Todo O Mal Que Há escrita por Camila J Pereira


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Este é um dos capítulos que mais gostei de escrever.
A história está sim gahando um caminho interessante e os personagens estão crescendo e nos mostrando pedaços de sua história e porque não 'alma' a cada capítulo.
Espero que gostem e deixem suas impressões.
Beijos.



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Não estava ainda com cabeça para certas coisas, como por exemplo, para o café da manhã que pouco tocou. Depois de fingir comer qualquer coisa, voltou a subir em direção ao quarto do Emmet. Ele estava com Alice e conversavam de maneira descontraída. Ele riu de algo que a miúda falou.

– Não é muito cedo para você ou devo dizer que é tarde? – Bella perguntou ao entrar. De alguma forma, não conseguiu atravessar pela porta, estava sentindo como se interrompesse algo.

– Estou indo agora. – Ela deu um beijo no rosto do Emmet e por um segundo Bella se achou louca por notar que havia algo ali. – Cuide-se Emm. Até logo Bellinha. – Falou já abraçando Bella e sumindo em seguida. Ela ainda deveria se acostumar com aquela velocidade.

Bella aproximou-se da cama de Emmet e ele endireitou-se, sentando-se mais confortavelmente. Ele segurou a sua mão e ela sorriu com aquilo.

– Estava prestes a perguntar se você estava bem, mas pelo que posso julgar dos seus sorrisos, está bem demais. Talvez seja por causa da Alice.

– Ela é ótima. – Disse simplesmente. – Sinto muito por Bonnie. – Era uma lembrança amarga, muito amarga. – Senti sua falta. – Ele falou mais baixo e um pouco tímido agora.

– Eu também senti a sua. – Bella sorriu carinhosamente para ele.

Emmet estava com algumas escoriações, e sentia dores por todo o corpo por conta da pancada, mas estava bem. O problema maior foi que se sentiu culpado pela morte de Bonnie, o que todos deixaram claro para ele que não. O que Bella achava era que tudo tinha sido culpa do Caius e que ele estava tentando amedrontar a todos.

– Já estou pronto pra outra. – Piscou.

– Espero que não passe por outra dessas.

– Na verdade, estou bem atrás de uma oportunidade cara a cara com esses vampiros. Arranco a cabeça deles. – Emmet voltou a ter o brilho nos olhos, ele realmente gostava de uma boa briga.

– Andei falando algo parecido. – Admitiu Bella.

– Então tem certeza de que foi Caius?

– Ele já nos agrediu uma vez. Mas ele foi longe demais. – A morte de Bonnie não seria perdoada tão facilmente por Bella, estava decidida a lhe dar o troco.

Bella não se demorou, sua cabeça estava cheia e a ansiedade de poder fazer algo a consumia. Ela começou a sua rotina de aprendiz e ficou focada nas suas atividades. Próximo do almoço descobriu que precisava acelerar aquele processo. Foi então à biblioteca novamente e tentou achar algo que parecesse eficaz, algo que pudesse utilizar naquele momento contra o Caius. Pegou tudo o que citava vampiros.

Basicamente tudo o que estava escrito foi o que todos ali já haviam lhe dito e o que percebeu em suas visões. Vampiros se alimentavam de sangue, era o que os tornava fortes, eles tinham velocidade, aumento de percepção, eram fortes, podiam usar telepatia – cada um com o seu desenvolvimento próprio -, os mais antigos podiam mover objetos – isso tudo porque pensa-se que quando a maldição foi evocada, uma parte dos poderes druidas de alguma forma foi passada para eles, como um traço de DNA. “Beleza”, pensou Bella. Fora a fraqueza da exposição ao sol, parecia que eles tinham todas as vantagens. Com certeza aquilo foi outra coisa que a Isadora não havia pensado.

Bella esfregou as têmporas, querendo daquela maneira, aliviar a sua tensão. Desde que se meteu naquilo havia enfrentado todo tipo de coisas. Mas os assassinatos, principalmente o de Bonnie estava engasgado. Caius prestaria contas daquilo, cedo ou tarde. Mas cedo... Cedo seria interessante. Dentre os livros que pegou, tinha um que falava sobre feitiços de proteção. Ela leu sobre o feitiço que sua mãe havia feito em seu apartamento naquele primeiro dia. Ela tentou gravar as palavras, tentou deixá-las registradas em sua mente.

Quando achou que não mais se esqueceria das palavras, voltou-se rapidamente para outra questão. Imaginou se poderia usar a telepatia. Respirou fundo e tentou relaxar na cadeira, pensou em Damon. Lembrou-se de como ele parecia cansado quando foi conversar com ela ali mesmo na biblioteca. E como sempre ficava irritado com ela, sabia que a sua reação era porque ela sempre deixou claro que conhecia o tipo dele. “Ok, se vamos fazer isso, vamos fazer direito. Damon.” Começou chamando-o com sua voz mental. “Damon.”

Algo inesperado a arrebatou. Viu-se no quarto do hotel em que ficaram quando chegaram à Nova York. Estava escuro, mas ela conseguia ver perfeitamente e ela se via nos olhos de outra pessoa. E o cheiro, o cheiro era saboroso e além de dar um prazer físico lhe vazia salivar. “Doce, tão doce...” Era a voz de Damon em sua mente. Deu-se conta de algo extraordinário, ela estava na mente, nas lembranças de Damon. E logo que percebeu isso, tudo foi interrompido e abriu os olhos abruptamente.

– Muito real... Isso foi real... – Balbuciou para si mesma, sentindo a sua respiração irregular.

Damon apareceu em sua frente como um raio. Bella sobressaltou-se, seu coração estava acelerado e sabia que muito provavelmente ele estava ciente disso. Pelo olhar cerrado, lábios apertados, sabia que ele estava mal humorado.

– O que você pensa que esta fazendo? – Ele falava baixo, mas sua raiva estava tão condensada em volta de si que Bella hesitou. Ele não podia estar falando do chamado que ela fez. – Perdeu a língua? – Foi o bastante para Bella se irritar com a maneira que ele falava com ela.

– O que deu em você?

– Você entrou em minha cabeça. Nunca entre em minha cabeça, não leia os meus pensamentos. Nunca, nunca.

– Eu não...

– Imaginei que fosse você, o que espera encontrar? – A raiva não saia da sua voz e aquilo a estava enlouquecendo.

– Só estava tentando chamá-lo. – Ela ergueu-se para diminuir a distancia de altura entre os dois. – Não precisa ficar irritadinho, afinal de contas aquilo não foi nada. Não foi como se eu descobrisse um segredo seu. – Ele grunhiu.

– Diabólica. – Bella abriu a boca surpresa, pois nunca imaginou ser chamada assim.

– Pretendo esquecer essa sua cena se me ouvir. – Aquilo não pareceu soar muito bem aos ouvidos dele que ainda soltou algumas palavras impróprias antes de parar para ouvi-la.

– Vamos esquecer isso, não é? – Falou cínico. – O que você quer? - Damon puxou uma cadeira e sentou, mas sua raiva ainda estava ali. Perto o bastante para Bella sentir.

– Quero que veja o seu ‘amigo’. – Era o máximo que ela arriscaria falar ali.

– E ainda estamos nisso? Acredito que esteja me confundindo com outra pessoa. – Bella teve certeza de que ele sabia de quem estava se referindo: Caius.

– Que tal pararmos com essa farsa e poupar a minha paciência?

– Ou? – Ele ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços na altura do peito. Bella apoiou as mãos espalmadas na mesa entre eles e debruçou o corpo em sua direção mantendo seus olhos na altura dos dele.

– Ou no mínimo, arranco todas essas memórias que quer tanto preservar. – Damon levantou irado.

– Você não tem o direito! – Apontou o dedo em riste para ela. Bella não vacilou e Damon suspirou vencido. – Tudo bem. – Ele abaixou o dedo. – Já que aparentemente me tornei o garoto dos recados. Qual será o recado? – Ele sorriu forçado.

– Que quero um encontro.

– O que?! Você está mesmo louca? Não! Isso não vai acontecer.

– E porque não aconteceria, Damon? – Ele colocou as mãos na altura da cintura e andou em círculos. – Damon, eu preciso que faça isso e preciso que faça já. Hoje.

– Não vai acontecer. – Ele parou em sua frente, estava completamente incomodado.

– Eu tenho um plano. – Mentiu.

– De suicídio? Você não está pronta e é claro que pretende ir sozinha já que me pediu isso.

– Não preciso de você me dizendo o que fazer. Preciso que dê o recado. – Exigiu.

– Então arrume outro. – Ele virou e já ia se afastando quando ela correu para pará-lo, ficando em sua frente.

– Eu posso entrar em sua cabeça. – Ameaçou.

– Pois entre na maldita da minha cabeça e arranque todas as miseráveis lembranças que eu tenho e espero que se sinta feliz com elas mais do que eu. – Ele falou em seu rosto.

– Eu ainda posso falar com os outros sobre você. Carlisle adoraria. – Por um momento ele parou para olhá-la.

– Faça isso. – Falou no que pareceu desprezo para ela.

– Damon...

– Nós acabamos aqui. - Ele se foi mais rápido do que ela pôde protestar.

– Bella, filha. – Renée estava na biblioteca chamando-a.

– Aqui. – Bella respondeu e a sua mãe apareceu entre as prateleiras e se aproximou.

– Você sumiu e não apareceu para o almoço.

– Apenas pesquisando. – Bella sorriu tentando aparentar suavidade.

– Mas precisa se alimentar.

– Claro. – Bella não estava com disposição para discutir sobre sua alimentação naquele instante.

– Filha, sabemos agora que Elena terá alta amanhã. – Aquilo fez Bella sorrir.

– Isso é muito bom.

– Sei que está muito preocupada com ela, mas faremos com que ela vá para casa com segurança.

– Eu não acho que ela queria ir. – Bella falou.

– Não? – Bella fez um gesto com as mãos para indicar que era um assunto sem importância, mas tinha importância. Elena não iria embora agora, ela sabia, por ela, por Bonnie e por Stefan. Aquilo era muito óbvio.

– Renée diga-me uma coisa: Você usa a telepatia, não é? Já a vi fazendo isso com o Stefan e Damon.

– Sim. Qual a sua dúvida?

– Você consegue alcançar as lembranças de outros?

– Não, apenas comunicação telepática. Como um telefone. – Aquilo a intrigou.

– Aconteceu isso com você? Teve acesso a lembranças de outras pessoas no momento em que estavam lembrando?

– Acho que sim.

– Isso é fantástico. – E novamente a sua mãe estava com aquele olhar de total admiração, ela não se acostumava com aquilo.

– Diga isso para a pessoa que tem a sua mente invadida.

– É algo que pode controlar.

– Imagine, mais uma coisa... – Bella pensou alto.

– Precisa comer, isso ajuda, sabia? – Falou como uma mãe e arrancando um sorriso de Bella.

Bella alimentou-se não muito bem, sua mente vagueava por outras cosias. Pensava como havia alcançado as lembranças de Damon e se perguntou por que ele estaria lembrando-se daquele dia em Nova York. Não podia mentir para si mesma, também voltou a pensar naquele dia outras vezes.

Mas Bella deveria concentrar-se em Caius. Sabia que estava agindo com uma louca, mas queria ter uma confissão dele sobre a morte de Bonnie. O que iria fazer se ele fosse realmente culpado, não sabia, mas faria com que ele sofresse um pouco se pudesse. Não havia o que fazer naquele momento, apenas ir para o seu próximo compromisso do dia.

– Você andou se perguntando por que a sua mãe se curou tão rápido do ferimento na perna depois que chegou aqui. – Kebi estava em pé de costas para ela, procurando por algo em suas muitas prateleiras. Sua mão estava erguida, os dedos dançando no ar enquanto ela passava pelos frascos.

– Sim. – Respondeu analisando novamente aquele ambiente. Ali sim fazia alguma alusão ao que os livros e filmes relatavam sobre bruxas. Havia coisas estranhas nos potes e Bella pensou que não gostaria de ver algo como aranhas ou morcegos ou qualquer órgão de algum animal. Pelo menos até o momento não viu nada daquilo.

– Aqui está. – Ela pegou um frasco. – Isto tem um efeito curativo extraordinário. – Kebi virou-se para Bella e caminhou até onde ela estava sentada. Aquele salão era usado apenas pro Kebi e os discípulos. – Veja. – Kebi entrou o frasco com um tipo de erva.

– Desculpe, isso parece tão... Clichê. Faz-me pensar em caldeirões. – Kebi sorriu levemente.

– Os druidas são amigos da natureza, aprendemos a usá-la a nosso favor. Todo o nosso poder advém dela. – Kebi sentou-se em sua frente, na bancada estavam vários livros e outros tantos frascos e plantas. – Para deixar mais claro, o seu incrível poder de telecinese, de ver o passado, presente e futuro, telepatia que já estão aflorando em você, todo esse poder é extraído da natureza. – Bella pensou também em sua mais nova aquisição: Violar a mente alheia. – Precisamos das plantas, da terra, dos minerais, do ar, da água, do fogo... E sim, podemos misturar tudo isso, mas não temos caldeirões aqui. Bem que queria.

Bella nunca imaginaria que ficaria tão entretida ao ouvir sobre tudo aquilo, mas ficou e surpreendeu-se quando teve que partir. Kebi também adorou estar ali com ela, mas sentia-se ainda aflita sobre estar tão em cima da hora. Temia assim como muitos de que Bella não ficasse preparada antes do fim.

– Desculpe. – Bella esbarrou em alguém quando saia da sala de Kebi. Ao olhar para cima, encontrou com os olhos azuis de Damon. – É você.

– Decepcionada? – Bella não respondeu, apenas desviou e começou a andar. Damon segurou-a pelo cotovelo. – Espere. – Ela não estava esperando aquilo e por isso esbarrou novamente nele com o movimento. Damon a manteve perto, perto demais para ela, mas parecia que ele não se incomodava. Sentiu o olhar dele sobre ela, tão intenso quanto no sonho. Porque volta e meia lembrava-se desse sonho? – Exagerei mais cedo. – Ele pigarreou. – Você me pegou desprevenido e estava sonolento. Fiquei de mal humor.

– E essa será toda a sua desculpa. – Não queria ter falado aquilo em voz alta, mas não se conteve. – Desculpe, eu acho que também estou de mal humor. Desculpe por tê-lo acordado e entrado em sua mente. Céus, falar isso em voz alta me faz parecer uma extraterrestre. – Bella sobressaltou-se pelo som do riso de Damon. Era o riso mais sincero que ela tinha visto no seu rosto. - Mas ainda preciso daquele encontro. – Bella falou um pouco mais baixo, como se os vampiros que estivesse por perto e quisesse escutar não o fariam. Damon interrompeu o riso no momento que ela disse aquilo.

– Você é tão teimosa... - Bella iria responder, mas algo a interrompeu. Era uma voz, sussurrante e excitante. Vinha direto de sua mente. Ela parou para escutar novamente. – O que há?

– Silêncio. – Ela pediu.

“Bella. Oh minha querida, Bella.” Aquela voz era tão bonita.

Sim, ela estava escutando mesmo alguém chamando por ela. Fechou os olhos e concentrou-se na voz. Não foi difícil alcançar aquela voz, mas não esperava ver Isabel com trajes da época em viveu na mente dessa pessoa.

“Bella, precisamos conversar. Dê-me essa dádiva, minha querida, suplico.”

Bella arfou, “Caius?”.

“Para sempre seu.” Bella viu através daquela mente Isabel conversando com Carlisle em um jardim. Era tão colorido que não poderia sentir-se menos encantada como a garota que via ali. Imaginou como seria ver cada flor, uma por um que existia ali. Caius observava os dois, por isso ela estava vendo aquilo. Algo que aconteceu há muitos anos.

“Encontre-me hoje à noite. Você saberá o local e hora.”

“Alegra-me tanto, estarei ansioso esperando pelo momento.”

“Espero que aproveite a alegria, Caius.” Ela abriu os olhos e imaginou se poderia colocar uma barreira em sua mente para que ele não a alcançasse antes que quisesse isso.

– Algo preocupante? – Damon a despertou dos seus pensamentos. Teve noção novamente do corpo firme junto ao seu. Ele ainda a segurava perto dele.

– Não precisarei mais da sua ajuda, afinal.

– O que isso quer dizer?

– Que afinal não precisei de recado. E o encontro está marcado para hoje. – Bella afastou-se de Damon que estava perplexo. Ela o deixou ali parado e foi encontrar-se com Carlisle.

Tinha combinado com ele na sala de reunião que a tinham levado na primeira vez que desceu ao subsolo. Estava um pouco temerosa em se perder, mas parecia que era guiada. Logo estava em frente a porta que foi aberta com sua presença. Ela entrou.

– Você me ajudou a vir. – Ela constatou ao olhá-lo tão imponente ali de pé a sua espera. Ele apenas sorriu e vez uma mensura para que ela se aproximasse. Ela o fez, bem devagar, sentindo que havia algo de profundo e íntimo entre os dois. Muito de sua história ainda estava encoberta por sua memória, mas sentia. – Carl. – Ela se ouviu novamente chamando assim. – Desculpe-me, eu não sei por que te chamo assim.

– Porque sempre me chamou e não precisa desculpar-se por isso Isa. – ‘Isa’, aí estava novamente. Ela olhou novamente para aquele belo rosto de uma beleza quase nórdica, e viu aquele jovem humano de antes. Ela se culpou mais uma vez por aquela maldição.

– O que aconteceu? Você não deveria...

– Shiii.... – Ele tocou em seu rosto e ela sentiu a frieza de seus dedos em contraste com o calor de sua própria pele. – Todos nós fizemos nossas escolhas. Eu fiquei ao lado do meu pai quando aconteceu e não pude ser salvo da maldição.

– Eu deveria ter parado. Porque eu agi assim?

– Bella, você estava arrasada pela dor.

– Não pode ser tão complacente assim. – Ela se afastou dele.

– Você lembrará se for preciso.

– Esperava que você me dissesse. – Admitiu. – Éramos amigos. Não éramos? – Ele assentiu. – Havia aquele jardim, lindo. – Ele franziu o cenho com aquela revelação.

– Mais visões? – Ela ficou desajeitada de repente. Não podia falar sobre Caius, ainda não. – Era o jardim da minha casa. Você o adorava.

– Éramos... – Bella ficou tímida ao pensar em falar aquilo, mas queria saber. – Tínhamos mais do que amizade? – Ele sorriu.

– Não. – Carlisle colou as mãos nos bolsos da calça. – Mas eu tentei algo sim. – A sua sinceridade a fez corar. – Talvez você descubra isso em sua próxima visão então acho melhor contar logo o que não me faz me sentir menos embaraçado. – Bella não sabia o que dizer. Carlisle era extremamente lindo, como um deus grego. Além de sua beleza, era a pessoa mais tranquila e transparente que já havia conhecido e isso já era motivo suficiente para ela considerar algo com ele, mas ela não considerou no passado. – O seu silêncio aumenta mais o constrangimento.

– Desculpe-me. Eu sinto muito, eu não queria... – Ele sorriu.

– Porque não senta um pouco? – Ele indicou uma das cadeiras e depois que ela estava já sentada também se acomodou em outra. – Não sou nenhum druida, mas já estive com muitos durante esses anos. Descendentes perdidos pelo tempo. Estou aqui para que você saiba controlar o dom que tem e usá-lo da melhor maneira possível.

– Contra o seu pai? – Carlisle abaixou os olhos brevemente antes de voltar a encará-la. – Não estou dizendo que posso machucá-lo, mas se eu puder e for inevitável, estaria preparado para isso?

– Sentirei a dor da perda, mas será uma dor mais reconfortante do que essa que sinto agora. Afinal, eu perdi o meu pai há muitos anos e o perco todos os dias um pouco mais. Você tem o poder de machucá-lo sim, e se isso acontecer eu terei uma perda definitiva.

– Carlisle, eu darei uma vantagem para vocês... De alguma forma farei isso.

– Só precisamos pará-los, Isa. Eles odeiam os humanos, não têm nenhum respeito por eles. Estão todos em perigo.

– Então vamos pará-los.

Carlisle praticou com ela, fez com que ela usa-se a sua telecinese, controlando-a. Era uma prática exaustiva e quando ele percebeu que ela estava esgotada, a liberou. Bella não queria parar antes de pelos menos dominar aquele dom.

– Não deve pensar que poderá dominar seus poderes em um único dia. Deve descansar agora. – Ela teve que ir.

Antes de ir para seu quarto, passou na biblioteca e pegou um exemplar. Era algo como o básico da magia e como dominá-la. Ela acendeu a luz do seu quarto e deixou o livro em sua cama indo direto para o banheiro. Saiu minutos depois com uma toalha enrolada em seu corpo e encontrou com Damon sentado em sua cama com as pernas estendidas sobre ela, os pés entrelaçados. Estava confortavelmente recostado em seus travesseiros lendo o livro. Olhou para ela casualmente.

– Mas que merda está fazendo aqui? – Ela tentou encobrir-se um pouco mais cruzando os braços na altura dos seios. Ele apenas a olhou estudando-a o que a deixou mais vermelha. – Você não pode entrar no quarto dos outros assim. Eu poderia... Eu poderia...

– Estar nua? – Os olhos deles demoraram-se pelo seu corpo.

– O que você quer?

– Dizer que uma vez que não poderei tirar a ideia do encontro desta noite de sua cabeça, irei com você. Precisará de ajuda para sair sem ser notada. Você pode me agradecer depois. – Ele sorriu de lado.

– Agora você quer me ajudar? Ou quer garantir algo?

– Pela última vez, não estou trabalhando para o outro lado. Você pegou o vampiro errado bruxinha. – Ele falou ‘bruxinha’, mas não de maneira debochada. – E se tivesse mesmo certeza de que sou eu, sabemos que já teria feito algo. – Aquilo era verdade. Não tinha plena certeza de era Damon, apenas sentia que ele escondia algo dela. Ele pôs o livro de volta sobre a cama e ergueu-se graciosamente caminhando em direção a ela. – Quando saímos?

– O que esconde, Damon? – Ele sorriu incerto agora, mas não deixou de ser charmoso.

– Nada. – Ele já estava diante da porta quando Bella piscou. – Esteve com o Carlisle hoje.

– Sim. – Bella achou aquilo estranho, não exatamente a pergunta, mas o tom que foi feita. Não sabia o que pensar sobre aquilo.

– Lembrou-se de algo mais?

– Não. – Bem, não tinha lembrado, mas Carlisle tinha revelado. Sabia que Damon não estava interessado em sua vida amorosa, por isso, não seria relevante para ele aquilo. Ele suspirou. – Te encontro nos fundos da casa daqui a 15 minutos?

– Ok. – Ele saiu sem dizer mais nada.

Bella apanhou de sua cabeceira, o colocar que tinha deixado ali. “Isadora de Powys”, leu novamente.

– O quanto ainda tenho para descobrir?


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