui! – Chamei meu irmão mais novo, um loiro lindo como eu.

– Catnip, eu já disse que você parece uma doida barraqueira gritando desse jeito, mais educação, por favor. – Cato falou como se ele não vivesse gritando pela casa.

– Quem foi o idiota que cuspiu esse chiclete? Eu vou perder tempo tirando isso! Eu não, você. – Tirei o sapato e dei pra ele limpar.

– Porque eu? Pede pra Prim, ela quem vive mascando chiclete, nem de chiclete eu gosto. Você e o Gale sempre me fazem ajeitar as coisas que a Prim faz de errado. – Choramingou ele enquanto tirava o chiclete enviado por Satanás do meu sapato divo.

– Porque ela não está aqui. Anda logo, eu tô atrasada.

– Tá aqui, estressada! Boa sorte com a entrevista. – Meu irmão é tão fofo. Dá vontade de morder.

– Brigada Catinho! Até mais tarde.

Saí correndo de novo, e atravessei a rua. Quando estava no meio da rua, ou vi uma buzina ensurdecedora, olhei para o lado e vi o carro parando quase em cima do meu pé. O motorista começou a me xingar, eu como sou fina o ignorei e continuei a minha corrida até o metrô, afinal divas estão acostumadas a serem odiadas pelas pessoas inferiores. Meus pais poderiam ter comprado uma casa mais próxima ao metrô. Parece que o Universo conspirava contra mim, aquela frase que diz que quando você quer algo o Universo conspira a se favor é uma mentira. O Universo me odeia. E eu odeio ele, pois sou educada e retribuo os sentimentos que as pessoas sentem por mim. Eu sei, sou um ser humano adorável.

Cheguei ao metrô, que milagrosamente estava vago. Só que não. Tinha gente enfiada em tudo quanto é buraco que caiba uma pessoa, e a sorte nunca sorri para Katniss Everdeen, ela no máximo dá um meio sorriso altamente irônico. Fui empurrando todos e todas que ousavam me separar do trem que me levaria ao meu tão amado emprego. Eu digo emprego porque claro que a vaga já é minha. Sou linda, inteligente e falo inglês, o que não é bem uma qualidade já que estamos em um lugar onde até um cachorro late em inglês.

Nem acredito que ainda era 08h15min, cada dia eu me arrumo mais rápido, sou aprendiz do The Flash. Até o prédio onde ficava a empresa era 20 minutos. Vou ter tempo de sobra para tomar um frappuccino na Starbucks, Gale sempre dizia que eu era viciada na Starbucks, melhor ser viciada em café do que em drogas.

Fiquei a viagem inteira espremida em um canto no final do trem, entre uma mulher com milhares de sacolas, parecia que ia se mudar e não tinha malas, e um cara esquisito que tentou me apalpar, eu dei uma tapa na mão nele e tudo resolvido. Esse é o modo KatCat de resolver as coisas. Finalmente cheguei ao meu destino, saí apressadamente do trem e me deliciei com a maravilha que era poder me mexer livremente, sem nenhum ser maligno me imprensando. Corri até a Starbucks mais próxima para pegar meu frappuccino, sim eu corro muito, mais que o Usain Bolt. Morram de inveja.

– O que você deseja? – Perguntou a mocinha do caixa, ela era simpática, um milagre.

– Um frappuccino de chocolate e um muffin de blueberry para viagem. – Peguei o papel e fui esperar meu pedido.

Em pouco tempo o meu café da manhã estava vindo, agora imagine a situação, eu lá morrendo de fome, quase desmaiando, e na hora que a moça vem me entregar um gostoso loiro aparece de não sei onde e pega meu pedido. Isso não vai ficar assim, eu vou exigir meus direitos de consumidora.

– Hey meu filho, esse é o meu café da manhã! Pode me devolver. – Falei usando tudo que aprendi com Rochelle Rock.

– Desculpa, não vi que tinha seu nome no café. Deve ser porque não tem. Agora dá licença que eu tenho que trabalhar. – Fato 1: Ele era gostoso. Fato 2: Ele era um estúpido. Fato 3: Eu doaria um rim pra pegar um homem desse.

– É claro que é meu. Nunca que um grosso, arrogante como você teria o mesmo bom gosto pra comidas que eu e além do mais eu vi a moça chegar com o café primeiro. – Sim, eu tenho bom gosto e sei disso.

– Lógico que não, a senhora deve tá...

– Senhora? – eu o interrompi. – Senhora é o caralho. Eu tenho 19 anos, sou mais novinha que a novinha da música do Mr.Catra. Só porque você é um velho gagá não quer dizer que eu também seja.

– A senhorita me perdoe, mas eu tenho mais o que fazer, tá aqui o seu café. Desejo que morra engasgada. – Como eu disse antes, estúpido.

– Obrigada, passe muito mal.

Saí rapidamente dali, pois não era obrigada a olhar na cara de certas pessoas. O que aquele homem tinha de perfeito, tinha de arrogante. Mentira, ele era perfeito em dobro. Aquele loiro só podia ser natural, era muito lindo para ser pintado. O meu era pintado, mas vejam bem, Primrose e Cato eram loiríssimos, Gale era moreno só que por alguma macumba mal feita o cabelo dele começou a clarear, eu fiquei a única morena da família, estava me sentindo excluída e pintei o cabelo. Voltando ao Deus Grego, aqueles olhos azuis pareciam obsidianas, devia ser lente, não existe tamanha perfeição. Vou parar de pensar nele senão eu me apaixono. Avistei o prédio da Mellark’s Air Company e me dirigi até lá.

– Eu tenho uma entrevista com Peeta Mellark. – Informei a moça do balcão.

– Quadragésimo andar, a secretária dele vai lhe dizer o que deve ser feito. Boa Sorte.

– Obrigada! – Dei um sorriso, afinal não era todo dia que as pessoas eram tão simpáticas comigo. Pura inveja da minha beleza.

Ainda era 8h55min. Peguei um dos seis elevadores que tinha naquele prédio e apertei o botãozinho do andar, no elevador tocava uma rádio qualquer, a música que estava passando era Moves Like Jagger. Eu, que já sou um pouco fora de controle, fico totalmente doida com essa música, comecei a cantar e ensaiar uns passinhos de dança. Quando estava na minha parte preferida, aquela que a Christininha canta, o elevador para do nada. Mantenha a calma Katniss, fique calma, tudo vai dá certo, é só respirar e se acalmar.

Querido Deus, não me deixe morrer aqui, sei que nunca fui de ir à igreja, mas não me deixe morrer sem ter filhos. Eu quero filhos, juro pro Senhor que os ensino as suas palavras e os incentivo a ler a Bíblia, mas por favor não me deixe morrer. O elevador deu um solavanco e retornou a andar. Minha oração deu certo, Deus ainda me ama, ele me quer viva. Thanks God. Ainda era 8h57min. Simplesmente não acredito que ainda consegui chegar na hora. Devem ser os anos de práticas, vivo me atrasando. Chego até meu destino e falo com a moça ruiva e com cara de periguete que tá sentada atrás de uma mesa, ela tá vestido com uma roupa vermelha e lixando as unhas postiças enquanto faz bolinha de chiclete. Acho que não a julguei mal.

– Eu tenho uma entrevista com Peeta Mellark. – Essa frase tá ficando muito popular na minha vida.

– Ele vai atendê-la em um instante. – Preciso dizer que ela me olhou dos pés a cabeça e no fim fez uma careta?

Fui me sentar em um sofá que tinha por ali, ao lado do sofá tinha um aquário com um monte de peixinhos fofinhos. Eles eram tão lindinhos, dava vontade de apertar e beijar, tem um peixinho que é a copia da Dori de Procurando Nemo. Olhei ao redor em busca de um copo plástico, mas não achei. Você deve tá se perguntando: Porque diabos a Katniss quer um copo? Para pegar o peixinho gêmeo da Dori e leva-lo para casa, eu seria a mamãe do peixe. Sim, sou fã da Dori e da Disney. Sim, sou uma criança crescida.

– Senhorita Everdeen, o Senhor Mellark irá recebê-la agora. - Essa vaca estragou meus planos de sequestrar o peixe, tomara que ela tenha uma morte dolorosa.

Entrei na sala, muito bem decorada. E o vi. Peeta Mellark, CEO da empresa e ladrão de cafés nas horas vagas. Ele não me viu e penso em fugir dali usando toda minha velocidade jamaicana, mas lembro de que preciso do dinheiro pra comprar roupas novas e sustentar meu vicio em café. Essa ligação não acaba nunca, enquanto isso eu fico igual uma estatua parada na porta. Uma estatua muito linda. Como vou trabalhar com um grosso, arrogante, estúpido, ladrão de cafés, e ainda por cima lindo daquele jeito. Ele vai me reconhecer, eu fiz a Rochelle na Starbucks, é impossível ter esquecido e ainda falei do Mr.Catra, porque eu sou tão estressada? Culpa do Cato e da Prim. O melhor a se fazer é fingir que não era eu naquele lugar, e sim uma pessoa muito parecida, que usa roupas iguais as que estou usando e tem a mesma voz que eu. Claro que ele ia perceber que estou mentindo, mas eu nunca irei assumir que eu dei aquele barraco por causa de um muffin e um café. Que estavam super gostosos, só o loiro em minha frente era mais gostoso que meu muffin.

Esse definitivamente não é o meu dia. Além de acordar altamente atrasada para a entrevista de emprego na empresa dos meus sonhos, quase ser atropelada, pisar em um chiclete com meu salto Louboutin belíssimo, ter meu café roubado por um cara super gostoso com qual eu discuti, o mesmo ser ignorante que roubou meu café é ninguém menos que o dono da empresa que quero trabalhar.

Ele nunca vai me contratar depois do que falei para ele. Não Katniss, para de pensar besteira! Você precisa desse emprego, seus irmãos dependem disso. Eu vou subir no meu Louboutin e arrasar nessa entrevista de emprego. Ainda bem que ele ainda não me viu aqui, estou esperando ele terminar uma maldita ligação. OMG, ele virou, é agora que eu morro, pelo menos morro de Louboutin. Eu sei que estou repetitiva, mas me entendam, é um Louboutin, o sapato-rei, e a única coisa boa que me aconteceu hoje.

– Você? - O gato loiro dos olhos azuis gritou assim que terminou de virar a cadeira.

Que Coco Chanel esteja comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews.
No próximo vai ser a entrevista.Prometo que posto antes de segunda-feira.
Enjoy.