The Roommate escrita por Reet


Capítulo 6
Capítulo 5 Não chegue perto dela


Notas iniciais do capítulo

Tem umas portuguesas me pedindo para postar o capítulo, então eu decidi aparecer, olá pessoas.
Respondi todos os reviews do capítulo anterior, obrigada por todos! Acabei de terminar o capítulo e nem quis mandar para alguém revisar, então desculpe se saí do personagem, sempre faço isso.
E agradecendo já pelas recomendações da Brubs (u/209066) e da joseanejonas (u/111428) ♥ ♥ obrigada!
Eu poderia não ter colocado esse título, mas foi o que me veio à cabeça. Well wtv eu estou com fome então aqui vai o capítulo.



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Minha cabeça. Ela estava me castigando com pensamentos impróprios desde que havia ido dormir, ou tentado, porque tinha a sensação de que passei metade da noite sonhando acordada, ou então até o meu sonho estava se comportando deliberadamente mal.

Foi insano, babaca e não se encaixava com qualquer decência de alguém que acabou de chegar, mas eu não estava me importando com qualquer insanidade, visto que a sanidade não existia naquele cara.

Eu sabia disso e mesmo assim levantei sorrindo como uma babaca. Levantei, pois também por causa da minha cabeça, eu tinha que lavar o rosto e forrar o estômago que rugia e se confundia com o barulho do ar-condicionado. Eu tinha plena certeza de que Adams estaria dormindo, então saí sem vestir nenhum short e me arrumei com praticidade no banheiro de porta aberta, porque não ter como trancar dava no mesmo. Em poucos minutos, eu já estava na cozinha à procura de algo sustentável nos armários.

Havia qualquer tipo de salgadinhos, mas não havia biscoitos ou pão, o que me deixou decepcionada e fez meu estômago doer. Eu precisava desesperadamente de comer alguma coisa, e minhas únicas opções saudáveis eram comer eu mesma ou acordar Bradley, e elas não eram exatamente saudáveis. Por raios, não! Eu não conseguiria encarar Bradley depois da invasão que eu tinha feito ontem. A menos que ele se jogasse na minha frente, eu ficaria olhando para baixo.

Achei queijo, ovos, tomate e presunto na geladeira, o que me lembrava que eu poderia tentar fazer uma omelete, muito falha, mas vai que dá certo. Coloquei os ingredientes em cima da bancada, peguei uma faca e uma tábua para cortar o que era necessário e uma tigela para os ovos.

Assim que segurei os ovos, prestes a quebrar, desisti de tudo e me arrastei para o corredor, decidida a acordar Bradley. O que esperar de alguém que nem sabe quebrar ovos?

Bati na porta três vezes para manter a pose de menina de Deus – o que era uma mentira, porque eu sou ateia –, e como ele não respondeu, comecei a esmurrar a porta, com vontade de entrar e bater na cara dele com vários travesseiros a cada vez que meu estômago rugia.

– ESTOU ACORDADO, CARALHO – eu não poderia esperar outra resposta.

– ESTOU COM FOME, CARALHO.

– Cinco minutos, eu não vou deixar você morrer! – a voz dele foi sumindo, até que desapareceu e só restou silêncio para meu estômago atrapalhar.

Fiquei encostada na parede ao lado do quarto, de braços cruzados, como uma criança irritada. Talvez eu estivesse contando cinco minutos mentalmente, e em minha defesa, fome me deixava irritada. É uma péssima ideia nascer viciada em comida e não saber cozinhar. Até que Bradley abriu a porta com violência e eu me virei para ele, voltando com o rosto para o lado oposto assim que meu consciente absorveu a cena.

Regatas e fios de cabelo bagunçados eram dois fatores demais para mim, não me faziam nada bem e eu sentia pena de mim mesma ao me lembrar que eu teria que me acostumar.

E sabe de uma outra coisa, eu ainda estava sem short. Esperava que fosse suficiente como vingança pela tentação.

– Dia. – resmunguei. Contanto que eu não tivesse que olhar em seu rosto, o meu estava livre da coloração rosa e eu, da pequena euforia que desconserta minhas emoções.

– Isso.

– Eu comecei a fazer omelete, mas...

– Você quebrou algo ou colocou fogo? – me interrompeu.

– Não, eu não sei quebrar ovos.

Acho que eu mereci as gargalhadas que ele soltou com vontade. Passou por mim na entrada da cozinha e foi direito à bancada observar tudo que eu já tinha feito, que na verdade era apenas separar tudo o que precisava. Bradley balançou a cabeça e pegou dois ovos, quebrando um com o outro e despejando dentro da tigela. Eu não quebro ovos por motivo de sempre deixar cair no chão ou juntar o líquido com os pedaços de casca, mas Bradley não tinha problema nenhum com isso.

– Corte o queijo, o presunto e o tomate. Você sabe manusear uma faca, certo? – me encarou, instantaneamente, encarei o chão. Bonito, azulejo maneiro.

– Acho que sim.

Fui até a bancada mais afastada e comecei a cortar grandes pedaços de queijo, para depois cortá-los menores. Só podia se ouvir o barulho do garfo batendo na tigela e da faca que quase arrancava pedaços do meu dedo, até que ele cortou o silêncio. Não saberia dizer se aquilo foi bom ou ruim, considerando o rumo que a conversa tomou.

– Dormiu bem?

Dormir, aquela coisa que eu não fiz direito e desejo muito profundamente que ele estivesse fazendo quando eu estava prestes a realizar coisas muito mais feias no quarto dele.

Sem querer, olhei para trás e percebi que estava me encarando desde então. Voltei a me desconcentrar no queijo, porque eu não conseguia arranjar uma boa forma de cortar de qualquer jeito.

– Uhum e você? – uma vez me disseram que mentir rápido é mais fácil, grande sábio.

Senti braços e calor humano passando por mim, me diminuindo por completo, afinal, eu já era bem pequena para a sociedade.

Quando me dei conta, Bradley estava segurando minha mão com a faca de um lado, e encostando bem na minha lateral do corpo de outro. Seu peito se encostou demais nas minhas costas, e mesmo sem olhar para cima, eu sabia e sentia que estava respirando em mim. Qual era a necessidade daquilo?

– Demorei um pouco para adormecer, mas depois tive um sonho bem aproveitado – encostou-se mais, se possível. E para manter as aparências, demonstrou como cortar o queijo como se eu estivesse aprendendo alguma coisa, o que não era possível com essa proximidade. – Se é que eu posso chamar aquilo de sonho. Pena que fui acordado por alguém faminto. – e murmurou a última parte tão perto que achei que estivesse falando na minha orelha. Talvez estivesse.

Bradley, se quiser me explicar como se corta queijo, não precisa me deixar arrepiada dos pés a cabeça.

Voltei a tentar cortar o queijo, acho que ele decidiu me tirar do sério.

– Corta isso direito.

– Vou cortar o seu pescoço – levantei a faca e Bradley deu dois passos para trás –, sou eu que estou com fome e a omelete é minha, se ela sair deficiente, vai para o meu estômago mesmo.

– Se você cortar meu pescoço, vai ficar sem omelete, porque eu estarei morto demais para cozinhar para alguém praticamente inútil.

Soltei a faca para não jogá-la em Bradley com toda a minha doçura.

– Então se eu sou praticamente inútil, termina de cortar aqui. – brandi, depois abaixando o tom de voz para não soar tão agressivo.

– Era brincadeira, você não é inútil, suas mãos são bem úteis, Alexis. – ele estava falando de cortar queijo, certo? Então por que raios eu pensei que estivesse fazendo uma relação com o que eu fiz ontem de madrugada?

Talvez porque logo em seguida, Bradley passou uma mão pela minha cintura, passeando pela minha barriga e me puxou. No momento seguinte, eu pude absorver que na verdade aquilo foi um empurrão, e ele já estava de costas para mim, cortando o queijo com muito mais praticidade e rapidez.

– Não sei do que está falando, Bradley. – eu disse, tentando manter a voz calma, mas fazendo caretas para expressar que minha cabeça já não estava no lugar e decididamente, a loucura já estava tomando conta.

– É, deixa pra lá.

Cheguei para trás até a bancada e me sentei com os pés balançando no ar, observando Bradley fazer a omelete até que ela já estava dividida em dois pratos e ele vinha em minha direção com cara de alguém que quer alguma coisa. O prato dele tinha torradas. Ele gostava mesmo de torradas.

– Sabe o que mais você não deve saber do que eu estou falando? – ele murmurou, porque não era necessário falar tão alto se ele já tinha chegado tão perto e posto as mãos nas minhas laterais. – De como meu quarto é todo espalhado com monumentos de lego e de como eu sou vingativo e faço com os outros, o que fazem comigo – então ele me puxou da bancada e eu escorreguei bem rente ao seu corpo, já que ele não fez questão de me dar espaço –, mas você não deve saber do que eu estou falando.

Meu queixo caiu algumas vezes como se eu fosse gritar ou alguma coisa, mas eu tinha que me lembrar que, por mais que parecesse, isso não significava que ele estava consciente de alguma coisa, e se eu abrisse a boca e ele não soubesse mesmo de nada, eu teria que admitir o que eu fiz. Onde está toda a calma e tranquilidade do mundo?

– Bradley, você... – levantei o rosto a poucos centímetros do seu.

– Eu.

Eu sabia, ele estava de sacanagem comigo, esse idiota! Por que eu me meti nessa merda? Droga, ele é tão irresistível e tão irritante, me fazia ferver por dentro de todos os sentidos possíveis e introduzia um pouco de anarquia na minha sanidade. Eu estava pedindo para morrer.

– O que você está falando?

– Estou falando que eu acho que – Bradley abaixou o rosto na minha direção, me fazendo invejar a capacidade de manter o olhar tão firme e tão perto de alguém – você deveria fazer direito o que quer e quando quer. O mesmo serve para mim.

Inclinou-se por cima de mim e quando se afastou de novo, segurava um pote de mel, e saiu caminhando daquela forma torta e estranha até a sala.

Mas ele estava falando de comida ou sacanagem?

Peguei meu prato e os talheres e fui atrás, me sentando ao seu lado no sofá, com uma distância que garantia minha segurança. O canal estava sintonizado em algum filme e agora Bradley parecia prestar atenção no pote de mel, que não estava saindo nada além de ar para suas torradas.

Era estupidez oferecer ajuda para tirar o mel daquele pote, então eu apenas observei o que ele não estava conseguindo fazer, até sujar as próprias mãos de mel, e olha, eu pensei coisas tão feias.

– Merda. – resmungou e ergueu a mão, tentando pensar no que fazer.

Instintivamente, eu puxei sua mão pelo pulso, virando o dedo na direção da minha boca e levei meus lábios até o mel. Não pensei no que estava fazendo, apenas tirei o gosto dali, porque era o que eu estava com vontade de fazer e me pareceu certo.

– Desculpe, eu gosto muito de mel. – dei de ombros ao notar aquele olhar maníaco na minha direção.

– Não desculpo.

– Tudo bem, sinta-se livre para quitar a dívida. – estendi meu dedo indicador na direção do mel e rapidamente Bradley colocou um pouco do mel na minha pele. Eu não acredito que ele estava fazendo isso.

Só caí na realidade quando sua boca estava fazendo cócegas no meu dedo, e comecei a rir. Bradley sorriu ainda com a boca ocupada e depois se afastou, voltando sua atenção para o prato.

– Gente, que nojo.

Olhei para trás assustada e me deparei com um cara vindo na nossa direção. Touca, regata e bermudas. Como eu odiava bermudas, mas ele era atraente, caso contrário, eu começaria a me desesperar com a presença de um total estranho naquele apartamento. De onde ele saiu?

O mais estranho é que ele mal apareceu e já estava beijando o rosto de Bradley, que o afastou rapidamente e o fez rir.

– Sai fora, Hans. Como você entrou?

– A porta estava aberta. Quem é essa algodão doce? – o cara me avaliou inteira e eu me lembrei que ainda só estava vestindo a grande camiseta de banda.

– Minha nova colega de apartamento Alexis – Bradley virou na minha direção – Esse é Hansel, o meu...

– Cafetão.

– ... amigo. – Bradley balançou a cabeça negativamente. – Não chegue perto dela.


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Notas finais do capítulo

Espero por suas opiniões, e gostaria de saber se vocês desejam muito que alguma coisa aconteça na fanfic?
E outra! Vocês conhecem alguma música que lembre The Roommate?
Até o próximo, adiosss ♥
@_Reet

PS: ALGUÉM ME ARRANJA UM ESCRAVO