Uncontrollable Desire escrita por IzzFN


Capítulo 3
Why me?




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POV Katniss

Essas coisas só acontecem comigo. Eu sigo a ideia de fingir que nada aconteceu ou assumo e imploro pelo seu perdão? Vou fingir que nada aconteceu, se não dê certo eu faço cara de gatinho do Shrek e peço desculpas.

- Desculpe, mas a gente se conhece de algum lugar? – Falei com a melhor cara de inocente que consegui fazer.

- Nos encontramos hoje na Starbucks. Você me xingou, lembra? – Era impressão minha ou ele estava sendo altamente irônico?

- Pode ter sido. Eu tomo remédios pra depressão e eles me deixam meio confusa, eu não sei bem o que eu faço. – Sou uma ótima mentirosa, Pretty Little Liars não sabe o que tá perdendo.

- Senhorita Everdeen, você deve me achar muito burro. Porque só assim para acreditar numa desculpa tão esfarrapada quando a que acabei de ouvir. – Ele disse com aquele olhar irônico que era completamente irritante.

Ele deveria pelo menos ser gentil e fingir que acreditou. Hora de usar o Plano B, vou implorar que ele me desculpe, e se for preciso fico de joelhos e beijo seus pés. Pode parecer muito desespero, mas tenho que ajudar Gale, o que ele ganha não dá pra pagar os gastos da casa e sustentar Cato, Prim e eu. E claro que minhas roupas já estão velhas, preciso de novas. Sábado passado tive vontade de ir ao shopping e não achei uma roupa decente. Foco Katniss, Mellark deve tá achando que você é doida. Eu sou doida, mas ele não precisa saber. Hora de fingir arrependimento.

- Senhor Mellark, me desculpe. Ou melhor, me perdoe. Eu estava tendo um dia ruim, na verdade eu estou passando por um período ruim. Se o senhor pudesse apenas me deixar fazer essa entrevista já seria um grande favor de sua parte. – E o Oscar de melhor atriz vai para... Katniss Everdeen.

- Eu desculpo você, mas por que eu faria um favor para uma pessoa que me acha um grosso arrogante e ainda por cima me chamou de velho gagá? – Olhar irritante: mode on.

- Porque se você não me deixar fazer a entrevista vai perder a melhor assistente pessoal que existe. – Eu não sei nem o que uma assistente pessoal faz.

- Tudo bem, pode se sentar. O fato de você ser entrevistada não quer dizer que você vai ser escolhida. – Ele afirmou com um olhar superior que era tão irritante quanto o outro.

Ele todo era irritante. Irritantemente lindo, mas ainda sim irritante. Dirigi-me até a cadeira que ficava posicionada em frente a sua mesa, e me sentei. Ao caminhar pude me perceber que ele estava me avaliando ou avaliando meu corpo. Pode parecer que sou convencida, mas eu sou linda. Detesto essas pessoas que são lindas e ficam dizendo que não, por isso digo logo que sou linda e pronto.

- Senhorita Everdeen, por que você deseja trabalhar na minha empresa? – Seu tom agora era profissional.

- Bom, desde criança que sou fascinada por aviões, meu sonho era ser aeromoça. – Tenho pânico de voar e aeromoças são simpáticas demais pro meu gosto. – Quando meus pais morreram eu tive que cuidar dos meus irmãos, então fiquei impossibilitada de realizar meu sonho, então resolvi trabalhar em uma companhia aérea. Não é o meu sonho, mas é próximo dele. – Falei na intenção de que ele se sensibilizasse com minha história.

- Claro, entendo. Você está ciente de que vai ter que me acompanhar em todas as minhas tarefas e talvez em minhas viagens? – O olhar dele se tornou malicioso e não entendi o porquê.

- Sei, não será problema. Não tenho nada que me impeça de passar um grande período de tempo fora de casa. – Usei meu melhor tom profissional e responsável.

- Quais são seus objetivos? - Mellark agora utilizava uma expressão séria e concentrada. Babei nele.

- Bom, dá o melhor de mim para a empresa, desempenhar o serviço que me for designado com praticidade, eficácia e excelência e atender as necessidades da empresa. – Até eu me considerei uma profissional confiável.

- O que levou você a sair do seu emprego anterior? – Ele levou sua xícara de café à sua boca me fazendo imaginar se seus lábios estariam com gosto de café. Eu amava café. – Senhorita Everdeen, você ouviu minha pergunta?

- Claro, me distrai pensando em minha última experiência profissional. – Eu nunca tive uma. – O meu chefe começou a confundir as coisas, ele queria que eu desempenhasse outros trabalhos além de ser sua assistente. – Falei a primeira besteira que veio à minha mente.

- Uma pergunta apenas para finalizarmos a entrevista: O que você faz no seu tempo livre? – Ele parecia estranhamente interessado nessa resposta.

- Ah, nada demais. – Eu cruzava e descruzava as pernas em um claro sinal de nervosismo. – Vou ao shopping, faço caminhadas do Hermann Park com minha irmã e gosto de ir aos museus. Como eu disse anteriormente, nada demais.

Parecia estranho uma pessoa viciada em coisas modernas como eu ir à museus, mas meus pais gostavam muito de frequentar os museus de Houston, eu ia aos museus buscando me sentir mais próximas deles.

- Foi um prazer entrevistá-la Senhorita Everdeen, se você preencher todos os requisitos necessários para a vaga minha secretária entrará em contato até o fim da semana. – Mellark falou enquanto estendia a mão.

- O prazer foi meu, desculpe por mais cedo. – Estendi a mão para apertar a dele e quando fiz isso não senti nada. Estranho, nos livros sempre diz que um choque passa pelo seu corpo.

Me levantei e caminhei até a porta pensando na tortura que seria olhar para Peeta Mellark todo dia, não por ele ser feio, mas por ser completamente irritante. Ao sair vi a mesma criatura bizarra sentada na mesa da secretária, ela me olhou fazendo cara feia e como sou uma pessoa altamente madura mostrei a língua pra ela. Apertei o botão do térreo no elevador e ao chegar me dirigi até a saída do prédio, dei sinal para um táxi porque nem morta que eu iria passar pelo mesmo sufoco no metrô. Entrei no táxi e ainda era 9h45min, eu teria a casa toda pra mim e dormiria até Prim a Cato chegarem do colégio. Aqueles gêmeos sabiam como fazer barulho, era uma gritaria que uma vez a vizinha chamou a policia por causa do barulho.

O caminho foi rápido e silencioso, porque tinha uns taxistas que não sabiam ficar calados, paguei o táxi, pois sou uma pessoa honesta, e entrei em casa. Joguei meus pertences todos em cima do sofá e subi para meu quarto. Tirei o sapato e me joguei na cama. O último pensamento que passou pela minha cabeça antes de adormecer foi a lembrança dos olhos azuis cristalinos de Peeta Mellark.

Acordei com meu celular tocando. Quem era a pessoa que atrapalhava meu sono da beleza, olhei do visor e claro que só poderia ser a Clove, minha melhor amiga desde sempre.

- Que é Clove? – Atendi com ignorância, pois detestava ser acordada.

- Oi Catnip. – Eu detestava aquele apelido idiota, mas me acostumei com ele. – Eu tava com fome e me sentindo altamente solitária e resolvi te ligar e chamar você pra almoçar comigo no restaurante italiano que tem aqui perto da minha casa.

- Tá bom Clove, te encontro em 45min em frente ao restaurante. – E desliguei na cara dela.

Tomei um banho e vesti uma roupa básica, básica pra mim. Peguei uma bolsa qualquer, tranquei a casa e fui para o metrô, que deve estar vago a essa hora, aquele povo sem educação já deve ter ido trabalhar, meu trem chegou rápido e entrei sem os empecilhos que tive pela manhã.

Katniss: http://www.polyvore.com/katniss_restaurante/set?id=79782761

Não pense que eu sou uma patricinha mimada, até porque eu era quase uma garota do gueto com estilo, mas havia certas coisas que ser humano nenhum devia fazer. Se agarrar em um trem com várias pessoas olhando era uma dessas coisas, o casal na minha frente não devia saber disso.

Saí do trem e fui caminhando até o restaurante, ao chegar lá vejo Clove parecendo uma retardada acenando pra mim. Ownti, como minha amiga era fofinha, tão pequenininha e sempre com aquelas roupinhas escuras que a faziam parecer uma bonequinha gótica. Okey, usei diminutivos demais em uma frase só.

Clove: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=79785088&.locale=pt-br

- E aí, KatCat? Como vai seu irmão? – Clove e Cato se gostavam, mas Clove não assumia por ela ser três anos mais velha que Cato, que tinha 17 anos.

- Vou bem obrigada por perguntar. Cato vai bem, continua me perguntando por que você não dá uma chance para ele. Eu me faço a mesma pergunta. Porque Clove?

- Ora Katniss não é certo eu namorar um garotinho, mesmo ele sendo um gato de 1,90m, olhos azuis, cabelos loiros e corpo perfeito. Eu me sentiria uma pedófila. - Clove respondeu enquanto girava os olhos e entreva no restaurante.

- Clô, para o amor não existe barreiras. Filosofei agora. – O garçom nos apontou uma mesa mais no canto do restaurante e ao sentarmos nos entregou o cardápio.

- Sabe Kat, acho que você deve ter batido a cabeça em alguma coisa. Onde está minha amiga insensível que diz que namorar é perda de tempo e que o amor é uma reação química? Eu acho que prefiro ela, pode a chamar pra mim?– Clove me questionou enquanto corria os olhos pelo restaurante.

- Muito engraçado Clove, eu simplesmente cheguei à conclusão de que não quero morrer sozinha. Posso querer filhos e uma casinha amarela de cerquinha branca? – A olhei desafiadoramente.

- Não estou reconhecendo você. Para o mundo motorista, eu quero descer. Katniss Everdeen quer ter filhos? Oh Lord, presenciei um milagre! – Ela falou alto e com um balançar de braços tão exagerado que metade do restaurante nos encarou como se fossemos doidas.

- Deixa de ser escandalosa, garota! Eu fiz uma entrevista na Mellark’s Air Company. – Informei enquanto levantava o braço para atrair a atenção do garçom.

- E como foi? Péssima ou só ruim? – Minha amiga devia ser comediante.

- Foi boa, sua imbecil. Tirando o idiota do Peeta Mellark.

- Huuum, tá apaixonada! – Clove disse e logo em seguida deu uma gargalhada.

O garçom chegou interrompendo a nossa conversa.

- O que vocês desejam? – Ele falou com uma cara de quem queria que uma de nós respondesse: Você.

- Eu vou querer um ravióli de frango ao molho branco e um suco de laranja. E você, Kat? – Clove falou sem desviar os olhos do cardápio.

Quando tirei os olhos do cardápio para falar meu pedido ao garçom, vi na porta a ultima pessoa que queria ver. Essas coisas só acontecem comigo.  Meu corpo congelou, ao contrario do meu rosto que estava corado de raiva pela brincadeira que Clove fizera anteriormente.

- Kat? Kat, minha filha, o moço tá esperando?

- Peeta Mellark acabou de entrar no restaurante, me esconde Clove. Pelo amor de Deus me esconde.

Tarde demais. Ele me viu.


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Notas finais do capítulo

Desculpa por qualquer erro de ortografia, não tive tempo de corrigir.
Obrigada pelos reviews, não tive tempo de responder.
Sexta-feira ou sábado eu posto o próximo. Alguma especulação do que vai acontecer?
Enjoy.