Todo O Mal Que Há escrita por Camila J Pereira


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Voltei... Pois é... depois de muitos meses, voltei.
Dando uma nova chance a essa fic que tinha idealizado tão cheia de mistérios e aventura.
Teremos personagens novos nesse capítulo e a fic vai ganhando forma.
Leiam!



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– Ele sumiu? – Elena mal acreditou. Bella imaginou que se tratava de mais um truque.

– Bella precisamos seguir viagem logo ao amanhecer. – Reneé falou autoritária.

– Quem era esse cara? – Quis saber.

– Um bebedor de sangue.

– Um bebedor de sangue? – Elena perguntou segurando a mão de Bella assustada.

– Reneé acha que vampiros existem e que os druidas de que descendemos os amaldiçoaram com isso.

– Você não achou algo estranho nele? Não é possível que não tenha notado. – Elena parecia apavorada.

– É claro que o achei estranho, ele tentou entrar aqui e falar comigo. Eu nem o conheço.

– E ele não conseguiu passar da porta. – Elena lembrou. – Reneé fez mesmo um feitiço. – Reneé olhou para a amiga da filha em um agradecimento mudo.

– Ou ele veio aqui ao seu pedido fazer essa ceninha. – Bella acusou Reneé que ficou magoada.

– Acha mesmo que faria isso? – Bella observou a expressão sentida da mãe, mas ela não tinha como acreditar naquela história de terror.

– Só sei que vou ligar para polícia e avisar sobre isso.

Bella fez o que tinha falado. Os polícias pegaram as informações necessárias e disseram que logo chegariam. Reneé aproveitou e fez uma ligação. Ela estava falando em inglês com alguém e pedia diretrizes de como agir depois do que houve. Bella não acreditava que a mãe tinha cúmplices em sua loucura. Alguém estaria alimentando isso nela? Pegou o celular da mãe que a olhou assustada assim como Elena.

– Sou Isabella, filha de Reneé. Com quem estou falando? – Bella nada ouviu, apenas uma respiração entrecortada do outro lado. – Com quem estou falando? – Repetiu.

– Isabella é um prazer falar contigo. Chamo-me Carlisle Cullen e tenho trabalhado com a sua mãe nos últimos anos.

– Então é você a pessoa responsável por alimentar estes delírios na minha mãe? Ouça, eu quero que fique longe dela, de nós duas ou então terei que tomar medidas mais drásticas.

– Temo que não tenha entendido o que está acontecendo.

– É o senhor que não está entendendo. Não sei o que está lucrando com toda essa história, mas agora acabou. – Bella desligou o aparelho e o colou no bolso.

– Você não sabe o que está fazendo. – Reneé falou como se lamentasse.

– Você é que não sabe. – Bella rebateu.

– Carlisle disse que seria impossível eles saberem sobre você, pelo menos agora. Ainda mais aqui no Brasil. Acho que esta existindo alguma comunicação entre eles... Alguém que sabia que eu estava vindo te buscar contou-lhes isso.

– Olha só Reneé, vamos tentar nos acalmar aqui. Focaremos neste intruso de agora a pouco, os polícias pedirão que contemos o que aconteceu. Tem certeza de que não está envolvida neste aparecimento e desaparecimento repentino deste cidadão com cara de louco?

– É claro que não!

Minutos depois uma viatura chegava ao prédio de Bella e elas contaram o ocorrido para eles. Alguns moradores juntamente com o porteiro foram interpelados, mas ninguém soube falar de um rapaz estranho que estava andando pelo prédio. Por via das dúvidas os polícias prometeram ficar durante a noite de plantão ao redor do prédio. Bella sentiu-se um tanto mais segura, mesmo Reneé lhe garantindo aquilo não deteria os bebedores de sangue.

Bella com muito esforço acomodou Reneé em sala cama e agora estava sentada na cama da amiga junto com ela. As duas com semblantes carregados, Bella no entanto, estava mais abatida. Elena abraçou-a lhe passando apoio.

– Estou apavorada. Reneé está em delírios e fico me perguntando a quanto tempo e quão profundamente ela está neste mundo com a ajuda deste tal Carlisle Cullen. Ele é americano, então... Ela esteve esse tempo todo lá?

– Bella, apesar de tudo parecer loucura alguns fatos que ocorreram hoje devem no mínimo lhe chamar atenção. – Bella olhou para a amiga sem acreditar que ela fora fisgada por aqueles delírios.

– Acredita em minha mãe?

– Bella, aquilo com o sal.... Aquele cara que veio aqui era estranho... Tão pálido e com cara de mau. E ninguém o viu entrar ou sair.

– Truques.

– Você acha mesmo isso? Você disse que ela acendeu uma pequena chama na palma da mão e que a fez sentar-se sem você querer.

– Não sei como ela fez isso, mas não foi magia.

– E seus sonhos? – Elena lembrou-lhe deste fato. – Eles acontecem Bella. Já tivemos muitas confirmações. Sua mãe estar aqui e essa sua briga com ela é mais uma prova de que seus sonhos não são apenas sonhos. Há verdade nisso, nessa loucura toda. Não quer saber o quanto de verdade tem nisso?

– O que está sugerindo que eu faça?

– Que vá com ela.

– O que?! Você também está louca? - Bella não aguentaria isso por muito mais tempo antes dela mesma enlouquecer.

– Não seria bom descobrir que sua mãe não é louca?

– Seria ótimo Elena, mas não posso segui-la.

– E se eu fosse com você? - Bella estreitou os olhos analisando aquela pergunta da amiga. Ela teria mesmo coragem de fazer isso?

– Por que faria isso?

– Porque gosto de você e quero te ver bem e sei que só ficará bem se resolver isso com a sua mãe. E estou morta de curiosidade de saber sobre toda essa história. – Faz uma cara de desculpas falando a última frase que fez com que Bella sorrisse.

***

No dia seguinte Bella pediu para a mãe permanecer em seu apartamento até que resolvessem o que fazer. Vendo que a filha não mudaria de ideia e que não acreditava nela, decidiu que poderia ficar um pouco mais no Brasil até que ela fosse embora com ela.

Bella foi trabalhar tranquila, pois Elena disse que ficaria de olho em sua mãe e lhe avisaria caso algo acontecesse. No intervalo entre as aulas, Elena liga para Bella e lhe diz que em um descuido Reneé tinha saído do apartamento.

– Como assim? – Bella não podia acreditar.

– Foi em um momento em que fui ao banheiro. Quando saí, ela não estava mais. Perguntei para o porteiro e ele confirmou que ela deixou o prédio.

– Reneé deve ter ido até o hotel onde esta hospedada.

– Quer que eu dê uma olhada?

– Não quero incomodá-la com isso.

– Não se preocupe Bella. Irei lá, é só me dizer onde ela está hospedada. – Elena falou solícita.

– Obrigada.

Depois dessa notícia suas aulas não foram como antes. Estava dispersa e a turma agitada. Simplesmente não conseguiu controlá-la. Estava ansiosa para aquela aula terminar e ir correndo ver o que aconteceu com a mãe.

Faltando pouco para a aula terminar, o seu celular vibra novamente, avisando sobre uma ligação. Era Elena de novo. Pediu licença a turma e foi atender a amiga no corredor.

– Bella, encontrei a Reneé. – Ela respirou mais tranquilamente e se permitiu fechar os olhos por alguns segundos.

– Ela está bem?

– Mais ou menos. – Sentiu Elena hesitando.

– O que aconteceu? – Alarmou-se.

– Quando estava prestes a chegar ao hotel vi Reneé saindo e atravessando a rua. Percebi que um carro estava avançando para ela. Gritei para alertá-la e por isso, as coisas foram melhores.

– Diga-me logo o que aconteceu Elena. – Implorou.

– Ela conseguiu desviar um pouco do carro, mas mesmo assim ele o acertou. O motorista fugiu sem prestar socorro. E Bella parecia que foi proposital. – Bella ficou petrificada diante das informações. – Estamos indo para o hospital.

– Diga-me em qual e irei imediatamente. – Elena lhe disse em que hospital iriam.

Bella dispensou a turma e avisou para a diretoria da escola que teria que sair por conta de uma emergência com sua mãe. No caminho para o estacionamento da escola, Bella esbarrou em Bonie fazendo com que ela quase caísse.

– Desculpe-me Bonie.

– Ei, o que houve? – Bonie ficou em alerta com a palidez da amiga.

– Um problema, mas estou indo resolver. – Os lábios de Bella estavam trêmulos. Ela não sabia como a mãe estava e se deu conta de como Reneé era importante para ela.

– Bella, por favor, esta me deixando assustada.

– Minha mãe sofreu um acidente, estou indo para o hospital. Elena está com ela. – Disparou.

– Vou com você, posso dirigir. Estou sem aulas agora e você está muito nervosa. – Bella queria dispensar essa oferta, não queria outra pessoa querida no meio daquela loucura, mas Bonie tinha razão, ela estava muito nervosa e talvez fosse melhor outra pessoa dirigir.

– Tudo bem. Você está sem carro e odeia o meu.

– Esta é uma situação emergencial. – Disse e pegando-a pela mão caminharam até o estacionamento.

Em poucos minutos chegaram ao hospital. Bella procurou pela mãe e amiga desesperadamente com Bonie ao seu lado. Viram Elena saindo da área de emergência e correram até ela.

– Que bom que te achei. Onde ela está, como ela está?

– Acalme-se Bella, ela já foi atendida e estão cuidando dos ferimentos dela e depois tirarão Raio X da perna direita, pois ela está reclamando de dor.

– Posso ficar com ela?

– Sim, uma pessoa pode ficar acompanhando. Entre neste corredor, segunda porta a direita. – Elena apontou para as portas duplas em que tinha acabado de sair. Bella disparou para lá sem pensar duas vezes.

Entrou na sala onde algumas pessoas estavam tendo os primeiros socorros e avaliação. Bella viu sua mãe em uma maca e foi em sua direção.

– Reneé! – Ela olhou para a mãe avaliando a sua situação.

– Oi filha! Está tudo bem, graças aos céus. – Ela foi logo acalmando a filha.

– Você está bem? – Bella olhava com angustia para o ferimento na testa da mãe. Viu que ela se ferira também no braço e na perna.

– Estou bem, poderia ter sido pior. Elena me salvou. – Sorriu.

– Deveria ter ficado em meu apartamento. Eu te pedi. Por que fugiu?

– Fui buscar minhas coisas no hotel. Ia voltar Bella, eu juro. – Tocou na mão da filha para lhe passar confiança do que falava.

Enfermeiros chegaram para levar Reneé para o Raio X. Bella voltou para a sala de esperas e encontrou as amigas ali.

– Ela parece bem. Foi para o Raio X. – Falou para as amigas.

– Que bom. – Bonie falou.

– Bonie, agradeço muito ter vindo, mas se quiser pode ir. Sei que tem os seus afazeres.

– Ficarei aqui até que saiam. Como eu disse não tenho aulas. Quero ficar com vocês.

– Obrigada. – Bonie a abraçou.

Bella notou então que Elena estava o tempo todo com a mala de Reneé.

– Ela disse que voltaria para o apartamento. – Elena assentiu.

– Foi muito estranho aquilo Bella. Parecia que o homem queria realmente atropelar a sua mãe.

– Que horror. – Bonie soltou.

– Deve ter sido impressão sua. – Bella lançou um olhar para Elena, avisando que não queria entrar naquele assunto.

– O que realmente está acontecendo? Porque estou achando que estão escondendo algo de mim? Nem sabia que sua mãe estava na cidade Bella. – Bonie estava desconfiada e olhava de uma para outra.

– Soubemos ontem que ela estava na cidade Bonie. Mas é tudo uma grande bobagem. – Bella tentou minimizar as coisas.

***

Já em casa, com Elena, Bonie e Reneé com a perna em um gesso Bella se sentiu um pouco menos tensa.

– Acho que irei dormir. – Reneé falou para a filha já deitada. Bella com ajuda das amigas tinha acomodado sua mãe em sua cama. Colocou uma almofada sob a perna engessada com cuidado.

– Pode dormir.

– Acorde-me antes que o sol se ponha. Por favor, Bella.

– Tudo bem Renée. – Não queria contrariar a mãe.

– Bella temos que conversar sobre isso. – Elena insistiu quando voltaram para a sala.

– Ela só está em um surto, as coisas irão se acalmar. – Era o que achava.

– Mas eu vi a determinação do motorista. Foi uma tentativa de assassinato. E Bella por favor, aquele homem que esteve aqui ontem foi muito estranho.

– Você está se deixando ser influenciada.

– E eu estou tentando entender tudo isso. Sua mãe foi quase assassinada por um motorista louco e um estranho antes disso veio aqui? – Bonie perguntou. Bella não queria prolongar esse assunto e ficou calada. – É sério que esconderão isso de mim?

– Bonie, já comentei sobre a doença da minha mãe. Ela está em delírio e esse acidente foi apenas isso, um acidente, diferente do que Elena está achando.

– E os seus sonhos? Disse que sonhou com a vinda da sua mãe, eu me lembro disso. E tem também aquele sonho com o homem de olhos terríveis. Parece muito com aquele homem de ontem. – Elena estava convencida de que existia muita verdade em que Reneé dizia.

– Com toda a certeza não sonhei com aquele homem de ontem a noite, embora eles se pareçam de alguma maneira.

– Ok, agora é sério, comecem a falar! – Bonie se irritou. A única alternativa das duas foi falar tudo o que vinha acontecendo desde a chegada de Reneé a cidade.

Bonie parecia muito atenta a cada palavra dita pelas amigas e muito impressionada. Diferente do que Bella imaginava, a amiga não pareceu considerar que elas estivessem louca.

– E sobre os sonhos? – Quis saber.

– Esses sonhos sempre me acompanharam e são estranhos. – Neste momento as três estavam sentadas no chão em um semicírculo. – Vejo lugares que não conheço, pessoas que não conheço e em situações que nunca imaginaria. O mais estranho é que muitos deles acontecem. E fico o tempo todo assustada com a possibilidade dos sonhos mais estranhos que tenho acontecerem.

– Isso é incrível! – Bella assustou-se com a empolgação de Bonie.

– Bonie isso não é nada legal.

– Certo, a parte do homem de olhar malévolo e do motorista assassino não foi tão legal, mas o que sua mãe consegue fazer e a história de vocês... Bella, isso é sim incrível.

– Bem, não posso discordar dela. – Elena falou como se desculpasse.

– Não acredito.

– Porque você que é filha da Reneé e que conviveu com essas coisas, além de ter esses sonhos reveladores não acredita? Porque não acredita que algo a mais acontece entre nós depois do que vivenciamos ontem? – Elena questionou-a apaixonadamente.

– Exatamente porque eu convivi com a Reneé e vi o quanto ela poderia viver uma realidade paralela enquanto a sua família estava sendo magoada. – Seus olhos arderam com as lágrimas que reprimiu. Pensar em sua infância ainda lhe doía.

Tinha que dar um tempo naquele assunto, por isso foi para o seu quarto. Viu a mãe dormindo, parecendo tranquila. Bella teria que tomar uma decisão, não queria ser arrastada para a lama com Reneé. Ela teria que cuidar das duas, ser forte. Se não notasse uma melhora em Reneé, levaria a mãe para ser tratada.

Lembrou-se do seu pai, Charlie Swan. Ele amava muito a Reneé, tinha sofrido muito com a doença dela. Tentou de várias maneiras ajudá-la, com psicólogos até chegar em psiquiatras. Ele sempre estava ao seu lado, querendo saber o que precisava, até Reneé ficar mais arredia e sumir. Charlie ficou arrasado, tentou encontrá-la durante anos, mas não teve nenhum retorno verdadeiro. Reneé tinha desaparecido e levado a sua felicidade junto.

Desde então era apenas os dois, Charlie e ela. Charlie tentou, Bella sabia, mas ele nunca mais foi cem por cento. Não suportava ver como Charlie secretamente ainda esperava por sua mãe. Bella então o convidou para voltar ao Brasil, onde ele morou por muitos anos com seus pais. Charlie era filho de americanos, mas que viveram no Brasil. Quando ele terminou o colegial, voltou para os EUA para cursar uma universidade e conheceu Reneé. Em todas as oportunidades que tinham, no entanto, visitavam o Brasil. Por isso Bella sabia o português e já tinha tempo suficiente morando neste país para não saber a língua perfeitamente.

Seu pai não aceitou voltar com ela, mas ela não podia viver como ele. Ela queria mudar, não queria mais esperar a mãe. Queria ficar o mais distante possível daquelas lembranças. Estava disposta a uma nova vida. Tudo ia muito bem até aquele momento. Pegou o telefone e discou para o número de Charlie. Caiu na secretária telefônica.

– Pai, sou eu a Bella. Quero muito falar com você. A Reneé está aqui, aqui dormindo em minha cama. Isso é incrível, não é? Estou assustada, pai. Liga pra mim. – Pediu e ouviu o clique da secretária encerrando a ligação. Colocou o telefone no gancho e ouviu um ruído como se algum celular estivesse tocando.

Bella imediatamente lembrou-se do celular da mãe que tinha escondido para que ela não falasse mais com o tal Carlisle. Quando pegou o pequeno aparelho viu que era o mesmo homem quem estava ligando. O que ele poderia querer? Decidiu atender.

– Reneé, o que está acontecendo? Porque não atendeu durante todo o dia? – A voz falava em um inglês perfeito.

– Porque eu não permiti que ela continuasse falando com o senhor. Não permitirei que a use dessa maneira.

– Isabella?

– Sim, sou eu. E quero que saiba que Reneé foi atropelada, um motorista aparentemente louco avançou com o carro para cima dela que só teve chances porque uma amiga minha ajudou.

– Ela está bem? Como ela está? – A voz parecia preocupada.

– Ela está machucada, mas sem grandes danos. – Bella suspirou. – Por favor, mantenha-se longe dela. Cuidarei da Reneé a partir de agora. Se desaparecer prometo não envolver a polícia neste assunto.

– Bella, não pode ajudar a sua mãe. Não despreparada. Temo que esse motorista foi mandado. Eles devem ter descoberto que Reneé queria trazê-la, como disse a ela ontem e como ela os impediu, estão tentando tirá-la do caminho.

– Acha que alguém tentou matá-la?

– Sim.

– E o que eles querem? – Bella ficou intrigada.

– Você Isabella, eles querem você. – A voz disse pesadamente. Bella não queria, mas ficou um pouco impressionada com aquilo. – Imaginei que isso pudesse acontecer e enviei logo depois da partida da sua mãe, duais pessoas que poderão ajudá-las.

– Não precisamos de ajuda. – Bella voltou a realidade, afastando aquela sensação ruim que teve anteriormente. Ela não poderia se deixar influenciar também. Alguém tinha que se manter sã.

– Eles encontrarão vocês em breve. Até lá, permaneça em sua casa.

– Não preciso dos seus conselhos. Já disse, fique longe, tomarei conta da Reneé. – Bella desligou, escondendo o celular em seguida em uma de suas gavetas.

Como a sua vida pôde mudar em questão de horas? Ela parecia estar vivendo em um mundo paralelo, onde existia um continente submerso chamado Atlântida, um povo que descendia dele que eram os druidas e bebedores de sangue, anteriormente pessoas comum que foram amaldiçoados e se transformaram em vampiros. Ela tinha que lembrar de que aquilo tudo não existia. Na vida real aquilo era fantasia, ficção. Nada mal gostar dessas histórias, mas vivê-las como se fosse realidade não era saudável.

Quando voltou para a sala viu que suas amigas estavam preparando algo para comerem e ao sentir o cheiro sentiu fome. Já era final da tarde e só tinha tomado um precário café da manhã. Seu estômago roncou e foi ajudá-las na preparação. Depois de arrumarem a mesa para três pessoas Elena olhou para Bella em interrogação.

– Levarei algo para ela comer depois.

– Ela pediu que a acordasse antes do pôr do sol. Acho que está na hora. – Elena lembrou.

– Elena, acho que devemos deixá-la dormir um pouco mais. – Bella não estava disposta a alimentar aquela história de Reneé.

– Mas ela pediu Bella e você disse que faria. – Bonie a lembrou.

– Tudo bem. – Bella se deu por vencida e acordou a mãe.

Reneé ficou desperta imediatamente e procurou saber as horas. Bella se ofereceu para levar uma refeição para ela, mas a mãe disse que comeria com ela e as amigas. Quando Bella chegou à sala com Reneé apoiando-se nela, Elena foi ajudá-las e Bonie pôs mais um prato à mesa.

– Tenho que reforçar o que fiz ontem. – Bella rolou os olhos enquanto Bonie ficou atenta.

Elena caminhou com René por todo o apartamento enquanto ela lançava um reforço de feitiço de proteção para aquele lugar. Nenhum vampiro entraria. Quando acabou sentaram-se todas à mesa. Enquanto comiam Bonie fazia perguntas a Reneé sobre os druidas, perguntas que eram respondidas com toda boa vontade.

Quando todas acabaram, Bella recolheu os pratos da mesa. Suas duas amigas foram fisgadas e estavam conversando sobre o mundo fantasioso que Reneé criara para si. Bella começou a lavar a louça e ouviu a campainha tocar. Olhou para as três sentadas e todas estavam em alerta, se entreolharam e olharam para a porta.

– Será...? – Elena disse lembrando-se do homem da noite passada.

– Parece que o interfone perdeu o seu valor assim como os porteiros. – Bella dirigiu-se a porta para olhar através do olho mágico.

– Não atenda. – Reneé avisou levantando-se com dificuldade.

– Só olharei pelo olho mágico. – Afirmou. Elena ajudou Reneé a se aproximar de Bella enquanto ela verificava quem estava à sua porta. Viu dois homens bem vestidos do outro lado. – São dois homens desta vez.

– Afaste-se da porta Bella. – Reneé pegou-a pelo cotovelo e recuou com ela.

– Reneé? – Uma voz fez-se ouvir.

– Quem está aí? – Reneé perguntou.

– Reneé está tudo bem, sou eu, Stefan. – Reneé respirou mais aliviada e abriu a porta.

Elena tinha se afastado de Reneé e ficado a um passo atrás dela do seu lado direito, enquanto Bella estava do seu lado esquerdo. Bonie tinha se aproximado e estava um pouco atrás delas tentando enxergar tudo. Um homem de estatura mediana, cabelos negros, cortados baixo estava parado de frente para ela. Seus braços estavam mantidos paralelamente ao seu corpo, seu rosto levemente mantido para baixo, deixava seu olhar de olhos claros mais profundos. Estava vestido com roupas escuras o que o deixava mais misterioso.

O outro estava com o braço esquerdo na parede do lado de fora do apartamento, mantinha a cabeça descansando displicentemente em seu braço. A outra mão estava dentro da calça, suas roupas também eram escuras. Os cabelos mais lisos do que os do outro, não dava para ver mais nada, a não ser que era consideravelmente mais alto do que o seu amigo e tinha um belo corpo.

– Viemos ajudar você. – O homem que estava de frente para elas falou.

– Não é emocionante ter a cavalaria ao alcance? – O outro falou e ergueu a cabeça olhando para cada uma delas.

Ele também tinha olhos claros e para Bella parecia sobrenaturalmente belo. A expressão em seu rosto era de desdém e talvez de tédio. Talvez aquilo o deixasse mais bonito ainda.

– Oh Reneé, você está horrível. – Ele disse olhando para a sua mãe.

Foi quando Bella notou que os dois eram incrivelmente pálidos assim como o homem da noite passada. Notou também que suas amigas assim como ela estavam de certa forma hipnotizadas por eles. E que ele parecia familiar... Um estalo em sua memória destravou a lembrança. Aqueles olhos, ela os tinha visto várias vezes... Ele era o homem de olhar terrível que grunhia para ela. Era ele!


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