A Semideusa escrita por Messer


Capítulo 6
Monstros


Notas iniciais do capítulo

Olá, senhoras e senhores. Perdoe-me pela demora, eu estive extremamente ocupada no fim de semana, e por esse motivo, não pude escrever para vós.
—--
Ok, ok, parei de dar uma de Mary. Desculpe por não ter muitos diálogos (não tem nenhum, praticamente), mas eu não consegui pensar em nada. Bem... Boa leitura!



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Aquilo foi a gota d'água para ela. Levantou-se correndo, sacando as duas lâminas serafim, e torcendo para que Nick ouvisse que ela havia caído e desse o aviso. Ela tinha quase certeza que sim, pelo fato de sua queda ser um tanto barulhenta. Mary chutou a porta, fazendo que poeira levantasse no ar e desse vontade  de a fazer espirrar, o que a fez fazer uma careta. Mas antes que pudesse fazer alguma coisa, ela foi jogada contra o chão por um corpo pesado e mole.

Mary se virou assustada, e viu que se tratava de um demônio. Ela não tinha a menor ideia de qual era, mas ele tinha uma espécie de bocas no lugar dos olhos, tendo, no total, três. Era de um branco feio e mórbido, e tinha tentáculos no lugar dos braços e pernas. Um de seus “braços” se enrolou no tórax dela, enviando uma dor incrível da pele sendo perfuradas pelo o que pareciam pequenas agulhas. Ela tencionou o maxilar com a dor, e levou a cabeça para trás e o lado antes de levar um dos braços para trás e cortar o monstro com uma das espadas, espalhando o sangue ácido em sua pele. Ela praguejou.

Mais demônios estavam aparecendo na porta, demônios de diferentes formas e cores. Eles pareciam gritar murmurar, e cheiravam como lixo podre, dando a ela uma ânsia quase incontrolável. Correndo, deu um giro em si mesma, girando a espada e ferindo vários demônios. Ela podia sentir o sangue que espirrou deles em sua pele, fumegando e queimando o rosto, o tórax e queimando a manga do casaco que estava usando. Sem aguentar muito, fugiu de lá, tentando ir a um lugar mais seguro para poder fazer uma iratze rápida. Sem prestar atenção onde estava indo, correu pelo corredor, e entrou em uma porta de ferro, puxando-a com força. Ela se virou contra, puxou a estela do casaco e desenhou uma Marca de tranca, bem no meio dela.

Se jogou no chão, tirando o casaco e as longas luvas com as facas. Algumas delas estavam precariamente presas nas fivelas, agora corroídas. Também puxou a segunda pele, ficando somente com a lingerie. Estava frio, e a parede parecia congelar suas costas, mas os ferimentos eram muito mais urgentes. Olhando para seu corpo, viu que, por uma enorme sorte, as pernas haviam sido poupadas. Mas, olhando para o seu tórax, sentiu o gosto da bile na garganta. Estava cheia de pequenos furos, de onde fios de sangue escorriam. Pegando trêmula a estela, a colocou contra um pedaço da pele que não estava machucado, e começou a traçar a iratze. Quando terminou, com algum esforço para se manter firme, já sentia os machucados se fechando, apesar de algo em sua mente e seu corpo dizer que ainda estava errado, que os ferimentos estavam somente se abrindo.

Ela colocou a segunda pele e as luvas, deixando de lado o casaco destruído. A blusa de manga comprida estava corroída pelo ácido em alguns pontos, mas não era nada muito sério. A adrenalina que sentia deixava de lado o frio ou a dor que latejava no fundo da cabeça. Ela se levantou e pegou as coisas de dentro do casaco, colocando-as no cinto e nos bolsos da calça.

Mas, antes que pudesse fazer mais alguma coisa, a porta de ferro explodiu, fazendo-a cambalear para trás. Não demorou um segundo para que o demônio que havia invadido corresse em direção a ela, que já estava com as lâminas serafim empunhadas. Elas brilhavam de uma forma fria, e a fazia lembrar-se das flechas de prata das Caçadoras. Mary gostava de usá-las pelo fato de serem tão longas quanto seu braço, mas o fato de lembrar o seu passado a fazia querê-las longe.

Ela o cortou no meio enquanto corria. O sangue pingou em seu rosto, mas não a machucou. Era gelado, e parecia com uma gosma, ou uma espécie de gelatina que havia se prendido no rosto. Havia mais alguns no corredor, e alguns foram atingidos pelas facas que ela lançara, com uma pontaria perfeita. E voltou a correr, em direção aos barulhos e a sensação de perigo que rodeava seu cérebro. Não sabia o real motivo por estar fazendo aquilo, indo em direção ao que seu corpo e sua mente colocaram por perigo. Talvez pelo fato de ser para aquilo que nascera tão diferente. Para morrer lutando.

Ela correu por um corredor escuro e frio. Em seu final, havia uma porta dupla, aparentemente de ferro, como todas as outras. Mary fechou os olhos por um momento curto, recorrendo aos seus poderes sobre as sombras. Então, lançou uma escuridão contra a porta, a qual voou das dobradiças.

Lá dentro, era o Caos. Demônios de todos os tipos e formas estavam presentes, alguns assustados, outros com raiva e, ainda, havia os que nem notaram a invasão. Eles estavam olhando fixamente à frente, como se nada tivesse acontecido. Ela seguiu o olhar para a sua direita, sem conseguir aguentar.

E se arrependeu na hora.

John estava certo. Havia um pequeno palco com dois demônios em cima. Uma figura ensanguentada estava no meio dos dois. Era uma pessoa humana, com a cabeça pendida e os joelhos cedidos, aparentemente inconsciente. Não estava morta, Mary podia sentir. Mas estava muito perto disso. Os demônios em cima do palco viraram a cabeça e silabaram para ela, no exato momento em que foi atacada por todos os outros.

Tudo virou um Pandemônio. O odor de lixo podre lhe dava vontade de vomitar, o tórax doía por causa do ferimento que lhe fora causado, a cabeça latejava incansavelmente enquanto lutava contra os demônios. Eles eram muitos, e todos pareciam não se alimentar há dias, pois estavam atacando Mary como se ela fosse a salvação de um deles. Seus braços ardiam, juntamente com as pernas. Sangue de demônio.

As vidraças quebraram e lampejos frios começaram a invadir o local. Mary sentiu um alívio imenso com o reforço que acabara de chegar. Os demônios na sua frente foram mortos por Sara, que nem parou para olhar a garota. Ela sentiu uma mão no ombro e se virou.

-Desculpe pela demora – disse Nick, com uma expressão de culpa no rosto. – Eu os avisei, mas precisávamos de um ponto certo para conseguir pegar eles no flagra.

Mary assentiu com a cabeça. Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi cortada por um estrondo. Olhou por cima do ombro, e viu mais demônios avançando, por uma aparente porta que não havia notado. Era vários, tantos que talvez nem dessem conta. Aparentemente, onde antes estavam não era bem o evento principal, ou...

O raciocínio de Mary fora interrompido pelo pavor. Ela arregalou os olhos e cambaleou para trás, parando quando sentiu mãos firmes e com luvas a segurarem pelos ombros. Sabia quem era, mas não conseguia fazer mais nada além de olhar, enquanto via os monstros correndo em sua direção. Nessa altura, o veneno do demônio que lhe atacara na cintura já estava circulando em seu sangue, ela podia senti-lo tomando sua vida. Sua visão estava em círculos, e ela sentia o chão chamar incansavelmente por seu nome: Mary, Mary, Mary.

Ela foi virada bruscamente, e percebeu que não era o chão que lhe chamava, mas sim John, com a testa franzida. Ele falava algo que ela não entendia as palavras não faziam sentido. Logo, Ela viu a mão de John avançar em direção ao seu externo, e ela recuou para trás, alarmada. Não estava acreditando que estava fazendo uma coisa daquelas. Mas era ele mais forte. Sentiu algo prender seu pescoço por trás e se deu conta do que John estava fazendo: ele estava sacando a sua espada. Mary sentiu o colar ceder, e foi empurrada para trás de John, que desferiu um golpe em um monstro à sua frente, transformando-o em pó. Ele se virou e gritou alguma coisa, e Mary foi agarrada novamente, por mãos humanas. Ela tentou se soltar, esperneando, mas não conseguiu.

Tudo girava mais do que antes, e as alucinações começaram, trazendo consigo os seus piores pesadelos. De repente, a sala começou a encher de água, e Mary não conseguia se livrar de quem a prendia, já não era mais uma pessoa, mas sim nadadeiras escamosas e afiadas feito lâminas, que brilhavam como o Sol ao meio-dia, enfraquecendo seus poderes. Ela levou o cotovelo para trás com força, e conseguiu se soltar. Caiu no chão correndo, mas não respirava, ela sentia uma pontada no peito cada vez que tentava. Então, um clarão ofuscante e horrível a envolveu, fazendo seus tímpanos chiarem, e levou as mãos aos olhos, para poder se livrar da luz.

E tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Será que Vossa Senhoria poderia mandar-me um review? Hahaha



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