Almas Sombrias escrita por Caroline Hernandez


Capítulo 10
Capítulo Nove


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês meus leitores lindos :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352774/chapter/10

Capítulo Nove

    As sombras. Elas estão por todos os lados que eu olho, não consigo distinguir as cadeiras, mesas, quadro nem nada, a sala chega a estar escura com sombras e névoas. Ver aquilo me dá uma terrível náusea, me viro para sair da sala, mas a porta bate bem forte trancando-se sem me deixar sair de lá de dentro. 

    - Socorro, estou presa - começo a gritar, mas as vozes das sombras começam a falar mais alto coisas sem sentido - Alguém me ajude! 

    Tento a todo custo puxar a maçaneta para ver se a porta se abre, mas nada adianta. Penso em ir até a janela e tentar pular por lá, mas para isso teria que passar por aquelas sombras estranhas. 

    Começo a ouvir risadas no meio das névoas e sombras, eu me viro cheia de medo e vejo uma silhueta saindo do meio da escuridão, ela é extremamente grande e assustadora mesmo sem conseguir ver seu rosto...É a mesma figura que estava na minha casa quando acabou a luz e acho que...a que me marcou. 

    Eu começo a suar frio de medo, não posso desmaiar agora, não com essa coisa aqui, não sei o que pode fazer e não quero saber também. 

    Olha só quem está aqui, como você cresceu a voz diz na minha cabeça. 

    - Q-quem é vo-você? - pergunto receosa. 

    Tem certeza de que quer saber? Só te digo uma coisa, e isso se chama Laços de Sangue. E eu vim aqui, pois eu voltei e quero você de volta, você do meu lado. A voz diz em um tom mais sombrio e assustador que me faz gelar a espinha. As sombras ao redor começam a se movimentar na minha direção e eu não sei o que fazer. 

    - Vão embora, vão embora, vão embora! - eu fecho os olhos e começo a gritar. 

    Ouço as vozes se aproximando de mim, eu não sei como fazer elas irem embora, elas simplesmente desaparecem, mas dessa vez não está acontecendo isso. 

    - VÃO EMBORA! - eu grito com todas a forças que tenho. 

    Começo a ouvir murmurinhos de pessoas falando e rindo. Abro os olhos e não tem mais nenhuma sombra ao meu redor. Elas foram embora, ainda bem, sinto um tremendo alívio por não ter sido levada por aquelas coisas estranhas, mas me sinto completamente humilhada vendo todos os alunos ali parados na porta me olhando e rindo. 

    - Você pensa que é quem, hem garota? A dona da escola para mandar todos nós irmos embora? - a Karmin diz. 

     - Mais um dos seus surtos, queridinha? Eu tinha te dito que era para ligar para o número do psicólogo. - a Violetta diz e começa a rir. 

     - Deixa minha amiga em paz, suas idiotas - a Brianna diz saindo do meio da confusão e empurrando todo mundo.  

     A Violetta dá um passo à frente e olha bem para a cara da Brianna. 

    - Quem você chamou de idiota sua invisível brega? Você tem ideia de com quem está falando? - ela diz estreitando os olhos. 

    - Deixa eu ver... - minha amiga finge pensar e depois diz: - Claro! A maior vadia do colégio e nem um pouco conhecida mundialmente. 

    - Eu quero que você cale essa boca, sua feiosa retardada. 

    - Peraí, ninguém xinga minha amiga na minha frente não sua Barbie falsa - digo me metendo no meio, até porque não ia ficar calada vendo essa babaca xingar a minha amiga que só quis me defender. 

    A Karmin se aproxima e para ao lado da Violetta.

    - Agora são duas contra duas - ela diz - E eu se fosse vocês, encolhia o rabinho e iam sentar, pois não imaginam o inferno que vai ser a escola para vocês se quiserem ficar brigadas com a gente, então a escolha é de vocês. 

    - Eu não tenho medo de vocês - digo. 

    - Ah é, pois deveria - a Violetta diz e depois vem para cima de mim. 

    Ela segura meu cabelo com força puxando ele e eu tento fazer o mesmo, nunca briguei antes em escola então não faço a mínima ideia do que fazer, sei que vou me sair mal nessa, mas não vou dar o braço a torcer para essa galinha. 

    - Briga! Briga!Briga! - os alunos lá trás dizem em coro. 

    - Amiga, para com isso! - ouço a Brianna dizendo, mas não dou ouvidos. 

    A Violetta tenta acertar meu rosto com suas unhas enormes, mas eu consigo afastar a sua mão para longe, ela começa a chutar minha perna com seus sapatos de salto e eu começo a tentar chutar ela também, vejo mãos tentando nos separar, mas eu não vou perder para essa garota. Eu não sei o que faço que consigo prender os braços dela nas costas enquanto o meu outro braço ficava no seu pescoço. 

    - Me solta! Você está me queimando! Sua maluca... está ardendo, você está me queimando! - ouço a Violetta gritando e todos ao meu redor me olham com olhares assustados. 

    Vejo o Vicent aparecer no meio da multidão, não sei onde ele estava antes, mas enfim, ele aprece e separa facilmente eu da Violetta e depois me arrasta segurando meu braço porta afora, não tem nem como eu me soltar dele, ele é muito forte e só para de me arrastar quando chegamos na parte deserta das escadas. 

    - Você por um acaso pirou de vez? - ele diz irritado e serrando os punhos. 

    - Perai, o que pensa que está fazendo? Não foi você que disse que não me conhecia e que era para te deixar em paz? Agora me arrasta sem propósito nenhum para o quê? Não quis ver sua namoradinha se machucar?! - eu grito irritada, mesmo tendo exagerado na parte da namorada, até porque ele entrou hoje no colégio e não estaria já namorando com a Violetta, mas saiu da minha boca sem eu pensar, então não posso fazer nada. 

    E esse Vicent só pode ter algum problema, ou talvez seja eu a maluca mesmo. 

    - Esquece isso tá? Você tem que se controlar e parar de queimar as pessoas - ele diz isso e depois se vira indo na direção da sala de aula. 

    O que eu menos quero agora é voltar para aquela sala de aula chata, deve estar um caos lá, está riscado eu entrar e ter um monte de pessoas com tochas e tridentes querendo me matar por te machucado a princesinha do colégio. 

    Olho para o meu pulso e lá está a minha marca com uma leve luz alaranjada, que saco, eu não sei mesmo controlar essa coisas estranhas que acontecem comigo. 

    - Amiga, como você está? - a Brianna diz aparecendo no meu lado perto da escada. 

    - Nem um pouco bem, quero ir embora e não voltar mais para essa escola - digo me sentando num degrau. 

    A Brianna se senta do meu lado e diz:

    - Aquela palhaça tinha que arranjar confusão, foi bem feito você ter machucado ela, e a propósito, como você consegui queimar ela? 

    - Nem eu sei amiga, talvez tenha sido só a minha pulseira que esquentou sei lá - digo a primeira mentira que vem na cabeça - Agora você volta para a sala de aula que depois eu vou, não quero assistir esse tempo de aula agora. 

    - Se você não vai eu também não vou - ela diz cruzando os braços. 

    - Deixa de palhaçada, Bri - digo me levantando - Eu já vou, só vou lavar minha perna no banheiro que ficou um pouco arranhada por culpa do sapatos da Violechata. 

    - Se você não aparecer no próximo tempo, quem vai te bater sou eu - ela diz e depois sobe as escadas. 

    - Pode deixar amiga, eu apareço - digo rindo. 

    Ainda bem que os corredores estão vazios essa hora, não estou afim de encontrar ninguém. 

    Entro no banheiro e molho a minha perna que começa a arder, maldita garota tinha que me arranhar, que raiva. Molho meu rosto também e depois saio do banheiro, não gosto de ficar muito tempo neles sozinha aqui na escola, dão medo. 

    A vontade é nenhum de voltar e assistir aula, o tempo de filosofia ainda não acabou, mas não dá para ficar vagando no colégio senão com certeza vou levar uma advertência. 

    Enquanto ando pelos corredores desertos, ouço passos atrás de mim, começo a andar mais rápido. Fico sem coragem para virar e com medo de ser aquelas coisas estranhas da sala de aula, mas quando viro, não é nada disso, é só um garoto que nunca vi no colégio e que não deve ser da minha turma. 

    - Não precisava sair correndo, eu só sou um aluno novo perdido - ele diz com um sorriso meio familiar. 

    - É que...deixa para lá. Então...o que você quer saber? - pergunto.

    - Onde fica a sala do diretor? 

    - Você vai direto e vira a direita quando chegar perto da escada, depois você vai ver um plaquinha na porta dizendo "Sala do Diretor" e aí chegou. 

    - Obrigada, Alyssa - ele diz e depois segue pelo corredor. 

    Perai, como ele sabe meu nome se eu não falei nada? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?