Aqueles olhos negros me encaravam surpresos, como se nunca tivesse ouvido a palavra, mas eu sabia que ele não era humano, a maior prova disso era o grande anel de lápis-lazúli em seu dedo.

-Como? - ele perguntou, fingindo não ter entendido o que eu disse.

-Você usa um anel para te proteger do sol, acho que não precisa fingir que não sabe do que eu estou falando.

-Como sabe disso?

-Digamos que eu conheço alguns vampiros- falei encarando ele- por que se sentou aqui?

-Estou faminto- ele deu um sorriso, lambendo os lábios.

-Que sorte a sua- falei olhando para os lados- tem muitos humanos por aqui.

-Eu estava pensando em uma humana em especial- ele olhou dentro dos meus olhos e eu não conseguia desviar o olhar.

-Sinto muito, não posso ajudar- falei levantando, eu estava arrepiada com aquele olhar- quem sabe você não encontra alguma outra bolsa de sangue por aí.

-Esta usando verbena? - ele me seguiu e impediu que eu entrasse no carro.

-Não, o que é verbena?

-Uma planta que impede humanos de serem compelidos por vampiros- ele olhou dentro dos meus olhos de novo e eu não novamente não conseguia desviar o olhar- seu sangue esta repleto de verbena.

-Não tenho ideia de como isso é possível- eu realmente estava surpresa, mas aliviada também- mas que bom, assim você pode me deixar em paz.

-Nossa, para quem pode morrer em segundos você é bem corajosa em falar com um vampiro assim.

-Se quisesse me matar ja teria feito isso, então por que não para de bancar o vampiro do mal e me deixa ir embora?

-Cuidado humana, seus amigos vampiros podem ser mais velhos do que qualquer um aqui, mas você esta sozinha aqui, eles não podem te ajudar- ele falou e logo desapareceu.

-Odeio quando saem assim- entrei no carro e dirigi de volta para a casa do Elijah.

Tatia estava parada na porta, com cara de quem iria matar alguém, e como eu sou a unica mortal por perto fiquei com medo do que podia acontecer.

Elijah estava um pouco atras, parado com as mãos nos bolsos, serio, mas dava para ver que havia uma certa preocupação pairando sobre ele, e seu olhar não saía da minha cópia por nada.

-Onde estava? - Tatia falou assim que saí do carro- ficou maluca de sair sozinha?

-Desculpe mas eu estava ficando louca presa aqui, e como pode ver eu estou viva e sem nenhum arranhão.

-Isso por que mandamos o Tommy para ficar de olho em você- ela falou olhando para trás, onde apareceu um adolescente.

-Você- falei surpresa ao ver o mesmo vampiro de pouco tempo atrás, ele sorria sinicamente.

-Surpresa- ele sentou no capo do carro e olhou para a Tatia.

-Serio que mandou ele me vigiar? Como se eu precisasse de um guarda costas.

-Você teria perdido a cabeça se tivesse falado daquele jeito com qualquer outro vampiro- Tommy falou antes que Tatia pudesse falar alguma coisa.

-Se eu soubesse que seria assim teria ficado em uma outra cidade- falei passando por ele e entrando na casa- melhor do que ficar presa aqui e ainda por cima ser vigiada,