Greco-Romana escrita por P3RC4B3TH


Capítulo 2
Enfermeiro Primeira Classe




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        Eu escorreguei aquela colina e me arranhei toda. Você já levou uma cocada na cabeça? Tipo, cocada de cair um coco na sua cabeça. Não sabe? Pois bem, dói. Essa foi minha sensação quando minha cabeça atingiu o chão por duas vezes, mas acredite, tem coisa bem pior do que levar uma cocada na cabeça.

        Assim que parei de rolar colina abaixo, uma garota, que deduzi ter dez anos veio em minha direção. Era branquinha, cheia de sarda e ruiva.

        -EEEEI.-ela gritou. Senti minha cabeça tremer-Temos uma visitante. Chamem Jay.

        Não precisa ser esperta nem nada para saber que eu era a visitante. E pelo seu tom, eu não era bem vinda.

        Então eu me toquei. O outro acampamento no qual eu ouvira falar. Os gregos. O acampamento meio-sangue. Por isso um monte de gente de laranja. Menos mal. Achei que eu estava louca e que, tinha um festival de frutas andando por ai .Meu pensamento estava devagar. Mas logo soube que a voz era meu pai olimpiano, e que o garoto que estava na lanchonete era um Sátiro(Fauno para nós romanos),e com ele outros semideus. Minha ignorância me atinge em cheio.

        -O que houve?-Um menino alto, loiro, olhos azuis e forte veio em minha direção.- Uou. Temos uma visitante.- Provavelmente a reação dele foi porque viu minha camiseta do acampamento Júpiter.

        -Não toca em mim. -Eu disse tentando me levantar. Foi em vão. Cai e senti meu pulso doer quando me apoiei nele.

        -A então, você é uma romana bravinha ?-Ele pois a mão em meu rosto, eu tirei com a minha mão boa.

        -Ei! Quero te ajudar. Meu nome é Jay. O que te trouxe aqui? Guerra?

        -Acaso. -respondi

        -Nada é por acaso. -Ele disse-Vamos, eu te levo na enfermaria para ver seu grau de ferimento. A, você pode me contar também sua história.

        -Por acaso tenho cara de livro para te contar alguma história?-Falei. Eu tive vontade de esfaquear ele. Fui pegar minha Adaga na minha cintura.-Epa !

        -O que foi?-Jay perguntou.

        -Minha Adaga. Droga! Droga!-Falei me levantando. Eu havia esquecido minha Adaga lá fora, em meio ao pó de monstro. Eu estava subindo a colina quando senti alguém pegar meu braço. -AAAAA, será que você não vê que esta machucado?

        -Olha, seja lá o que aconteceu com sua Adaga, vai ter que esperar. Vamos curar seu ferimento.

        -Olha aqui.-Eu me aproximei-Eu to com cara de quem ta ferida?

        Jay e a menina que o chamou estavam rindo.

        -Qual é a de vocês dois?-Perguntei.

        -Olha para você, quer dizer, toda ralada e arranhada. E sua cara? Eu to rindo por isso. Ta com um enorme roxo na bochecha, um galo enorme na testa, tem um arranhão enorme em baixo do olho, sem falar do seu nariz, ta sangrando a beça. Tem um detalhe, sua cara da borradona de sangue.-Jay não parava de rir.

        -Eu posso estar assim, mas se minhas coisas estivessem comigo eu te acertava uma facada na testa.-Eu havia esquecido no meu nariz sangrando. Deve ser por isso que minha boca estava com gosto de metal.

        -Ai que medo. Para de ser difícil e deixa eu cuidar de você. Não quero ferir seus principios, só quero te ajudar.

        -E eu quero minha Adaga. - Falei.

        -Meredia, vá até a enfermaria e falem para prepararem meus materiais de medicina. Não diga que tem uma filha de Roma aqui.

        O nome da menina era Meridia. Ela parece ser bem legal. Ela saiu correndo feito uma loca. Eu virei as costa e ignorei-os, fui começara subir e ele me agarrou.

        -Enquanto o Doutor Jay estiver por aqui, você vai ser bem cuidada, vai tomar banho e ainda pode ganhar um tratamento de beleza com as filhas de Afrodite.

        -ME DEIXA LONGE DAS FILHAS DE VÊNUS! FILHO DE APOLO MIMADO E METIDO,ME LARGA. - Comecei a me debater no colo dele.

        -Ta bom. Vai. Ta livre. Só que depois da barreira tem monstros te esperando. To jeito que você está você não pode com nada. Se ficar e deixar eu curar seus ferimentos, eu volto e ajudo você pegar suas coisas. -Ele parecia falar sério. -E...como sabe que sou filho de Apolo?

        -Como posso saber que posso confiar em um grego?-Na verdade eu sei que posso confiar. Teve aquela história de juntarem acampamentos e deu certo. - E é óbvio que você é filho de Apolo.

        -Olha, eu sei que para você não vai adiantar nada jurar pelo Estige. Mas eu juro por qualquer droga...que dizer, por qualquer coisa romana que tem e é importante.

        -Ta. Jura então pelo seu próprio pai.

        -Juro por Apolo que eu vou te ajudar.

        -Não me convenceu.

        -Eu.-Ele levantou a mão-Jay Wallace. Juro,por Apolo, deus mais lindo do Olimpo, que eu vou ajudar você.Por falar nisso, quem é você?

        -Romana.

        -Olha, eu sou loiro mas não sou burro. Vi sua camisa.

        -Não, meu nome é Romana.

        -Romana? Sua mãe é descendente de Roma, ou o que?

        -Não vou te falar. Vai, me cura logo. Embora eu não precise.

        -Vamos a luta.

        -Ok. Corpo a corpo ou vai me ceder arma? Espera, você pode ser um típico grego e me trair, né?

        -Foi força de expressão. E gregos não são traíras.

        -Foi uma piada. E é sempre bom desconfiar.

        -Engraçadinha, Romana. - Ele fez ênfase em meu nome. - O que você esta sentido?

        -Minha cabeça, sabe, parece que levei uma cocada -A gente ainda estava parado no mesmo lugar.

        -Tipo, cocada de tacar um coco ou uma cocada?

        -Garoto, ta me fazendo acreditar que é burro. É cocada de derivado de coco, dã.

        -E você é derivada de mal educada.

        A gente teve uma discussão que durou quinze minutos. Como minha dor falou mais alto falei para ele me levar logo para a enfermaria. Quando eu cheguei lá todos me olharam com uma cara de desaprovação.

        -Gente, parem de olhar. O nome dela é Romana, e ela é uma semideusa romana. Ela é bem legal, então sejam bons anfitriões. - Ele sorriu para mim e sussurrou em meu ouvido-Olha, eu disse que você é legal, então, seja legal. Seja uma mentirosa.

        -Ta.-Eu fiz virando o olho.

        -Sua idade.-Jay perguntou.

        -Tenho 17.

        -Olha, eu tenho 16.Um ano de diferença. Estuda?

        -Não, eu odeio estudar. Para de puxar assunto.

        -Porque odeia estudar?

        -Entendeu o que eu disse? AIIII-Ele tinha pego no meu pulso machucado.

        Meridia veio entrando com uma pomada.

        -Aqui Jay.-E entregou a pomada para ele- Oi,como você chama?-Ela perguntou para mim.

        -Meridia, desiste ela não é simpática.

        -Oi, pelo que vi seu nome é Meridia. Me desculpe pela minha falta de compostura, meu nome é Romana. Minha mãe me deu esse nome por ser de sua descendência. Romana e era um nome significativo para minha mãe.

        Jay ficou com a boca aberta com a minha interação com Meridia.

        -Qual é o seu problema? Porque é grossa comigo? Eu estou sendo simpático e ainda estou cuidando de você!-Disse Jay inconformado.

        -Romana. Que legal seu nome -A voz de Meridia era infantil. Voz suave e doce. Eu gostei dela.

        -Jay querido, porque eu te trataria mal? Filhos de Apolo são super simpáticos. Eu só tenho a te agradecer, raio de sol.-Eu respondi dando um enorme sorriso.

        -Mas...é...sua...-Jay já parecia estar irritado.

        -Jay! Veja como fala com ela. Olha, quando terminar, me procure. - Disse Meridia.

        Ela saiu. Quando me virei para Jay o rosto dele estampado de raiva. Eu ri. Ri muito.

        -O que há com você, raio de sol?-Agora eu dei ênfase para um suposto apelido.

        -Eu me recuso a me falar com você.

        Mentira. Ele ficou tagarelando coisas enquanto enfaixava meu braço. Ele me fez beber algo que tinha gosto de biscoito. Ele também me falou como eu deveria agir e como o pessoal grego era. Agora ele tinha começado a cuidar do meu rosto.

        -Acho que vou gostar daqui-Falei.

        -Ta brincando?-Respondeu Jay terminando de limpar meu rosto.

        -Não, porque?

        -Porque você foi uma grosseira comigo. E achei ofensivo.

        -Você tem cara de ser metido. Sei que não deveria de julgar pela aparência...mas eu acho. Só não me faça ter certeza que você é metido. Desculpa se fui grossa.

        -Ta me zoando, ou falando sério?

        -Falando sério.

        -Aceito.

        Então ficamos quietos. Uma menina com shorts jeans e blusa do acampamento meio sangue entrou. Ela era um pouquinho maior que eu, cabelos castanhos até o ombro e usava um batom forte. Filha de Vênus (Afrodite para os gregos).

        -Jay! Ai está você-ela deu um beijo em seu rosto. - Estava de procurando. -Ela me viu e desfez o sorriso. - Roma?    

        -É. Mas essa é do bem. Eu acho. Depois que ela sair daqui, ela vai precisar de um trato.-Jay disse.

        -Vou?

        -Vai. Você está com um galinho no seu cabelo. -Ela foi tirar.-Uoou. Seu cabelo está uma palha, e porque esse cheiro horrível?

        -Baba de Cão Infernal.

        -AAAH,QUE NOJO!-Ela logo tirou a mão do meu cabelo. -Como isso secou?

        -Eu tive que correr. Depois sai rolando colina abaixo. Deve ter acabado secando, ou o barro camuflou.

        -Jay, querido, quando você terminar leva ela diretamente para lá. -Ela beijou Jay no rosto de novo e saiu.

        -Porque elas insistem em ser assim?

        -Quem?-Jay me perguntou.

        -As filhas de Vênus.

        -Como sabe?

        -Dá para saber.

        -É, daria mesmo para saber. As filhas de Afrodite são iguais lá?

        -Tecnicamente sim. Nas batalhas elas são ótimas, mas só fazem porque é um treinamento.

        -A entendi. Como é o nome romano para o deus da guerra?

        -Marte- respondi

        -Então você é filha de Ares.

        -Quem?

        -Ares. Deus da guerra.

        -Não sou não.

        -Então porque é assim?

        -Porque eu vim parar em um lugar onde meu povo os odeia. Tive motivos. Mas vocês parecem bem legais.

        -E de quem é filha? Precisamos colocar você em um chalé para passar a noite.

        -E se eu não achar meu pai?

        -Você tem 17 anos, chegou aqui viva, é romana. Pela sua idade você tem já tem seu pai. E se não achar você fica no chalé de Hermes.

        -Eu posso escolher?

        -Não. Só pode ficar ou no de Hermes ou de seu Pai, ou mãe.

        -Mas e se minha mãe for Minerva e eu quiser ficar no de Mercúrio?

        -Mer...quem?

        -Hermes.

        -A nome romano. Então, não pode. Tem que ficar no seu chalé, no qual é representado por ela.

        -Entendi. De certa forma a gente escolhe onde fica, porque se eu quiser ficar no de Mercúrio é só eu falar que não encontrei o meu olimpiano.

        -Porque algum semideus faria isso?

        -Não sei. Não sou daqui. O esquema de divisão lá no Acampamento Júpiter é feita de outra forma.

        -A ta. Enquanto estiver aqui, fale os nomes gregos dos deuses, ta?

        -Se eu souber, tudo bem.

        Ele terminou o serviço de me reconstruir no quesito de ferimentos. Fomos para fora e vi um garoto descendo e gritando.

        -OLHA AQUI.


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