Bem, agora tenho mais uma doida para evitar.

Já tinha sofrido vários assédios, mas igual a aquele era a primeira vez. Estava indo para sala quando Juliana veio falar comigo.

– Amorzinho... - Falou ela antes de me beijar - Hm... Cheiro de morango. Tava me traindo?

– Puff... Que pergunta mais besta! Você sabe que eu te amo. Isso é só impressão sua. - Porra! Essa guria tem faro de cachorro!

– Espero. Sua vida seria um inferno se estivesse, tipo, você sabe o quanto eu amo aquelas fotos que sua mãe tirava quando você era pequeno, principalmente aquelas que você está usando vestido. E seria uma pena se o colégio soubesse, né? Benzinho...

– Não se preocupe, a Julieta de minha vida é você...

– Oh, Romeu... Que tal ir para minha casa fim de semana que vem? Meus pais vão viajar...

– Não dá, tenho aula de reforço de matemática.

– Logo nas primeiras semanas de aula?

– Sim, as aulas começam cedo.

– Tá certo então...

Puta que pariu! Além de tudo aquela guria me chantageia. Tenho que dar um jeito nela rápido. Principalmente porque ela desconfia que eu não gosto realmente dela, já que todas as vezes que ela me chama para ir em sua casa eu invento uma desculpa. E bem, agora vou ter que ir mesmo para a aula, se aquela psicopata me pegar filando, eu morro.

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Depois que Jasmine me beijou nem olhar em minha cara ela olhava, vai ver se sentiu culpada. A semana passou sem muitos problemas, a seguinte também, e o fim de semana tinha chegado, a porcaria da aula de reforço também.

Para minha surpresa, além de ser somente eu que vim nessa aula, a monitora era nada mais, nada menos do que Jasmine.

– Olá, Romeu...

– Oi, e ai?

– Tudo bem. Eu não sabia que você tinha problemas com matemática.

– Bem, você não sabe nada sobre mim. - Me sentei com a cara fechada na carteira do meio. Eu estava só com aquela louca naquela sala.

– Certo, eu não comecei com o pé direito. Me desculpe. É só eu, ou você também acha que essa aula é desnecessária? Poxa, ainda estamos na segunda semana!

– Acho mesmo, mas é necessário que eu estude.

– Não seja por isso, que tal começarmos com a matemática básica? 1 + 1 = 2, e eu mais você igual a um lanche na sorveteria. Que tal?

Ela falou isso enquanto me olhava com aqueles olhos sedutores. É, não estava mesmo afim de estudar, então fomos tomar um sorvete. Ela pediu 2 bananas splits, para gente, e começou a perguntar.

– É verdade que você tá namorando aquela Juliana?

– Sim, mas não gosto muito dela.

– Hm... Você diz isso para todas, ou é só para mim?

– Bem, se eu me ferrar com ela, você vai junto.

– Touché! Mas então porque você namora com ela mesmo?

– Status.

– Termina com ela então. Status não era para ser levado em conta quando se trata de amor...

– Logo você falando de amor? Deixe eu refrescar sua memória sobre aquele assédio.

– Ora, se você não quisesse era só não ter deixado. E nem estaria aqui comigo. E depois eu não fico com todos os caras que vejo, só aqueles que eu gosto...

– Gostar?! Você nem me conhece! Como vem falar de gostar?

– Eu não disse que sou santa. Mas também não disse que não conheço... Jardim de infância. Você era aquele garoto que a mãe insistia de vestir como menina. Foi muito engraçado!

Quase tive um ataque.

– Cale sua boca, você não pode falar isso para ninguém.

– É mesmo, esqueci que para você tudo é questão de "status", mas enfim... Eu te conheço, então está justificado o beijo.

– Cara, nem sei porque estou falando sobre isso, mas você não pode simplesmente chegar no cara e beijar ele do nada!

– Como reclama esse menino! Nunca vi alguém reclamar tanto! Posso sim, diferentemente de você, eu não ligo para o que as pessoas pensam. Faço o que quero, quando quero e como eu quero.

– Tá vendo aquele garçom ali?

– Sim.

– Aposto que você não beija ele.

– E o que eu ganho com isso?

– Eu continuo falando com você.

– Feito.