Waking Up escrita por LiKaHua, Claray


Capítulo 4
Everybody Loves Me


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooi faadinhas que estão lendo esta fic, desculpem a imensa demora, mas a Claray e eu estamos apanhando de nossas respectivas alas de tortura - Escola e Faculdade. - Mas esse capítulo vai compensar vocês hehehe ficou bem 'generoso' espero que gostem minha co-autora estava inspirada!



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Falsidade e inveja são as molas que movem o mundo de hoje, assim como o dinheiro. De que adianta comprar um amor e ter uma vida vazia? A verdade é que todas as pessoas esqueceram-se o que realmente vale a pena, a diferença entre custo valor.

---§§§---

Entender a verdade sobre o amor pode ser ainda mais difícil que amar. Mas David não podia desistir, ele queria Elize mais que qualquer coisa e mesmo que tenha escondido dela a verdade sobre seu passado jamais a deixaria ir embora. Não podia. Culpar-se-ia para sempre se seu silêncio a fizesse odiá-lo, chegara a um ponto em que seu coração não batia mais longe de Elize e nada na sua vida fazia sentido se ela não estivesse ao seu lado.

Noah não conseguia tirar os olhos da tela enquanto os dedos pressionavam as teclas do computador depressa digitando os manuscritos que ele havia feito ao longo dos meses que estava ali com Elize, as últimas notícias na televisão sobre seu paradeiro eram de que ele estava “invisível”, mas ele sabia que a mídia o caçaria como um cão no encalço de uma raposa, não tardaria para que o encontrassem e que Elize soubesse toda a verdade. Ele continuava se mantendo incomunicável, mudara de hotel para evitar novas ligações de Brooklyn e de qualquer outra pessoa que tivesse sua localização, até que por fim comprara uma casa de fazenda. Desde que conhecera Elize não passava pela sua cabeça sair de Hampshire, o tempo que passava com ela ele aprendia como era ser fielmente ele mesmo, não precisava se esconder e nem fazer grandes coisas para alcançar admiração aos olhos dela, com Elize, Noah precisava apenas ser o homem que era, ela gostava de coisas simples como rosas silvestres, passeios nas florestas, pique niques no campo, ver filmes bobos no cinema, tentar cozinhar no fim de um dia longo.

Noah não se lembrava como era a sensação de estar tão feliz assim havia tempo. Ele tinha plena certeza que Elize não se importava com seu status ou sua conta no banco, ela estava com ele porque o amava verdadeiramente e nada poderia deixar Noah mais feliz e honrado. Ele parou um pouco e respirou tomando um pouco de água que tinha na garrafa plástica que ele tinha colocado ao lado do computador, sua atenção se desviou quando alguém bateu à porta. Curioso, ele levantou e atravessou o corredor alcançando a porta da frente onde um homem alto, com óculos ray-ban de lentes caramelo, trajando calças Levis e uma jaqueta de couro o esperava escorado à soleira. Completamente surpreso ele abriu a porta e olhou o homem, que sorria:

- Will?! O que está fazendo aqui?

- Não achou que poderia se esconder pra sempre achou?

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- Então a coisa entre você e o escritor ta ficando séria não é? – Ellie parecia animada com a ideia.

- Ah sim... Nós estamos mesmo juntos e... Eu quase não consigo acreditar que está acontecendo.

- E você já sabe se ele é bom de cama?

- Paul! – Ellie o repreendeu.

- O que, tô curioso!

- Paul se você não fosse casado ou gay eu juro que te meteria uma bofetada no meio da cara de pau que você tem! – Elize falou tentando não rir, oscilando entre o rubor e a raiva.

- Se ele ainda não tentou te levar pra cama então eu não sei se ele tem o meu respeito ou se é um pinto mole!

- Eu não disse que ele não tentou. – Elize o corrigiu com um sorriso.

- Ah Elize, dá um desconto!

            Ela pegou a bandeja com as mãos e ao passar por Paul deu um chute no tornozelo dele fazendo-o exclamar um palavrão em voz baixa.

- Você mereceu. – Ellie riu voltando a mexer a panela à sua frente.

Elize não se sentia a vontade falando com outros sobre a sua vida íntima, aos vinte e cinco anos ela se considerava quase uma múmia por ser virgem, mas não encontrara até aquele dia nenhum motivo para entregar-se a nenhum homem, e mesmo que sentisse algo extremamente forte por Noah Tedder, ele não a fazia mudar de ideia, não com relação a um passo tão importante na vida de uma garota. Tentou concentrar-se no trabalho e deixar de lado não apenas aquelas sensações estranhas que a dominavam, mas também o impulso de curiosidade que ela tinha sobre a vida do amado, Noah sempre fazia questão de manter toda a sua vida em branco,  e mesmo que Elize suspeitasse de que algo muito sério havia acontecido para leva-lo até ali não conseguia e nem queria força-lo a dizer nada que não quisesse dizer.

---§§§---

- A Brooklyn tá maluca atrás de você. – Will sorria triunfante enquanto agitava o uísque dentro do copo que segurava.

- Eu quero que ela se dane!

- Acalme os ânimos parceiro. Agora você só precisa saber que a mídia já está sabendo que você está aqui e provavelmente daqui a questão de horas seu rostinho lindo vai estar estampando revistas de fofoca no país inteiro!

- Eu não me importo com isso... Se for preciso eu me mudo de novo.

- O que você tem na cabeça Noah?!

- Eu tenho direito a ter uma vida normal e em paz Will.

- Deveria ter pensado nisso antes de se tornar famoso meu amigo! Agora é tarde demais pra voltar atrás! A editora quer uma “luz” sobre algum projeto novo.

- Eu tenho alguns rascunhos pra você, te envio por e-mail agora desculpe a hospitalidade, mas prefiro que dê o fora e mantenha os paparazzi longe daqui!

- Está me escondendo alguma coisa?

- O que eu poderia estar escondendo? – Noah tentava passar toda a confiança que não estava sentindo pelo olhar, não podia contar a Will sobre Elize, até um determinado momento ninguém poderia saber sobre ela. – Você está imaginando coisas Will.

- Bom, então vou ver o que posso fazer por você. – Ele falou se levantando e caminhando em direção à porta.

- Obrigado, vou enviar o que já adiantei pro seu e-mail hoje à noite.

- Vou aguardar.

Quando Will cruzou a porta Noah respirou fundo sentindo-se enjoado. Seu esconderijo fora descoberto, ele não estava mais seguro. Precisava manter as câmeras longe de si... Não, mais importante: longe de Elize.

A mera idéia de descobrirem sobre ela lhe perturbava: ela poderia não gostar e acabar por afastar-se dele. Afastar-se eternamente deleir para bem longe. E isso não podia permitir, não mesmo.

                                                       ---§§§---

- Mas... O quê... Ei, senhor, para onde está me levando? – Perguntava Elize em confusão enquanto era levada para um carro por um... uma... por uma figura estranha, logo após sair do serviço.

E muito estranha, por sinal: Usava grandes óculos escuros, roupas negras com um enorme blusão azul claro números maiores do que deveria usar com o capuz cobrindo o rosto, mas tinha traços tão familiares...

- Entre no carro, te explico no caminho. – Sussurrou, quase fazendo a jovem dar um salto. Aquela era a voz de Noah, mas... por que raios ele se vestiria de tal forma? Após encara-lo por algum tempo, atendeu o pedido do escritor, que já estava no banco do motorista.

Enquanto colocava o cinto com o carro em movimento, abriu a boca vez ou outra para perguntar ou dizer algo com um sorriso como que controlando uma gargalhada, mas nada disse.

Notando o que ocorria ao seu lado, ele suspirou deixando um pequeno sorriso de canto clarear seu rosto, mesmo que ainda estivesse um pouco tenso.

- Descobriram que estou aqui. A mídia. – Sussurrou como se houvesse um paparazzi no porta malas gravando a conversa.

- E daí? – Ela piscou perdida, dando um risinho para compensar a gargalhada evitada.

- Você sabe o assédio que a mídia faz nas celebridades, certo? – Seu lábio inferior tremeu quando uma imagem de Brooklyn acenando docemente para uma foto passou como um raio por sua mente.

Esqueça-a, brigou consigo mesmo.

- Sei... Quer dizer, mais ou menos. Ouço falar de algumas coisas no trabalho. Mas não é para tanto, né! Veja, parece que está fugindo da polícia! – Riu novamente, imaginando-se em uma perseguição policial.

- Quem dera fosse a polícia... – Suspirou.

- Não se preocupe, Noah. Pelo que sei eles só querem umas fotos suas, não pedaço. – E após dar um beijo na bochecha do escritor, indicou-lhe uma pequena casa branca com um jardim verde cheio de rosas vermelhas e rosas. – Para ali? Tenho que buscar uns docinhos que uma amiga minha fez pra mim.

Sem responder, o escritor estacionou o carro em frente à casa logo que o sinal abriu, dizendo que esperaria no carro e pedindo para ela não demorar.

A culpa não era totalmente de Elize, pois, depois de entrar, era difícil sair da casa de Dona Emma sem antes ela contar alguma coisa que aconteceu ou ainda lhe mostrar uma nova canção que ensinou ao inseparável papagaio de estimação, Pietro – ou, como o chamavam, Pipie.

Haviam passado aproximadamente cinco minutos quando uma jovem de no máximo 16 anos vestida em uma jardineira branca florida vinha andando pela calçada na direção do carro. Ela o observou indiferente enquanto andava, mexendo em um fone de ouvido, até que a pouco menos de quatro metros do carro um tique pareceu atingi-la. Arregalou os olhos, correndo em seguida e jogando-se para dentro do banco traseiro do carro destravado – ação que o escritor só conseguiu processar alguns segundos depois, de tão chocado que estava.

- Noah! Ah, Noah! Eu tinha certeza que ia te encontrar! – Seus olhos grandes da cor do chocolate brilhavam, enquanto ela só faltava agarrar o pobre homem pelo pescoço – Vê? Foi o destino! Estávamos destinados a—

- Sai. Do. Meu. Carro. – Falou entredentes, a expressão nada amigável.

A mulher encolheu-se um pouco, só um pouco, e pigarreou.

- Meu nome é Alyss. Prazer! – Tornou a sorrir abertamente, passando uma mão apressada nos cabelos loiros tingidos e alisados por chapinha, motivo de algum de seus fios estarem arrepiados.

Noah não respondeu – o que poderia responder?! -, apenas a encarou com os olhos faiscando em um sentimento indecifrável, mas que claramente não era felicidade.

E sem que o rapaz notasse, ela agilmente teclava no smartphone preto escondido no bolso para o irmão jornalista a descoberta. Havia sido realmente uma ótima idéia acompanha-lo nessa busca pelo escritor!

Mas isso não continuou por muito tempo, pois quando estava prestes a terminar a mensagem com o endereço, ele a descobriu. Puxou seu pulso, erguendo- no ar, os dedos teclando automaticamente. O rosto do escritor avermelhou-se, tomando com custo o celular da mão da moça que sorriu-lhe inocente.

A tela de “Mensagem enviada com sucesso” quase fez Noah rugir, respirando fundo em seguida e contando até 10.

- Ei, estamos esperando quem? – Perguntou enquanto apoiava os cotovelos nos bancos da frente.

- Fora do meu carro, droga! – Gritou em um momento de descontrole, sendo isso o suficiente para Elize ouvir de dentro da casa, olhando para a porta que dava para a rua um tanto assustada e tentando gentilmente escapar da senhora com o papagaio no ombro que sorria-lhe enquanto tagarelava sobre a vez que viu uma Poupa em seu quintal.

No carro, o escritor só faltava se descabelar enquanto a menina que ele reduziu a idade para talvez treze anos contava sobre como amava os livros dele e o quanto ele foi importante para abrir-lhe o caminho à literatura.

Então, ao ver um rapaz alto, magro e que corria desengonçadamente na direção do carro com uma câmera, um gravador e uma bolsa de lado cheia de coisas – o que ele viu como objetos de tortura -, travou as portas do carro e fechou os vidros.

Ele bateu-lhe gentilmente no vidro dianteiro, falando alguma coisa que Noah não fez nem questão de ouvir.

- É o meu irmão! – a menina sorriu, apontando para a figura pálida, de cabelos castanhos, com sardas no rosto e óculos – Vamos, abra! Ele deve estar tão feliz por ter te encontrado! – comentou – Ele vai ganhar uma boa grana por uma entrevista contigo, sabe. A gente pretende se mudar pra Suiça depois de pegar o dinheiro, apesar de eu preferir ficar contigo... – e punha-se a tagarelar, até que ele a cortou.

- Uma entrevista rápida e vocês somem daqui, que acha?

- Ahn...? – Piscou, os olhos marejando de repente – E-eu sou tão desprezível assim? Desculpe, viu! Eu não tenho culpa de ser tão sua fã... Eu não tenho culpa de te adorar! Eu—

- Não foi o que eu quis dizer – Grunhiu, abrindo o carro e indicando para o rapaz entrar no banco traseiro – Pergunte o que quer saber e me deixe em paz!

O rapaz corou, ajeitando os óculos enquanto murmurava um “desculpe o incomodo” e ligava o gravador.  A menina ouvia tudo atentamente enquanto secava os olhos com um bico formado nos lábios.

- O que o trouxe para Hampshire?

- Vim à procura de paz, além de ter achado a cidade ótima para escrever meu novo livro.

- Ouvimos falar bastante do seu livro novo. Sobre o que ele fala?

- Não vou falar muito para manter o clima de mistério sobre ele, mas digo que é sobre um rapaz que decide mudar tudo em sua vida para fugir de seus mais profundos temores, então ele conhece Elize, uma mulher cativante que o ajudará a esquecer todo o resto.

- E em que você se inspirou para escrever o livro?

Noah sorriu fechado.

- Em uma mulher ainda mais encantadora que a personagem. – Talvez estivesse cometendo um erro ao falar isso, dando pistas da existência de Elize, mas as palavras simplesmente saíram de seus lábios automaticamente em um tom apaixonado e orgulhoso.

- Se permite meu atrevimento, poderia nos contar quem é essa mulher? – O rapaz sorriu.

- Não. – Outra resposta automática. Limpou a garganta, pensando em algo para continuar e explicar o por quê da resposta negativa, mas logo o de óculos se pronunciou.

- Entendemos, você não deve querer que ela tenha a privacidade invadida... Mas agora mudando um pouco de assunto, por que você e Brooklyn cancelaram o noivado?

- Não quero falar sobre isso. – E fez sinal para parar de gravar.

- Uma última pergunta: Há prévia de lançamento para seu novo livro? Ou ainda, quando você falará mais sobre ele?

- Ainda não há prévia e... Bem, depende. – Deu uma pequena risada, não por haver graça, mas para não dar a si um ar muito sério. Não gostava de parecer sério ou até mesmo antipático, muito menos para seus leitores.

- Gostaria de falar algo para seus fans? – Ofereceu.

- Aos meus leitores, digo que não vão se arrepender de esperar. Meu novo livro, na minha opinião, será o melhor de todos que já escrevi!

- Obrigado, senhor Tedder, e boa sorte com seu livro! – Sorriu animado, tornando a arrumar seu óculos.

Os irmãos se despediram do escritor, a garota sendo arrastada com custo. Talvez os dois homens não tivessem notado que ela observava com algo de ciúmes e desconfiança para a mulher que espiava-os por cima do muro da casa com curiosidade, como se se perguntasse se deveria ir até o carro ou não.

A menina, Alyss, deu uma última olhada ciumenta para a mulher que agora entrava no banco do carona no carro do seu amado Noah antes de tirar discretamente uma foto onde era claro o rosto de Noah e a silhueta e o sorriso de Elize.

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Ele jogou o jornal no lixo com movimentos eretos, encarando a lixeira. Como raios aquilo aconteceu? Não era para aquela foto existir... Era impossível aquela foto existir!

Noah ouviu um bocejo preguiçoso atrás de si, virando-se e vendo Elize com seu pijama listrado espreguiçando-se antes de pegar uma caixa de leite na geladeira.

- O que houve? – Perguntou sem olhar para ele – Você está estranho.

Ele respirou fundo mais uma vez, indo até a cozinha e, com a mão tremula, pegando um copo de água fria.

- Não me pergunte como... – Respondia lentamente, pressionando as têmporas - ...Mas eles conseguiram uma foto nossa, no carro. Está nos jornais, está todo mundo querendo saber quem é você.

Elize demorou para responder. Pensou, mordeu os lábios, abaixou a cabeça, e por fim encarou-o com um pequeno sorriso:

- Não ligo. Estamos juntos, não estamos? – Aproximou-se do escritor, colocando ambas as mãos como concha na face do outro – Acho que não tem problema em eu dar fim à minha privacidade...

Ele olhou-a nos olhos, um tanto incerto.

- Não sabe o que está falando. Eles vão te perseguir em busca de fotos e entrevistas... É capaz de você enlouquecer, sem falar no ódio que as meninas que são apaixonadas por mim vão sentir por você – e as informações que você não precisa saber que vão ser reveladas por eles, completou em pensamento.

- Apenas faça com que esse sacrifício valha a pena.

Ele não respondeu, envolvendo-a e encarando qualquer coisa, qualquer coisa que não fosse ela. Sabia que um dia precisaria contar, seria pior se ela soubesse por outra pessoa. O que pensaria dele, afinal?

Temia até mesmo o pensamento de se ver sem Elize. Sua presença tornara-se como uma droga – uma droga rara e extremamente viciante da qual apenas ele tinha acesso – e se não a tivesse mais seria apenas um ser vivo vagando a sua procura em meio ao imenso vazio psicológico.

Se a perdesse... Se a perdesse seria não apenas um isolamento como houve com Brooklyn, mas algo muito pior, talvez até mesmo mortal.

- Noah? – A voz de sinos tirou-o de seus pensamentos, atraindo seus olhos para os dela como em um feitiço.

- Certo. Eu te apresentarei à eles... Mas não agora. – Seu tom era incerto, seguido por um engolir em seco.

Ela o fitou mais algum tempo, até selar seus lábios por questão de segundos e afastar-se no mesmo instante, exclamando que seu estomago roncava de fome. Ele seguiu encarando-a de onde estava, movendo apenas os olhos em sua petrificação, pensando se tivesse feito uma grande besteira.

De novo.

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   Dias depois

Os flashes cegaram temporariamente Elize, que não estava acostumada com aquilo. Encolhendo-se ao lado do escritor enquanto adentravam a casa de festas segurou ainda mais forte a mão de Noah sem conseguir sequer sorrir ou espantar a expressão assustada.

Diferente dela, Noah agia com indiferença – embora estivesse ainda um tanto apreensivo – frente aos flashes. Os fotógrafos e jornalistas eram de confiança, então não espalhariam fotos que não possuíssem autorização e nem seriam tão abusados, pois já estavam habituados.

A festa organizada por Pietro em uma casa alugada seria para apresentar Elize aos mais próximos, assim como também seria para colocar a conversa em dia entre velhos amigos.

Noah e Elize estavam sentados em um sofá com Roderich, Natasha, Pietro e Marco – conversavam sobre a cidade. Pietro a havia achado um fim de mundo, ao contrário de Roderich, que disse que seria um ótimo lugar para viver pacata e agradavelmente com uma mulher e filhos.

- Oh, sim! Essa cidade parece o paraíso! Imagine, querido, nós cercados por duas belas crianças que brincariam e atazanariam a gente de noite para não ter que dormir cedo... – Natasha sorriu, abraçando de lado o rapaz enquanto olhava para a janela em tom sonhador. O rapaz sorriu de lado pensando o quão sortudo era ao ter encontrado sua mulher, envolvendo-a com o braço.

- Hey, gente, olha quem chegou! – Começou Marco com sarcasmo – Pensei que tivesse morrido em um salão de bronzeamento, tipo nos filmes, e nunca sido encontrada!

- Ah, eu não morri. – Riu com doçura a mulher, fazendo Noah gelar. – Como vão, pessoal?

- Bro, querida! Quanto tempo, não? – Sorriu Natasha sem desgrudar do marido.

- Bem, Brooklyn, e aí? – Pietro fez sinal para ela se sentar ao seu lado, sendo prontamente atendido.

- Vou levando. – Seu porte era algo aristocrático, como se fosse uma rainha ou princesa. As pernas finas coladas uma na outra apoiavam as mãos delicadas, os olhos pousavam com total leveza sobre as pessoas, parando em Noah ao tempo que seus lábios moviam-se em um silencioso “Oh!” – Noah, quanto tempo! Não tem atendido minhas chamadas... – Recompondo-se da surpresa com um sorriso, ela jogou o cabelo para trás.

O escritor seguia paralisado: vez ou outra piscava com força como que para espantar aquela figura que tanto o assombrava ou ainda engolia em seco.

Pietro havia convidado Brooklyn – ele não sabia o motivo da separação. E agora sua ex-noiva e a mulher pela qual estava perdidamente apaixonado estavam cara a cara, se encarando com curiosidade em ambos os lados, mesmo que uma estivesse ainda um tanto descrente.

Teria ele trocado-me por outra assim tão rápido? Sinto como se tudo que passamos não tivesse valido nada... Oh, inferno! Amaldiçoo o dia em que ele...! Mas preciso ter certeza, sim. Não posso deixa-lo escapar de meus dedos tão rápido, não mesmo!, pensava a recém-chegada enquanto sorria disfarçadamente e analisava a moça.

Parece ser simples... É, é uma jovem simples. O que ele viu demais nela, então?

- E essa bela jovem, quem é?

Elize achou a fala da mulher um tanto engraçada – era tão delicada e fina que parecia forçada.

- Sou Elize, é um prazer. – Sorriu, acenando com a cabeça.

- O prazer é meu, querida. A propósito, como já deve ter ouvido, meu nome é Brooklyn.

Roderich olhou de canto para o parente, vendo como o rapaz avermelhava-se de forma estranha. Pigarreando, chamou-o.

- Hey, Noah, Pietro, eu já mostrei para vocês as moedas que eu e minha mulher compramos numa feira de antiguidades a caminho daqui? Estou com o baú aí, vamos lá no carro! – Ergueu-se.

- Ah, as moedas são incríveis! Vão lá ver, garanto que vão gostar!

Demorou alguns segundos, mas finalmente Noah se tocou que o rapaz falava com ele e também se ergueu, hesitante.

- Você não quer vir, Elize?

- Ah... Não, não, eu não tenho muito interesse por essas coisas. De antiguidade minha casa tem um monte – Riu.

- Ah, mas assim que é bom! – Comentou Natasha enquanto passava a mão sobre a saia do vestido azul-bebê com finas listras brancas – Adoro coisas antigas, sabe.

- Vocês não sabem o que é bom... – Discordou Marco.

- Bom, então vamos lá! – Pietro passou os braços pelos ombros dos dois, quase arrastando Noah que seguia olhando para trás.

Ao chegarem à garagem, Roderich adiantou-se:

- Muito bem, o que foi aquilo? – Seu tom era sério, assim como sua expressão.

- É mesmo... Quando a Brooklyn chegou você só faltou sair correndo! – Pietro torceu o nariz.

- A-ah... Bem...

- Eu sei que o término do noivado de vocês foi chato e tudo mais, mas também não é assim!

- ...Não quero falar sobre isso.

Pietro bufou.

- É sempre assim! A gente se preocupa aqui e você dá essa de “ain, não quero falar sobre isso”! – Puxou um cigarro, acendendo-o com frustração – Quando se trata dessa garota você parece uma criança... – Resmungou.

- Desculpe. – Murmurou baixinho, abaixando a cabeça e encarando o pneu do carro infantilmente.

- Ao menos comece a disfarçar, ou vou ter que, definitivamente, dar um jeito nessa situação. – Finalizou Roderich com a voz controlada, cansado daquele assunto. Não queria se estressar, não de novo.

- E então, cadê as moedas? – Desconversou ainda levemente irritado Pietro.

- Ah, então, deixa eu mostrar aqui... – Abriu o porta-malas, retirando um pequeno baú de couro e metal enferrujado.

---§§§---

Do lado de dentro o clima parecia mais agradável. Natasha havia ido buscar ponche, Marco, Brooklyn e Elize conversavam sobre assuntos diversos como se se conhecessem há tempos.

- Então, Brooklyn, o que você faz? – Perguntou a garçonete.

- Eu trabalho com sustentabilidade. E você, o que faz?

- Sou garçonete.

- Você é daqui, não é mesmo?

- Sim, sim. – passou a unha pela perna em movimentos distraídos em círculos pequenos.

Ficaram um momento em silencio.

- Então, você e Noah se conhecem de algum filme? – Perguntou, por fim, um tanto sem-graça.

- Eu sim. Fui eu quem atuei como personagem principal do livro dele – Orgulhoso.

- Ah, eu não, não mesmo. Na verdade a gente se conheceu em uma das palestras que eu fiz, sabe.

- E você, de onde conhece o Noah? – Perguntou Marco sem esconder a curiosidade, inconscientemente impedindo Brooklyn de seguir falando.

- Da lanchonete de onde trabalho. - Em seguida acrescentou – Vou experimentar o ponche, com licença.

Ergueu-se, deixando os dois para trás. Ao voltar ao sofá com movimentos mecânicos e o copo de ponche em mãos, notou que os rapazes haviam voltado.

A noite seguiu aparentemente tranquila, apesar da imensa apreensão de Noah e, por que não, de Elize. Brooklyn parecia ter gostado da garçonete, pois na maior parte do tempo insistia em uma conversa com ela, o que não agradava em nada o escritor, este que recebia olhares de Roderich frequentemente.

Por fim, antes que Noah decidisse arrastar todos para a mesa de jantar e apresentar oficialmente Elize, Natasha resolveu ir até o banheiro arrumar a maquiagem, a qual sentia como que numa paranoia que já estava borrando. Erguendo-se, sentiu sua mão ser segurada.

- Vai ao banheiro? Vou com você. – Natasha arrepiou-se quando ouviu, como se a outra lesse sua mente, mas não falou nada.

Indo até o cômodo de azulejos claros, Brooklyn entrou na cabine após pedir que a outra a esperasse e Natasha ficou de frente ao espelho, retirando o batom rosa-claro da bolsa.

- Ei, Brook, você acha que eles são namorados mesmo?

- Parece que são. – Ouviu, seguida pela descarga.

- ...Sim. Quer dizer, ao menos eu acho. Mas ainda prefiro você, sabe. Vocês se conhecem a mais tempo e são tão fofos juntos! Falando nisso, vem cá, afinal, por que terminaram? Nunca entendi...

Brooklyn, que lavava as mãos com o olhar fixo na torneira, sentiu os lábios tremerem enquanto um nó na garganta se formava.

- ...

- Brook?

- E-eu... – Ouvindo um fungado, sobressaltou-se. Havia a feito chorar? – Eu vou te contar, vou contar tudo, não aguento mais segurar sozinha esse peso! Mas por favor, por favor, não me julgue! Eu juro que não foi por mal... Juro! – Ergueu as mãos no rosto como que escondendo-o – Sei que fui egoísta, muito egoísta, mas... Eu tive tanto medo!

- Calma. – Atreve-se com a voz mansa, aproximando um passo.

- Foi tudo graças ao Steve... Não! Foi minha culpa, na verdade. Mas foi por ele também, principalmente. – Respirou fundo, tornando a ligar a torneira e molhando o rosto. Esperou um pouco – Steve era muito próximo de mim, talvez até próximo demais. Quando éramos mais jovens, nós quisemos experimentar as coisas, sabe? Então... começou com uma noite de álcool. Eu era jovem e fraca, então acabei fora de mim logo nos primeiros copos. Depois disso só me lembro de acordar na cama dele, do Steve. Não preciso te contar o que aconteceu. – Acrescentou com amargura.

Em mais uma pausa, Natasha acenou com a cabeça para que a outra continuasse.

- Eu pensei que não houvesse problemas, pois era a minha primeira vez, além de ter achado que ele havia se prevenido... Mas não. Ele estava tão bêbado quanto eu, talvez mais, pois lembro que ele fez algumas misturas estranhas... – Suspirou – Resumindo, aconteceu que eu engravidei. Minha família não queria que eu tirasse, afinal meus pais eram contra o aborto, mas também não queriam ficar mal vistos. Então me mandaram para a casa de uma tia minha, lá na Austrália. Longe, não? – Riu sem humor – De qualquer forma, preferi não discutir, a errada era eu. Assim, quando minha filha nasceu, a colocamos para adoção.

- Você não quis ficar com ela? – Deixou escapar, levemente surpresa.

- Não vou mentir. Não, eu não quis, e mesmo que quisesse eu não poderia. Eu tinha o que, dezesseis, dezessete anos? – Estralou a língua, desgostosa – Eu tinha muito medo, tanto de criar a criança quanto dos meus pais. Voltando à história, eu consegui seguir com a vida normalmente; não encontrei Steve mais. E quando encontrei... Por mais clichê, irônico ou o que for que seja, ele estava com Noah. Eram amigos, melhores amigos, e de inicio pareceu que ele não se lembrava do que havia ocorrido entre nós. Então eu e Noah começamos a namorar, e junto com isso ele decidiu trazer-me o inferno à tona: exigia dinheiro, no começo pouco, depois aumentando. Virou quase um salário, e se eu não pagasse ele contaria a todos sobre a criança. Para mim aquilo era algo inaceitável, aliás, ainda é. Se alguém mais souber disso... Eu acho que sou capaz de morrer!

- Acalme-se, Brooklyn. Ninguém mais vai saber disso, viu? – Confortou.

Brooklyn pareceu ignorar o que a outra disse, pois continuou:

- Eu e Noah noivamos, eu estava disposta a aguentar tudo aquilo. Mas então ele precisou viajar com Roderich... Não era a primeira vez que ele viajava sem mim, mas daquela vez foi diferente. – Os olhos de Brooklyn marejaram-se levemente, ela piscou, expulsando as lágrimas - Acho que se passaram três ou quatro dias quando ele foi lá na casa onde eu e Noah morávamos juntos. Eu perguntei o que ele queria, pois eu já o havia pago, então ele... - Seus lábios tornaram a tremer – Eu não tive escolhas a não ser deitar com ele. No fim acabei dormindo junto a ele também, usando sua camisa... E também, no fim, Noah voltou mais cedo e me viu deitada com ele.

- Ah... – Natasha já havia entendido – Desculpe.

- Por que está se desculpando? – Franziu o cenho.

- Por ter tocado nisso... Eu não queria ter me metido nessa história. – Colocou envergonhada.

- Eu precisava contar para alguém. Eu estou enlouquecendo!

- Se tiver algo que eu possa fazer... – Ofereceu incerta.

- Não. Infelizmente, não tem nada que me tire disso. – Suspirou – Apenas mantenha silencio.

- Essa conversa nunca aconteceu, Brooklyn. – Declarou Natasha sem expressão. Ficaram em silêncio.

Brooklyn não seguiu com Natasha para onde estavam os rapazes – ela foi embora com a desculpa de não se sentir bem. Faltavam vinte minutos para o jantar ser servido e, junto com ele, Elize ser apresentada, mas esta não estava nem um pouco bem para isso – só a ideia de ter toda aquela gente a encarando a fazia tremer.

- Demorou. – Comentou Roderich.

- Realmente, a gente pensou que vocês tinham morrido lá! – Riu Marco, que havia parado de falar.

- Mentira! Você até queria apostar que elas estavam se beijando num box do banheiro! – Brincou Pietro, dando uma cotovelada de leve no amigo.

- Bem, agora que você voltou acho que já podemos começar o jantar, não?

- Vamos lá, já estou com fome!

- Então vamos. Ah... Meu estomago ronca... – Ergueu-se Roderich, passando a mão na barriga ansioso.

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Era apenas uma mesa, mas em compensação suficiente para quase um batalhão inteiro, pois mesmo com os cinquenta e tantos ocupantes ainda sobrou três lugares. Estava forrada com assado de carne, legumes, batatas, peixes e cottage pie, a qual foi a primeira vítima da fome de Marco.

As funcionárias os serviram, a conversa sempre sendo mantida, até que Noah ergueu-se com um olhar que variava entre preocupação e felicidade.

- Por favor, peço silencio por um momento... – Foi prontamente obedecido – Gostaria de agradecer a todos que vieram, os quais boa parte considero grandes amigos.

- Você também é um baita amigo, apesar de desaparecer frequentemente – Brincou um homem de meia idade mais ao fundo. Noah deu uma risada fraca e agradecida. Por um momento sentiu-se como uma criança cercada unicamente pelo amor. Sentia como se todos o amassem.

- Obrigado! Bem, os tirei do conforto de suas casas para, além de revê-los e mostrar que estou, sim, vivo – alguns riram -, apresentar a mulher mais encantadora que já conheci. Ah, não, não fique com ciúmes, senhora Rédd! – emendou em brincadeira.

- Você que pense que não vou ficar, rei das folhas de papel. – Sorriu com graça uma senhora de idade, Julia Rédd.

- Apenas não mande nenhum soldado atrás do meu pescoço, por favor! – Ergueu a mão teatralmente, como em uma súplica. Tão rápido as ergueu as abaixou. – Mas, continuando... Essa mulher me cativou, não, mais que isso--

- Pare de enrolar, estou com fome! – Estragou um dos primos, Albert, que aparentava os onze anos.

- Como você é chato, rapaz! – Seu irmão gêmeo, Fritz, deu-lhe um peteleco na cabeça.

Rindo, Noah continuou:

- Pois bem! Essa mulher é Elize. Venha, querida, levante-se! – pediu.

A garota, timidamente, realizou seu pedido. Com a cabeça baixa e o rosto vermelho ouviu um comentário, o qual veio de Albert:

- Você deu sorte, primo! E eu mais ainda, ganhar uma moça tão linda como parente!

- Então, preparar... Podem atacar! – Riu o escritor, sentando-se.

- Mas e o beijo?! – Cobrou Sra. Rédd.

Elize apenas sentia as luzes dos flashes sobre si, além de suas mãos tremulas, formigantes e frias.

---§§§---

Era segunda-feira, dia seguinte ao jantar, ou, segundo Pietro, festa. O relógio marcava nove horas da manhã, Elize lutava contra os bocejos enquanto esperava clientes.

- E então, como foi a festa ontem? – Paul encostou ao seu lado.

- Nada mal. – Sorriu a jovem –Pena que não tinha ninguém que eu conhecesse, né... – Acrescentou a indireta chateada, encarando Ellie e Paul.

- Eu tive que ir buscar meu irmão no aeroporto, senão ele ia errar o caminho de casa e tudo mais... Mas na próxima prometo que vou, viu! – Ellie.

- Foi mal, Liz. Eu queria ter ido, mas, como eu já tinha falado, eu tinha combinado de passar o fim de semana com meus avós, lá em Lymington.

- Da próxima vez não vai ter desculpa – Cerrou os olhos ameaçadoramente, logo rindo da expressão que Paul fizera.

Um cliente sentou-se no balcão, pediu um café e abriu o jornal que carregava consigo enquanto murmurava um “que sono” baixo, mas suficiente para que os funcionários ouvissem. Ellie, que havia ido preparar o café, voltou ao homem e lhe entregou o pedido enquanto erguia os olhos para a primeira página, contrária à que o homem lia.

- Hey, esse tal... Noah Tedder... Veja aqui, Liz. O cara está na primeira página do jornal! – Anunciou animada para Elize, que lavava alguns pratos.

A garçonete aproximou-se enquanto secava as mãos no avental, lendo com pouco interesse a manchete:

 “BOMBA - um dos homens mais amados da Inglaterra: Nova paixão e antigo mistério revelados!

Noah Tedder, que apareceu em uma foto dias atrás com uma mulher misteriosa, finalmente revelou a todos o que muitas sabiam e outras temiam: está em um compromisso!

A sortuda, Elize Siegel, foi apresentada durante um jantar entre amigos ontem à noite (veja as fotos liberadas no nosso site) e realmente, o escritor parece ter feito uma ótima escolha! A reação das fãs do escritor... Bem, algumas gostaram da idéia, mas outras nem um pouco!

Além de Elize, outra novidade marcou a noite de ontem: uma gravação feita por uma das faxineiras do local, que não teve seu nome revelado, onde a ex-mulher de Noah conta o real motivo do fim do noivado. Veja mais na página 9.”

- Não sabia que ele tinha tido uma noiva... – Sussurou Elize – Ele nunca me contou nada assim.

- Ei, senhor, você está usando a folha com a página nove? – Perguntou Ellie para o homem, que ergueu os olhos e acenou com a cabeça, separando a que estava lendo das demais, as quais deixou sobre o balcão para que a moça pegasse – Vejamos... cinco... sete... Arrá, nove!

“ O que será que levou Noah Tedder a romper o noivado com Brooklyn Hails? Pois hoje de manhã, por meio de uma carta, recebemos uma gravação que revela a resposta dessa pergunta que muitos fizeram!

A ex-mulher do escritor revelou para uma amiga ontem à noite em um jantar organizado pelo diretor Pietro Forks que havia traído o noivo. Isso mesmo, traído o noivo!

Segundo ela, o motivo da traição foi uma chantagem por parte de um amigo de infância, que a havia engravidado quando eram adolescentes. A criança foi doada e ninguém nunca mais tocou no assunto, até que o pai apareceu novamente e passou a cobrar pelo sigilo.

“Virou quase um salário, e se eu não pagasse ele contaria a todos sobre a criança.”, disse Brooklyn na gravação. “Eu não tive escolhas a não ser me deitar com ele. No fim acabei dormindo junto a ele também, usando sua camisa... E também, no fim, Noah voltou mais cedo e nos viu juntos.”

Não se sabe ainda se a gravação é verdadeira, mas pelo que parece a teoria de muita gente é verdade: Noah Tedder, um dos homens mais amados de toda a Inglaterra, foi chifrado! Agora vamos torcer para que ele dê sorte nesse novo amor, não é?!”

Então era isso que ele me escondia... – Sussurrou entredentes, as mãos tremendo ligeiramente. Sentia como se tivesse levado um soco no estomago.

Ellie voltou-se para a garota.

- Ele não te contou nadica de nada? Sério? – Franziu o cenho enquanto devolvia o jornal ao cliente, que comia com gosto waffles de chocolate.

- Não. Nada de nada. – Afastou-se, voltando à louça enquanto sua mente travava uma batalha de sentimentos, em especial raiva e angustia.

- Estranho... – Murmurou Ellie, encarando-a.

- O que? O que houve? – Aproximou-se Paul, que havia ido servir um grupo de jovens.

- Nada que você não vá saber depois. – Respondeu sem olhar para ele. – Espero apenas que não esteja acontecendo o que ela pensa que está. Ela não merece sofrer por amor... – Suspirou, em seguida entrando na cozinha para começar a preparar o almoço.


 


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Notas finais do capítulo

Próxima música Missing people 1&2
Acham que estamos interpretando bem as músicas? Comentem!!