Brave New World escrita por Hugo0974


Capítulo 6
Capítulo 5: Problemas em Loguetown


Notas iniciais do capítulo

- Como o último capitulo foi bem recebido por todos, ganhando bastante comentarios, resolvi adiantar esse cap para hoje, ao inves de amanhã, a qual eu planejava postar;
— Dito isto, aproveitem!!!



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– Aumentaram o preço de novo?! Não acham que estão cobrando demais?! – Reclamou Nami ao entregar uma moeda ao pássaro responsável por vender jornais em alto mar. O pobre coitado apenas olhava inquieto para a indignação da ruiva-alaranjada. – Se subirem novamente, eu não compro mais.


Naruto, que observava tudo aquilo com uma sobrancelha levantada, falou.


- Você não acha que isso é um pouco demais? Quer dizer, é apenas um jornal, não pode ser muito caro. – Falou o loiro, já se arrependendo ao perceber a cara irritada que Nami lhe atirou.


Mas, antes que a garota lhe resolvesse explicar o valor do dinheiro, Usopp interrompeu.


- Eu concordo com Naruto. É apenas um jornal, qualquer aumento que ele pode ter é insignificante. – Disse o narigudo, sentado no convés do navio. Naruto reparou que ele estava concentrado em alguma coisa, mas não sabia exatamente o que. Parecia estar misturando substancias diferentes.


Suspirando com a ingenuidade dos dois, Nami explicou.


- É, mas quando você compra sempre, no final um pequeno aumento é notável.


- Mas você não tinha parado de juntar dinheiro? – Perguntou Usopp, ainda sem tirar os olhos de sua experiência.


Nami pareceu indignada com aquela pergunta. Chegando próxima de Usopp, falou, apontando o dedo para ele.


- Tá doido?! Agora que não tenho mais que comprar a vila... Vou juntar para mim!! Não vou viver como uma pirata falida!


Usopp, um pouco acuado com o tom da garota ergueu o braço à frente, pedindo distância. Ele estava no meio de algo perigoso, não podia se desconcentrar.


- Não chegue muito perto, Nami. Estou trabalhando em uma arma secreta. Qualquer inimigo que tomar uma gota disso nos olhos irá... – Antes que ele terminasse de falar, Luffy veio voando sabe-se lá de onde e esbarrou nele, fazendo o liquido atingir justamente seus olhos.


Naruto assistiu Usopp começar a se contorcer de dor no chão, enquanto gritava que seus olhos estavam queimando. Suspirando com as palhaçadas de seus companheiros, Naruto pegou um copo de água ali perto e entregou para Usopp, que rapidamente derramou a água nos olhos, limpando-os.


Vendo que o narigudo ficaria bem, escutou ao fundo Sanji gritando que não permitiria que Luffy roubasse das tangerinas de Nami. Aparentemente foi ele quem chutou o capitão em direção a Usopp, causando todo o infortúnio.


- Nami-san!! Minha segurança amorosa é impenetrável!!! – Exclamou Sanji, ele estava parado de frente aos pomares, como um cão de guarda apaixonado.


- Obrigada, Sanji-kun. –A ruiva respondeu, sem nem ao menos dignar uma olhada para o cozinheiro loiro.


Longe dali, Naruto ouviu Zoro resmungar que Nami estava apenas usando Sanji, e o Uzumaki tinha que concordar. Naruto já havia reparado no ar cavalheiresco do cozinheiro e como ele fazia tudo para agradar as mulheres. E a navegadora sabia aproveitar-se daquilo muito bem.


Dando de ombros, por que ele duvidava que conseguisse por algum sentido na cabeça de Sanji, aproximou-se de onde Nami estava sentada lendo o jornal e perguntou.


- Alguma novidade? – Naruto tinha interesse real em saber o que estava acontecendo pelo “mundo”, pois lhe daria uma visão ampla do quão diferente aquele lugar era das Nações Elementais.


- O de sempre... – Disse Nami, fazendo Naruto ficar com uma gota na cabeça. Parecia que ela não estava muito a fim de conversar. Suspirando, o loiro pediu.


- Você poderia me emprestar o jornal depois de terminar?


Nami retirou o olhar das colunas que lia e fitou Naruto por um tempo. De repente acabou sorrindo.


- Claro não. Mas eu posso lhe vender com um acréscimo de 200% do valor que eu paguei se você quiser...


- Ei! Você já comprou, o que custa me emprestar depois de ter lido? – Perguntou Naruto, indignado. – Além do mais, o que há com os “200%”?! Se você pedisse para eu pagar a metade, concordaria, mas pagar três vezes mais?! Que diabos é isso?!


Nami apenas sorriu.


- Isso, Naruto, são negócios. – Antes que Naruto a interrompesse, continuou. – O pássaro de entrega não vai voltar para esse barco num período de no mínimo uma semana, por isso o preço inflacionado. Mas, se você quiser esperar pela próxima remessa de jornal, não precisa comprar esse.


Uma veia estalou na cabeça de Naruto com o brilhante sorriso que Nami lhe dava. Ele havia subestimado o quão gananciosa era aquela mulher.


Suspirando, deu de ombros.


- Que seja, não é como se a minha vida dependesse disso ou qualquer coisa. Pode ficar com esse jornal estúpido-ttebayo.


Nami fez uma careta de decepção ao saber que o loiro não compraria o jornal, mas depois acabou dando de ombros. Ela não era tão cruel ao ponto de não emprestar um misero jornal, queria apenas tentar fazer um dinheiro extra. Daqui uns três dias ela o deixaria ler.


Luffy, que já havia se conformado que não poderia pegar qualquer tangerina dos pomares de Nami, observava a interação de seus dois companheiros. Quando notou que eles terminaram, resolveu puxar assunto com o novo membro da equipe.


- Ei Naruto, está ansioso para ir para a Grand Line? – Perguntou o Chapéu de Palha, que visivelmente estava muito animado com aquilo.


Naruto sorriu.


Ele se lembrou da conversa que tiveram ontem à noite no dormitório masculino, em que Luffy comentou sobre a Grand Line ser o lugar onde as maiores aventuras poderiam ser encontradas, com Usopp sempre salientando que era um mar extremamente perigoso, cheio de temíveis e lendários piratas.


Também, segundo Luffy, quem completasse toda a rota e encontrasse o One Piece, se tornaria o Rei dos Piratas, o qual era o grande sonho do jovem capitão. E esse era o motivo de ter tantos piratas poderosos por lá.


Naruto ainda não entendia muito bem sobre o “Rei dos Piratas” e o “One Piece”, mas concluiu que a tal da Grand Line realmente parecia um lugar interessante para desvendar.


- Estou empolgado, mas acho que não tanto quanto você, Luffy. – Disse o loiro. O capitão apenas balançou a cabeça, confirmando que ele não podia esperar para finalmente entrar na rota marítima mais famosa e perigosa do mundo.


Foi quando um vento forte bateu e, de dentro do jornal que Nami lia, dois cartazes voaram e caíram no chão. Pegando um olhar rápido para ver o que era, Naruto arregalou os olhos com o que viu.


Em um dos cartazes havia uma foto de Luffy sorridente, com Usopp de costas ao fundo da imagem. Nele dizia o nome completo do jovem capitão e um apelido, “Mugiwara” (Chapéu de Palha), além de uma recompensa por sua cabeça de 30.000.000 de berries. Mas não foi esse cartaz que lhe chamou atenção, mas sim o outro.


Cartaz esse que era idêntico ao de Luffy, exceto que o procurado era o próprio Naruto! Sua recompensa era de 14.000.000 de berries e lhe deram o apelido de “Orenji Kitsune” (Raposa Laranja), provavelmente pela própria foto do cartaz, onde Naruto aparecia com um sorriso astuto, que, combinados com suas marcas de bigode, lhe davam um ar vulpino.


A parte do laranja com certeza era devido à cor predominante em suas roupas.


- Hahahahaha!!! Vejam, somos procurados! – Exclamou Luffy, pegando o seu cartaz no chão e mostrando para todo mundo que queria ver. – Aqui diz 30 milhões de berries! Quanto é o seu, Naruto?


- 14 milhões... – Respondeu o loiro, sem saber ao certo o que pensar daquilo.


Era estranho ele, de todas as pessoas, ser considerado uma espécie de criminoso agora. Ele ia ter que esconder isso do relatório que enviaria para Tsunade, já que sabia que as conseqüências não seriam boas se a velha soubesse.


Mesmo estando com mais de sessenta, ela ainda batia muito duro.


- Isso não é algo para vocês ficarem felizes!!! – Exclamou Nami, nem um pouco animada com as recompensas. – Agora o QG da marinha não vai mais nos deixar em paz, sem contar os inúmeros caçadores de recompensa que virão atrás de nós!!


Naruto tratou logo de se defender.


- Ei, eu não estou feliz com isso! Quem ficaria feliz por ser procurado como um criminoso-ttebayo?! – Questionou o loiro, ignorando que a resposta encarnada estava logo ao seu lado, em Luffy, que comemorava o fato de ter uma recompensa por sua cabeça ao lado de Usopp. – De qualquer modo... Isso parece ser muito dinheiro...


Naruto não tinha muita noção da moeda usada fora das Nações Elementais, mas se Nami pagaria 100 milhões para comprar a vila dela, o que provavelmente era um preço muito elevado, quase 15% daquilo certamente era alto. Bem, pelo menos para os seus padrões.


Ele nunca teve muito dinheiro.


- Mas é realmente estranho, nós não fizemos muitas coisas diferentes de você, Naruto. Então por que não colocaram uma recompensa sobre a nossas cabeça também? – Questionou Sanji, aproximando-se do grupo.


A verdade é que ele estava com pouco de ciúmes, pois até mesmo Usopp apareceu em um dos cartazes, mesmo que no plano de fundo. E não ajudava o fato do Narigudo, já recuperado da pimenta nos olhos, estar se gabando que agora ele se tornaria “famoso”.


- Bem... Eu derrubei Nezumi uma vez antes de vocês, quando ele estava tentando roubar o tesouro que Nami recolheu. Ele deve ter me marcado por causa disso e insistiu para colocarem uma recompensa por minha cabeça... – Divagou Naruto.


Sanji concordou com um aceno, aquilo era bastante lógico.


- Agora nós não podemos perder mais tempo no East Blue. – Falou Nami, preocupada.


- Que seja!!! Vamos para a Grand Line!!! – Exclamou Luffy, entusiasmado.


- Isso ai!!! – Concordaram Usopp, Sanji e Naruto.


Do outro lado do navio, Zoro, que a pouco acordara com a gritaria dos outros tripulantes, notou algo no horizonte. Sabendo que devia chamar a atenção de seus companheiros, disse.


- Ei, vocês estão vendo aquela ilha também?


Todos olharam na direção apontada por Zoro, podendo finalmente reparar na ilha a qual ele falava. Pela distância, eles não pareciam estar muito longe, talvez apenas algumas horas dela.


- Aquela ilha... Se já podemos vê-la, significa que estamos próximos da Grand Line. – Comentou Nami, pegando a atenção de todos.


- Você conhece aquela ilha, Nami? – Perguntou Naruto. A ruiva fez que sim com a cabeça.


- Aquela é a famosa Loguetown... Também conhecida como “a cidade do começo e do fim”. – Vendo que os outros apenas lhe olhavam interrogativamente, a ruiva suspirou pela falta de conhecimento de seus companheiros e explicou. – Foi lá onde o Rei dos Piratas, Gol D. Roger, nasceu... E onde foi executado.


- A cidade onde o Rei dos Piratas morreu...! – Exclamou Luffy, surpreso e ansioso.


Nami sorriu, o garoto claramente estava entusiasmado.


- Quer ir? – Ela não precisou perguntar duas vezes.


- Mas é claro! Ver o lugar onde a Era dos Piratas começou é um bom começo para nossa aventura!! – Exclamou Luffy, jogando as mãos para o céu, fazendo todos os tripulantes se animarem também.


- Muito bem! Sanji-kun, por favor, mude o curso do navio para 40° a direita!


- Sim Nami-swan!!! – Exclamou Sanji com olhos apaixonados e rodopiando como um peão, feliz que estava recebendo ordens de sua adorada Nami-san.


Enquanto o navio mudava o curso, Naruto observou Luffy se sentar na cabeça do Merry, ficando se remexendo de um lado para o outro. Usopp voltou para suas experiências e Nami novamente sentou-se em sua cadeira de sol. Olhando para o horizonte, resolveu apenas esperar encostado no parapeito do navio.


Alguns minutos depois, ouviu.


- Ei Naruto... – Chamou uma voz, ao qual Naruto reconheceu como vinda de Usopp. Ele havia guardado suas “tralhas” em uma mala marrom e agora estava de frente para o loiro. – Você comentou uma vez que veio de um lugar chamado “Nações Elementais”, certo? Mas eu nunca ouvi falar dele... Onde exatamente fica isso?


Antes que Naruto pudesse responder, Nami e Luffy também se voltaram para ele, visivelmente curiosos. Suspirando, falou.


- Eu não sei a localização exata, mas sei que fica a sudeste da vila Cocoyashi. – Falou o loiro.


- Mas do modo como você fala parece que o lugar é realmente muito grande. E se é assim, como essas Nações Elementais não estão nos mapas? Será que ela fica na Grand Line? – Perguntou Nami. Tendo como sonho mapear todo o mundo, Nami se interessava quando ouvia falar de lugares nunca antes explorados.


Não querendo dizer muito, mas sabendo que seus novos companheiros mereciam uma explicação, disse parcialmente a verdade.


- Na verdade... Por causa de algumas circunstâncias postas a mais de 800 anos atrás, ninguém de fora das Nações Elementais consegue detectar sua existência, como ninguém de dentro das Nações Elementais consegue “sair” de lá. – Tentou explicar o loiro. Mas aparentemente foi em vão, pois o trio lhe dava olhares confusos. – É complicado explicar...


Nami ficou frustrada com aquilo.


- Como assim é “complicado”? É só dizer, horas! – Praticamente exigiu a garota.


- Mas é como eu disse, por causa de uma circunstancia, é impossível de vocês localizarem as Nações Elementais. Não há mistério. – Naruto tentou apaziguar a garota, mas falhou miseravelmente.


- Não há “mistério”? É claro que há! Por que não começa nos dizendo o que é essa “circunstancia especial” que você tanto fala?!


Coçando a cabeça, Naruto disse.


- Você provavelmente não vai acreditar em mim, mas... Apenas pense que o mundo todo está sob uma ilusão. Essa ilusão não tira liberdades individuais nem nada, ela apenas impedi que as pessoas “descubram” da existência das Nações Elementais. – Falou Naruto. Ele sabia que seria inútil explicar, mas mesmo assim tentou.


Nami encarou o loiro com uma sobrancelha levantada.


- E você quer que acreditemos nisso? Você é mais idiota que eu pensei. Essas Nações Elementais sequer devem existir para começo de conversa...


Naruto sorriu debochado ao dizer.


- Bem... É isso que a ilusão faz você acreditar.


Nami apenas bufou, sabendo que tinha sido pega em uma espécie de paradoxo idiota. Mas ela se recusava a acreditar, não tinha como algo como um pequeno continente estar escondido dentro do East Blue, era simplesmente impossível.


Usopp, que até então estava calado, não sabia muito bem o que pensar. Com sua experiência em mentiras, Usopp havia criado um “sexto sentido” para detectá-las. Não que ele próprio mentisse, é claro! Mas, deixando isso de lado, aquele sexto sentido do narigudo lhe dizia que Naruto falava a verdade, mesmo que os outros sentidos gritassem que algo como aquilo era impossível.


Além disso, Naruto não tinha cara de alguém que mentia. Simplesmente não combinava com o loiro.


Já Luffy.... Bem, Luffy sempre será Luffy.


- Então você veio de um “continente misterioso”... Sugoi (incrível)!!! – Exclamou o garoto, fazendo Nami e Usopp espalmarem o próprio rosto devido à estupidez. – Será que lá todo mundo é capaz de usar esse tal de Chakura?


Naruto riu com a pronuncia, lembrando-se de seus tempos de recém formado genin. Ele havia explicado um pouco sobre chakra para Luffy e Usopp alguns dias atrás, quando eles vieram perguntando que tipo de “mágica” ele usava.


- Não é bem todas as pessoas... Apenas os treinados para serem shinobis são capazes. Mas a maioria da população tem algum treinamento shinobi, então pode-se dizer que quase todo mundo pode usar chakra. – Deu ênfase no chakra, para corrigir a pronuncia de Luffy indiretamente. – Na verdade, qualquer um de vocês poderia usar chakra se tivessem tido treinamento desde a infância.


Usopp e Luffy realmente pareciam surpresos e fascinados com aquilo. Já Nami havia perdido o interesse na conversa desde que ela soube que não conseguiria aprender a localização da tal “Nações Elementais” por parte de Naruto. Se é que aquele lugar realmente existia.


Por isso agora se concentrava na leitura de seu jornal.


- Mas por que não podemos aprender a usar chakra agora?! – Questionou Luffy emburrado, sem nem perceber que pronunciara certo dessa vez.


- Sim! Seria muito legal fazer aquela coisa do clone, ou mesmo a substituição!! – Exclamou Usopp, lembrando-se do que ele tinha visto Naruto fazer. Luffy concordou balançando a cabeça furiosamente.


Naruto apenas sorriu e passou a explicar.


- Todas as pessoas têm a capacidade de usar chakra, mas o sistema circulatório ao qual essa energia passa pelo corpo fica bloqueado, impedindo o chakra circular e, consequentemente, de ser moldado e usado para as artes shinobi. – Falava Naruto, lembrando-se de uma das poucas palestras que prestou atenção na academia. – Se você não desbloquear o sistema circulatório de chakra até aproximadamente os doze anos, depois ele se tranca permanentemente, ficando impossível de desbloquear.


Usopp saltou um suspiro, derrotado. Mesmo não entendendo muito bem sobre o sistema circulatório de chakra, compreendeu que era impossível usar aquela habilidade se seu treinamento não começasse na infância.


Já Luffy apenas cutucava uma meleca no nariz. Ele havia ficado disperso no meio da explicação e não entendeu nada.


Sanji, que se aproximava do trio, reparou que os três conversavam sobre algo, por isso, curioso, questionou.


- Ei, o que vocês estão conversando ai?


- Naruto estava nos contando por que não podemos usar chakra... Pelo que entendi é por causa de um motivo misterioso. – Respondeu Luffy, fazendo com que Naruto e Usopp se perguntassem se ele realmente prestou atenção na conversa.


Sanji, ignorando a resposta de seu capitão, voltou-se para Naruto.


- Se me lembro bem... Chakra é o que você usa para fazer aqueles truques estranhos, certo? – Com Naruto acenando em positivo, continuou. – Então, qual a razão de não podermos usar?


Suspirando, Naruto explicou novamente.


- Não são truques, é ninjutsu. – Salientou o shinobi. – Mas resumindo... Qualquer um de vocês poderiam usar chakra, desde que o treinamento tivesse começado na sua infância. Agora para qualquer um de vocês é impossível.


Sanji acenou em positivo, deveria haver um motivo por trás daquilo, mas vendo o olhar que Usopp lhe dava, sabia que mesmo se Naruto explicasse seria difícil de entender.


- Bem, isso é uma pena. Você mostrou alguns truques interessantes quando lutou contra os piratas de Arlong. – Comentou o cozinheiro.


Naruto iria salientar novamente que não eram “truques”, mas sim ninjutsu. Só que Usopp o impediu ao falar.


- Sim, sim. Eu estava comentando justamente isso com ele. – Virando-se para Naruto, o narigudo pediu. – Pelo que você nos contou, seu treinamento deve ter começado bem cedo então?


Naruto acenou com a cabeça em positivo.


- Sim. De onde eu venho, uma vila chamada Konoha, existe uma academia que forma as crianças interessadas em se tornarem shinobis. Nós entramos com sete anos e terminamos a graduação com doze. – Explicou Naruto, que tinha atenção de Usopp e Sanji.


Já Luffy havia ido incomodar Zoro algum tempo atrás, pois depois da explicação sobre chakra ele havia se cansado da conversa “difícil”.


- Isso parece bem conveniente... Quer dizer, qualquer um pode receber treinamento de luta? Deve ter um motivo por trás disso... – Falou Sanji, acendendo um cigarro.


- Sim... A verdade é que nosso estilo de vida é militarista. Nós shinobis somos como mercenários, fazemos diversos tipos de missões para arrecadar dinheiro para a vila. Além disso, servimos como um exército de defesa para o país ao qual a vila esta integrada, no meu caso o país do Fogo.


Sanji e Usopp ficaram surpresos ao ouvirem aquilo. Não esperavam que Naruto fosse uma espécie de “soldado”.


- M-Mas isso é um pouco duro, certo? Formar crianças desde os sete anos para servirem como soldados... Não parece certo... – Disse Usopp, buscando que alguém concordasse com ele. E Sanji o fez, balançando a cabeça.


Vendo aquilo, Naruto suspirou.


- Bem... Não é como se tivéssemos outra opção. – Vendo os olhares interrogativos de seus companheiros, continuou. – Existem cinco grandes vilas ninja nas Nações Elementais, sendo a minha uma delas. E até pouco tempo atrás, essas vilas viviam em guerra entre si. Formar crianças em idades tão jovens para se tornarem shinobis era a única opção viável para se construir uma vila forte que pudesse se defender de seus inimigos.


Saltando uma baforada de fumaça de seu cigarro, Sanji falou.


- Isso parece realmente uma merda... – Lembrando das palavras de Naruto, perguntou. – Mas você disse que “até pouco tempo atrás”. Isso quer dizer que as vilas não estão mais em guerra?


Naruto acenou em positivo, se permitindo sorrir. A paz entre as vilas realmente era algo que lhe alegrava.


- Sim. A última guerra, a cerca de dez anos atrás, teve a junção de todas as vilas em uma única aliança para derrotar uma organização composta de shinobis muito poderosos, que queriam dominar todas as Nações Elementais. – Fazendo uma pequena pausa, como se lembrasse de algo doloroso, Naruto voltou a falar. – Foi uma guerra árdua e, apesar da vitória dos aliados, houve muitas mortes de todos os lados... Mas, apesar de todo o caos, teve uma coisa boa. Essa guerra serviu para mostrar que as vilas poderiam conviver em paz entre si. Que uma aliança não era impossível, como muitos pensavam. E até hoje a aliança perdura, onde todas as cinco vilas estão satisfeitas.


- Bem... Isso é realmente surpreendente... – Comentou Sanji, dando mais algumas tragadas em seu cigarro.


Já Usopp estava claramente inquieto. Reunindo seus pensamentos, olhou para Naruto e perguntou.


- Você... Participou dessa guerra, não participou?


A pergunta de Usopp pegou Sanji de surpresa. Ele não tinha ligado os fatos, mas era óbvio que, se as pessoas se tornavam shinobis aos doze anos nas Nações Elementais, Naruto deveria ter participado da guerra de dez anos atrás, já que o mesmo aparentava estar na faixa dos vinte cinco.


E, para confirmar aquilo, Naruto acenou lentamente com a cabeça.


- Sim. Eu lutei nessa guerra. – Falou o loiro, olhando agora para as nuvens. – Perdi amigos importantes e quase morri inúmeras vezes... Mas eu nunca desisti, e hoje estou vivo e viajando com vocês.


O respeito de Usopp e Sanji por Naruto cresceu quando o viram terminar sua fala com um sorriso sincero no rosto. Mesmo Nami, que apenas ouvia partes da conversa, pois ainda lia seu jornal, ficou de certa forma espantada pela “força” que o loiro mostrava.


Dando mais uma tragada em seu cigarro, Sanji sorriu.


- Você parece ter tido uma vida dura... Mas não fique muito convencido, todos nos tivemos nossa cota de sofrimento. – Virando-se para Nami, Sanji adquiriu corações nos olhos e disse apaixonado. – Sendo a que mais sofreu foi a adorável Nami-swan! Mas não se preocupe, agora você tem a mim para cuidar de você!!


Enquanto via Nami dispensar o cozinheiro com um aceno de mão, não dando a mínima para a cantada do loiro, Naruto sorriu. Ele sabia que aquilo era apenas um modo descontraído de quebrar o clima estranho que tinha se formado. Assim, não pode deixar de pensar.


Acho que fiz a escolha certa ao me juntar com esses caras...

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– Uau!! Esse lugar é enorme!!! – Exclamou Usopp, enquanto via o grande movimento de pessoas no cais de Loguetown.


O lugar tinha construções robustas feitas de alvenaria e, de fato, era mais movimentado que Cocoyashi.


- Então foi aqui que a “Era dos Piratas” começou... – Comentou Sanji, que também parecia um pouco surpreso com o tamanho do lugar. Na verdade, os únicos que não aparentavam aquele sentimento eram Naruto, Nami e Zoro.


Naruto por que o lugar, apesar de ter construções robustas e ter um grande fluxo de pessoas, não era muito diferente de Konoha pelo que ele podia ver. O motivo de Nami era por que ela já esteve em Loguetown uma vez, quando ainda roubava piratas para juntar dinheiro e conseguir comprar sua vila de Arlong. Já Zoro, mesmo nunca tendo estado em uma cidade daquele tamanho, simplesmente não se importava.


- Beleza, eu vou ver a praça de execução! – Exclamou Luffy, saindo em disparada na direção que ele achava ser a correta, não esperando ninguém.


- Eu acho que posso encontrar algumas especiarias aqui. – Disse Sanji, sorridente. Logo deu um sorriso pervertido. – E algumas mulheres também.


- Eu vou comprar algumas ferramentas. – Declarou Usopp, que queria incremental seu “arsenal bélico” ainda mais. Ele já tinha até algumas idéias do que comprar.


Zoro, pensativo, falou.


- Também estou querendo comprar umas coisas.... – Ele queria mais duas espadas, pois quebrara as suas em seu duelo contra Mihawk. Ele precisava de três espadas para exercer seu estilo, o Santoryuu (Estilo de três espadas).


Sabendo que Zoro não tinha dinheiro, Nami prontamente ofereceu.


- Eu posso te emprestar dinheiro. Mas com 300% de juros.


Enquanto Naruto via Zoro aceitar a oferta da navegadora, o loiro sabia que o espadachim se arrependeria depois. Ele já havia sacado que mexer com dinheiro com Nami era uma péssima idéia.


- Ei Naruto, e você, o que vai fazer? – Questionou Usopp.


- Eu estava pensando em encontrar uma biblioteca. Quero pesquisar algumas coisas. – Respondeu o loiro. Ele havia decidido aquilo no momento em que percebeu que Loguetown era uma cidade grande, que certamente teria uma biblioteca bem recheada.


O Uzumaki precisava colher algumas informações sobre o mundo fora das Nações Elementais, pois já havia percebido que muitas coisas eram diferentes naquele lugar. E, para um shinobi, informação nunca era demais.


Usopp, que apenas lhe dava um olhar estranho, certamente pensando que o último lugar no mundo que ele queria estar era uma biblioteca, falou.


- Já que você diz...


Assim cada um dos Chapéus de Palha rumou para um lugar diferente.

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Achar a biblioteca central de Loguetown não foi uma tarefa difícil. Naruto precisou apenas perguntar para um velhinho, dono de uma banca de jornal, para obter a resposta desejada.


Agora ele se encontrava de frente ao prédio. Era uma construção imponente, com três andares e muitas janelas. Era pintada em branco e parecia ser feita de pedra. Passando pela grande porta, pediu informações para a recepcionista do primeiro andar. A mulher lhe explicou que a biblioteca era composta por três seções, divididas pelos andares.


A do 1° andar continha livros escolares, revistas velhas e jornais. A seção do 2° andar continha livros de conhecimentos, como história, matemática e conhecimentos gerais. Já o 3° andar era restrito, podendo ser acessado apenas por fuzileiros e mercadores credenciados. Nele continha mapas de todo o East Blue.


Sabendo que o que ele procurava se encontrava no segundo andar, Naruto logo rumou para lá. Chegando, cumprimentou a bibliotecária daquela seção e, fazendo cerca de vinte clones, mando-os começar. Eles tinham em mente pegar qualquer livro que julgassem interessante e adquirir o máximo de informação possível deles.


Assim, prestes a se juntar a pesquisa também, Naruto escutou.


- Isso é uma habilidade de Akuma no Mi? – Quem questionou fora a bibliotecária, uma velhinha de cabelos grisalhos e óculos fundo de garrafa. O curioso era que ela não parecia muito surpresa com a capacidade de fazer clones de Naruto. Na verdade, parecia mesmo era entediada. Ela devia estar acostumada com usuários de fruta do diabo.


Sorrindo, Naruto disse.


- É... Mais ou menos isso. – Ele não queria entrar em detalhes.


A velha apenas levantou uma sobrancelha, mas acabou dando de ombros.


- Apenas certifique-se que eles não façam barulho.

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– Capitão! Capitão Smoker!! Temos uma emergência!!! – Gritou um sargento da marinha invadindo com tudo o escritório de seu capitão. – Piratas estão causando confusão na praça de execução!!!


Smoker, que até então empilhava algumas pedras uma em cima da outra para passar o tédio, perdeu a concentração com a entrada repentina de seu subordinado e deixou todo seu trabalho cair. Dando um olhar irritado para o sargento, que tremeu nas bases, se levantou.


- Bah! Não adianta chegar assim, garoto. Acaba com a minha compostura. – Falou Smoker, vestindo uma jaqueta da marinha e pegando um jutte que estava encostado no sofá. Além disso, ele usava uma calça cinza e fumava dois charutos ao mesmo tempo. – Eu tenho meu próprio jeito de fazer as coisas. Entendeu?


O sargento, acuado, tratou de responder.


- S-Sim senhor, sinto muito senhor! – Vendo que seu superior saia de seu escritório, o homem passou a segui-lo de perto. – É... Senhor... Estamos...


- Piratas causando problemas na área da plataforma. Sim, entendi. – Falou Smoker, cortando qualquer coisa que seu subordinado tinha a dizer. Logo passou a dar ordens. – Mande a primeira unidade para o porto. A segunda unidade deverá cobrir o perímetro. E mande os outros esperarem à distância de tiro para ordens posteriores. Isso é tudo!


- Sim senhor!!!


Ao ouvir a confirmação do sargento, Smoker rumou para a praça. Ele não deixaria nenhum pirata escapar de Loguetown enquanto estivesse encarregado da ilha.

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Se você perguntasse a Luffy o que ele esperava ao ver a plataforma a qual Gol D. Roger foi executado, certamente presenciar uma execução não estava entre elas. Ainda mais quando essa execução era a sua própria!


- Eu sinto muito. Por favor, me solta. – Pediu Luffy com uma cara muito pouco convincente. Ele tinha sido pego algum tempo atrás quando estava distraído. E, agora, se encontrava imobilizado e vulnerável, prestes a ser executado na mesma plataforma que o Rei dos Piratas morreu.


Seu algoz era um homem de cabelos azulados e nariz de palhaço. Ele usava uma camisa listrada em branco e vermelho, uma calça verde água e um cachecol verde escuro amarrado na cintura. Afora isso, também tinha um chapéu marrom com o emblema de uma caveira nariguda na cabeça e um casaco pirata nos ombros.


- Você não vai fugir agora, maldito!! – Exclamou Buggy, o pirata. Desde sua derrota humilhante nas mãos de Luffy, na vila Orenge, ele havia planejado meticulosamente seu plano de vingança. Agora cortaria a cabeça do Chapéu de Palha, finalmente realizando seu objetivo. – Quais são suas últimas palavras? Você tem uma platéia e tanto hoje.


O pirata com nariz de palhaço se referia as muitas pessoas que eram impedidas de deixar a praça pelos seus comparsas. Para Buggy, um show devia ter uma platéia.


Mas Luffy não disse nada. Apenas ficou com uma cara emburrada, algo muito diferente do que se esperava de alguém que estava prestes a ser executado. Buggy, mesmo percebendo que seu inimigo não parecia estar com medo da morte, não ligou.


O que realmente importava era que a vida do Chapéu de Palha acabaria ali.


- Bem, não importa se você não tem nada a dizer, ninguém queria ouvir mesmo... – Mas antes que o palhaço terminasse de falar, Luffy gritou a todo pulmão.


- EU VOU SER O REI DOS PIRATAS!!!!


A multidão que assistia se calou por um segundo. Logo começaram a se perguntar se aquilo era realmente sério, pois a pessoa que gritou tal desejo ambicioso estava prestes a ter a cabeça cortada.


Buggy apenas riu.


- Isso é tudo que tem a dizer... Borrachudo maldito?! – Falou já erguendo sua espada, preparando-se para fazer o movimento que deceparia a cabeça de Luffy. Mas, de repente, um grito soou ao fundo da multidão.


- Parem a execução!!!


Quem exigira aquilo foi Zoro, que estava acompanhado de Sanji. Ambos com intuito de salvar seu capitão.


- Sanji! Zoro! Me ajudem!!! – Pediu Luffy, finalmente levando toda aquela situação a sério.


- Ai está você, Zoro! Mas chegou tarde!! – Exclamou Buggy, observando os dois tripulantes espancando todos os seus comparsas que tentavam lhes impedir de chegar à plataforma. Mas eram pessoas demais, nunca daria tempo. – Gyahahaha! Prestem muita atenção, meus queridos! Esse é o fim do seu capitão!!!


Assim Buggy baixou a espada.


Enquanto a arma descia para cortar seu pescoço, Luffy, em um ato inesperado, falou com um grande sorriso no rosto.


- Zoro! Sanji! Usopp! Nami! Naruto! Desculpem. Eu morri.


Mas, apesar das palavras de Luffy, aquele não era para ser o seu fim. Como se os céus lhe ajudassem, um raio atingiu a espada no momento em que ela fez contato com o pescoço do jovem capitão, quebrando a plataforma, torrando Buggy... E impedindo a execução.


As pessoas que assistiram aquilo, simplesmente estavam extasiadas, não conseguindo entender o que havia acabado de acontecer.


Sem perceber aquilo, no chão, ao meio dos destroços da antiga plataforma, Luffy apanhou seu chapéu lentamente e colocou-o em sua cabeça.


- Hahahaha! Eu sobrevivi! Que sorte!!!

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Escutando o poderoso trovão ainda dentro da biblioteca, Naruto pensou.


Melhor me apressar, essa chuva está ficando forte demais...


Mesmo não entendendo quase nada de navegação, Naruto podia dizer que se o tempo piorasse ainda mais, eles não conseguiriam sair de Loguetown com o Going Marry. Por isso pretendia voltar ao navio, para ver se encontrava alguém e ficar a par da decisão que seria tomada.


Se partiriam antes que a tempestade piorasse ou esperariam até amanhã.


Também não era como se ele tivesse obtido pouca informação com sua pesquisa. Na verdade, era o contrario. Ele já estava a cerca de duas horas naquela biblioteca e, multiplicando aquilo por vinte, número de clones que ele usou, dava nada mais do que quarenta horas de leitura dos mais variados livros.


Certamente ele conseguiu aprender muita coisa, como as classificações das Akuma no Mi e o “tipo” de habilidade que cada uma apresentava. Além disso, teve uma visão mais ampla de como era o governo fora das Nações Elementais e como era regida a escala de poder, o que ele achava imprescindível, já que viajara justamente para avaliar a situação do mundo longe de seu continente de origem.


Mas aquelas eram apenas algumas coisas que ele aprendeu. Existiam diversas outras informações interessantes que ele pode captar por aqueles livros.


Naruto agradecia por ter aprendido o valor das informações com o tempo.


Assim, estando satisfeito com sua pesquisa, o Uzumaki mandou um dos clones guardar os livros que ele empilhou sobre as diversas mesas da biblioteca e rumou para a saída. Chegando a porta, suspirou com o tanto de água que caia do céu.


- Vou me encharcar inteiro... Eu sabia que devia ter posto um selo do Hiraishin no jutsu (Técnica do Deus Trovão Voador) no navio. – Suspirando, preparou-se para partir. Mas acabou parando no meio do caminho quando avistou uma coisa curiosa.


Um homem alto, de cabelos grisalhos e com não um, mais dois charutos na boca estava parado no meio da rua ao lado de uma espécie de motocicleta, como se estivesse esperando alguém.


Antes de dar de ombros, por que os motivos do homem estar tomando chuva livremente não eram de seu interesse, Naruto ouviu alguém chamar seu nome.


- Ei!! Naruto!!!


Virando-se, o loiro pode avistar Luffy e Sanji correndo em sua direção, como se estivessem fugindo de algo. Levantando uma sobrancelha, perguntou.


- Ei, o que está acontecendo? Por que estão correndo assim?


- Estamos escapando de alguns fuzileiros! Eles estão atrás da gente desde a plataforma de execução...!!! – Antes que Luffy terminasse de responder, uma estranha fumaça branca disparou em sua direção, envolvendo seu corpo e erguendo-o no ar. – O-O que é isso?!!


Naruto logo se virou para a fonte do ataque, o homem que ele agora pouco reparara.


- Luffy “Chapéu de Palha”. Meu nome é Smoker. Sou capitão da Marinha. E você não vai fugir! – Terminou de se apresentar, tirando um jutte de suas costas e preparando-se para atacar Luffy.


Sanji, que estava mais perto, foi o primeiro a reagir. Ele disparou em direção a Smoker e lhe acertou um chute na cabeça que seria considerado poderoso, mas que apenas transpassou o corpo de Smoker, que se desfez em fumaça.


- Outro monstro?! – Indagou Sanji, realmente surpreso com o que aconteceu. Antes que o cozinheiro pudesse ter qualquer reação, a cabeça de Smoker se refez, assim ele golpeou com seu jutte as costelas de Sanji, arremessando-o contra uma das casas ali perto.


- Eu não tenho interesse por fracotes. – Comentou o capitão, desprezando Sanji totalmente. Ele só não contava com o aparecimento do outro loiro que fazia parte da tribulação dos Chapéus de Palha.


Naruto se moveu rapidamente e, sem ao menos dar tempo de Smoker reagir, sacou uma kunai e fez um movimento de cima para baixo, “cortando” a fumaça que se estendia do corpo do capitão da Marinha até Luffy. Com a ligação desfeita, a fumaça ao redor de Luffy se espalhou como fumaça normal, assim ele conseguiu escapar, se posicionando ao lado de Naruto.


- Bleah!! Eu consegui escapar, idiota!! – Zombou Luffy, puxando uma pálpebra para baixo e mostrando a língua para seu inimigo. – Agora é minha vez!


Quando estava prestes a preparar um Gomu Gomu no Pistol (Pistola de Borracha), Luffy teve seu ombro seguro por Naruto. Virando-se com intuito de questionar o porquê o loiro o parar, o Uzumaki se adiantou.


- Esse cara é um tipo Logia, Luffy. Ele comeu uma Akuma no Mi que lhe da à capacidade de usar um determinado fenômeno da natureza, permitindo até mesmo que seu corpo se transforme nesse fenômeno. – Explicou Naruto, lembrando-se das informações que conseguiu na biblioteca sobre frutas do diabo. – Lembra do chute do Sanji? O corpo dele se transformou em fumaça quando o golpe acertou. Ataques físicos não vão funcionar com ele.


Luffy fez beicinho.


- Mas então o que vamos fazer? Ele não vai nos deixar passar.


Olhando ao redor, Naruto percebeu que Sanji já se levantava do ataque anterior. Assim, falou.


- Não temos escolha, teremos de fugir. – Virando-se para seu capitão, continuou. – Eu tenho um pequeno plano para atrasá-lo. Apenas fique atento para escapar.


Luffy acenou em positivo com a cabeça. Mesmo não sabendo qual era o plano, ele confiava em Naruto.


Smoker, que até então apenas observava os dois cochichando, resolveu agir.


- Eu não sei o que vocês estão tramando, mas não permitirei que escapem dessa ilha. Você pode valer 30 milhões de berries, Chapéu de Palha, mas eu mostrarei que não faz jus a sua recompensa!!! – Assim atacou, transformando os braços em fumaça com o intuito agarrar os dois piratas.


Fazendo rápidos selos de mãos, Naruto sorriu ao exclamar.


- Fuuton: Harikēn no jutsu (Estilo Vento: Técnica do Furacão)! – Naruto soprou vento pressurizado pela boca, que rapidamente começou a girar, formando um furacão no meio da rua.


- Sugoi!!! – Exclamou Luffy, com os olhos brilhando com o que acabou de presenciar. Um pouco mais ao lado, Sanji também assistia aquilo espantado, não acreditando que seu amigo acabou de criar um tornado no meio da rua.


Quem não gostou muito do pequeno show de Naruto foi Smoker. Isso por que, além de ter seu ataque interrompido, acabou tendo seu corpo feito de fumaça “sugado” pelo furacão, espalhando-se por toda a parte logo em seguida, devido a corrente de vento poderosa.


- Ei, não fiquem parados ai! Vamos dar o fora daqui antes que o jutsu termine e esse cara se recomponha!!! – Exclamou Naruto.


Sanji entendeu muito bem e tratou de começar a correr em direção ao navio. Já Luffy, Naruto teve que literalmente arrasta-lo, já que o jovem capitão estava extasiado demais com o “furacão misterioso” para poder se mexer.


Enquanto corriam em direção ao navio, o pequeno grupo se encontrou com Zoro, que estava fazendo a mesma coisa que eles.


- Tem uma tempestade chegando! Temos que nos apressar, senão ficaremos presos na ilha! – Exclamou o espadachim. Os outros três concordaram e novamente voltaram seus esforços em apenas correr para o Going Merry.


Não demorou muito e eles conseguiram avistar o navio. Pondo finalmente os pés no cais, Naruto conseguiu discernir a figura de Usopp, que segurava uma corda que impedia o Merry de simplesmente ser arrastado pelas fortes correntes marítimas.


- Luffy! Depressa! Não da mais para segurar essa corda!! – Exclamou o Narigudo.


- Nami-san! Estamos de volta!!! – Disse Sanji, rodopiando e com corações no lugar dos olhos.


Mas Nami não estava nem um pouco feliz com aquilo.


- Suas lesmas! Subam a bordo logo! Temos de zarpar!

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Com seu corpo já reformado, Smoker caminhava pesadamente pela base da Marinha em Loguetown. Ele exibia uma cara de poucos amigos. Não só ele deixou Luffy escapar, como foi feito de bobo pelo “Orenji Kitsune”, um membro do grupo dos Chapéus de Palha com 14 milhões por sua cabeça e que mostrou não poder ser subestimado.


Passando por um grupo de fuzileiros, ouviu.


- Sentimos muito, senhor! O bando do Buggy conseguiu fugir depois daquela ventania...!


Smoker zombou.


- Eu pouco me importo com aquela escoria. Nós vamos atrás dos Chapéus de Palha. Preparem um navio. – Ordenou o capitão, surpreendendo seus subordinados. – Nós vamos entrar na Grand Line.


- O-O quê?!! – Perguntou o sargento daquela divisão. Quando estava prestes a tentar por juízo na cabeça de seu capitão, escutou.


- Sim! Eu também vou!! – Falou a tenente Tashigi, espantando ainda mais os marujos ali presentes. Ela usava uma camisa florida amarela por baixo de um casaco da marinha e um par de calças violeta. Também usava óculos de lentes quadradas e era conhecida como o “homem forte de Smoker”, possuindo grande habilidade com a espada e um grande senso de justiça. O que surpreendia ainda mais os marujos. Eles poderiam esperar aquilo de Smoker, mas não da tenente comportada. Mas Tashigi tinha um ótimo motivo para querer caçar os Chapéus de Palha. – O Roronoa Zoro não vai fugir! Ele vai ser derrotado e subjugado por minhas próprias mãos!


Sim, o “ótimo motivo” era uma rixa pessoal com Zoro, o qual a derrotara alguns minutos atrás em um duelo de espadachins.


Tentando por um pouco de senso na cabeça de seu superior, o sargento insistiu.


- M-Mas capitão... Essa cidade está sob sua jurisdição! O que os superiores vão dizer se você sair assim?!!


Smoker apenas virou-se para o sargento e, encarando o homem com um olhar que o fez tremer nas bases, declarou.


- Diga isso a eles por mim. “Não tentem mandar em mim”!!

Imagem do Capitão Smoker e tenente Tashigi



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Notas finais do capítulo

- Ai está!!! Finalmente no proximo cap Naruto e os Chapeus de Palha entram na Grand Line!
— Eu sei que tem gente querendo o Naruto mais envolvido em lutas, mas esse é apenas o começo da fic, logo grandes lutas vão acontecer!!!
— Agora é sério, o proxima cap apenas sabado que vem! Espero que todos tenham gostado e até a proxima!!!

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