A Semideusa escrita por Messer


Capítulo 1
Neve


Notas iniciais do capítulo

Oii shadowhunters and demigods!!
Bem, ai estamos nós!! Boa aventura, queridos!!



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Os dias frios e solitários de inverno já se instalaram em Nova Iorque, deixando as árvores sem folhas, as pessoas isoladas, enroladas em seus cobertores, as ruas um verdadeiro caos. Um dos únicos lugares calmos e belos dessa época era o Central Park, com sua enorme extensão, que muda a cada estação. Agora, estava branco e marrom, com somente algumas folhas cor de âmbar fazendo contraste.

Folhas da cor dos olhos de John...

Ambos corriam, acertando lá e cá alguns alvos. Mesmo não sendo bom de pontaria, pelo o que Mary percebeu, ele precisava treinar. Já, para a garota, aquilo era uma simples brincadeira. Uma com facas afiadas.

Ela já estava alojada no Instituto há cerca de duas semanas. Já conhecia os segredos daquela espécie, e se tornara uma deles. Isso estava escrito pelo seu corpo. As Marcas, como eles chamavam. As que eram feitas com as estelas, que, ao mesmo tempo que queimava a pele, ajudavam seu corpo. Era um tanto... Curioso.

Com a mente em outro mundo, Mary só se tocou o que estava fazendo quando sentiu algo enrolar em seu tornozelo direito e puxar para frente, fazendo-a cair de costas na neve fofa. Ela se apoiou nas mãos, e ergueu somente parte de seu corpo para poder lançar um olhar de raiva para John.

Nesses tempos, o garoto havia tornado-se o seu treinador. Não por que ela quis, mas pelo fato de ele acompanhá-la a quase todos os lugares, sempre ajudando-a. O garoto tinha um olhar estranho nos olhos âmbar, algo que a incomodava. Mas era a melhor pessoa para treiná-la, pelo fato de ela ter cerca de trezentos anos de aventuras gregas nas costas. Se bem que, na opinião dela, ele pegava pesado as vezes.

– Primeira regra: não fique viajando na maionese - anunciou ele, com um sorriso sarcástico no rosto.

Mary deu um suspiro irritado e rolou os olhos, já cansada de escutar isso. Era sempre a mesma bronca. "Viajar na maionese", como dizia ele, era a sua melhor habilidade.

– Você já me disse isso pelo menos dez vezes - disse ela, enquanto se levantava.

– Bem, você parece não escutar - ele a olhou, daquele jeito que a deixava irritada. Ela ia falar algo, mas ele a interrompeu. - E isso requer que eu continue falando isso.

– Você é irritante.

John riu e soltou o chicote que estava até agora enrolado no tornozelo dela. Mary massageou levemente o local, que estava começando a formigar.

Ela escutou os seus passos chegando mais perto e olhou na direção do garoto. Ele estava com um olhar determinado no rosto, os lábios sérios. Mary sabia exatamente o que viria pela frente.

Dando alguns passos rápidos e arrastados por causa da neve, ela preparou as próximas adagas que havia embaixo das luvas, e se preparou para receber um ataque. Essa era a parte que ela mais gostava no treinamento.

John levou o braço para trás, e o chicote se moveu com uma incrível velocidade. Quem nunca o vira antes lutando com a arma, até podia caçoar dele, por ser, geralmente, usado por mulheres. Mas a pessoa que fazer isso iria com certeza aprender uma lição para não falar mais aquilo. Por sorte, Mary não teve que passar por essa experiência.

Mary pulou e começou a correr, fazer malabarismos. Se agarrava às árvores, saltava, rebatia com as adagas o couro da arma... Enfim, era um espetáculo vê-la em ação. Mesmo assim, com vários anos de treinamento, era consideravelmente difícil lutar com alguém como John. Ele não pegava leve quando estavam em uma batalha.

Mas, para o seu azar, ela sentiu o chicote se enrolar no seu pulso. Vendo o que havia conseguido, John puxou com força a arma, levando uma dor incontrolável por toda a extensão do braço da garota. Irritada, ela tentou cortar o couro com a mão livre, mas ele era muito firme. Logo, já podia ver John perto de si, com uma expressão vitoriosa no rosto.

– Bom, mas não o suficiente - ele disse, ainda sem desenrolar a arma do pulso dela. - E pensar que você conseguiu me pegar quando nos conhecemos.

Mary parou de lutar com o chicote e olhou com raiva para ele, se segurando para não cortar-o com as adagas. Se bem que, do jeito que estava, não seria nada mal a opção.

– Eu era uma Caçadora - rosnou ela. - Já lhe disse isso. Mas você parece não escutar - caçoou ela.

Os olhos dourados de John se cerraram, analizando o tom provocativo dela.

- Bem, eu botaria essas garotas virgens no chinelo.

E nada mais que isso foi necessário para despertar a raiva de Mary.

Ela puxou o chicote que ainda estava preso em sua mão, assustando-o. Ela deu-lhe um chute nos joelhos, mas ele desviou, e percebeu a armadilha. Mesmo assim, a raiva de Mary fora despertada, e ela estava claramente furiosa. A garota lançou outro chute, mas era uma finta. John desviou direto para sua direita, que atingiu que maxilar em cheio, deixando ele meio tonto. Já com o pulso livre, ela agarrou a haste do chicote e usou-o para enrolar suas pernas, fazendo-o cair na neve. Sem perder tempo, puxou uma de suas facas e pulou em cima dele, deixando a arma apontada para o seu pescoço, e seus joelhos em seu peito, imobilizando-o.

- Não tenho muita certeza disso - ela sussurrou, com um leve sorriso nos lábios.

John teve o atrevimento de rir com uma adaga em seu pescoço. Uma risada um tanto escandalosa, mas não a abalou nem um pouco. Talvez exceto pelo fato de seu peito estar tremendo e isso a desequilibrar um pouco.

Mas antes que ela pudesse falar algo, foi puxada para trás pelo o que identificou que eram suas pernas que, de algum modo, ele havia conseguido desatar. Ela foi obrigada a deitar-se no chão, e agora era John quem havia imobilizado-a. Ele agarrou seus pulsos acima da cabeça, de um modo que ela não conseguia retirar as adagas que estavam presas nas luvas.

John sorriu, com uma diversão mais do que grande estampada no rosto.

- Ah, talvez algumas possam me vencer - ele disse - mas viro o jogo, tenho certeza.

Mary deu um sorriso aberto, nada amigável. Ela não era do tipo de sorrir, e a sua expressão fez John hesitar. Ela levantou a perna direita, sacando a adaga que escondia e pressionando-a contra o lado do corpo de John.

- Não acho que você viraria o jogo - ela disse, com o sorriso desaparecendo dos lábios.

John suspirou e balançou a cabeça, aturdido.

- Isso é trapaça.

- O que você fez também. Agora, se não for problema, pode sair de cima de mim?

Ele fez  obedecido, ainda atordoado pelo empate que havia conseguido na luta. Ofereceu a mão para Mary, que aceitou com prazer. Ia ser meio difícil levantar sozinha depois daquilo.

Mary sacudiu a neve das roupas, e sentia seu corpo gelar com a neve. Andou até uma árvore ali perto, e pegou o casaco que ganhou de John, que estava pendurado em um dos galhos. Ela vestiu-o, e voltou para perto do garoto.

Eles se encararam por um momento, os olhos chamativos faiscando. Eles podiam não se conhecer a muito tempo, mas era incrível como eles conseguiam se entender, mesmo com as implicâncias. Em um acordo silencioso, eles falaram, em uníssono:

- Para a lanchonete.

E deram risada.


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Notas finais do capítulo

Ei, manda um review?



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