Todo O Mal Que Há escrita por Camila J Pereira


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ansiosas por ver Bella no ambiente misto de DruidasXVampiros?
Não precisam mais esperar.
Divirtam-se.



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– Chegamos Bella. – Renée estreitou o abraço e começou a conduzi-la.

– É uma casa enorme. – Bella agora via a grande construção de três andares a sua frente, mesmo com a pouco iluminação. – Carlisle está aí dentro?

– Sim. – Stefan respondeu atrás dela. Damon estava mais ao seu lado, sempre olhando para ela.

– E as malas?

– Não se preocupe com elas. Estarão em seus quartos quando se recolherem.

Bella então se permitiu olhar para os lados. Ouvia pouco ruído, apenas alguns animais distantes. Pareciam cautelosos. Imaginou ter visto algumas formas mais afastadas perto das árvores. Olhou ao redor e uma sensação de ser observada lhe acometeu.

– Não se preocupe, eles só estão vigiando. – Renée falou ao seu lado então teve certeza que aquelas formas eram de vampiros.

– E muito curiosos. – Stefan afirmou. Deveria ficar com medo agora? Ainda não, decidiu.

Renée abriu a porta, retirou seu braço dos ombros da filha e fez sinal para que ela entrasse. Bella não pestanejou, em seguida viu-se dentro da casa mais interessante que já tinha visitado. O teto era muito alto e de onde ela estava dava para ver uma escada em espiral, seu corrimão era bem trabalhado com detalhes dourados. Era uma casa com estilo vitoriano, à medida que caminhava lentamente com René em seu encalço, percebi os detalhes daquela linda construção.

Todas as paredes eram beges, e o piso era claro e polido. Havia um grande e luxuoso lustre na sala principal em que estava chegando e percebeu muitos quadros de pessoas serenas e paisagens nas paredes. Os móveis eram todos delicados e bem trabalhados com suas ondulações e detalhes. Bella estava encantada com o ambiente. Não se deu conta de que mais uma pessoa estava ali com eles.

Um homem não tão alto, de cabelos negros na altura dos olhos estava de pé em sua frente e sorrindo delicadamente. Bella percebeu que seu olhar era de curiosidade disfarçada. Mesmo sendo muito pálido, ela percebeu que não se tratava de um vampiro. Então só restava para ele a denominação “druida”.

– Olá, sejam bem-vindos. – Ele falou em um inglês cortes. Bella notou só naquele momento que desde que pisara naquele país voltara a língua materna sem dificuldades. Renée, Stefan e Damon também haviam deixado o português.

– É muito bom estar de volta. – Renée abraçou-o. – Esta é a minha filha, Isabella. – Renée apresentou-me.

– Sou Aro. – Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei. – É um prazer conhece-la.

– Obrigada. – Bella estava sem jeito e aquele olhar perscrutador não a estava ajudando.

– Aro é um druida muito talentoso. Já nos ajudou muito.

– Ora, sua mãe é muito gentil e também muito talentosa, Bella. – Ele riu educado. - Porque não me acompanham? Preparamos um quarto para você Bella.

– Mas e o Carlisle?

– Falarão com ele logo mais.

– Mas amanhecerá em breve, não teremos tempo. – Preocupou-se.

– Não tem problema, filha. Falaremos com ele em outro lugar, ele estará seguro. – Ficou intrigada, mas deixou-se conduzir.

– Encontramos vocês dois logo mais? – Renée pôs-se a olhá-los.

– Claro. – Stefan respondeu e Bella olhou para Damon que ainda a acompanhava com o olhar. Damon parecia preocupado e não tinha falado mais depois que chegaram.

Atenta a tudo Bella seguiu Aro tendo a sua mãe ao lado que lhe perguntava sobre as coisas corriqueiras daquele lugar. Aro parou no terceiro andar e sorriu.

– Este será o seu quarto. – Ele estendeu a mão apontando para a porta.

– Então, Bella ficará ao meu lado? Isso é fantástico. – Renée comemorou. E ela lembrou-se de que este quarto nunca foi usado. – Carlisle o guardou para esse momento. – Aro assentiu para Renée.

– Espero que seja do seu agrado. – Bella sentiu tranquilidade na expressão de Aro e sorriu para ele. – Logo mais pedirei que tragam algo para vocês comerem. Devem estar famintas.

– Na verdade, preferiria apenas descansar.

– Também devo recusar Aro. Ficarei um pouco com Bella e então descansarei um pouco. Sei que precisaremos.

– Tudo bem, mas se precisarem de qualquer coisa, podem me procurar. – Aro beijou o rosto de Renée mais uma vez e segurou brevemente a mão de Bella antes de deixa-las sozinhas.

Bella abriu a porta e deu de cara com o quarto mais bonito que já tinha visto. Todo ele era branco e lilás. Acompanhando o estilo do resto da casa, havia uma cama enorme com as suas bordas em formatos de ondas, com desenhos delicados encravados. Havia um criado mudo ao lado e pôde ver uma grande janela que tinha uma cortina de tecido bordado, sob ela, um longo banco acolchoado. Ela pensou que seria um lugar perfeito para ler.

Em torno do quarto haviam charmosas luminárias e no chão, um tapete enorme. Bella pensou que estava talvez no quarto de uma princesa retirada de um conto de fadas. Então se deu conta de que suas malas estavam em um canto da parede. Quando eles as colocaram ali?

– Isso é tão ela. Ficou perfeito. – Renée falou as suas costas. Bella girou para ver a sua mãe rindo feliz.

– De quem está falando?

– Alice, ela adora essas coisas. Quando soube que você viria, ficou muito eufórica.

– Ficou? Mas porquê? – Ficou curiosa e sua mãe ficou um tanto rubra.

– Porque falava de você para ela. – Foi a vez de Bella corar.

– Mas... quem é ela?

– Uma vampira, foi adotada por Carlisle.

– Carlisle parece tipo um grande pai. – Renée sorriu confirmando.

– Tome um banho e relaxe, estarei ao lado se precisar de alguma coisa.

– Obrigada.

Bella foi pega de surpresa com o abraço que Renée lhe ofertou. Diferente daquele primeiro abraço de reencontro de alguns dias, ela não sentiu ímpetos de se afastar logo. Renée ainda lhe beijou o rosto carinhosamente antes de ir para o seu próprio quarto.

Bella pegou alguns pertences de higiene e algumas peças de roupa e entrou no banheiro. Lá, teve a mesma reação de quando viu todo o resto da casa. Havia um grande espelho nele, com móveis pequenos e elegantes. Mas o que a fez alegrar-se um pouco foi a banheira. Imaginou quem bancaria aquilo tudo. Carlisle? Talvez Aro? Ou quem sabe todos os druidas e vampiros?

A água estava morninha e a fez relaxar, demorou-se o quanto pôde na banheira e quase estava dormindo quando resolveu sair e se enxugar. Vestiu-se e deitou-se na cama sentindo a macies dos tecidos sob seu corpo. Ela suspirou e nada mais viu.

Antes de abrir os olhos, Bella percebeu que estava muito bem descansada. Sem pressa, fez sua higiene para procurar a sua mãe. Como não sabia qual das duas portas pertenciam ao quarto de Renée, de cada vez encostou-se na porta e chamou a mãe. Não obtendo resposta decidiu descer e ver se a encontrava.

Bella desceu as escadas e caminhou pela sala indo até a entrada da casa, mas não viu ninguém. Estranhou que uma casa daquele tamanho não tinha ninguém. Começou a pensar que deveriam estar em algum lugar reunidos. Quando tomou coragem para entrar em um corredor da parte inferior da casa deu de cara com sua mãe.

– Ah Bella, estava indo ver se já estava acordada.

– Não achei você, aliás não vi ninguém.

– Estão todos em suas atividades. – Respondeu.

– Atividades?

– Sim querida e agora que está acordada teremos uma reunião.

– Com todos? – Imaginou quantos bebedores de sangue e druidas estariam presentes. Ela não fazia ideia.

– Não se apavore, primeiro falaremos com Carlisle e depois conhecerá a todos. Está bom assim? – Renée falou como se Bella fosse apenas uma menininha. – Vamos comer alguma coisa. Você precisa.

Renée segurou a mão da filha e a conduziu até uma cozinha. Lá estavam algumas pessoas preparando alguns aperitivos, o cheiro estava delicioso e fez com que salivasse. Sua mãe lhe apresentou a Carmem, uma senhora de olhos alegres que fez com que Bella comece um de seu preparo imediatamente. As outras pareciam mais jovens que a primeira, porém seus cabelos brancos e rugas mostravam que elas já eram maduras. Maria e Isabel também pareciam pessoas tranquilas e felizes. Bella gostou muito de conhece-las.

– Cada um tem a sua função aqui. As três como são ótimas na cozinha, optaram por ficarem aqui e não reclamamos em nada. – Renée comeu mais um pãozinho quentinho do seu prato. Bella já estava satisfeita.

– É uma comunidade.

– Sim, filha.

– Eu não imaginaria que isso pudesse existir. De tantas coisas que já li... Vampiro é uma fantasia. – Ela tentou raciocinar com clareza.

– Bella, muitas coisas que julgamos fantasia existem. Para nosso próprio bem é bom que ignoremos.

– Elas são humanas comuns? – Bella sacodiu um pouco a cabeça ao ouvir-se falar daquela maneira: “Humanas comuns”, era um pouco demais ainda.

– Não, elas são druidas. As pessoas sem algum tipo de dom não aceitam muito bem aqueles que possuem estes dons.

– Acho que até mesmo aqueles que tem certo dom. – Referiu-se a si mesma. – É que é muito difícil. Eu estou aqui e vocês me falam sobre tudo isso.

– Eu aposto que ficará mais fácil, só precisa permitir-se. – Carmem piscou para ela de onde estava.

– Permitir-me?

– Sim filha, você pode. – Renée tocou sua mão.

– Posso ver Carlisle agora? – Se ela podia então que começasse logo.

– Sim, ele está esperando por você.

Renée conduziu Bella pelos corredores da mansão e foram para o porão. Ao descer as escadas ela não pôde aguentar a curiosidade.

– Para onde está me levando?

– Há uma entrada aqui embaixo. As escadas nos levarão ao salão deles. – Falou enquanto descia as escadas. No final dela ergueu um alçapão e de cima Bella não via nada apenas uma luz fria tremula.

– Está muito escuro.

– As luzes das lamparinas nos conduzirão. Não tenha medo. – Renée esperou que a filha seguisse na frente. Atrás ela fechou o alçapão novamente.

Havia um corredor com lamparinas a fogo dos dois lados. Ali não era abafado, mas sentiu um pouco de umidade no ar. Depois de algum tempo caminhando, entre curvas e o que parecia ser elevações de depressões no caminho, elas chegaram a uma porta. Renée abriu e pediu que Bella entrasse.

Em seguida estavam as duas em uma sala que parecia de reunião. Bella ficou surpresa ao ver o lugar bem iluminado. Bella reconheceu Carlisle sentado do lado direito da mesa grande de mogno. Ele levantou-se delicadamente, e olhando para ela sorriu. Uma senhora que parecia ainda mais velha que Carmem de pele da cor de oliva e cabelos brancos e negros em longas tranças também levantou e sorriu.

– Seja bem-vinda, Bella. – Carlisle a cumprimentou.

– Aproximem-se. – A senhora falou estendendo os seus braços na direção das duas.

Bella e Renée aproximaram-se ao mesmo tempo que eles saíram de detrás da mesa e também caminhavam em sua direção. Eles pararam um de frente para o outro, Carlisle estava como que conversando através do olhar com Renée.

– Esperamos tanto por você pequena. – A senhora falou primeiro. – Sou Kebi e estou feliz em te conhecer Isabella. – Ela lhe abraçou.

– Acho que já sabe quem sou eu. – Carlisle olhou em seus olhos. Ele tocou em sua mão e levou-a a seus lábios gelados.

– Você, é exatamente igual a... – Bella percebeu que ia revelar sobre o seu sonho e calou. Todos a olharam intrigada.

– Igual a...? Sonhou com Carlisle, Bella? – Renée perguntou.

– Talvez...

– Então ela tem revelações. – Kebi sorriu. – Sentem-se e nos fale sobre isso.

Todos eles sentaram, Bella e Renée ao lado de Carlisle. Bella não conseguia parar de fazer comparações entre os dois a sua frente. Enquanto Carlisle tinha a pele sobrenaturalmente branca e fria, Kebi, tinha a pele negra e quente, mas havia algo de comum neles dois e isso ainda não podia decifrar o que era.

– Não sei se são revelações.

– Com qual frequência seus sonhos tornam-se reais?

Bella calou-se e seus olhos abaixaram, ela não queria revelar aqui. Ninguém precisava saber sobre os seus sonhos loucos.

– Bella, pode nos dizer. – Renée insistiu.

Ela olhou para Renée e decidiu contar.

– Com bastante frequência na verdade.

– Então sonhou comigo? – Carlisle perguntou.

– Sim.

– Quer me contar o que viu?

– Vi o seu passado. – Carlisle pela primeira vez esboçou uma reação um pouco mais vívida. – Você estava com Caius, o seu pai. – Carlisle empertigou-se na cadeira, estava admirado. – Vocês estavam discordando de como agiam com os humanos. Estavam se separando. Você ficou magoado e ainda está. – Ela completou olhando para os olhos tristes de Carlisle.

– Deus... – Renée soltou ao seu lado.

– Nem todos os jovens druidas tem revelações assim tão completas.

– Acho que talvez agora seja a hora de revelar que em uma das minhas supostas revelações soube que Caius não me quer morta. Ele pretende algo, mas não sei o que é.

– Chamei-a agora para revelar algumas coisas para você e no entanto, sou eu que tenho as revelações. – Ele suspirou e olhou para todas ali. Renée e Kebi pareciam hesitantes. – Já desconfiava de que ele a queria para usar de alguma forma ao seu favor... E ele está acordando.

– Ele já acordou. – Todos olharam para Bella alarmados. – E sabe que estou aqui.


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