Estava realmente irritada. Sasuke era um bruto insensível. Além de esquecer seu aniversário de namoro ainda classificara sua irritação como “boba e sem fundamento plausível”. Como assim? Era um aniversário de namoro! Sentia seu rosto quente de tanta raiva.

– O que foi que o idiota do Uchiha te fez dessa vez? – Indagou Tsukasa quando a rosada sentou-se no bar onde ele atendia. Tinha o costume de conversar os problemas de Sakura com Sasuke. Sempre que a rosada se irritava com o Uchiha sentava-se ali e desabafava com o barman odiado pelos amigos, e ela nem sabia por que tanta raiva do castanho-aloirado.

– Esqueceu nosso aniversário. E ainda se irritou quando eu reclamei. – Murmurou encostando o rosto no tampo do balcão. – Resolvi vir até a Akatsuki comemorar sozinha. – Completou.

– Hey Tsukasa. Já pode ir. Meu turno começou. – Avisou Naomi tocando o ombro do rapaz.

– Vem comigo. – Chamou Tsukasa pulando sobre o balcão e oferecendo a mão para Sakura. A moça revirou os olhos. Incrédula. Mesmo assim deu a mão para o castanho-aloirado. – Obrigado Naomi. Até depois. – Agradeceu levando Sakura para dançar.

Itachi que estava no escritório da diretoria da boate pode observar a cena pelo vasto vidro que dava para a boate. Estreitou os olhos para Sakura e Tsukasa. Depois ligou para o irmão mais novo avisando-o que a namorada e o meio-irmão dançavam animadamente para todos presentes na Akatsuki verem. Sasuke furioso prometeu estar o mais rápido possível no local.

– Futura Uchiha hoje está se misturando com a ralé? – Brincou Pain.

– Pois é acontece. – Respondeu Tsukasa rindo enquanto a rosada revirava os olhos. – Por que não dança com ela Pain? Mas só enquanto eu troco de roupa. – Sugeriu com a sobrancelha aloirada arqueada.

– Vê algum problema nisso baixinha? – Riu Pain.

– Nenhum, homem das cavernas. – Rebateu com um sorriso maldoso.

Logo a rosada tinha que se esforçar para dançar com Pain, Deidara, Sasori, Hidan e Tsukasa. Os rapazes eram extremamente divertidos e até fizeram Sakura esquecer-se da desavença com Sasuke. Talvez fosse por estar meio bêbada.

– Tsukaaaaaasa, Tsuzinho. – Chamou abraçando o pescoço do castanho-aloirado. – Eu lembro bem de uma coisa no nosso tempo de escola.

– E o que seria chicletinha? – Quis saber enquanto apertava a cintura da rosada.

– Da gente se beijando atrás da quadra. – Respondeu com um sorriso brincalhão. Tsukasa riu revirando os olhos. – Sabe, foi um período bom da vida escolar. Acho que foi o único tempo em que eu esqueci aquele emo desgraçado. – Riu amarga.

– Okay, apesar de eu odiar o emo mal-comido do seu noivo e achar que merece alguém melhor. Sasuke é quem você ama, seria bom não fazer nada pre... – Tsukasa estava no meio de seu discurso quando foi interrompido pelos lábios de Sakura. Palmas irônicas se fizeram presentes.

– Meus parabéns. Você quer tirar tudo de mim, não é? Primeiro minha mãe e meu pai. Agora minha noiva. Inveja é uma droga não é bastardo? – Vociferou Sasuke separando Sakura de Tsukasa bruscamente. O castanho-aloirado deu um sorriso torto desafiador.

– Inveja de você? Se enxerga emo mal-comido. E eu lá tenho culpa se você é tão ruim de cama que a Sakura precisa achar alguém melhor. – Provocou maldoso.

Aquilo foi o estopim para a pancadaria que se seguiu. Sasuke e Tsukasa se agrediam físico e verbalmente sem piedade. Os quatro homens da diretória da boate meteram-se tentando separar a briga e acabaram entrando nela. Itachi ainda apareceu para ajudar o irmão. Sakura começou a chorar assustada. O choque fizera voltar-se a si.

Os seguranças conseguiram acabar com aquela confusão com algum custo. O Uchiha mais novo ainda muito irritado jogou a noiva sobre os ombros e a carregava rumo ao escritório da Akatsuki sob os protestos de Sakura. Por que não poderiam parar e conversar como adultos? Era só o que a rosada queria, mas não. Sasuke tinha que carregá-la como um saco de batatas e tratá-la como uma garotinha de cinco anos.

– Para sua maluca. – Brigou o Uchiha quando Sakura passou a dar-lhes cotoveladas. Será que ela não percebera que estavam quase no topo de uma escada demasiada alta e se caíssem poderiam se machucar? Sakura continuou “agredindo” o moreno e Sasuke desequilibrou, ele conseguiu ainda segurar-se no corrimão, porém a rosada escorregou de seu ombro e rolou escadaria abaixo.

As lembranças daquela noite assombravam Sakura todas as noites em forma de pesadelos. Aquilo fizera ficar submissa a Sasuke. Agora que retomara o controle de si mesma a culpa lhe atingia com mais força. Fora naqueles dias que descobrira que Sasuke, Tsukasa, Naruto e Itachi eram profundamente interligados por laços de sangue e principalmente por laços de ódio.

– E foi assim que eu ganhei outra culpa na consciência e outra morte nas costas. – Murmurou o rapaz enquanto começava a revogar os frutos do mar.

– Você tá louco eu lembro bem que Sakura me disse que começou quando ela dançava com o Itachi... – Sussurrou incrédula. – Quer dizer... Ela nunca disse que fora com Itachi só que dançava com...

– O irmão de Sasuke? – A azulada assentiu. – Bem foi com esse irmão. Eu não deveria ter provocado o Uchiha. Talvez se eu tivesse explicado ou deixado a chicletinha explicar teria sido diferente. Mas eu não consigo. Às vezes parece que se eu não provocá-los eu vou sufocar.

– Quem mais dos meus amigos conhece? – Indagou a Hyuuga.

– Todos. Os garotos eu já expliquei. Sakura da boate, Matsuri era filha de uma vizinha e praticamente foi criada como minha irmã, namorei Temari no ensino médio, sempre fiquei com Ino principalmente quando ela briga com aquele anêmico do Sai, Tenten me pediu ajuda para dar o troco em Neji quando descobriu que ele a traiu. E você... Eu te mandei uma cartinha de amor no quarto ano. – Riu por fim desligando o fogão e montando um prato para Sakura.

– Realmente eu sou a corna! – Exclamou impaciente. Tsukasa a olhou curioso. – Eu sempre sou a ultima a saber! – Explicou rindo.

– Tão engraçadinha. – O rapaz revirou os olhos. – Sakura você vem comer aqui ou vai querer no quarto? – Gritou quando terminou de preparar o prato da rosada. – Espero que se misture com as pessoas civilizadas. – Completou logo a risada de Sakura foi ouvida. As duas garotas encararam Tsukasa. Matsuri achava incrível como o garoto conseguia animar as pessoas. Nunca esqueceu como ele foi capaz de animá-la no período mais sombrio de sua vida.

– Vou me juntar a civilização. – Respondeu Sakura juntando-se aos amigos na sala. – Chamei as meninas para comerem sua comida, tem problema?

– Não, mas vou ter que fazer mais. – Respondeu rindo. Logo a campainha começou a tocar e ir entrando as meninas. – Minhas lindas tenho que ir. - Anunciou depois de um tempo.

– Ah neném por quê? – Indagou Ino fazendo bico.

– Por que eu tenho que trabalhar. Não quero ser demitido. Deixei brigadeiro esfriando na pia, aquele coquetel sem álcool de melancia na geladeira e alguns salgados no forno então não esqueçam de apagar, certo? – Replicou lavando as mãos.

– Eu amo teu brigadeiro! – Exclamou Tenten.

– Eu amo tudo que esse homem faz. – Riu Temari.

– Ai Tsuka-kun deveria ser crime te explorar tanto. – Brincou Sakura.

– Que é isso cunhadinha, eu faço por gostar de vocês. – Rebateu começando a abraçar as meninas.

– Ex-cunhadinha. – Replicou desanimada.

– Deixe de besteira Sakura. É minha cunhadinha. Você e aquele emo se amam. Ele vai entender que estava errado e logo, logo vocês estão juntos de novo. – Afirmou o castanho-aloirado. – Agora aproveitem a noite de mocinha de vocês. – Riu fechando a porta atrás de si. Suspirou pensando em como falar com Sasuke. Tinha que dar um jeito em consertar as coisas.

– Tsukasa-kun? – Chamou aos sussurros a voz meiga de Matsuri.

– Sim anjinha? – Respondeu virando-se para ela.

– Obrigada, eu não sabia o que fazer e mais uma vez você consertou tudo, você é o melhor nii-chan que Kami-sama poderia ter me dado. – Sussurrou abraçando Tsukasa.

– Eu não sou bom, você sabe anjinha. – Rebateu com expressão indiferente, mas seus olhos expressavam a dor dos erros, culpas e arrependimentos.

– Você é bom sim, só não admite. Sei que fez mais coisas ruins do que eu possa imaginar, porém sei que esse ser que faz coisas ruins não faz parte de quem você é. – Contrapôs sorrindo o rapaz assentiu para depois ir embora.