As últimas palavras ditas pelo Dr. Walker para Larry foi o fim, o fim de um sentimento que havia brotado em si. Ele estava se renovando, mas todo aquele crescimento espiritual parava por ali.

A pressão de Larry caiu e rapidamente e ele desmaiou. Enquanto isso Lorena começou a chorar e entrou em desespero, não sabia o que fazer quando Larry acordasse e ela era a única ali responsável pelo cadáver de Catarine.

–Pai, a mãe de Larry, Catarine nossa vizinha acabou de falecer, preciso de você aqui para cuidar de assuntos como velório e outras coisas. Vou desligar agora não estou muito bem, te amo. Disse Lorena chorando, com uma voz que mal ele, o pai de Lorena pode entender.

Enquanto Lorena pensava e chorava, a enfermeira que havia visto eles antes se abraçando pergunta a Lorena o que havia acontecido. O porquê de tamanha preocupação e desespero.

–A mãe do meu melhor amigo faleceu, e o pior de tudo isso é que ele não tem nenhum familiar aqui com ele, para dar apoio, para ajudar nesse momento de aflição. Eu vou fazer o melhor por ele, mas família é sagrada, todos deviam ter uma que se importasse. O Larry é um garoto espetacular, ele te compreende e te ajuda, ele não merecia estar passando por isso, não mesmo!

– Eu perdi minha irmã há dois anos, eu também só tinha ela da família próxima a mim. Eu me desesperei, eu fiquei depressiva e me tranquei por quatro meses. Nada me motivava a sair dali, eu tentei suicídio várias vezes, mas algo não deixou. Disse a enfermeira emocionada, pegando na mão de Lorena. Um gesto para demonstrar preocupação e seguir em frente diante os problemas.

–Eu acho que você deveria conversar com o Larry, ele vai precisar de palavras que o fortalecem, sei que não será fácil se conformar com a morte de um ente querido, mas mãe é algo indescritível. Vai ser muito difícil já que agora ele vai ficar sozinho. Bom, sozinho não, porque eu vou acolher ele, vou dar todo o apoio possível, já que minha mãe era uma grande amiga de Catarine. Disse Lorena aliviada de todo aquele desespero.

–Bom, eu vou esperar ele acordar e vou falar com ele. Além de experiência própria sou formada em psicologia, vou dar o meu melhor para ajuda-lo, eu sei o quanto ele irá sofrer nos primeiros dias. Após essas palavras a enfermeira voltou ao trabalho, indo ajudar uma senhora com seus remédios.

O pai de Lorena chega e avisa-a que quanto ao velório e coisas do tipo já estava tudo certo. Ela então fica tranquila e só espera Larry acordar para acolher ele naquele momento de dor e assim seguir em frente.

–Onde minha mãe está? Como ela está? Eu não entendi o que o médico havia falado, quando ele chegou minhas vistas se escureceram e eu acordei aqui. Disse Larry olhando para Lorena. Um olhar dócil e ao mesmo tempo confuso e ela sem saber como dar a má noticia, chama Dr. Walker.

–Olá Larry, vou ir direto ao ponto, já que uma hora ou outra você iria saber. Sua mãe não aguentou ao infarto e faleceu, mas suas ultimas palavras foram: Eu te amo Larry. Pedindo para você não se preocupar, que ela estaria sempre ao seu lado.

–Como assim, ela está morta? Vocês estão brincando comigo eu sei, fale a verdade, cadê ela, eu sei que ela está ai, pare de me enganar Dr. Walker, me leve para vê-la. Aquelas palavras de Larry fizeram Lorena chorar, pois nem ela queria aceitar aquilo como realidade, estava sendo difícil para todos.

–Larry aceite os fatos, você sabe que é verdade. Isso só complicará as coisas para você, não faça isso. Disse o Dr. Walker com o tom de voz um pouco alterado.

–Por favor Dr. Walker, nos de licença, não use essas palavras com Larry, elas machucam e se você nunca passou por essa situação não deve nem estar dando está noticia, a responsável por isso neste hospital sou eu ou você não leu as regras no quadro de observações na sala principal? . Disse Juliana, a enfermeira com o tom de voz mais alterado que ele, esbanjando um descontentamento com as palavras de Walker.

Doutor Walker ficou sem jeito com as palavras de Juliana e saiu furioso da sala. Já Larry ficou sentido com a preocupação da enfermeira, mas ainda mais triste com a morte de sua mãe, ele começou a chorar e veio à primeira tentativa de suicídio. Ele com os fios conectados ao seu corpo tentou se enforcar, mas uma ação sem sucesso já que Lorena e Juliana estavam do seu lado e o impediu de cometer essa bobagem.

– Você deve ser forte neste momento Larry, tudo pode parecer perdido, mas você não pode se entregar a essa escuridão. Aceite a morte de sua mãe como algo do destino, ela iria embora um dia de qualquer jeito, tenho certeza que ela está ao seu lado agora e desejará o melhor para você. Larry se mostre forte diante o ocorrido, não deixe que ele abale as estruturas de sua vida, STAY STRONG!

Larry escutando aquelas palavras, deitou de bruços e começou a gritar:

–ELA ESTÁ VIVA, MINHA MÃE ESTÁ VIVA, VOCÊS ESTÃO LOUCOS, MÃE VOCÊ ESTÁ VIVA!