Caminhos Cruzados. escrita por Little Owl


Capítulo 5
Meu quarto.




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Lembrei do que Jade tinha me dito quando me deu o colar "Dizem que quando você conhece uma pessoa com um pingente igual, essa pessoa vai ser muito especial pra você". 

- Uh que climão. - Vitória disse pegando um donut em cima da mesinha no meio deles - Vocês vão acreditar mesmo nessa histórinha né? 

- Ok, isso ta meio esquisito, acho que eu, hã... vou pro meu dormitório. 

- Poxa Max, já espantou a menina. - Carlos jogou uma almofada nele. 

- Você já vai mesmo, Rafa? - Samanta perguntou ignorando a briguinha que Carlos e Max começaram. - Se quiser alguns amigos é só contar com a gente. 

- Tirando a infantilidade desses dois e a loucura de todo mundo, somos legais. - Vitória deu um sorriso sincero. 

- Vamos ver você depois? - Vitória perguntou. 

- Claro. O caminho pra fora é por ali? - apontei com o polegar para trás. 

- Você segue até o fim desses sofás e em uma grande porta de ferro tem uma escada que leva pra cima. - Carlos disse apontando o caminho. 

- Ok. Obrigada. Até mais. 

Segui o caminho até a porta de ferro, muitos alunos entravam e saiam por ela. Quando cheguei a porta e ia empurra-la, esbarrei em um menino que vinha correndo do outro lado, nós dois caímos no chão. 

- Ai minha nossa, me desculpe, você está bem? - Ele me ajudou a levantar. Era um palmo mais alto que eu, tinha cabelos pretos e curtos, usava uma jaqueta de couro preta e calças jeans rasgadas. - Eu nunca te vi por aqui, qual seu nome? 

- Rafaela. - Entreguei um livro dele que tinha caído no cão perto do meu pé. -  É que eu cheguei hoje. 

- Meu nome é Nicolas. - Ele pegou o livro e guardou na moxila. -  Você.. quer alguma ajuda? Onde está indo? 

- Estava indo até o meu quarto, preciso desfazer as malas. 

- Alguém já te apresentou a escola? - Seus olhos azuis me examinando. 

- Já, eu estava com um grupinho agora a pouco, mas preciso arrumar minhas coisas. 

- Precisa de alguma coisa? - Quando neguei com um aceno com a cabeça ele disse e acenou. - Então tá, te vejo em uma das aulas que provavelmente estaremos juntos. 

Segui meu caminho. Subi três lances de escadas e saí por uma porta de ferro no fim da escada. O vento gelado me fez estremecer, fechei o zíper do agasalho e olhei em volta. Eu estava de volta ao pátio, em frente ao prédio das salas de aula. Poucas pessoas estavam do lado de fora, o céu estava nublado. Atravessei o pátio e vi o menino que tinha pichado o muro do ginásio, ele estava terminando de pintar o muro com um pincel pequeno demais para pintar uma parede, era mais apropriado usá-lo para pintar um quadro. Passei por Zack e ele me ofereceu o pincel, com a desculpa de ter que desfazer as malas, fui até o prédio dos dormitórios e abri a pesada porta de ferro que levava ás escadas. 

Exausta, cheguei ao 5º andar, , meu quarto ficava dois corredores depois da escada. Destranquei a porta e entrei, estava tudo do jeito que eu deixei, eu ia começar a desfazer minhas malas quando o estojo que guardava meu notebook chamou minha atenção, minhas malas podiam esperar eu checar minhas redes sociais. Abri o e-mail e lá tinha uma mensagem de Talita. 

Querida Rafaela, 

Não sei se essa carta será realmente entregue a você, mas a mamãe mandou eu ir ao shopping e fazer compras, ela me deu dinheiro suficiente para renovar meu guarda-roupa, e generosa do jeito que sou, gastei um terço do dinheiro com você, sei que seria mais legal nós duas sairmos juntas, mas quem mandou a filha "exemplar" andar aprontando por aí... só não conte pro papai o que eu fiz se ainda quiser as coisas que comprei pra você. Pelos meus cálculos vão chegar aí entre o dia 09 e 11, torça para que nesse internato eles não confisquem suas coisas. 

Já estou morrendo de saudades de você, mal posso esperar para nos vermos de novo. Mamãe acabou de dizer que te ama, e mesmo que ele não demonstre, papai também te ama. Eu também te amo Mana. Aproveite seus presentes que, se deus quiser, cheguem até você. 

                                              Com muito amor, 

                                              Sua irmã Talita. 

Fechei o computador, não se passara nem um dia e eu já estava morrendo de saudades da minha irmã. 

Engolindo minha tristeza, abri a primeira mala. Eu tinha muito trabalho pela frente.  Deixei meu celular tocando músicas me virei para o guarda-roupa. 

Abri o guarda-roupa, ele tinha duas portas onde ficavam os cabides e cinco gavetas. Peguei meus casacos, vestidos e roupas delicadas nos cabides. As roupas 'novas' na primeira gaveta. As roupas velhas na segunda gaveta. As calças, saias e shorts na terceira gaveta. As roupas intimas e meias na quarta gaveta. E os acessórios na quinta gaveta. 

Não sei onde vou colocar as roupas que a Talita comprou, mas eu arranjo um lugarzinho. 

Na cabeceira da cama, coloquei meu relógio antigo, minha caixinha de músicas, e um mini-cabide pras joias. 

Na mesa, deixei meu notebook, uma pequena pilha de livros, minhas caixinhas - com tudo o que se possa imaginar dentro. - minha maleta de manicure e um cofrinho.

Abri a porta do banheiro, era minusculo comparado ao meu banheiro luxuoso. Um boxe, uma pia, um pequeno armário, um pequeno espelho, um vaso sanitário. Tinha 2m x 1m, - não sei se é assim que se diz.. - abri o armário e coloquei meus produtos de limpeza. 

Coloque minha almofada de Londres na cama, um pôster do One Direction na parede e um mini ônibus de dois andares na mesa. 

Olhei em volta, sem comparação com meu quarto, mas ficou um pouquinho mais acolhedor. 

O relógio marcava 18:25 pm. Me esparramei na cama. Sabe quando você tem um longo dia e finalmente você se deita? Quando parece que você correu uma maratona e finalmente tem um descanso? Pois é, eu apaguei, só percebi que tinha dormido quando escutei alguém batendo na porta. No relógio marcava 21:12 pm. 

Ainda meio grogue tentei me levantar, acabei tropeçando na mala e caí de cara no chão. 

- Tudo bem aí? - alguém perguntou de trás da porta. 

Tentando parecer menos zumbi possível. 

- Oi? - Abri a porta e Daniely estava sorrindo com uma sacola na mão. - Você sempre recebe as pessoas com essa cara amigável? 

- Eu tava dormindo. 

- A Flávia me mandou te buscar, ela quer fazer uma festinha de boas-vindas. Ela pediu pra eu não te contar, mas quem liga pra o que a Flávia diz? Não crie esperanças de que você vai virar a melhor amiga dela, porquê a Flávia procura qualquer motivo pra fazer uma festa, não duvido nada se soubesse que ela fez uma festa quando descobriu não neva no Brasil. 

Não prestei atenção a metade do que ela disse, ela tagarelava muito rápido. 

- Você vai vestida assim? - Ela apontou pra minha roupa. 

Não estava tão mal, eu vestia uma calça jeans e uma camiseta. 

- Vai me convidar pra entrar no seu quarto, ou vou ficar aqui a noite toda? 

- Entra aí. - Abri a porta. Ela entrou e examinou meu quarto. 

- Que depressivo isso aqui. Qualquer dia precisamos marcar pra redecorar isso aqui.

 Depois se virou pro meu guarda-roupa, remexeu nas minhas roupas, jogou no chão algumas peças, e finalmente pegou um short branco, uma regata colorida e meias-calças pretas rasgadas.

- Aqui, vista isso. E pegue isso aqui também. - Ela jogou um salto alto, que eu tinha colocado no canto do quarto, em cima da cama.

- Aqui não era pra ser uma escola super rigorosa ou coisa parecida, como estava no site? Ainda tem festas?

- Porquê acha que as melhores partes estão no subsolo? Isso é só fachada. Os monitores fingem que não vem nada. É só não ficar reclamando da vida boa. - Depois me empurrou em direção ao banheiro. -  Você vai ou não a festa da Flávia? mesmo eu indo a todas, sempre me impressiono quando chego na próxima festa dela. 

Tudo bem então, não ha nada de errado em se divertir. Troquei de roupa e penteei o cabelo. Não muito tempo depois Dany me arrastava pelos corredores. 


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