Eu Escolhi Você escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 16
Briga, Aposta e "Saída"


Notas iniciais do capítulo

Desculpem esses dias todos sem postar, mas minha bisavó faleceu e não tive condições de entrar aqui.



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– Você vai o quê? - O ruivo perguntou indignado.

– Vish.. - Luna disse tensa, percebendo o clima que se formara.

– Então galera, vou indo nessa.. - Draco falou, tentando fugir ao máximo de tal confusão. - Vamo Harry? - Chamou o amigo, que assentiu.

– Mione, eu vou indo também.. - Luna falou docemente, também tentando, em vão, amenizar a situação.

– Eu vou com você. - A morena disse convicta.

– Espera. - Rony a segurou pelo braço. - A gente precisa conversar.

– Não Ronald, a gente não precisa. - Ela disse seca.

– Hermione.. por favor. - Gina pediu a amiga, que mesmo contra os instintos, bufou e sentiu seu braço ser solto. Os amigos se despediram, e Luna disse que a esperaria em casa. Quando já estavam sozinhos, o ruivo voltou a olhá-la, o mesmo olhar de indignação de algum tempo atrás.

– Não acredito que vai sair com ele. - O ruivo confessou, enraivecido.

– Não acredita por quê? - Ela perguntou sarcasticamente. - Não achou que eu ficaria deprimida, trancada no meu quarto só porque vi meu "amigo" beijando a garota que eu mais odeio na escola, não é? - Enfatizou a palavra amigo, colocando aspas. Rony a olhou incrédulo.

– A Hermione que eu conheci não era grossa assim. - Rony falou.

– Grossa? Agora dizer a verdade é ser grossa? - Perguntou sarcasticamente mais uma vez.

– Eu só não queria que saísse com aquele idiota, só isso. - O ruivo confessou novamente.

– Me dê um motivo. - Ela disse enquanto cruzava os braços.

– Ele é um aproveitador. - Ele disse entre os dentes.

– Não me convenceu. - Falou seca.

– Ele só quer te usar e te jogar fora, como provavelmente fez com todas as garotas que cruzou seu caminho. - Rony argumentou.

– Continuou não me convencendo. - Ela continuou com seu ríspido tom de voz, enquanto descruzava os braços e se virara, provavelmente rumo a seu caminho de casa. Sentiu novamente um dos braços serem apertados, e se virou, encontrando os olhos, que agora estavam totalmente azuis, do ruivo vidrados no seu. Seu coração bateu mais forte, as pernas ficaram bambas, mesmo que internamente. A proximidade dos dois não a ajudava a se acalmar, assim como Rony, que sentia choques elétricos pelo corpos, do mesmo modo como em todas as vezes em que sentia seu corpo tão próximo do dela.

– Não sai com ele. Por favor. - Ele pediu, a voz calma e ao mesmo tempo suplicante.

– Me solta Rony. - Indignou-se novamente no dia por chamá-lo pelo apelido, e sentiu, na mesma hora,o braço leve. O encarou por mais alguns segundos, a expressão triste de ambos. Não conseguia mais ficar alí, brigando com ele daquele jeito. Foi embora para casa, sozinha, absorta e perdida em pensamentos, tal ato repetido pelo ruivo, que cabisbaixo, caminhou rumo onde, provavelmente, seria novamente consolado pela mãe.

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– Filho! - Foi recebido pela mãe com um abraço,ela provavelmente já o esperava.- Como foi? - Perguntou, ainda no abraço com Rony. Era extremamente confortante a mãe presente alí, cuidando dele.

– Do jeito que eu menos queria. - Confessou ao sair do abraço com Molly. A mulher o olhou tristonha.

– Brigaram? - Molly perguntou receosa e Rony assentiu.

– Não tenho mais o que fazer. - O ruivo disse desanimado.

– Vai jogar a toalha? Assim? - A mãe perguntou.

– Ela vai sair com outro mãe! - Ele contrapôs,indignado.

– Você vai deixar ela sair com outro? - Molly continuou.

– Eu pedi pra Hermione não sair com ele.. mas ela não encontrou o idiota do Krum beijando a garota que ela mais odeia né. - Rony continuou.

– Você já disse que foi a tal da Lilá que te beijou meu filho. - Molly disse, o defendendo.

– É, mas a Mione não acredita em mim.. - Ele disse entristecido.

– Você ao menos tentou? - A senhora Weasley perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.

– Tentei o que? - O ruivo perguntou confuso.

– Beijar ela.. ao menos mostrou a sua pegada pra ela? - Molly perguntou em um tom divertido, e viu as bochechas do filho ficarem vermelhas como um pimentão.

– Mãe! - Rony a repreendeu, sentindo-se totalmente envergonhado.

– Tudo bem, tudo bem.. - A mãe disse ainda se divertindo com a situação. - Só dê tempo ao tempo meu filho. Tudo vai ficar bem. - Ela tentou animá-lo, depositou um beijo na bochecha repleta de minúsculas sardas do filho, enquanto ele soltou um leve sorriso para a mãe. Logo subiu para o quarto, ligou seu rádio e ficou ali, apenas escutando suas músicas preferidas e fugindo do mundo lá fora.

Enquanto no quarto ao lado,se encontrava uma Gina sentada sobre a cama, absorta em pensamentos. Tudo estava tão confuso. Tinha certeza do sentimento que Rony criara por Hermione, assim como tinha a certeza de tal sentimento da amiga pelo irmão. Mas como eram cabeças duras, meu Deus. Bastava ela o desculpar. E ele tentar. Só isso. Tudo bem que Rony não tinha nada que se atracar com Lilá. Além disso, não havia engolido essa história, e faria o possível pra afastar a loira mal amada de perto do ruivo, pois sabia que ela o faria mal. Mas também tinha a certeza de que Rony e Hermione estavam errados em brigar, mais errados ainda em se afastar. Chegou a conclusão, consigo mesma, de que eles eram complicados demais. Mas, e sua vida? Gina tinha tudo nos eixos. Talvez sim, talvez não. Tinha os melhores amigos. Os irmãos estavam por perto depois de tantos anos. Os pais mais unidos que nunca. Mas, e o coração? Como ficara, nesse tempo? Ela não era, nem nunca fora, o tipo de garota que despertava paixonites por garotos da escola, menos ainda quaisquer sentimentos obsessivos por eles. Entretanto, não podia negar que ultimamente, andava sentindo coisas estranhas quando ficava perto de um garoto em especial .Tal garoto em que ela dividia a casa, o grupo de amigos, a sala de aula. Tal garoto, em que nesse exato momento, estava batendo na porta do seu quarto.

– Gina? - A voz do moreno soou em um tom interrogativo.

– Harry! - Respondeu, ainda dentro do quarto, se levantando da cama e arrumando o vestido rosa que havia colocado ao chegar da escola. - Entra. - Viu a maçaneta da porta girar, e logo em seguida o rosto do moreno em que á alguns minutos pensara,pairou sobre seus olhos. A ruiva abriu um sorriso, enquanto Harry timidamente, a imitava.

– É.. Fred e Jorge estão vendo tv lá em baixo.. então, pensei que nós dois podíamos jogar vídeo game aqui no seu quarto, só pra distrair.. - Falou rapidamente, evitando os olhos da ruiva. Ficar sozinho no quarto com Gina era algo, de fato, um tanto ousado para qualquer pessoa que soubesse.

– Boa ideia Harry. - A ruiva disse, se animando.- Vem, fecha a porta que eu vou ligar a tv e o vídeo-game. - O moreno assentiu, fechando a porta, enquanto Gina ligava os aparelhos e escolhia um cd de jogos em um porta-cd.

– É estranho né? - Harry perguntou, enquanto se aproximava da amiga para ajudá-la a escolher um jogo.

– Estranho? - Ela o olhou sem entender.

– Aqueles dois.. Rony e Hermione. - Ele a fez sorrir.

– É, eles de fato são estranhos. - Os dois riram levemente.

– Você também acha que tá passando da hora deles se acertarem? - Perguntou Harry, enquanto Gina balançava a cabeça positivamente.

– Eles são cabeça dura. - A ruiva confessou. - Mas logo vão perceber a burrice que estão fazendo. - O moreno assentiu, concordando plenamente com o que Gina dissera. - Esse parece legal, não acha? - Ela o mostrou o cd que havia escolhido.

– Esse tá ótimo. - Ele sorriu, enquanto via a ruiva colocar o cd no vídeo-game, que ela não sabia a menor ideia de qual nome tinha (com certeza Fred e Jorge sabiam, e provavelmente Harry e Rony também). O jogo não demorou para carregar, cada um dos dois pegaram suas determinadas manetes e lançaram olhares desafiadores um para o outro.

– Pronta pra perder? - O moreno perguntou, já gabando-se e contando vantagem. Gina riu sarcasticamente.

– É claro que não. - Disse convicta,o fazendo rir.

– Vamos fazer uma aposta. - O garoto sugeriu.

– Aposta? - Gina perguntou, enquanto erguia as sobrancelhas.

– Se você perder, vai ter que fazer meus deveres por uma semana. - Harry sorriu, enquanto Gina não contradizia. Se ele podia, por que ela não?

– Mas se você perder.. - Ela enfatizou a ideia.- Vai ser meu empregado por uma semana. - A ruiva disse convicta, enquanto via o amigo se indignar.

– Qual é Ginny, eu peguei leve. - Ouvi-lo chamá-la pelo apelido íntimo, era um ato de fato, constrangedor, entretanto, bom e carinhosamente carinhoso. Mas ela não se deixou abater.

– É pegar ou largar. - A ruiva estendeu uma das mãos para Harry, que passou os olhos pela mão da ruiva, e logo em seguida voltou a olha-la com uma expressão,d iferente da de segundos atrás, agora receosa.

– Isso.. de ser seu "empregado".. - Ele colocou aspas na palavra. - Vale pra que?

– Pra tudo ora! Quando a gente levantar pra ir pra escola, você vai ter que vir no meu quarto pra arrumar minha mochila, me ajudar a calçar os sapatos, escolher minha roupa, servir meu café da manhã.. e por aí vai indo. - Gina disse enquanto o olhava, ainda desafiadora, nos olhos. Sentia vontade de rir das expressões que o amigo faziam a cada palavra que ela dizia, mas manteve-se firme. Ele respirou fundo.

– Por uma semana?

– Uma semana. Sem tirar nem por.- A ruiva levou a mão, que ainda estava parada no ar, mais para perto do amigo, que a apertou, depois de um momento de hesitação.

– Feito. - Harry disse voltando ao seu tom de convicção. Estava decidido e empenhado em ganhar. Quando o jogo começou, nem um nem outro pareciam piscar, estavam concentrados em cada detalhe dos personagens que tinham de passar por fases e mais fases. O melhor, venceria. E que venha o melhor. Ao fim da partida, derrotado, Harry jogou a manete levemente no chão e se curvou, colando a testa no chão frio, pensando na enrascada em que tinha se metido. Ou talvez não. A amiga louca ao lado, como ele mesmo definia internamente, ria, cantarolava, comemorava e fazia dancinhas tão patéticas quanto a do irmão, na noite em que se reencontraram.

– É, o Harryzinho perdeu. - Ela o esnobava, enquanto ria. O garoto descolou a testa do chão, e levantou a cabeça para olhar a ruiva, que a essa altura, estava uma Gina totalmente descabelada. Não pôde deixar de rir.

– Você é má. Isso foi trapaça. - Disse indignado.

– Quer jogar de novo? Provo pra você que não foi trapaça. - A ruiva disse se gabando.

– Cê não acha que confia demais no seu taco não? - O moreno perguntou encucado.

– Confio porque sei que ele não me decepciona. - Gina se gabou novamente, enquanto passava os dedos pelos fios de cabelo bagunçados e o jogava para trás.

– Meu Deus, uma semana empregado dessa louca. - O moreno se queixou, a fazendo rir ainda mais.

– Uma semana, amiguinho. - A ruiva sussurrou a palavra final no ouvido de Harry, fazendo os pelos de sua nuca se levantarem por completo, enquanto os leves dedos da garota bagunçavam seus fios de cabelo. Confessou a si mesmo que estava começando a gostar de sua derrota.

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Na casa dos Granger, ou digamos, atualmente da madame Lestrange, Hermione era interrogada por Luna, que parecia nada satisfeita com as últimas atitudes da prima.

– Você é maluca? - Luna perguntou indignada. - Vai sair com o Krum?

– Não, eu não vou sair com o Vítor. - A morena não viu opção a não ser contar a verdade. - Eu só inventei essa história pra deixar Rony com raiva.- Disse frustrada, enquanto se jogava na cama. - E você mesmo disse que Vítor parecia ser legal.

– É mesmo.. eu disse. - A loira falou, pensativa,se confundindo com o próprio pensamento. - Mas eu prefiro o Rony. - Luna voltou a se indignar.

– Ronald é um idiota. - Hermione bufou.

– Um idiota por quem você é apaixonada. - Luna foi convicta ao que disse, e viu Hermione a olhar indignada da cama.

– Preferia não ser. - A morena bufou novamente. - Droga! - Se culpou por ter admitido, enquanto Luna deixava um pequeno e disfarçado sorriso se formar sobre os lábios.

– Vocês brigaram de novo? - A loira perguntou delicadamente, enquanto olhava a raiva dos olhos de Hermione irem embora, dando ligar á tristeza.- Não preciso ouvir a resposta.

– Eu pensei que.. se ele achasse que eu tava afim do Vitor, ele ia fazer alguma coisa. - Hermione confessou.

– Alguma coisa, tipo? - Luna ergueu uma das sobrancelhas, enquanto via a prima corar. - Tipo te beijar e te provar que você merece ele, e não o Vítor? - Luna perguntou sincera, enquanto a prima triste que sentava sobre a cama assentia.

– No começo era só amizade sabe. Eu gostava da companhia dele. Gostava de conversar com ele. Do sorriso dele. Mas eu não posso negar que desde o primeiro dia, quando ele me deu aquele abraço.. - Hermione falava enquanto se lembrava da cena.- Ninguém nunca me abraçou daquela forma. - Ela confessou. - E aquele perfume.. - Foi como se a morena pudesse sentir o cheiro do perfume de Rony enquanto falava. - Eu não sei o que aconteceu, eu comecei a precisar de tudo isso. Dos abraços, do sorriso, dos olhos dele nos meus, do perfume. Dele. - Confessou novamente, voltando a se jogar na cama e fechando os olhos, que lacrimejavam. Luna a olhou, e percebeu que a amiga estava muito mais apaixonada do que podia imaginar. Talvez, isso nem fosse paixão. Talvez tivesse outro nome.

– Mione.. você conhece o Ron. Ele tem vergonha dessas coisas. E.. eu acho que você deveria contar pra ele o que sente. Só assim ele teria coragem de tomar alguma atitude. - Luna confessou a prima, que abrira os olhos molhados e voltara a olhar a loira.

A morena ficou pensativa.

– É... mas ele tá ficando com a Lilá. - Hermione se lembrou da cena na sala de aula. Sua expressão enjoada foi perceptível.

– Ninguém tem certeza Mione.. - Luna tentou animá-la.

– Eu não quero mais falar disso Luna. - Hermione foi firme.

– Hermi.. - Luna tentou intervir, sendo interrompida pela prima.

– Luna.. Por favor. - Hermione pediu, e viu Luna, mesmo contra a vontade, assentiu e se calar de tal assunto.Formou-se um longo silêncio no quarto, que foi quebrado pela loira logo depois.

– Mas Hermione, o Vitor não tava mesmo afim de você? - A loira perguntou confusa, enquanto recebia olhares furiosos da prima. Luna entendeu e voltou a se calar. O novo silêncio que se formou por longos segundos depois, foi novamente interrompido por uma música familiar. "Vou caçar mais de um milhão, de vagalumes por aí...". Era o celular de Luna, que foi rapidamente tirado do bolso de sua calça e atendido.

Draco? – Perguntou surpresa. Hermione a olhou, já erguendo a sobrancelha esquerda e abrindo um sorriso desconfiado nos lábios. - Sair? À noite? ... Não sei...Mas e os outros?... Tá, tudo bem... Às 7... Até.. .Manda um beijo pra Gina... Beijos. – E desligou o celular.

– Sair com o Draco, é? - Logo Hermione esquecera de assuntos tristes e mal resolvidos, enquanto ficava ocupada demais zoando a prima. As duas, em segundos, se viram em uma guerra divertida de travesseiros.


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