A cabeça de Larry rodava, todos seus pensamentos se referiam a sua mãe. Ele a via em sua frente, ele ouvia vozes, vozes dizendo para ele se acalmar e que tudo ficaria bem. Então, Larry começou a se revirar na cama tentando se soltar da camisa de força, ele fazia movimentos bruscos e até que então conseguiu se livrar daquilo que o prendia.

Larry parou de frente a um espelho e viu o reflexo de sua mãe atrás, ela dizia para ele aguentar a pressão do mundo, para ele realizar seus sonhos e não desistir de nada. Ele estava ficando louco e seus remédio já tinham perdido o efeito. Ao olhar para o lado, Larry via uma grande janela aberta, com o vento balançando levemente a cortina. Então pensou consigo mesmo:

– Eu preciso encontrar minha mãe, eu preciso vê-la de alguma forma!

Larry se aproximou da janela e enquanto subia em cima todas suas lembranças voltavam, ele via sua mãe brincando com ele, relembrou o dia em que conheceu Lorena, lembrou também seu primeiro dente perdido entre outros momentos marcantes. 

Então ouvi-se uma voz ao fundo:

– Não faça isso Larry, saia já dai. Mas era tarde demais, Larry acabara de se jogar do oitavo andar daquele hospital, e enquanto caia gritava o mais alto possível

– MÃE EU ESTOU INDO AO SEU ENCONTRO, EU VOU TE ENCONTRAR MAMÃE.

Eram sete da manhã, Lorena ainda com os olhos inchados e com uma aparência horrível  de tanto chorar arrumava seu material para voltar a escola, já que estava  a duas semanas trancada em seu quarto chorando e reprimida, sozinha em um canto abraçada a uma blusa que Larry havia esquecido em sua casa. Enquanto caminhava, sentiu uma estranha sensação, seus batimentos ficaram mais fortes e seu corpo inteiro se arrepiava, ela estava passando em frente a antiga casa de Larry e mal ela sabia que ele estava ali, ao seu lado, guiando todos os seus passos.