Todo O Mal Que Há escrita por Camila J Pereira


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Garotas, estou aqui novamente.
Esse capítulo foi um pouco difícil, apaguei e reescrevi algumas vezes para ficar legal.
Acho que ficou. :)
Ansiosa por suas observações. Comentem e me façam feliz.
;)



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– Há quanto tempo está aqui? – Não se deu o trabalho de olhar para seu interlocutor e nem mesmo de responder. Houve uma inquietação. – Sabe que não precisa ficar. – Um suspiro longo. – Vamos, volte comigo para casa.

– Deixe-me. – Disse se afastando. Estava escuro e uma brisa gelada passava vez ou outra agitando as folhas das grandes árvores do espaçoso pátio do hospital.

– Carlisle pediu para que você voltasse comigo. O meu irmão está aqui e tenho certeza absoluta de que não sairá de perto dessa sua amiga humana. – Sentiu como ele deu um toque de desprezo a palavra humana.

Sim, eram humanas, por isso elas sentiam tanto, como estava sentindo naquele momento. Mas também havia a percepção que não era nada comparada a que os vampiros pareciam possuir, mas existia. O que a sua percepção revelava? Damon não era confiável.

E havia a parte mais dura e cruel, mesmo que desde sempre estivessem se deparando com este fato. A humanidade torna-os vulneráveis, há as doenças, das mais brandas às mais graves que faz sofrer tanto a pessoa cativa do mal quanto as que te rodeiam. E quando o fim chega, existe toda a dor da perda e saudade, mas mais horrível do que isso é quando a morte visita entes queridos de maneira tão traiçoeira como um acidente.

– Já disse para me deixar em paz. – Não o queria por perto, não queria ouvir a sua voz, olhar para o seu rosto.

– Não ache que gosto de estar aqui bajulando você. – Virou para ele com raiva. – Elena está se recuperando muito bem, mais uma noite aqui e ela estará segura na mansão junto com todos. Stefan está aqui com mais dois dos nossos. E Emmet... – Ele fungou mal humorado. – A essa hora já estará em sua cama muito bem seguro. O que quer mais?

– Quero que a pessoa que fez isso pague com sua vida, ou existência. – As palavras soltaram dos seus lábios cerrados de maneira ácida deixando um gosto amargo na sua boca. Notou como a veia da sua têmpora começou a pulsar mais intensamente enquanto seus olhos estreitavam-se.

– Conseguirá isso permanecendo aqui? Já se passaram três dias, três dias inúteis, você ainda não sabe nada, está no ponto em que chegou. – Inúteis? Ele não entendia, não conseguia? Mas Bella fez o favor de ignorar essa parte de seu discurso.

– Desde quando se importa com o que aprendi aqui ou não? – As mãos dele fecharam-se tensas e uma ira muda atingiu o seu rosto.

– Você não me conhece.

– E nem você a mim.

– Ótimo, porque não estou surpreso? Fique aqui, minguando por alguém que não precisa mais, tanto a viva, como a morta. – O tapa foi certeiro, mas ele não deve ter sentido nada. Enquanto a sua mão estava em brasa o rosto dele pouco se moveu.

Sentiu suas mãos duras em seus braços, machucando-os e a fria parede em suas costas. Damon grunhia e seus lábios estavam cheios de blasfêmias.

– Solte-me. – Exigiu fraca.

– Se quiser mesmo vingar a morte de sua amiga terá que trabalhar para isso e não perder tempo aqui.

– Bonnie morreu porque queria estar perto de mim, o pouco que posso fazer é ficar perto da Elena. – Bonnie não tivera escapatória, assim como o motorista do caminhão que provocara o acidente. Ela bateu com a cabeça e morrera. Tinha chorado por horas, pela a sua amiga alegre, a que estava sempre querendo novidades, a mais divertida. Seu pai veio até ali para reconhecer e buscar o corpo da filha. Foi terrível aquele momento. – E você não deveria estar falando essas coisas, justo você! – Soltou-se dele e se afastei. Você, você sabia. – Acusou-o finalmente. Damon já estava esperando por isso desde o momento que a notícia foi dada a ela.

– Ouvi as conversas por telefone, não pedi por uma audição poderosa. – Gracejou.

– Antes disso você já sabia, já chegou para mim na biblioteca sabendo. Foi isso que te tirou o sono? – Uma pessoa passou por eles, saúdo-os, mas não responderam. Encaravam-se bravos e magoados.

– Vamos para casa, precisa descansar. – Damon parecia ainda irritado, e confuso.

– Damon. – Chamou-o em busca de uma resposta dele. – Não negou o que eu disse.

– Você parece saber bastante bem sobre as coisas. – A lasciva estava em sua voz, mas parecia também magoado. A sua confusão confundiu-a também.

– Preciso avisar a Elena.

– Ela já sabe que vai embora e acha que é o melhor. Além do mais... – Damon pareceu parar para escutar algo, olhou rapidamente para cima, para a ala em que a minha amiga estava para depois retornar a olhar para ela um pouco mais brandamente. – Ela parece entretida com o meu irmão. – Ele sorriu malicioso. – Parece que não é a única humana imprudente.

A única coisa que restava era seguir com ele até a mansão. Aquilo ainda incomodava e talvez nunca passasse, estar perto dele com essa suspeita. Ele estaria envolvido? O seu silêncio pareceu confirmar tudo, mas Bella também não parava de considerar que talvez estivesse apenas implicando com Damon.

Sim, os humanos, como ele mesmo dizia, poderiam ser tanto bons como maus. Os lados poderiam misturar-se facilmente, humanos eram complexos. E então, o que poderia dizer sobre os vampiros? Não, algo não estava certo, podia sentir.

– Porque fez isso? – Damon pareceu surpreso pelo rompimento do silencio. – Porque os trai? – Foi incisiva.

– Porque chegou a essa conclusão de que eu os estou traindo?

– Apenas me responda. – Insistiu teimosamente.

– Não tenho nada com este acidente, se é isso que quer saber. – Resolveu responder.

– Mas não quer dizer que não tenha sabido dele antes.

– Se tem tanta certeza de que sou o espião do Caius, porque então não faz algo sobre isso? – Ele desafiou novamente com raiva. Bella sentiu que o carro ganhava mais velocidade.

– Talvez faça isso. E que prazer terei quando ver sua cabeça rolar. – Aquilo era muito novo para ela; Bella nunca, nunca tinha sido tão horrivelmente vingativa e cruel. Viu os nós dos dedos dele ficarem brancos de tanto que apertavam o volante e o zunido do carro aumentava assim como sua velocidade.

– Mal posso esperar para satisfazê-la. Já que você é a minha criadora, tem o direito de ter nas mãos a decisão do meu fim.

– Eu não sou sua criadora, não fui eu quem te mordeu e transformou.

– Ah não, claro que não. – A zombaria e a lasciva estavam estampadas em sua voz. Seu riso era mordaz. - Morder, beber do sangue de alguém deve ser muito repugnante para você. Carlisle me transformou e eu pergunto: quem transformou Carlisle? – Aquilo foi pior do que um tapa na cara, foi na alma. Ele tinha revidado ainda muito pior do que o tapa que lhe deu.

Seu coração ficou oprimido e todo o seu corpo era gelo. Sentiu sua garganta fechar e os olhos enxerem de lágrimas. Ele verbalizou em alto e bom som aquilo que vinha pensando cada dia com mais frequência: “Eu era a culpada de tantas e tantas mortes de inocentes. Cada pessoa que um vampiro assassinava, era também meu assassinato.” Bella tinha a plena certeza de que suas mãos estavam sujas de sangue, ainda mais do que as deles. Novamente viu o galpão repleto de corpos, aquilo era obra sua.

– Droga! Mas que droga! – Damon tinha encostado o carro e só tinha percebido quando ele voltou a falar. – Não deveria ter... – Ele começou a se desculpar, mas foi interrompido pela súbita saída de Bella do carro. – Ei! – Ela não completou três passadas quando ele a alcançou. Sua mão estava no cotovelo dela, retendo-a. Recebeu um safanão, mas não foi liberta. Só sentiu que estava soluçando quando começou a falar.

– Eu vi os corpos, todos mortos. – Soluçou.

– Do que está falando? – Damon a segurava pelos ombros, encostado ao seu corpo.

– Os primeiros vampiros, que vocês chamam de mais antigos. Todos sedentos de sangue, eles os mataram. Eu os matei. – Concluiu ainda com uma torrente de lágrimas no rosto.

Damon estava com um vinco na testa. Nada de divertido ou malicioso estava em seus olhos claros. Por um momento Bella achou aqueles olhos lindos, únicos. Damon não era um vampiro para se confiar, sempre a deixava inquieta e muitas vezes perturbada.

– Você... Não, não os matou. – Falou incerto, mas ela sentiu que ele tentava ser solidário. Damon solidário? A ela? – Não devia ter dito aquilo. – Algo novo aconteceu, seus polegares começaram a massagear os estreitos ombros de Bella em movimentos circulares.

Não conseguiu evitar de se sentir bem, mas não sabia o que aquilo significava. O que era aquilo? De repente, eu não se sentia mais tão incomodada com a sua proximidade. Os dedos dele nos seus ombros estavam proporcionando certo prazer, um conforto. Damon agora olhava para a sua pele, onde tocava. Sentiu um arrepio quando viu que seus olhos subiam devagar até o a altura do pescoço. Sua pele estava arrepiada e sentia um frio no estômago quando seu polegar roçou o pescoço indo ao queixo. Damon era lindo, isso era inegável, mas... Tinha uma ‘mas’ e sentia dificuldade de lembrar.

– Eu... – Balbuciou tentando fazer o cérebro funcionar. Logo percebeu que não tinha sido uma boa ideia. Isso tinha chamado a atenção dele para seus lábios.

Isso não podia continuar. Estava em luto, sua amiga estava morta. Isso tudo aconteceu por causa de vampiros. Vampiros com os quais suspeitava que Damon estivesse envolvido. Era isso, Damon não era confiável.

– Lamento por essa cena. – Bella fungou, já dominando seus sentimentos e secou as lágrimas com os dedos. Ela se afastou dele o mais educadamente que pôde. Damon pareceu acordar de um possível torpor. – Devemos ir para a mansão. – Bella entrou no carro sem dar mais nenhuma palavra. Logo depois ele fez o mesmo. - Gostaria de encontrar com o Carlisle agora se possível. – Disse quando chegaram. Damon ficou um pouco apreensivo.

– Vamos. – Ele a conduziu até uma sala na parte subterrânea da casa.

Carlisle estava lá, foi o primeiro que viu, louro, alto, imponente. Ao mesmo tempo possuía aquele olhar dócil e compreensivo. Ao redor dele, outras pessoas, ou vampiros calaram-se e olharam para os recém chegados, ou melhor, para ela. Bella tinha muita consciência disso. Alguns estavam sentados, outros em pé, mas todos os olhos estavam ali. Achou que reconheceu um que fazia a ronda quando havia chegado. Encontrou nele o olhar de reconhecimento.

– Perdoe-nos Bella, estávamos apenas conversando. – Carlisle aproximou-se segurando a sua mão, mas dando mais uma olhada ali, tinha certeza de que não era apenas uma conversa.

– Pediu para que viesse.

– Estava há muito tempo lá. Não era necessário. Não te faz bem. – Sabia que não era apenas esse o motivo.

– Agora estou bem. – Confirmou. Damon estava de braços cruzados na altura do peito e encostado em um canto na parede. Ele também olhava para ela agora, mas não possuía um olhar curioso como os outros.

– Excelente. – Carlisle deu alguns passos e a levou junto. Sem muita certeza de que queria isso, percebeu que foi levada a um ponto em que todos poderiam vê-la sem problemas. – Espero que não se importe, mas Isabella Swan é um nome muito falado por aqui. Estão aqui todos os vampiros que decidiram estar contigo. Eles te ajudarão, te protegerão, serão seus amigos, fieis. São os meus grandes amigos. – Existiam rostos mais maduros que outros e todos eles pareciam confirmar o que Carlisle dissera, mas ao olhar para Damon ela soube que nem todos eles compartilhavam deste sentimento.

– E eu agradeço a cada um de vocês. – Foi o que veio a sua cabeça. Não queria que desconfiassem do que estava pensando no momento sobre Damon. Talvez ela pudesse usá-lo, talvez fosse possível. – Carlisle... – Damon abaixou a cabeça como para aceitar a sua punição. – Caius estaria por trás desse acidente? – Damon ergueu novamente seu olhar que parecia confuso.

– Não temos provas, o motorista do caminhão não sobreviveu.

– Assim como a minha amiga Bonnie. – Damon sentiu a raiva no olhar de Bella, e sabia que estava dirigida a ele. – Sobre o que conversavam?

– Sobre esse acidente, sobre Caius, sobre você. Está atrasada em seu treinamento, tem apenas instinto. Caius despertou e não sabemos a sua localização, quantos estão com ele e o que pretendem.

– Não sabem a sua localização? Mas parece que eles sabem a de vocês.

– Eles não podem se aproximar. Há um feitiço.

– Mas eles ainda têm muitas vantagens sobre nós. – Concluiu. – Porque me trouxeram para este lugar? Porque exatamente esta cidade?

– Aqui foi conjurada a maldição. – A informação a pegou de surpresa. Ela estava mesmo muito perto daquela que um dia, em outra vida tinha sido a druida.

– Entendo. – Balbuciou.

– Descobriremos onde Caius está. – Alguém falou e outros concordaram. Bella perguntou-se se era possível que vampiros que eram o que eram por sua culpa poderiam ficar ao seu lado contra aqueles da mesma espécie. Mesmo que eles fossem humanistas.

– Por quê? Eu fiz isso com vocês, deveriam me odiar. – Sem saber porque tinha falado aquilo, ela pensou que talvez devesse ter deixado aquele pensamento com ela.

– Não fez isso conosco. – Falou uma vampira quase tão miúda quanto a Alice, mas diferente dela, tinha cabelos longos e encaracolados. Sua pele era mais bronzeada também, seus olhos negros tanto quanto os cabelos.

– Ela tem razão. – Carlisle confirmou. – Você pode ter conjurado a maldição, mas foi apenas para nós, os mais antigos. Estes são mais jovens, não foi decisão sua.

– Não diminui a minha culpa. Carlisle você não entende.

– Entendo que existem ainda muitas coisas a serem descobertas por você. Só precisa abrir a mente. – Ele tocou a sua testa com os dedos gelados.

Já conhecia aquela sensação de desdobramento, apenas se deixou levar. Em um segundo já não estava naquela sala em algum lugar sob a mansão, estava em um lugar sagrado. Carlisle já não estava próximo a si. Sentia-se levitar e compreendeu que estava mesmo suspensa no ar.

Olhou para baixo, uma força explodia de dentro de seu corpo para fora. Elaconseguia não apenas sentir, mas também ver pequenas ondas vibracionais a sua volta. Aquela energia estava deslocando o ar.

– Bruxa! – Aquilo lhe chamou atenção para o que acontecia além. Um homem de cabelos castanhos claros e bem vestido erguia-se no banco como os outros.

– Perjúrio! Perante nós ela revela-se. – Caius deu um passo vacilante em sua direção apontando para ela, para o alto. Seus cabelos e roupas estavam sendo açoitados pelo vento. Seu rosto era uma máscara de nojo e condenação.

– Não se aproximem mais ou se machucarão. – Alguém que estava próximo dela avisou. Houve o reconhecimento, mas não se virou para ver quem falava em sua defesa. Apenas sentia que outros como ela estavam ali também, apoiando, sustentando aquilo.

– Ousam nos desafiar na casa de Deus? Vocês? Monstros! – Caius ergueu a grande e pesada cruz que carregava em seu pescoço. Era uma bela peça trabalhada em ouro e cristais. – Queimaremos todos vocês e depois faremos o mesmo com sua família. Todas crias bestiais.

– Vocês só podem fazer mal aqueles de pouca fé. Nós esmagaremos vocês. Curaremos a Terra de criaturas demoníacas. – O mesmo homem que a tinha chamado de bruxa voltou a ofendê-los. Era tudo o que sabiam fazer, ofender a todos que possuíam dons singulares e lhes fazer mal em nome da cura, de Deus. Ele fechou os olhos e começou a orar em voz alta segurando um crucifixo.

– Juntarei as minhas às suas orações. – A jovem senhora que sempre estava disposta a acusar alguém de satanismo. Ela tinha sido o algoz de muitos inocentes. Sentia ódio dela.

– A nossa fé nos protegerá de vocês e quando cansarem disso tudo será o fim de vocês. Não precisaremos de um julgamento. Esse é o julgamento. – Era o único de cabelos negros, mas seus olhos eram claros quase cinza.

– Basta disso! – Caius voltou a falar decidido. – Vocês foram acusados de bruxaria e agora são confessos. Vocês são a personificação do mal, estão em comunhão com demônios e afins, aceitem a sua punição e supliquem por perdão diante da Igreja. – Era muita hipocrisia para que ela suportasse calada e então riu e quando percebeu estava gargalhando. Todos eles olharam-na com horror, Caius, no entanto, parecia inabalável.

– Personificação do mal. – Repetiu e sentiu um gosto amargo nos lábios. - A sua Igreja precisa tanto materializar o mal? Vocês são as maiores bestas dessa era. E esse julgamento é de vocês não nosso. Estão sendo acusados de crimes hediondos. Vocês atormentaram, perseguiam, torturaram e assassinaram pessoas inocentes.

– Nenhum deles eram inocentes e não foram assassinatos e sim punição.

– Em nome da sua Igreja. – Ela completou. Já sabia aquela ladainha de cor e estava cheia daquilo tudo. – E então em nome da nossa irmandade... – Era a primeira vez que usava essa expressão. – Condeno todos vocês.

– Condena-nos? Não fomos julgados e vocês não podem fazer isso. – O de cabelos castanhos falou.

– O julgamento foi feito entre nós. Não precisamos de grandes multidões e teatro para isso. – A voz atrás de mim voltou a falar.

– Se precisam tanto do mal em suas vidas, que seja feita a sua vontade. Tenham-no sempre intimamente com vocês, lutem com ele, sejam seu consorte. O sangue já está dentro de vocês. Bebeste do meu sangue. – Apontei para Caius. – Sentirão sede eterna.

– Do que está falando? – Caius notou que algo estava acontecendo por detrás daquilo tudo.

– Machucarão a quem amam, serão o perjúrio do mundo. Viverão nas sombras, serão fracos com a menor das chamas. Caminharão depois de tudo.

– Está nos amaldiçoando? – Ele notou.

– Estou amaldiçoando vocês para sempre. – Esbravejou.

– Faça, diga as palavras. A lua já vai alta. – Outra voz a alertou, não era a mesma, mas também a conhecia.

Houve uma movimentação no interior da igreja. Eram passos, alguém corria para nosso encontro. Então eu vi Carlisle desgrenhado e sem fôlego, segurando-se em um dos bancos do fundo.

– Isabel... – Aqueles olhos, eles suplicavam misericórdia. Conseguia entender todas as palavras não ditas dele naquele momento. Ela o conhecia, não era? Ela o magoaria. Sentiu lágrimas molhando o seu rosto. Ela o magoaria muito.

– Isabella. – Pisquei e o viu em sua frente segurando-lhe pelos braços.

– Carl. – Abraçou-o.

– Bella... – Ele a manteve em um abraço apertado. Fazia muito tempo que queria esta oportunidade, mas sempre manteve-se em uma distância confortável para ela. Bella conseguiu sentir o perfume almiscarado que vinha de sua pele. - Isa. – Isa... Não conseguia imaginar quando foi a última vez que ouviu alguém te chamando assim. Teria sido nessa vida?

– Onde estou? – Dessa vez abriu realmente os olhos e viu Alice com olhos brilhantes e fixos em nela. Alice? Ela não estava naquele momento.

– Você não sabe? – Ele a afastou gentilmente para olhar em seus olhos.

– Estou confusa. – Admitiu.

– Precisa descansar. Depois podemos falar sobre isso. – Anuiu debilmente. – Alice pode levá-la para o quarto.

– Damon pode fazer isso. – Viu-se dizendo e ele concordou, não antes de lançar para ela um olhar inquisidor sobre ela. Bella retirou-se sendo escoltada novamente por aquele vampiro de olhos azuis deslumbrantes e maliciosos.

– Parece pálida. – Ele disse depois de algum tempo.

– Sinto-me pálida.

– O que aconteceu? – Perguntou quando alcançaram as escadas.

– Acha que contarei algo desse tipo para você? – Sentiu sua raiva voltando. Ele não respondeu nada e continuaram.

– Se me despreza tanto porque pediu que a acompanhasse? – Parou em frente a porta do quarto que agora era dela e ela fez o mesmo.

– Por isso mesmo, ficarei com você todo o tempo. Goste disso ou não. E terei tenho outros planos para você. – Ele sorriu de lado.

– Por isso não me entregou para os outros? Por alguns momentos de prazer? – Ele sustentou o braço esquerdo na porta aproximando-se dela.

– Se eu souber que fugiu eu acho você e o mato. – Bella não sabia se poderia cumpri com a ameaça, mas o sorriso de Damon morreu e ela entendeu que ele acreditou que ela pudesse realmente mata-lo.

– Por que não me matar logo?

– Já disse, tenho planos. – Com isso, entrou no quarto e fechou a porta atrás de sei, perguntando-se se existia realmente um plano.


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