Efeito Borboleta escrita por Lyandra Delcastanher


Capítulo 4
#4


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi, claro que sumi. Mas que autora não tem problemas na vida real?



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Como todos os dias, a Sra. Anderson pegava seu carro e dirigia até a escola em Westerville. A escola pública David Eilei não era mais segura, e devido aos preconceitos que Blaine sofria, ele tinha se mudado para uma nova escola.

– Boa aula, filho. - Disse a mulher, antes de sumir com seu carro pela esquina. O moreno passou às mãos na cabeça e começou a pensar. Precisava de um plano, precisava ver Kurt.

– Blaine! - Foi atacado por um jovem que agora tinha os braços circulados em si. - Quando tempo, cara.

– David. - Sorriu. Sentia falta do seu amigo. Desde que saíra da Dalton e fora pro McKinley havia perdido o contato com ele, e também com Wes, já Nicole ele nem via mais.

– Que bom que você veio pra cá. - Soltou do abraço. - Vamos, a nossa primeira aula é Literatura e eu não quero que a Sra. Conan brigue com a gente por que nos atrasamos. - David corria, puxando o braço de Blaine que continuava parado.

– Eu... Eu não vou hoje. - Falou, tentando arranjar uma desculpa para matar aquela aula.

– Ainda bem. Pensei que você fosse um daqueles alunos almofadinhas que não matava uma aula por tédio. - David abriu um sorriso enorme. - E o que vamos fazer a tarde toda, então?

– Sua mãe ainda deixa você vir de carro pra escola?

David assentiu, estranhando o "ainda" na frase. - O que você tem em mente, Blaine? - Deu um passo para trás.

– Eu vou precisar de uma carona.

[...]

Kurt andava ao lado de Mercedes pelos corredores com um sorriso no rosto. Agora que estava nas cheerios, tudo seria diferente. Ou pelo menos, deveria ser. Logo as costas de Hummel se encontraram contra um armário duro e gelado.

– Eu nunca achei que fosse você que ficasse no topo, fada. - Um jogador passou, empurrando Kurt. Seus outros amigos, e os demais no corredor riam.

– Kurt, você está bem? - Mercedes veio até ele.

– Eu vou ficar. - E voltou a caminhar ao lado da amiga até o campo de futebol. A treinadora Sylvester havia convocado os amigos para uma performance improvisada, antes das nacionais.

– Pensei que vocês nunca mais chegariam, suas lesmas-cantoras. - Sue gritou pelo megafone, assim que viu os amigos entrarem no campo correndo e irem até seus lugares. - É 1, 2, 3 e vai.

Listen up ya'll cause this is it

The beat that I'm banging is the delicious.

Subindo as arquibancadas, tentando não serem vistos estavam Blaine e David. O de cabelos negros se virou, assim que ouviu a voz do namorado (que naquela época sequer o conhecia).

Fergalicious definition make them boys go loco

They want my treasures so they get their pleasures from my photo

You can see me (you can squeeze me)

I ain't easy (I ain't sleazy)

I got reasons why I tease 'em

Boys just come and go like seasons

Fergalicious (So delicious)

Os amigos resolveram se sentar ali mesmo, ao ver a performance bem elaborada das líderes de torcida. David estava de boca aberta com os saltos das principais, Quinn e Santana, Blaine as conhecia. Porém o moreno estava apenas prestando atenção em Kurt, que com seu uniforme apertado dava pequenos saltos e roubava o ar do herdeiro Anderson.

But I ain't promiscuous

And if you was suspicious

All that shit is ficticious

I blow kisses

That puts them boys on rock, rock

And they be lining down the block just to watch what I got

– Caralho, Blaine. Se eu soubesse que as líderes de torcida aqui de Lima eram tão lindas assim eu não teria ido pra escola o ano todo. - David cuidava pra não babar.

It's so delicious (It's hot, hot)

So delicious (I put them boys on rock, rock)

So delicious (they want a taste of what-)

A música havia parado depois de um grito. Kurt havia feito um passo da coreografia errado e parecia ter torcido a perna. Blaine teve que se segurar para não sair correndo e ir socorrer o amado.

– Vamos para a enfermaria. - Gritava Mercedes pelo campo.

Assim que David olhou para o lado, o amigo não estava mais lá. Então viu um cabelo cheio de gel correr até o meio do campo.

– E-eu tenho curso de enfermagem. - Disse o baixinho.

– Você não é muito novo pra isso? - Olhou a treinadora de cima a baixo no garoto.

– Pelo amor de Deus... - Sussurrou Kurt, com os olhos fechados de tanta dor que ele sentia.

– Tudo bem, tudo bem. Leve ele até a enfermaria. - Sue falou em um tom preocupado. Blaine fez sinal para David o ajudar, então os dois foram levando Kurt até a enfermaria.

Os corredores estavam vazios, e Blaine agradecia por isso. Tudo o que ele não precisava naquele momento era professores perguntando de onde ele era, e falando que era contra as regras do colégio um não-aluno andar por ali.

– Blaine, que diabos você fez lá? - David perguntava, ajudando Kurt a andar com seu pé bom. - Você não sabe nada de enfermagem.

– O-o quê? - Kurt olhou para o mais novo. Blaine sorriu ao ver seus olhos azuis. Eles continuavam os mesmos, porém Kurt era tão novo, tão... angelical. - Você não sabe nada de enfermagem? - Kurt também não tirava seu olhar dos olhos de Blaine.

– Não, ele não sabe! - Gritou David.

– Tu-tudo bem. - Kurt falou, quase sussurrando por causa do tom de voz que usara.

– Como assim "tu-tudo bem"? Ele sequer sabe pra onde estamos indo nesse colégio. - David falou, porém se calou ao chegar em uma sala escrita "enfermaria". - Ok, talvez ele saiba. Mas você não devia estar assim com a situação. Ele sequer sabe dar uns curativos.

– Eu... Eu confio nele. - Kurt disse em um tom mais baixo que o anterior, sem tirar seus olhos dos olhos de Blaine, que agora tinha um sorriso no rosto.

– Você pode confiar. - Então dessa vez quem sorriu foi Kurt.

O casal entrou na enfermaria, deixando um David confuso do lado de fora. Blaine sorria o tempo todo. Seu papel era proteger Kurt, e ele estava fazendo isso, de um jeito ou de outro.


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