-Olha aqui!-Ele gritou de novo.

        -Quem é?-Perguntei.

        -É o Stoll.

        -Quem?

        -Travis Stoll, ele tem um irmão, o Connor.Cuidado, eles são filhos de Hermes. Eles tem mãos leves. -Me respondeu Jay.

        -Olha aqui Jay . -Disse Travis.

        Jay foi em sua direção e eu o segui.

        -Olha o que eu achei-Disse Travis levantando uma mochila. Mas não era uma mochila qualquer. Era a minha mochila.

        -Ei, ei, ei! Me devolva a minha mochila. -Falei indo em cima Travis.

        -Ei, ei, ei! O que um romano faz aqui?-Disse Travis

        -Ei, ei, ei! Já disse para devolver minha mochila.

        -Ei, ei, ei! Não ta escrito seu nome.

        -Ei, ei, ei! Ta sim! E me devolva.

        -Ei, ei, ei! Achado não é roubado.

        -Ei, ei...-eu ia concluir, porém...

        -Ei, ei, ei! Parem com esse, 'EI'!-Disse Jay gritando.-Travis, essa é Romana. Ela veio...ãn...acho que fazer uma visita.

        -Romana? Ela é de Roma e o nome tem haver com a origem? Imagina alguns meios sangues chamado de Gregos. Tipo: 'Fala Gregos, e ai!'. ESPERA! Gregório! Por isso! Eu deveria saber.- Travis era uma gracinha, confesso.

        -Ele é bobo sempre?-perguntei

        -Isso é uma amostra grátis. -Respondeu Jay.

        -Travis, minha bolsa. -falei.

        -Me mostra que nela está seu nome. -Travis fez uma cara de descaso.

        -Aqui. -Mostrei a alça e lá estava meu nome.

        -Toma. Mas eu não garanto a comida que tinha ai.

        -Pegou a minha comida? Seu filho de Mercúrio...-Disse pegando minha bolsa.-Espera. Cade minha Adaga? Tinham armas juntos não tinham?-Eu perguntei para Travis. 

        -Tinha, mas está com Connor. Acho que ele foi negociar. Se você tiver sorte ele só levou para o arsenal. -Ele respondeu.

        -Negociar? Me mostra onde ele foi. Quero minhas coisas.

        -Não. Olha, Travis, leva ela até o chalé 11.Eu vou atrás das suas coisas. -Disse Jay.-Se verem Romana podem ter um choque.

        -Como eu confio em você?-Perguntei para Jay.

        -Eu não te envenenei. -Ele fez um rosto de que era muito óbvio a resposta.

        -Ta. Tem um pequeno machado, uma faca e minha Adaga. Ela é de bronze celestial, e tem meu nome nela.

        -Ok. Travis, seja um bom anfitrião. -Disse Jay.

        -Eu serei. -Ele sorriu- Vamos,Romana.

        No caminho para os chalés eu e Travis fomos conversando. Ele me contou piadas e eu contei outras para eles.

        -Eu mudei de ideia. Você não é tão chato.-Falei para Travis.

        -Você deve ter me achado chato porque eu sou Grego. Você é romana, é normal. Ai, fiquei confuso. Eu te chamei de romana, mas não como nome. A, de novo.

        -Ei. Para, isso só vai te dar nó.-Eu ri.-É aqui?-Apontei para um chalé que era um tanto quanto humilde.

        -Sim. O número onze está ai em cima,olha.-Travis apontou para perto do telhado. Ele pegou nos meus ombros e entramos.

        -Aqui. Como você não tem pai, você fica aqui nesse colchonete.

        -Não. Eu tenho um pai.

        -Como é? Quem? Porque não foi no chalé dele?

        -Porque digamos que eu gostei do ladrão que 'roubou' minha bolsa.-eu disse me aproximando de Travis.

        -Você tem o fogo de uma filha de Afrodite. -Ele se aproximou.

        -Não. Eu tenho meu fogo próprio-eu me afastei rindo.

        -Ei! Vem aqui. -Ele me puxou e segurou meu queixo. -Não vai falar quem é seu pai?

        -Bem...digamos que eu só não te agarre agora porque você é meu irmão. Sabe como é, não pego meus parentes. -Tirei a mão dele do meu queixo.

        -Filha de Hermes? A droga...achei que eu ia desencalhar.

        -Mercúrio. Aspecto romano.

        -Mas aqui vai se adaptar aos modos.

        -Já me disseram.

        -E ai? É visita? Missão? Encrenca? Guerra?

        -Acaso.

        -A ta.-Ele foi em direção a uma cama -Aqui. Você fica nessa cama. Se eu fosse você, eu tomava um banho.

        -Não. Não agora. Eu conheço o aspecto grego dos filhos de Mercúrio.

        -A qual é...eu não sacanearia minha irmãzinha.

        -Eu sim. Então, por favor, para menores tentações, se afaste. -Nós rimos.

        -Ei. Aqui suas armas.-Disse Jay encostando na porta estendendo minha coisas.

        -A, obrigada. -Eu disse pegando de suas mãos.

        -Ai, sabia que a parada a seção limpeza com a Verona ainda está de pé.-Jay pois a mão no nariz.

        -A engraçadinho. Me leva até o lugar.

        -Vem-Jay saiu da porta. Travis e eu o acompanhamos.

        Quando estávamos indo em direção a um chalé todo empetecado Jay disse:

        -Ai, é hora da encrenca.-Jay pois a mão na testa.

        -Encrenca em dobro?-Perguntei.

        -Ãn?-Jay não havia entendido.

        -Pokémon, sabe? Encrenca em dobro...

        -A eu entendi. Mas aquela ali é a substituta da Clarisse.-Jay explicou.

        -Quem é Clarisse?-Eu não tinha ouvido falar desse nome no meu acampamento.

        -É uma filha de Ares que saiu em missão e deixou uma substituta. É uma encrenqueira. Olha ali. -Ele me apontou para uma garota alta.

        -Uou. Tipo, uou mesmo. Olha o tamanho dela.

        -Os outros campistas são pisoteados por ela nas atividades. -Disse Travis.

        -Eu conseguiria acertar a Adaga na testa dela em questão de segundos. -Falei.

        -Você faria um favor para o acampamento todo. -Disse Travis.

        -Mas nas nossas atividades são proibido morte e aleijamento. -Disse Jay.

        -Que de certa forma é uma pena-Completou Travis.

        Ela veio se aproximando. Além de ser alta ela tinha uns olhos pretos, bem pretos. Os cabelos negros que combinavam com os olhos, que as destacavam. Confesso, ela me intimidou. Mas foi até abrir a boca.

        -Roma? Temos um inimigo? Vou adorar fazer umas maldades com ela. -Ela falou cruzando o braço.

        -Nossa, sua piada foi engraçada. Nós que somos os filhos de Hermes. Devia competir no Kids choice's para piadas infantis. A, espero que tenha essa categoria.-Eu fiz uma cara de deboche.

        -Barraco no acampamento. Eu adoro-Disse Travis.

        -Nossa, a romana já se bandeou para o nosso lado. Da para ver  o quão confiante você é. -Ela disse isso porque pronunciei o nome grego de Mercúrio.

        -Sou confiante, sim. Vira de costa e veja vai aparecer a minha fidelidade nas suas costas.

        -Que ótimo, ainda é covarde. -Ela retrucou.

        -Nós romanos, sabemos princípios de lutas. A menos que seja preciso a gente atinge pelas costas.-Eu ri ironicamente.

        Ela se aproximou de mim. Minha Adaga estava na minha mão, pronta para atingir em cheio sua barriga. Jay viu o movimento e disse:

        -Opa, Jessy -Jessy era o nome da garota, deduzi- Sem brigas. Romana está sem condições. Acho que depois seria uma ótima oportunidade de se matarem. -Ele sorriu.

        -Romana?-Disse Jessy.

        -Começou a palhaçada com meu nome. -Falei virando o olho.

        Resumindo, Jay explicou meu nome para ela e depois ela me lançou um olhar de: "se eu te pego sozinha de degolo como galinha". Eu ficaria com medo se não soubesse com quem eu estava mexendo. Sinceramente, ela era desengonçada. Ela tinha jeito para ser uma modelo, só que modelo de tatame.

        -Abusadinha. -Falei.

        -Vira de costa e veja  vai aparecer a minha fidelidade nas suas costas. -Debochou Travis.- Cara, a gente tem que aprontar algo junto. -Ele riu.

        -Vou adorar. Tipo, tacar álcool nela. Ta ligado que depois ascender uma tocha e usar ela de vela humana.

        -A gente já tem um menino assim aqui. Mas ele está em missão-Disse Jay

        -Nossa, tem quantos em missão no momento?

        -Um pequeno número de dez, eu acho.-Disse Jay.

        Fomos em direção ao chalé empetacado. Era o 10,das filhas de Vênus.

        -Verona está ai?-Perguntou Jay para uma menina de 13 anos parecendo uma palhaça de maquiagem.

        -Sim, está la dentro. -Ela respondeu.

        -Travis, isso tem seu dedo?-Perguntei.

        -Meu?-Ele colocou a mão na boca se controlando para não rir extericamente - Connor tem que ver isso. -Ele começou a rir.

        Verona era a filha de Vênus que tinha ido até a enfermaria.

        -Verona? Aqui está ela. -Disse Jay me empurrando. Ele e Travis saíram do chalé me deixando com ela.

        Ela explicou o que ia fazer comigo. Ela pediu para que eu deixasse ela lavar meu cabelo. Eu deixei, mas foi por preguiça. E porque óbvio que ela ia ser melhor que eu nisso. Depois entrei no banho e tirei todo barro que havia em meu corpo.

        Quando eu sai eu me senti totalmente leve. Também, acho que fazia algum tempo que eu não tomava banho. Minhas roupas estavam no sol. Vi um par de roupas para mim. Sandália, shorts e camisa laranja.

        -Minha camisa já deve estar seca. -Falei

        -Não, ainda está úmida. -Respondeu Verona.

        -Olha, nada contra. Mas eu quero minha camisa. Depois eu uso a daqui. Tipo, quando eu me sentir daqui.

        -Tudo bem, mas vai querer ela úmida?

        -Sim.

        Confesso que a sandália era legal. Mas eu não achei legal para a ocasião, fiquei descalça.

        -Acabou de tomar banho. Vai encardir seu pé.

        -Eu fiquei sem tomar banho e fedendo. Pé sujo eu tiro de letra.

        -Eu não sei porque não estou chocada. -Ela me olhou com cara de que não ficou com nojo. O que estranhei para uma filha de Vênus.

        -Deve ser porque não é galinha. Dã.-Eu comecei a rir, eu tinha gostado da minha piada.- Verona, isso foi uma piada.

        -Eu sei. -Ela ergueu as sobrancelhas. -Sinceramente, eu espero que suas táticas de defesa sejam melhores que suas piadas. Sabe que os outros vão ficar meio bolado com isso, não é?

        -É, eu sei.

        Jay apareceu na porta, o que foi uma surpresa. Achei que ele ia me largar e não nos falaríamos mais.

        -Voltou? Porque?-Perguntei.

        -Você tem que ser apresentada. E além do mais, pode causar uma guerra aqui. É melhor ter um guia.

        -Porque?

        -Romana, to afim de te ajudar. Se não quiser não precisa, ok?

        Eu pensei bem. Em termos de recepção eu achei melhor que os romanos. Não queria estragar algo antes da hora.

        -Não. Pode ficar. O que vamos fazer?

        -Vou te levar para dar uma volta, te explicar alguns esquemas e te apresentar para uma parte dos campistas.

        -E a outra parte?

        -A outra parte, junto com a primeira, vai querer de apedrejar.

        -Jay-Disse Verona-Você sabe que já fizeram aliança com os romanos. Romana, ele está te amedrontando.

        -Romana parece ser durona. Acho que isso não vai meter medo nela.

        Eu agradeci a Verona por ter me ajudado. Jay e eu fomos fazer a tour.

        Passei pelo Arsenal. Cada armas legal que eu poderia te para mim, se eu as roubasse. Ele me mostrou os outros chalés. O acampamento era bem grande, era também bem agradável ali. Eu sou romana, mas me deu uma enorme vontade de me bandear aos gregos.

        -Vamos, vou te levar até onde o pessoal está Treinando. Porém, você com esse pulso, acho que vai só assistir-Ele me advertiu.

        -Adaga é bem fácil de manusear quando se aprende. Usar uma mão vai ser fácil.

        -Você não está com dor?

        -Sim. Mas se comprarem briga...

        -Se comprarem. Eles vão te aceitar, eu espero.

        Chegamos no local. Era campo aberto. Jay tinha me explicado que em todos os cantos o pessoal treina, embora tenha lugares específicos lá. Aqui eles praticam esgrima, mas é claro que sempre vemos alguns por ai treinando isso com alguém.

        Jay parou e cruzou os braços. Eu observei por alguns segundos o pessoal que estava ali. Reparei nos garotos escudo fazendo uns movimentos estranhos de como usa-lo, vi também uma menina dando uma chave de braço na outra, e vi coisas que se devem ver em um lugar que se treina herói. Pelo menos é assim que eu penso.

        -Oi Jay. Quem é ela?-Um garoto do tamanho de Jay com o cabelo azul pele pálida e magro veio falar com ele.

        -Essa é Romana. Ela é do acampamento Júpiter.

        -Romana? É seu nome esse?

        -É sim. -Falei.

        -Oi, sou Frederic - ele disse estendendo a mão. -Desculpe pelo meu cabelo, os Stoll fizeram isso no shampoo que eu uso. Sou filho de Demeter.

        -Obrigado por não querer minha cabeça-Falei.

        -Eu sou da paz. Só não sei eles. -Ele aponto para trás.

        -Frederic, eu vou levar ela para conhecer o ginásio. É melhor eu evitar uma catástrofe aqui. -Jay falou. Pegou meu pulso, o que estava bom, e me puxou.

        Depois de perambular por ai, arranjar encrencas com alguns campistas, receber olhares mortíferos eu resolvi ir dormir.

        Um garoto loiro estava dando risada. Vi Dois antigos companheiros de Coorte lutando e tive uma breve visão da minha mãe. Isso foi um sonho. Ele me mostrou o presente no acampamento Romano e o passado. Minha mãe.

        -Acorda, maninha. -Um garoto um pouco parecido com Travis estava me olhando sorridente.

        -Quem é você?

        -Eu sou o Connor, irmão do Travis. Adorei a ideia de ter uma nova irmã aqui. Travis me contou de você. Viemos te chamar porque é hora do jantar.

        Connor era uma gracinha assim como Travis. Eu já estava encantada por eles. Ele também tinha o mesmo senso de humor.

        Chegamos na porta do refeitório, Travis e Connor estavam a nossa espera. Entramos. E como de esperado falatório, olhares e teve até alguns campistas que sacaram as armas.

        -Calma galera. Essa aqui é uma semideusa romana. O nome dela por ironia é Romana. Ela é do bem, ok?

        -Ainda acho ruim se juntarmos com os romanos. Mesmo depois da prévia aliança. -Uma garota que não consegui ver quem era disse aquilo.

        -Romana. Você era quem esperavamos. -Um cara com cabelos castanhos e barba em uma cadeira de roda veio falar comigo.

        -Eu? Quem é você?

        -Sou Quíron. Diretor de esportes e outras coisas em horas vagas. -O falatório começava mais alto. -Pessoal... Pessoal!-Quíron gritou. -Ela é uma pessoa que eu esperada, sem confusões.

        -Eu estou confusa.

        -Você entenderá em breve. -Ele me disse.

        Eu olhei rapidamente de relance e vi o cara da lanchonete. Ele era um Faúno. Sátiro para os gregos. Ele acenou para mim. Eu acenei de volta. Em uma mesa onde estavam o chalé de Ares estava aquele garoto que eu esbarrei quando estava correndo, fugindo do shopping, em Nova York.

        Jay se separou de mim e foi para a mesa dos filhos de Apolo. Fiquei na mesa com os meus outros irmãos, irmãs e aqueles que ainda não tinha achado seu pai.

        Eu sou uma garota que repara. As vezes muito e as vezes pouco. Mas eu vi algo que me deixou intrigada. Um semideus robusto, cheinho, fofinho...ta certo, gordo. Gente, eu sei que é errado, mas ele não ia aguentar fazer nada com aquele peso. Fiquei na minha e nem perguntei nada.

        Terminamos de comer e depois de alguns minutos nos reunimos na fogueira. Foi bem legal o resto da noite. Isso é mentira. Eu fiquei constrangida de tanto que os outros me olhavam só porque eu era romana. Sem contar da reação deles quando viram minha tatuagem que simbolizava isso. 'SPQR', era o que tinha no meu braço e a manga da blusa estava tapando.

        -Eu não havia reparado nela-Disse Verona. Com ela não me incomodei muito.   

        Alguns outros campistas me fecharam em uma roda só para vê-la

        -OU!-Eu tinha gritado com o garoto que esfregou meu braço. Era o garoto no qual esbarrei fugindo dos seguranças do shopping, que atendia pelo nome de Cody. -Não sai, eu já disse.

        -Estranho. E você é a garota que estava correndo como uma doida. -Disse Cody.

        -Você também estava. -Falei