The Roommate escrita por Reet


Capítulo 7
Capítulo 6 Cheio de surpresinhas


Notas iniciais do capítulo

Novamente, não chamei ninguém para revisar. Parece que perdi minhas betas :o
MinnetteManu (u/70737), vou agradecer sua recomendação linda com esse capítulo, você pode considerar seu ♥
Respondi todos os comentários gksdjldgkjs esse capítulo tem uma música, vocês podem ouvir se quiserem para entrar no clima assim que a Alexis citar que está ouvindo um plano de fundo musical: http://www.youtube.com/watch?v=H2-1u8xvk54
♥ ♥



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– Eu durmo por uma tarde e você já marcou território em uma garota como ela. – Hansel se fingiu de ofendido e ergueu os braços, andando para trás até cair no outro sofá.

Eu ri para não jogar meu prato de omelete na cara dele.

Digo, que beleza ser marcada como território do Bradley, mas não precisa deixar claro em voz alta, certo?

– De onde você saiu? – perguntei, no que deixava transparecer minha vontade de mudar de assunto.

– Há cinco minutos, do quarto do meu colega de apartamento, no andar de baixo.

– Ele estuda? – apontei para Hansel, mas minha pergunta era para Bradley.

– Está em um curso, mas não vai à aula.

– Vejo que vocês são bem parecidos – eles riram enquanto eu olhava para a televisão e mastigava.

– Mas cá entre nós, Alexis, Brad pode ser instantaneamente sexy – como eu não tinha pensado nessa definição antes? Descreve perfeitamente tudo o que eu quero dizer –, mas eu sou melhor, porque essa personalidade depressiva afasta quase imediatamente qualquer e toda garota que esteja a fim.

– NINGUÉM pediu sua opinião, Hans. – Bradley o encarou como se estivesse despejando informação desnecessária, ou como se o quisesse arrancar os órgãos e vender no mercado negro. Apesar das duas opções se completarem, eu apostava na segunda, porque gostava de ver o circo pegar fogo.

– Por que você acha que a personalidade dele é depressiva? – perguntei, trocando olhares entre Bradley e Hansel. Digo, por que raios um cara como Bradley seria assim?

– Você não? – Hansel respondeu imediatamente contrário a pergunta. – Há quanto tempo está aqui mesmo?

– Hans, cala a boca.

– Umas vinte e seis horas – respondi por cima de Bradley, que tentava dizer alguma coisa com os olhos e desviava o olhar quando eu o encarava.

– Você já sabe dos...? – Bradley interrompeu Hansel, pulando do sofá e segurando a gola da blusa do outro.

Eu achei que ele fosse enfiar um soco na cara de Hansel. Infelizmente, ele apenas o puxou para fora do sofá e para longe da sala. Virei-me para acompanhar para onde eles iam. Deu tempo de reparar que Hansel era mais baixo que Bradley, mas caminhavam com a mesma postura torta e estranha. Até que desapareceram no corredor.

Eu estava tentada a ir atrás deles e ouvir a conversa, isso deixaria tudo mais interessante, mas eu também estava com fome e vontade de terminar de comer a omelete e as torradas. E mais uma vez, a comida vence.

– Você tem um trono reservado ao lado de Hitler! – ouvi Hansel esbravejar depois de algum tempo, e então eles apareceram de volta na sala.

– Que honra – Bradley bateu três vezes nas costas do amigo e este o encarou como se não estivesse dizendo coisas sanas. – Hansel vem de uma família judia – explicou.

De repente, Hansel tirou um celular do bolso e atendeu alguma chamada, fazendo algumas caretas, e depois desligou.

– Antes que eu vá, tem alguma coisa para comer?

Levantei-me com o prato na mão, pois já havia terminado o café, e fui na direção dos dois.

– Bradley é o cozinheiro. O que você quer comer?

– Você.

Tive que me afastar dois passos para permitir que Bradley desse um soco em Hansel, que não tinha intenção de matar, que isso fique claro, e o empurrasse para longe de mim. O garoto foi arrastado aos protestos e eu fui atrás até que nossos caminhos se separavam entre porta e cozinha. Lavei a louça toda e estive lá por minutos até que a porta da frente bateu e eu soube que Bradley tinha voltado.

Ele me encarou por dois segundos e continuou andando.

– O que foi isso?

– Nada. É o Hans, tudo que ele diz é besteira e viadagem.

Entramos no corredor. Os passos dele eram muito mais rápidos e longos, eu corri para acompanhar antes que ele me deixasse falando com as paredes, o que ele faria em breve.

– Mas Bradley, ele...

– Dá para me chamar de Brad? – ele se virou e eu quase colidi com a cara no peito dele.

– Não, não. Jogador de futebol americano suado. O que ele quis dizer com personalidade depressiva?

Bradley se virou e abriu a porta de seu quarto.

– Alexis, não enche.

Mas que raios eu fiz?

Ele entrou no quarto e fechou a porta, como eu havia previsto, me deixando falar com as paredes.

– VOCÊ VAI SE TRANCAR PARA O RESTO DO DIA? – algo me dizia que eu não deveria ficar deixando minha irritação transparecer.

– VOCÊ ME ACORDOU, AGORA EU VOU DORMIR.

– ÓTIMO!

Sinceramente, eu queria dar um soco em Bradley por provocar minha ansiedade. Eu abriria a porta e realmente faria isso, mas só de pensar em entrar no quarto dele novamente, já me remetia à cena da madrugada daquele dia, e minha vontade de sumir tomava conta.

De repente, ele mesmo abriu a porta.

– PERDI O SONO.

– E O QUE EU POSSO FAZER POR VOCÊ?

E tomou conta do meu espaço pessoal, tampando a minha boca invasivamente e me empurrando leve e rapidamente até a parede. Acho que no fundo eu estava esperando por isso.

– Calar a boca.

Tentei morder a mão dele, mas a mão dele quase tapava meu rosto inteiro de tão grande. Bradley entendeu o que eu estava tentando fazer e começou a rir. A expressão dele mudou para algo tão puro e adorável que eu quase me esqueci o que estava fazendo. Fiz caretas e contorci o rosto, tentando mordê-lo de todas as formas. Brad se aproximou alguns passos, até que minha visão se limitava ao seu tronco e ele abaixava o rosto para rir da minha cara direito.

Não conseguia mais continuar. Ele estava perto para testar minha resistência – eu não tinha resistência. Gritei, mesmo que abafado, deu para entender alguma coisa. Brad tirou a mão da minha boca e colocou na parede ao lado do meu rosto. Onde ele quer chegar?

– O que foi?

– Nada. Acho que vou procurar alguma coisa para arrumar enquanto você procura achar o seu sono. – desviei o olhar e pensei em sair andando pelo lado que ele ainda não me prendia.

– Falar em procurar, você estava procurando alguma coisa ontem à noite?

Minha dignidade, talvez.

– Não, por quê?

Brad respirou perto do meu rosto, como se estivesse se controlando para não fazer o que eu queria que fizesse agora e desde que vi aquela boca pela primeira vez. Deu de ombros e se afastou – e também acabou com minhas esperanças.

– Se precisar, estarei aqui.

Dito isso, ele apontou para o quarto fechado com uma mão e a outra, levou ao bolso do moletom, tirando de lá aquele chaveiro de pelúcia cheio de chaves. Com uma volta, achou uma chave e destrancou a porta. Acho que meu queixo caiu. Eu poderia ter me lembrado do chaveiro de pelúcia, mas eu só faço merda.

Entrou e fechou a porta. Está certo. Agora é só arranjar algo para precisar dele, e matar minha curiosidade.

Fui à cozinha e peguei uma lata de coca-cola para pensar. Eu quase podia ouvir o plano de fundo instrumental enquanto eu tentava fazer minha mente funcionar encostada à bancada da cozinha. Na verdade, eu podia ouvir o plano de fundo instrumental, que não se encaixava nada com a situação.

Eu tinha quase certeza de que estava ouvindo alguma coisa. Abandonei a lata de coca-cola e voltei ao corredor. O som ficava cada vez mais alto. Estava claro que vinha do quarto. Estava claro o que tinha no quarto. Toquei a maçaneta e abri a porta.

Havia um sofá enorme e redondo, e de costas para a porta, havia Bradley.

Ele estava tocando. Não era algo que eu conhecia, mas o que eu conhecia sobre esse tipo de música, afinal? Era suficientemente satisfatório que um ser humano vazio como eu pelo menos soubesse diferenciar um teclado de uma mesa de DJ.

Com o meu básico conhecimento, eu só podia dizer que era harmônico, melódico e bonito. Bradley tocava teclado. Depois dessa, eu não poderia esperar menos. Ele já não era certo, era cheio de surpresinhas. De onde esse cara surgiu e onde ele esteve esse tempo todo?

Ficar ouvindo era mais do que confortável, eu poderia estar parada por minutos, mas pareciam o mesmo que horas. Eu queria lhe acertar um soco. Eu iria lhe acertar um soco.

A música se aproximou do final e acabou. Bradley ficou olhando para as teclas, e quando eu pensei que ele iria começar uma nova música, ele apertou uma tecla que fez um barulho angustiante e virou o rosto na minha direção. Provavelmente ele viu uma garotinha encolhida e agarrada com a porta, e foi por isso que ele riu.

– Comptine D'un Autre Été – pronunciou e deu três tapinhas no sofá redondo, como se me convidasse para sentar. – O que achou?

– O que é isso? – arfei ao cair na realidade.

– Vou dar uma dica, não é um fogão com botões coloridos.

Aproximei alguns passos até que ficasse atrás de Bradley e ele voltou a posição normal, de costas para mim e sem me encarar.

– É lindo. – sussurrei, mas era alto suficiente para que ele ouvisse. O sorriso dele fez barulho. – É lindo, Bradley.

– Achou que eu fosse só estranho e nada mais?

– Na verdade, sim. Tem mais alguma coisa que eu nem imagine?

– Tem. – Bradley riu em deboche e colocou as mãos de volta a posição como se fosse começar a tocar algo.

Antes que eu pudesse me esquecer, fechei a mão em punho e soquei seu ombro. Ele se virou rapidamente e quando tentei desferir um soco em sua cara, ele segurou meu pulso. Não só segurou minha outra mão, como também me puxou e me colocou sentada no banquinho de frente para o teclado como se eu fosse tão manuseável como uma boneca ou um daqueles ursos de pelúcia que ele tem no quarto.

– Shh – me silenciou. O que não era necessário, porque só de estar perto e respirar aquele perfume era suficiente para me fazer calar a boca e ouvi-lo tocar.


(...)



Era como se as diversas músicas estivessem presas à minha cabeça. Definitivamente, passar uma tarde ao lado de Bradley tocando piano era uma coisa que eu deveria adicionar à lista de “não faz bem para mim”. O despertador nem ao menos teve o efeito irritante de todas as manhãs, porque eu ainda podia ouvir o som das teclas na minha cabeça.


Felizmente, eu ainda tinha alguns minutos até a primeira aula do dia: química teórica, e poderia aproveitar para tomar um banho antes de ir à universidade. Joguei a toalha pelo ombro e fui para o corredor, observando que o apartamento estava extremamente silencioso, Bradley ainda não havia acordado, que óbvio.

Mesmo depois do meu banho de quase meia hora, eu já estava para ficar atrasada, a casa ainda estava em completo silêncio. Caminhei, traçando gotas de água pelo corredor, e bati na porta de madeira arranhada.

– Brad, acorda! – chamei-o, ainda batendo insistentemente – Bradley! Você precisa levantar.

Eu não quero. – ouvi um grunhido bem longe da porta. Ótimo, ele estava acordado. Abri a porta e coloquei a cabeça para dentro.

– Eu tenho quase certeza de que você tem uma aula de química agora. – tateei a parede a procura de um interruptor e apertei várias vezes, até perceber que a luz não acendia. – Onde está a luz?

– Não tem luz, e eu tenho quase certeza de que eu vou faltar. – murmurou contra os travesseiros. Abri mais a porta para enxergar Bradley deitado no meio de ursos de pelúcia, segurando algum deles, com as costas nuas.

– Você estuda engenharia química e vai faltar as aulas de química?

– Que parte você não entendeu?

– Levanta!

– Não!

Caminhei até a cama e procurei seu pé entre o cobertor, então o puxei com força. Ele protestou, mas foi arrastado até cair da cama sentado segurando um urso. Bradley me encarou de uma forma tão macabra que eu já estava prestes a me desculpar pela invasão. No momento seguinte, ele já estava de pé, jogando o urso na cama e o cobertor em mim. Enquanto caminhava pelo quarto a procura de alguma coisa, dobrei o cobertor e coloquei em cima da cama. Quando me virei novamente, ele vestia uma regata escrito “I could corrupt you” e tentava pentear o cabelo com a mão, fazendo uma careta de sono. Eu poderia agarrá-lo. E para minha sanidade, saí do quarto. Ele veio atrás depois de achar uma bolsa, coloca-la no ombro e pegar o chaveiro de pelúcia.

– Não quer que eu faça nada para comer? – perguntou atrás de mim.

– Não.

Abri a porta com minha chave e fechei assim que ele saiu, apertando o botão do elevador.

– Tem certeza de que não vai morrer de fome?

– Não vou morrer de fome. – assim que entramos no elevador, Bradley deu um tapa na minha mão quando tentei apertar o botão do térreo. – Garagem? A saída da garagem é para o outro lado da universidade, Bradley.

– Ok e daí?

A porta do elevador abriu e Bradley ergueu do chaveiro de pelúcia uma chave mais grossa que eu não havia notado antes. No momento seguinte, ele estava abrindo um pequeno armário em uma parede e tirou dois capacetes, me entregando o segundo.

Esfreguei o rosto, não estava acreditando mais em Bradley. Se ele era real, se outras pessoas podiam vê-lo. Quando abri os olhos, ele estava sorrindo para mim, esperando que eu me sentasse atrás dele na moto. Era uma Ducati 749 preta. Eu gostaria de saber onde ele arranjou isso, eu sabia que uma dessas custava um olho da cara. Coloquei o capacete e subi na moto, olhando para o corpo na minha frente e me perguntando internamente onde segurá-lo. Tinha uma trilha de hematomas em qualquer parte.

– Não vai doer, pode apertar. – murmurou como se lesse meus pensamentos.

Coloquei meus braços em torno de sua cintura e apertei. Com força, deitando o rosto em suas costas e respirando o perfume que ele nem havia colocado, mas estava ali. Droga, ele era tão real.


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Notas finais do capítulo

Aumentei o capítulo a pedido de leitores hue
Espero que tenham gostado gjsdhgjksd
Tem uma música, Falling Up do Hotel Aquarium, que eu acho totalmente a cara de The Roommate. Se vocês conhecerem alguma música como essa, ou que lembre TR, digam aí fdkshgj Falem o que estão achando, seres.
Até o próximo, adiosss ♥
@_Reet