Lá estava Hinata com uma panela de brigadeiro entre as pernas e rosto ainda úmido pelo choro. Resolvera desabafar com Tsukasa. E falar sobre o relacionamento com Naruto que ela achava ser perfeito e não era voltou a doer um pouco. O castanho-aloirado mostrou-se um bom ouvinte e foi capaz de reconfortá-la. Afinal o problema não fora ela, fora Naruto que não se conteve somente com uma mulher.

– Talvez eu não seja tão bom em fazer sushi como sou em fazer comida ocidental, mas tentei. – Anunciou o loiro trazendo refeição para o quarto. Aos olhos de Hinata parecia muito bom. Já descobrira que o rapaz tinha o hobby de preparar comida de outros países agora veria se ele também era bom na cozinha japonesa. – Vem me dá esse brigadeiro. Depois você termina. – Completou tirando a panela e colocando a bandeja com os sushis sobre suas pernas.

O Namikaze guardou o brigadeiro e voltou sentando-se ao lado da Hyuuga. Puseram a comer assistindo televisão. Na opinião da azulada a comida não poderia ser melhor. Além de bonito cozinhava bem, realmente o rapaz era o sonho de consumo de muitas. Observou o castanho-aloirado mordendo o lábio inferior. Ele mexia com ela. Sabia disso. Despertava um lado dela que Hinata desconhecia e a azulada ainda não decidira se aquilo era algo bom ou ruim.

– O que foi azulzinha, está admirando o Deus Grego que dormiu contigo ontem? – Riu malicioso com a sobrancelha arqueada. Hinata revirou os olhos cor-de-lua e deu uma risada desdenhosa. Mas sua mente não para de se perguntar se o rapaz era muito observador ou muito convencido.

– Muito engraçado Tsukasa. Você nem é essas coisas todas, tá certo? – Disse com falso ar maldoso. Tsukasa a encarou mais malicioso ainda, se aquilo fosse possível. Em um movimento rápido jogou a bandeja com o que sobrara dos sushis no chão e pôs-se em cima da azulada beijando-a urgentemente.

– Agora. – Sussurrou beijando-lhe o queixo de forma sensual. – Repete. – beijava-lhe o pescoço. – Que eu. – beijava-lhe o ombro. – Não sou bom. – Sussurrou por fim mordiscando-lhe a orelha bem mais provocativo que antes.

– Você é melhor. – Confidenciou inebriada com os beijos e toques do Namikaze. Deixou-o começar a despi-la já sabendo o que deveria vir a seguir. Até que seu celular tocou. Olhou desolada para o aparelho. – Tenho que atender.

– Deixa tocar. – Replicou sem soltá-la. – Sério azulzinha, deixa tocar aí. – Insistiu ao perceber que a azulada ainda pretendia atender.

– Pode ser importante. – Contrapôs. Atendeu e Tsukasa a olhou impaciente. Revirou os olhos e ajeitou-se na cama. – Alô?

– Porcelana, sou eu Matsuri. – Anunciou a voz meiga do outro lado do telefone.

– Oi Bonequinha. Tudo bem? – Replicou sorrindo.

– Sim, quer dizer... Mais ou menos. – Respondeu indecisa.

– Matsuri aconteceu alguma coisa? – Indagou preocupada. Sentando-se na cama e Tsukasa a fitou curioso.

– Sim, mas não comigo. É a Bubbaloo. – Começou. – É que hoje faz quatro meses, Hinata. E para piorar ontem ela ainda brigou com Sasuke. Hoje ela está extremamente deprimida. Chorando o tempo todo. Nem sequer levantou da cama.

– Sakura? Meu Deus é mesmo. Hoje faz quatro meses da briga na boate e o incidente. – Concordou dando um tapinha na testa. Tsukasa pôs-se de pé vestindo uma camiseta.

– Levanta, vamos até o apartamento da Sakura. – Disse o castanho-aloirado sério encarando a azulada enquanto desligava a televisão.

– Matsuri já eu chego aí okay? Beijos. – Avisou antes de desligar. Não escondia a surpresa que a atitude do rapaz a causou. Tsukasa dirigia tão rápido que atravessaram a cidade num piscar de olhos.

Ao subirem até o apartamento de Sakura foram recebidos por uma Matsuri preocupada. A mais novinha do grupo de amigos abraçou Hinata. E depois, para surpresa da azulada abraçou fortemente Tsukasa, chamando-o por “Tsuka-kun” este deu-lhe um beijo demorado na testa chamando-a de “Suri-chan”. Outra coisa que descobrira do Namikaze, o rapaz era intimo da mulher de Gaara.

– Onde está Sakura? – Perguntou Hinata menos pasmada.

– Está enfiada no quarto, chorando. Eu estou preocupada, Porcelana. Ela ainda não comeu nada hoje. – Respondeu em um suspiro conduzindo o casal até a porta do quarto da rosada. O castanho-aloirado tomou a frente batendo na porta.

– Quem... Quem é? – Indagou a voz chorosa de Sakura.

– Sou eu Sakura. – Respondeu calmamente.

– Tsukasa? – Replicou com outra pergunta. O Namikaze nada respondeu, apenas girou a maçaneta e abriu a porta. Sakura disparou da cama em direção a Tsukasa abraçando-o de mal-jeito quase derrubando-o. – Tsukasa! – Exclamou a voz entrecortada pelo choro.

– Vai ficar tudo bem Sakura. Calma. - Sussurrou acariciando o cabelo longo e sedoso da Haruno. – Vem deitar que eu vou te preparar algo pra comer. E eu não aceito que você recuse minha comida. – Anunciou pegando-a no colo e depositando-a na cama.

– Não sou louca de me recusar a sua comida. – Ela riu fracamente, mais animada.

– Assim é que eu gosto cunhadinha. Que tal aquele refogado de frutos do mar que você gosta? – Indagou sorrindo e a menina assentiu.

Hinata ainda permanecia ali, parada. Ainda abismada com tudo o que se seguira. Apenas limitara-se a fechar a boca quando o queixo caíra e nada mais. Seguiu Tsukasa até a cozinha de Sakura. Tentando construir uma frase com sentido para começar outra rodada de interrogatório com o rapaz.

– Pode me dizer o que está fazendo?

– Fazendo comida. – Riu o Namikaze desconversando enquanto pegava os ingredientes da geladeira da rosada.

– Eu disse metaforicamente. – Rebateu curiosa.

– Como eu disse antes há muito entre você, seus amigos e eu do que pode imaginar. E por enquanto apenas estou tentando apaziguar uma das conseqüências dos meus inúmeros erros. – Replicou.

– E o que você tem a ver com a briga de Sakura e Sasuke na boate e a eventual queda da escada que acarretou a perda do bebê dela? – Indagou encostando-se no balcão observando o Namikaze começar a cortar os alimentos.

– Tudo. – Disse. – O estopim da discussão fui eu.