Abri os olhos e quando olhei para o meu lado, lá estava meu pai, acariciando minha cabeça:

-Pai! o que faz aqui? Você esta morto - falei tremendo

-Só estou morto para quem quer - falou passando seus dedos entre meus cabelos

-Não - comecei a enlouquecer - eu vi... você, a mamãe, e todos... estavam mortos.

-Eu estou morto para todos, menos para você - falou com um sorriso no rosto.

-Como assim? - perguntei já tendo certeza que era um sonho, mas aproveitando o momento.

-Você vai saber.

-Pai eu... eu não pude me despedir de vocês - falei chorando - nem de ninguém.

-Eu sei, e sinto muito.

-Pelo o que? - falei pegando em sua mão para ver se era real.

-Por não ter protegido todos como eu sempre prometia.

-Mas a culpa não foi sua... - antes deu poder terminar, ele me interrompeu

-Foi sim - falou virando a cabeça para o outro lado, tentando esconder suas lagrimas - foi sim... e eu sinto muito minha filha.

Virei seu rosto para mim e enxuguei suas lagrimas:

-Não foi não... isso tudo foi apenas uma consequência de um ato.

-Um ato que eu fiz, a nossa derrota na Guerra foi culpa minha.

-Se você soubesse que tudo isso ia acontecer, você faria isso?

-Claro que não - falou franzindo a testa.

-Então a culpa não foi sua.

Olhou para mim com um enorme sorriso no rosto:

-Posso te fazer uma pergunta pai?

-Sim, faça.

-Isso é um sonho.

Ele não me respondeu, apenas abriu um sorriso no rosto, virou as costas e foi em direção a porta:

-Pai não vai - falei tentando o impedir.

-Tenho que ir.

-Vamos nos ver de novo?

-Claro que vamos, em muito breve, voltarei para te ver - falou com outro sorriso no rosto e foi embora.

De repente eu acordo novamente como se tudo aquilo tivesse sido um sonho:

-Tudo bem com você? - perguntou Dimitri.

-Tudo sim - falei limpando meu suor

-Esta pronta para irmos?

-Claro - falei me levantando do monte de palha e indo em sua direção

-Então vamos - falou me colocando em um belo cavalo marrom.