Assim que chegamos na casa de Arman, uma tempestade surgiu de repente. Ao batermos em sua porta um senhor que aparentava uns 55 anos abriu a porta:

-Como posso ajudar? - falou o senhor abrindo apenas uma frecha da porta enquanto eu e Dimitri estávamos na chuva.

-Eu sou Dimitri e essa é Annya, e uma homem na estação disse que você poderia nos ajudar - falou Dimitri pegando mais uma vez em minhas mãos.

-A claro... entrem - falou abrindo a porta - esta chovendo muito.

Sua casa era muito grande, não tanto quanto o Palácio de Inverno (minha casa), mas era imenso, com uma lareira acesa e muito bem iluminada com velas em todo lugar:

-Você tem uma bela casa senhor Egorov - falei me aproximando de Dimitri.

-Muito obrigado, vou mandar pegarem uma toalha para vocês... Dominique - gritou chamando um de seus empregados.

-Sim meu senhor - falou um menino de aproximadamente una 18 ou 19 anos, com pele pálida, cabelos loiros caindo nos seus olhos.

-Pegue uma toalha para eles - falou em um tom grosso desrespeitando o rapaz.

-Aqui está senhor - falou lhe entregando as toalhas.

-Entregue à esses belos jovens.

Quando ele me entregou, e olhou diretamente para mim, que eu pude ver seus olhos castanhos.

-Como os dois jovens se chamam? - perguntou Arman sentando em uma bela poltrona em nossa frente.

-Eu me chamo Dimitri Vorobev e essa é Annya Petrov.

-Me perdoe, mas eu te conheço de algum lugar? - perguntou Arman olhando para mim.

Na hora não sabia o que responder, como eu não havia pensado antes que as pessoas poderiam me reconhecer? Pois eu sou a Grã - Duquesa Anastásia Romanov. Apenas olhei para Dimitri e esperei ele dizer alguma coisa.

-Acho que não, nós não saímos muito de casa - falou Dimitri.

-Tudo bem então, acho que devo ter me confundido com outra pessoa.

No momento que ele falou isso eu senti um alívio muito grande, pois pelo menos acho que ele não ia tocar mais nesse assunto:

-Como posso ajudar vocês?

-Bem, nós estamos precisando de visto e passaportes para irmos para Paris, e um homem disse que você poderia nos ajudar.  

-Ah sim, posso ajudar sim - falou soltando uma pequena gargalhada.

-Nossa, isso é um grande alívio para nós - falou Dimitri com um enorme sorriso no rosto - e o preço seria quanto?

-Bem... eu não cobro dinheiro - falou se acomodando na poltrona.

-Então como isso funciona? - perguntou Dimitri.

-No lugar de dinheiro eu prefiro que vocês, me ajudam nas tarefas na minha casa.

-Então... seriamos como seus empregados? - perguntei curiosa.

-Mais ou menos, claro que se vocês aceitarem, podem ir embora quando quiserem, mas eu só darei o que querem na hora certa.

-Quanto tempo duraria isso mais ou menos? - perguntou Dimitri com um olhar desapontador.

-Depende do desempenho de vocês.

-Não sei se iremos aceitar - falou Dimitri.

-Claro que vamos - interrompi ele.

-Com licença Senhor Egorov, podemos ficar a sós por um instante? - perguntou Dimitri.

-Fiquem a vontade, já volto - falou se retirando da sala.

-Não podemos aceitar isso Annya, você é uma grã - duquesa, não pode ser explorada desse jeito - falou Dimitri em voz baixa.

-Se esse for a unica maneira de nós sermos felizes vivendo com minha vó em Paris eu aceito o que for.

-Tudo  bem princesa a escolha é sua.

Arman veio e se sentou em nossa frente, novamente:

-Já decidiram? - perguntou Arman.

-Sim - respondi - nós vamos aceitar sua proposta.

-Ótimo - falou com outro enorme sorriso no rosto - como está tarde, mandarei Dominique levar vocês até seus quartos e amanhã conversamos melhor - falou se levantando e indo para se quarto.

-Você tem certeza de tudo isso Annya? - perguntou Dimitri.

-Sim Dimitri... eu tenho...

-Tudo bem, confio em você - falou me abraçando dando um beijo em minha testa.