Brave New World escrita por Hugo0974


Capítulo 5
Capítulo 4: Invasão ao Arlong Park 2


Notas iniciais do capítulo

- Ai está o desfecho dessa primeira saga nessa fic. Mas sinceramente, estou um pouco decepcionado com a recepção do último cap. Apenas quatro pessoas comentaram... Pessoal, comentem!!! Como posso melhorar a fic se vocês não falam se estão gostando ou não?!!!
Quanto a quem comentou, muito obrigado, são vocês que me fazem continuar escrevendo!!!



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Quando Naruto viu Arlong jogar Luffy para o mar, o shinobi não se preocupou muito. O garoto já tinha mostrado grande força física e Naruto não duvidava que ele conseguiria quebrar aquele bloco de concreto em que seus pés estavam presos em segundos, mesmo estando debaixo d’água.


Isso foi até ele descobrir por meio de um cara chamado Johnny que Luffy era inútil quando em contado com a água. Aparentemente a habilidade de se esticar do Chapéu de Palha vinha do fato de ele ter comido uma Akuma no Mi e, quem comia essas tais “frutas do diabo”, perdia a habilidade de nadar em troca do poder recebido da fruta.


Naruto achava aquilo realmente difícil de acreditar, mas como as expressões de Johnny e de seu amigo Yosaku estavam bastante sérias, ele resolveu agir primeiro e questionar depois. Por isso, agora, se via somente com uma cueca verde samba-canção com sapinhos estampados em preto, mergulhando no fundo do mar a procura de Luffy.


A meia distância do fundo, olhou ao redor a procura do Chapéu de Palha. Não precisou de muito esforço para encontrá-lo. Ele estava a poucos metros de si, deitado inconsciente no “chão” do fundo do mar, com os pés ainda presos no bloco de concreto.


Apressando-se, Naruto nadou em direção do garoto e, já perto, formou rapidamente uma esfera giratória em sua mão. Quando terminada, ele usou o Rasengan no bloco de concreto, o quebrando totalmente e libertando Luffy.


Agindo rápido, pois o garoto até mesmo já apagou devido à falta de ar, Naruto pegou Luffy e rapidamente fez seu caminho para a superfície. Quando finalmente emergiu, deu de cara com Genzo e Nojiko, que haviam o acompanhado até a margem do mar.


- Ele está bem?! – Perguntou Nojiko preocupada ao ver que Luffy estava desacordado.


Colocando Luffy e terra firme, Naruto falou.


- Ele está vivo, mas deve ter engolido muita água. – Disse o loiro. – Precisamos retirar a água de seus pulmões, senão ele vai acabar morrendo.


Genzo, ajoelhando-se ao lado de Luffy, colocou as duas mãos sobre o peito do garoto e começou a pressionar consecutivamente, com intuito de forçar a saída de água.


- Deixem isso comigo, eu sei os primeiros socorros para casos de afogamento. – Disse Genzo que, logo depois, fez um tempo de respiração boca-a-boca para depois continuar a pressionar consecutivamente o peito de Luffy.


Naruto, que assistia tudo em silêncio, de repente ouviu um estrondo e voltou sua atenção para aonde os moradores de Cocoyashi ainda assistiam a luta.


Sanji havia acabado de perfurar o muro do Arlong Park e caído alguns metros de distância dos aldeões.


- Cuide do garoto então, eu vou verificar uma coisa. – Naruto sequer esperou resposta dos outros dois e, ao fazer um selo de mão, desapareceu em um redemoinho de folhas.



(Nos portões do Arlong Park)

Deitado no chão, Sanji via as nuvens passar no céu. Ele havia se preocupado com aquele espadachim estúpido e deixara a guarda aberta, por isso agora estava naquela posição vergonhosa. Sem dar muita atenção aos gritos de preocupação que alguns dos moradores davam para si, o cozinheiro tirou um cigarro do bolso e, colocando-o na boca, acendeu-o com seu isqueiro.


Enquanto dava uma tragada, notou de repente que alguém apareceu ao seu lado. Mas, antes que ele se levantasse com pressa, achando que fosse aquele tritão estúpido, escutou.


- Pensei que havia sido derrotado, mas olhando de perto, você parece bem.


- Como se um golpe de merda desses iria me derrubar. – Falou Sanji se pondo de pé novamente. Olhando para o lado, se deparou com o dono da voz, Naruto. – Acredite em mim quando digo que o velho que me criou batia pelo menos dez vezes mais forte que esse cara... Ele apenas me pegou de guarda baixa, só isso.


Naruto, inexplicavelmente já vestido, deu um sorriso ao ouvir aquilo. Vendo Sanji começar a caminhar em direção ao Arlong Park, o shinobi resolveu dar uma informação para tranqüilizar o combatente.


- Eu acabei de tirar Luffy da água, ele está vivo. – Sanji parou de andar e se virou para Naruto.


- Se ele está vivo, então por que ainda não apareceu gritando que vai espancar Arlong?


O outro loiro sorriu. Do pouco tempo que conhecia Luffy, Naruto sabia que se ele estivesse em condições faria exatamente aquilo que o cozinheiro falou. Assim explicou.


- Ele engoliu muita água e está desacordado, mas aposto que daqui alguns minutos ele vai estar fazendo exatamente isso que você falou.


Dando um aceno em agradecimento pela informação, Sanji, enquanto voltava a rumar em direção ao campo de batalha, disse.


- Acho melhor terminar com aquele peixe de uma vez então. Tenho que deixar o palco livre para o meu capitão, certo?


Naruto apenas sorriu.



(Zoro vs Hachi)

Mesmo com a dor alucinante que as feridas causadas por Mihawk davam a Zoro, ele se recusava a perder para aquele polvo idiota. Por causa disso, juntou toda sua força e se pos de pé, e, encarando o tritão de seis braços, disse.


- Vou te contar uma coisa, molusco... Eu prometi que derrotaria um certo homem e, até lá, nem mesmo Deus pode me derrotar. – Dando um sorriso ameaçador, que não combinava nada com alguém que estava prestes a entrar em colapso, Zoro amarrou a sua bandana na cabeça e gritou. – Johnny, Yosaku! Emprestem-me suas espadas!


Ao fundo, Zoro ouviu os dois caçadores de recompensa gritarem em afirmativo e, logo depois, escutou as espadas voando no ar em sua direção. Colocando Wadō Ichimonji, espada que antigamente pertenceu a sua amiga Kuina, em sua boca, sem ao menos olhar pegou as outras duas armas voadoras, mostrando bastante habilidade.


- Prepare-se, molusco. Vou te ensinar uma lição.


Irritado com a confiança de Zoro, quando o mesmo sequer parecia poder se manter em pé, Hachi, que a pouco havia pegado seis espadas dentro do prédio do Arlong Park, brandiu-as ameaçadoramente ao dizer.


- Eu vou matar você, Roronoa Zoro!! Vou te mostrar o poder do meu estilo, o Rokutoryuu (Estilo de seis espadas), que me fez o espadachim mais forte entre os homens-peixe!!! – Vangloriou-se Hachi. – Você nunca vai me derrotar!!! Mesmo que o céu se divida em dois!!! Não pode fazer nada com apenas três espadas!!!


- Você acha que isso é matemática...? Não seja idiota! – Zombou o espadachim humano. Lembrando-se de sua luta com Mihawk e como havia jurado nunca mais perder para outro espadachim, Zoro falou. – Mesmo usando apenas trás espadas... Cada uma delas tem um peso muito maior do que todas as suas!!


Hachi, em sua ignorância ingênua, gritou sorridente.


- Mais pesadas?! As minhas pesam trezentos quilos cada!! São mais pesadas do que qualquer espada humana!!! – Zoro bufou.


- Eu devia saber que um molusco idiota como você não entenderia...


Mesmo ainda não entendendo o que Zoro quis dizer anteriormente, Hachi se irritou com o insulto do espadachim. Assim, colocando todas as pontas de suas seis espadas juntas e apontadas para frente, atacou como se fosse uma lança.


Para derrotar Mihawk... Eu tenho que ultrapassar os limites humanos... Zoro pensou enquanto via que seu oponente se aproximava cada vez mais dele. Tomando uma de suas posição de ataque, esperou o momento exato e declarou.


- Oni Giri (Corte do Demônio)!!! – Com as três espadas juntas formando um tipo de asterisco, Zoro colidiu-as com a ponta das seis espadas juntas de Hachi. Para o espanto de todos que assistiam a luta e do próprio espadachim-polvo, o resultado do choque dos dois ataques foi a quebra de todas as seis espadas de Hachi.


Olhando para a cara assustada do molusco, Zoro falou.


- Agora entendeu o que eu quis dizer com “o peso delas”? Senão, tenho certeza que vai aprender agora, molusco idiota. – Tomando mais uma posição de ataque, Zoro se preparou para o golpe decisivo.


Hachi, que havia saído de seu estupor e agora olhava raivoso para o humano, disparou um ataque seqüencial de socos com seus seis braços.


- Takoyaki Punch!!!


Mas todos os esforços de Hachi se mostraram inúteis no final. Zoro esperou o polvo se aproximar dele e, com todas as suas três espadas na horizontal, girou em alta velocidade e desferiu seu ataque.


- Tatsu Maki (tornado do dragão)!!! – Zoro chegou a girar tão rápido e com tanta força que aparentou criar um pequeno tornado em volta de si, cortando seu oponente diversas vezes no peito e o enviando para o ar, já derrotado.


Embaindo Wadō Ichimonji, sequer se prezou a olhar para seu oponente que agora se encontrava estirado no chão e disse.


- Desculpe... Mas não tenho tempo para brincar com você! Tenho que ajudar Luffy... – Apesar do pensamento, seu corpo parecia não querer se mover.


E isso o tornou um alvo fácil para os outros inimigos no pátio do Arlong Park.


(Sanji vs Kuroobi)

Kuroobi assistiu incrédulo Zoro vencer Hachi, mesmo o espadachim humano aparentando estar quase desmaiando de exaustão enquanto a luta ocorria. Furioso por ter mais um de seus companheiros derrotado, o tritão movimentou-se na direção do espadachim e preparou-se para eliminá-lo de uma vez por todas.


- Roronoa Zoro, vai pagar pelo que fez com Hachi!! – Exclamou Kuroobi, já trás de Zoro e prestes a destruí-lo com um de seus socos. Ele só não esperava que tivesse que desistir do ataque para bloquear um chute que lhe visava à cabeça. Afastando-se um pouco de seu oponente, viu que era o cozinheiro dos Chapéus de Palha novamente. Irritado, disse. – Não acredito que sobreviveu ao meu ataque anterior...


Sorridente, Sanji encarou Kuroobi e falou com um cigarro na boca.


- Você me mandou longe, é verdade... Mas acho que muita gente sobreviveria, especialmente em certo restaurante que trabalhei...


- Como ousa zombar de mim? – Perguntou ainda mais irritado o homem-peixe.


Sanji apenas sorriu. Logo sua atenção foi chamado para o espadachim ao seu lado, que se levantava com esforço. Quando de pé começou a caminhar em direção a água. O cozinheiro rapidamente entendeu o que ele pretendia fazer e falou.


- Não se preocupe com Luffy. Aquele tal de Naruto o salvou. – Respondeu Sanji, surpreendendo Zoro.


- Então onde aquele idiota está? – Questionou o espadachim.


- Naruto contou que no momento ele está incapacitado, mas logo poderá se juntar a festa. – Zoro, sabendo que Sanji não tinha por que mentir, assentiu em positivo. Olhando para Kuroobi falou.


- Você pode lidar com esse cara sozinho?


Sanji tomou aquilo como um insulto por parte de Zoro, assim respondeu.


- É claro que posso, idiota. Vá tirar uma soneca em algum lugar, eu tomo conta das coisas aqui.


Zoro, mesmo querendo fazer exatamente o que Sanji disse, apenas grunhiu e, se afastando um pouco, sentou-se encostado em um monte de entulho que tinha ali, proveniente das vezes em que seu oponente anterior tentou usar o telhado da construção do Arlong Park como arma.


- Apenas não me faça ter que salvar sua bunda mais tarde. – Falou o espadachim.


Sanji o ignorou dessas vez, optando por começar logo sua batalha com Kuroobi.


- Prepare-se seu peixe maldito! Agora eu vou te ensinar o que acontece com alguém que faz uma dama chorar na minha frente! – Disse o cozinheiro. Kuroobi estreitou os olhos.


- Você não pode me derrotar. A diferença entre sua raça e a minha é como o céu e a terra. – Tomando posição de combate, continuou. – Mas como estou impressionado por ter sobrevivido ao meu golpe, vou lhe dar o privilegio de ver a minha melhor técnica. O Hyakuai-Gawara Seiken (soco força cem) foi o ataque que eu te dei quando você voou. Mas a chance de se sobreviver ao Senmai-Gawara Seiken (soco força mil) é menor do que zero!!! Prepare...!!!!


Antes mesmo que Kuroobi terminasse seu discurso, Sanji atacou.


- Collier Shot (chute no pescoço)!! – Exclamou o cozinheiro acertando um poderoso golpe no pescoço de Kuroobi. E, mesmo depois de ter enviado o tritão longe, o cozinheiro ainda não tinha terminado. – Epaule Shot (chute no ombro)! Cotelete Shot (chute nas costelas)! Selle Shot (chute na coxa)! Poitrine Shot (chute no peito)!!


Ombro, costela, coxa e peito, Sanji acertou cada um dessas partes do corpo de Kuroobi com chutes velozes e potentes, fazendo o tritão grunhir de dor a cada ataque sofrido. Vendo um pequeno espaço na seqüência de golpes, o homem peixe tentou finalmente achar uma oportunidade para desferir seu golpe.


- M-Maldito...! Senmai-Gawara...!!!!


- Mouton Shot (chute final)!!! – Novamente Sanji sequer deu chance de Kuroobi concluir seu ataque e o acertou com um chute ainda mais poderoso que os outros, arremessando o homem peixe contra a parede do Arlong Park e derrotando-o instantaneamente.


Recuperando a compostura, o cozinheiro zombou.


– O que...?! Não vai ficar para a sobremesa?!



(Nos portões do Arlong Park)

– Incrível... Eles já acabaram com os oficiais do Arlong...!! – Comentou um dos moradores que assistia a toda a luta, incrédulo. Como seres humanos podiam bater de frente com homens-peixe daquele jeito era algo surpreendente para ele e todos os outros aldeões de Cocoyashi.


- Ha!! Nós falamos para vocês que se alguém poderia derrotar Arlong e seu bando eram esses caras!!! – Exclamou Johnny, que no momento pulava de um lado pro outro abraçado em Yosaku, numa espécie de comemoração.


- Sim!! Zoro aniki, Sanji aniki e Luffy aniki são incrivelmente fortes!!! Não é um bando de peixes que vai vencê-los em uma luta!!! – Complementou o outro caçador de recompensa.


Sentado em cima do muro do Arlong Park, Naruto observava tudo com um sorriso. Aqueles dois realmente eram bem fortes, ele estava certo quando supôs que eles seriam capazes de vencer. Mas só havia um problema. Ainda restava Arlong e, devido ao estado em que Zoro e Sanji se encontravam agora, eles não teriam chance contra o tritão, que aparentava estar em um nível superior que os outros.


Instintivamente olhou para a esquerda, observando que Luffy ainda estava estirado no chão e cada vez mais cuspia água com ajuda dos exercícios de salvamento de Genzo. Naruto se perguntava quando o Chapéu de Palha finalmente ia acordar.


E a resposta não demorou. Como se quase instantaneamente ao seu pensamento, Naruto escutou.


- Arlong!!!! – Era a voz de Luffy, que havia acabado de acordar. Observou com um sorriso o garoto se por de pé e, segurando o muro com as mãos esticadas, logo em seguida disparou como um foguete em direção ao pátio do Arlong Park.


Parecia que tudo se resolveria, mas... Por que ele tinha a sensação que estava se esquecendo de alguma coisa?



(Usopp vs Chuu)



Ao meio da estrada que ligava o Arlong Park à vila Cocoyashi, Usopp encontrava-se estirado no chão completamente imóvel, com bastante sangue escorrendo de seu corpo.


- Chu?! Como você me deu trabalho! Corre bem, mas é só um covarde... Só precisei de um disparo pra matar você. – Falou o homem-peixe conhecido como Chuu, enquanto observava seu adversário morto. Desviando sua atenção do cadáver, começou a caminhar em direção ao Arlong Park. – Melhor eu voltar... Eles já devem ter acabado com os invasores...


Mas, o que Chuu não fazia idéia enquanto ia embora, era que Usopp estava longe de ser derrotado. Na verdade, ele se acertou com a Ketchup Boshi (estrela de ketchup) e simulou que havia levado um dos tiros de água de seu inimigo. Agora apenas esperava quieto pelo tritão desaparecer.


Sinto um pouco de pena de Nami... Eu até gostaria de ajudar, mas não quero morrer... Pensou já se levantando, pois concluiu que Chuu já estava longe o suficiente.


- Esse Ketchup realmente parece sangue... Mas acho que deveria encenar um pouco mais, para parecer que foi uma luta difícil... – Dizia o narigudo – Ah! Já sei, vou me sujar com um pouco de terra, assim fica mais realista...


Enquanto fazia exatamente aquilo, continuou a divagar.


- Acho que vou dizer algo como: “Desculpem, fui derrotado...”. Ou poderia dizer: “Ele me acertou primeiro”. Não, não, acho que ficaria melhor assim: “Não chore, Nami, ao menos eu tentei...” – Repentinamente, Usopp parou.


Ele começou a se lembrar dos momentos que passou ao lado de Nami e como ela o ajudou a salvar sua vila. Além disso, lembrou-se também do tanto da determinação que Luffy, Zoro, Sanji e até mesmo aquele cara, Naruto, mostraram. Tudo para poder salvar Nami, que há mais de oito anos sofria nas mãos de Arlong.


Eu sou uma vergonha!!! Pensou o quão patético ele era ao fingir ser derrotado para não precisar lutar, enquanto todos os outros se esforçavam para salvar Nami. Apertando os punhos, levantou-se com nova determinação e, a todo pulmão, gritou.


- Espere ai mesmo, peixe maldito!!!


Chuu, mesmo já estando bem longe de Usopp, conseguiu ouvir. Virando-se, falou.


- Você ainda continua vivo...? Chu?!


Usopp já estava se arrependendo de sua decisão, mas, mesmo com as pernas tremulas, resolveu que era hora de mudar. Ele havia deixado a segurança de sua vila, não podia mais continuar vivendo como um covarde. Ele queria ser um pirata de verdade e lutar de verdade.


Assim, pegando uma garrafa de rum de sua bolsa, atirou-a contra Chuu. O homem-peixe apenas levantou uma sobrancelha e pegou o objeto com uma das mãos com bastante facilidade, mas esse foi seu erro. Usopp já tinha seu estilingue em mãos e disparou.


- Hissatsu Namari-Boshi (esfera de aço mortal)!! – A balinha de ferro atingiu em cheio a garrafa de rum, fazendo-a explodir na cara de Chuu e molhando o corpo do tritão com rum. Vendo aquilo, Usopp não se demorou e, sacando mais um tipo de munição para sua arma, falou. – Sabia que rum inflamável?! Hissatsu Kaen-Boshi (estrela de chamas)!!!!


Usopp acertou precisamente seu tiro em Chuu, que estava distraído enquanto olhava o rum sobre seu corpo. Quando o ataque fez contato, explodiu em chamas, incendiando todo o corpo do homem-peixe. Desesperado, Chuu saiu correndo para um conjunto de lagos usados para plantar arroz que havia do outro lado da estrada. Só que, ao virar de costas, Usopp atacou novamente.


- Martelo do Usopp!!! – Disparou o golpe, acertando a cabeça de Chuu com uma pequena marreta de mão. Bufando, Usopp viu Chuu caído no chão, com um galo na cabeça e o corpo bastante queimado. Achando que já tinha ganhado, ia comemorar, mas acabou se assustando ao ouvir.


- M-Maldito...! – Em seu desespero, Usopp sequer esperou Chuu se levantar e atacou novamente.


- Martelo do Usopp! Martelo do Usopp! Martelo do Usopp! – Gritava desesperado o narigudo, acertando diversas vezes a cabeça de Chuu com golpes da sua marreta. Depois de vários golpes, finalmente se deu por satisfeito e verificou o resultado.


Chuu estava completamente desacordado, com o rosto inchado e inúmeros galos salientes na cabeça. Não acreditando que realmente tinha vencido, Usopp caiu de costas no chão, cansado, e gritou.


- Viu?!! Eu também luto quando preciso!!! Tomara que aprenda, seu idiota!!!!


Observando escondido ao meio de algumas árvores, um homem loiro deu um sorriso e desapareceu em uma nuvem de fumaça.



(Arlong Park, Luffy vs Arlong)

Arlong se encontrava atualmente deitado no chão. Há pouco tempo Luffy havia aparecido e, num ataque surpresa, acertou-o um poderoso combo de golpes, enviando-o na posição que se encontrava agora. Mas, apesar do que a maioria podia pensar, aqueles golpes ainda eram pouco para derrubar alguém como o tritão, e Arlong estava disposto a mostrar aquilo para Luffy.


Levantando-se calmamente, encarou seu adversário que, estranhamente, parecia estar fazendo um aquecimento para a batalha que viria a seguir.


- Vocês até que agüentaram bem, para um bando de criaturas patéticas! Vou fazer você se arrepender de ter saído do fundo do mar! – Dando alguns passos em direção a Luffy, parou a cerca de três metros dele e continuou. – Agora me diga... Qual é a principal diferença entre você e eu?


Luffy inclinou ligeiramente a cabeça para o lado e, aparentando pensar um pouco, disse.


- O nariz!! – Mudando de idéia rapidamente, falou. – Ou será os dentes...?


Como Arlong apenas o observou, Luffy tomou aquilo como algo que dizia que ele estava errado. Assim, pensou mais um pouco e logo uma luz iluminou em sua cabeça. Sorrindo, falou.


- Ah é!! Eu esqueci que Naruto havia dito!! A principal diferença é o cheiro de peixe podre!!! – Os aldeões que assistiam a luta só puderam achar que ele estava brincando com Arlong. Mas Zoro, Sanji e Naruto, sabiam que era apenas a “inocência” do Chapéu de palha imperando novamente.


Pena que a opinião de Arlong era a mesma dos moradores de Cocoyashi, por isso, furioso com os insultos, atacou ferozmente seu adversário com a mandíbula aberta mostrando seus dentes afiados. Ele tinha o intuito de arrancar um pedaço fora daquele garoto idiota.


- A diferença é nossas espécies!! – Gritou ao quase abocanhar o Chapéu de Palha. Como Luffy desviou do primeiro ataque, Arlong continuou suas tentativas de mordida. Mas, com o decorrer do tempo, todas se mostravam infrutíferas. O pirata humano conseguia desviar de todas, mesmo com certa dificuldade.


Só que Arlong não desistiu e, devido a sua insistência, acabou recompensado quando percebeu que encurralou Luffy contra uma das vigas de pedra que havia por ali. Confiante que dessa vez acabaria com aquele incomodo, o tritão foi com tudo e visou uma mordida no pescoço do garoto. Ele só não esperava que Luffy segurasse seu própria cabeça e a puxasse para o lado, esticando seu pescoço e tirando-o da reta do ataque de Arlong, que pegou a viga de pedra no lugar da carne de borracha de Luffy.


- Nossa! Essa foi quase! – Comentou Luffy, não aparentando muito abalado para quem quase havia perdido o pescoço há segundos atrás. Mas, mesmo tendo desviado do golpe não teve uma chance de contra-atacar, pois o pilar mordido por Arlong quebrou em vários pedaços e, se Luffy não saísse dali, toda aquela estrutura cairia em sua cabeça.


Depois de se afastar com sucesso, Luffy voltou a encarar o homem-peixe.


- Esse é o poder de um homem-peixe desde o nascimento... O mundo é injusto para humanos! Vocês não têm força, por isso são seres inferiores!!! – Exclamou Arlong depois da mostra do poder que sua mandíbula tinha. Ele era realmente um tubarão depois de tudo.


Mas, apesar daquilo, Luffy não aparentou muito impressionado. Querendo provar um ponto, deu um soco em uma pedra ali perto e a quebrou. Depois, voltando-se para o tritão, falou.


- E daí? Não seja tão orgulhoso! Eu também posso quebrar pedras... E sequer preciso mordê-las para isso!!!


Arlong apenas contraiu uma sobrancelha, irritado.



(Nos portões do Arlong Park)

– Uaa!!! Puxa vida, essa doeu até em mim, Luffy Aniki!!! – Exclamou Yosaku, tamanha foi a “tirada” dada pelo Chapéu de palha em Arlong.


- Isso ai!! Dá no mesmo morder ou socar!!! – Concordou Johnny com seu companheiro.


Naruto, que assistia a tudo, também se divertia com a situação. Já os aldeões de Cocoyashi apenas olhavam incrédulos, se perguntando se aquele garoto estava realmente provocando Arlong, o temível pirata tritão, ou se era apenas idiota.


Apesar de poucos acreditarem na segunda opção, aquela era a verdadeira.


Alheia a tudo aquilo estava Nami, que acabava de chegar aos portões do Arlong Park, disposta a ajudar os aldeões e seus amigos a derrotarem o tirano homem-peixe. Mas, depois de se esgueirar entre os moradores que se aglomeravam na frente da entrada da fortaleza, ficou realmente surpresa ao notar que Luffy estava enfrentando Arlong, enquanto todos os outros subordinados do pirata pareciam desacordados.


- E-Eles... Eles realmente conseguiram vencer todos esses subordinados de Arlong? – Perguntou mais para si mesma, mas, inesperadamente recebeu uma resposta.


- Sim. Você realmente perdeu, Nami. – Virando-se, a ruiva notou que era Nojiko quem lhe falava, esta com um sorriso esperançoso no rosto. – Naruto venceu rapidamente aquela vaca-monstro e todos os subordinados de Arlong com bastante facilidade. Depois esse seus amigos estranhos derrotaram os subordinados de alto escalão de Arlong. E há pouco, Luffy realmente acertou Arlong com bastante força. Acho que a vinda deles para cá realmente é a nossa salvação, Nami.


A ruiva apenas ouviu sua irmã, sentindo um imenso alivio no peito. Ela realmente foi boba ao desconfiar da força de seus amigos, ainda mais depois de ter presenciado Luffy e Zoro em combate antes. Mas agora, naquela situação, fez um juramento silencioso que, se tivesse algum problema, pediria ajuda de imediato para eles e, se algum deles precisasse de apoio, ela daria sem pensar duas vezes.


E, para mostrar essa confiança depositada naqueles idiotas, ela gritou.


- Luffy!!! Acabe com esse desgraçado do Arlong!!!



(Arlong Park, Luffy vs Arlong)

Luffy, que havia ouvido auto e claro o grito de incentivo de Nami, rugiu.


- Pode apostar!!!!


A luta que se seguiu foi extremamente disputada. Ambos os lutadores tinham uma força física absurda e boa habilidade em combate, o que rendeu uma excelente luta. Passado um tempo, onde cada um dos lutadores já se encontrava bastante ferido, Luffy conseguiu contrariar uma tentativa de Arlong de lhe espetar com seu nariz pontiagudo esticando seus dedos e fazendo uma espécie de rede de borracha.


Com o tritão preso no ar, exclamou.


- Gomu Gomu no... Yari (Lança de Borracha)!!! – Colocando as duas solas dos pés juntas, Luffy desferiu um poderoso golpe de cima para baixo que imitava uma lança, acertando em cheio o estômago de Arlong.


O homem-peixe cuspiu um pouco de sangue antes de colidir com tudo com o solo, trincando o concreto do Arlong Park.


- Uhn...? Será que ele morreu? – Perguntou-se Luffy enquanto caia lentamente em direção ao chão. A resposta dele veio rápida, quando ele reparou que os olhos de Arlong mostravam apenas fúria. O tritão estava longe de ser derrotado.


Com sua raiva ao limite, Arlong levantou-se rapidamente e pegou Luffy pelos cabelos.


- Humano insignificante... Como ousa fazer isso... Com um homem-peixe?!! – Exclamou furioso, arremessando Luffy com toda sua força em direção ao prédio do Arlong Park.


Luffy colidiu com as paredes e chegou a rachá-las, fazendo alguns escombros caírem ao seu lado. Mesmo o golpe não tendo doido, por que ele era feito de borracha, o Chapéu de palha ficou realmente surpreso.


- Droga... Que cara assustador! Parecer que ele está realmente furioso! – As indagações de Luffy tiveram que ser interrompidas quando o mesmo se desvencilhou dos escombros e saltou para cima, evitando assim um poderoso soco desferido por Arlong, que até mesmo transpassou a parede.


Subindo no telhado, Luffy viu Arlong puxar o braço de dentro da parede, revelando que ele havia pegado uma espécie de espada-serra com dentes gigantes e afiados. Para evitar que ele se transformasse em borracha furada, Luffy logo teve de desviar de mais um golpe de Arlong, que agora brandia a arma furiosamente.


Subindo a estrutura do Arlong Park, o Chapéu de palha continuou desviando até que finalmente se viu sem saída. Ou era assim que ele pensava antes de notar que as suas costas havia uma janela. Desesperado para evitar ser partido em dois, Luffy pulou pela janela e caiu dentro do cômodo, assim contornando mais um dos golpes de Arlong.


Reparando ao seu redor, Luffy notou que estava em uma espécie de escritório, onde inúmeras prateleiras eram preenchidas com papeis.


- Agora você não vai atrapalhar mais... Ou vai, maldito garoto de borracha?! – Questionou Arlong, ensandecido.


Mas Luffy, temporariamente alheio à fúria do homem-peixe, perguntou.


- Que lugar é esse? Tem papel pra todo lado...


- Não são apenas “papeis”. Esses são todos os mapas que Nami fez durante oito anos. – Respondeu Arlong. – Nós homens-peixe não temos problemas em recolher “dados”. O problema é encontrar um navegador. Não há ninguém que consiga fazer mapas como ela...! Ela é realmente genial.


- Uau! – Disse Luffy, finalmente percebendo que tudo aquilo eram mapas feitos por Nami. Ela era realmente incrível por ter feito tantos. Foi quando notou uma caneta no chão, pegando-a, disse ao reparar algo. – Essa caneta... Tem marca de sangue.


Arlong, que não dava mais a mínima para o que Luffy dizia, pos sua “Kiribachi” no pescoço de Luffy e disse, novamente consumido pela loucura de sua fúria.


- Ficar aqui desenhando mapas é o melhor paraíso que Nami pode ter! Tudo de acordo com meus planos! – Dando uma gargalhada, continuou. – Depois de conhecermos todos os mares do mundo com esses mapas, nós, homens-peixe, seremos invencíveis!! O mundo vi ser o meu império! Você acha mesmo que pode usar Nami melhor do que eu?!!!


Ao ouvir aquela última frase, Luffy segurou com força a espada-serra de Arlong. Colocando a caneta marcada de sangue no chão, olhou furioso para o tritão.


- Usa-la?!


O som de algo rachando foi ouvido. Era uma das serras da espada de Arlong, que quebrou com a força do aperto de Luffy.


- Minha Kiribachi...! – Exclamou Arlong surpreso, não acreditando que um ser humano tinha força o suficiente para rachar sua espada com as mãos nuas.


Ainda olhando furioso para Arlong, Luffy perguntou.


- O que você acha que a Nami é?!


Puxando sua espada para perto de si, Arlong deu um sorriso e respondeu.


- Ela é a melhor navegadora... Em uma raça inferior. E é esperta. Se todos os humanos fossem meros ratos, ela seria uma gata traiçoeira. Embora, como você mesmo viu, ela da um bom bichinho de estimação. – Fazendo um aceno com os braços, indicando o cômodo em que estavam, Arlong continuou seu discurso. – Eu vou manter a Nami aqui, desenhando mapas pelo resto de sua vida. Também comprarei todas as roupas que ela sempre quis ter! Nunca lhe faltara nada. Enquanto ela continuar fazendo os meus mapas, estaremos de acordo. Por que... Nós somos amigos!


Apesar do modo totalmente sinistro com qual Arlong chamou Nami de “amigo”, Luffy não se intimidou. Fazendo sua decisão, deu um poderoso chute em uma das estantes cheias de mapas, destruindo-a.


- O-O que...?!! – Perguntou-se Arlong, com misto de raiva e choque. Mas Luffy pareceu não ouvir e continuou distribuindo golpes pelo aposento, destruindo tudo ao redor. Enfurecido, Arlong questionou mais uma vez. – O que você acha que está fazendo?!!



(Nos portões do Arlong Park)



- O que está acontecendo? Por que tanta coisa está caindo?! – Questionou Usopp, que estava lá desde o termino de seu confronto com Chuu.


Nami, enquanto via tudo aquilo caindo, começou a recordar de seus dias no Arlong Park. Em como ela era oprimida e forçada a trabalhar dia e noite para fazer aqueles mapas. Da solidão que sentia naquele quarto frio e vazio. Por isso, ela sabia muito bem que aquilo era obra de Luffy e o porquê dele estar fazendo aquilo.


Era um gesto. Um gesto que indicava que ela podia deixar seu passado para trás e que não mais precisaria retornar aquele maldito lugar.


Colocando a mão na boca para abafar seu choro, deixou as lágrimas correrem livremente de seus olhos, enquanto agradecia.


Obrigada...



(Quarto dos Mapas, Luffy vs Arlong)



- Já estou cheio de você, Borrachudo!! – Exclamou Arlong, enquanto mordia o pescoço de Luffy. Ele estava mais do que furioso por Luffy ter destruído seus mapas.


Mesmo com dor, Luffy agarrou o nariz pontiagudo de Arlong e falou.


- Eu não entendo o que faz dos homens-peixe tão incríveis... E não entendo sobre mapas! Ou o que quer que aconteceu aqui! Eu não entendo absolutamente nada sobre isso...! Mas eu descobri um jeito de salvar a Nami de todo esse sofrimento!! – Exclamou, torcendo o nariz de Arlong e derrubando o homem-peixe no chão. Olhando com seriedade para o tritão, explicou. – É tudo por causa desse lugar!! Eu destruirei esse e qualquer outro lugar onde Nami não queira estar!!!


Depois de sua afirmação, levantou o pé para o alto, esticando-o tanto que ele chegou a furar o teto e ficar uns trinta metros acima do telhado do Arlong Park. Aquele era o preparativo para seu ataque.


Arlong, que não dava à mínima, disse.


- Não fique se achando...!! Vocês, humanos inferiores, nunca poderão destruir o Arlong Park!!! – Desentortando seu nariz, abriu a mandíbula e preparou-se para arrancar um pedaço de Luffy. – Shark on Tooth (presa de tubarão)!!!


Luffy sentiu uma imensa dor quando Arlong mordeu seu tronco, mas antes que o homem-peixe tivesse uma chance de arrancar um pedaço dele, o Chapéu de Palha trouxe seu pé para baixo.


- Gomu Gomu no... Ono (Machado de borracha)!!!


O pé de Luffy desceu com tudo, acertando a cabeça de Arlong e o forçando a largar a mordida. Mas não foi só isso, o golpe foi tão poderoso que continuou empurrando Arlong para baixo, rasgando todos os andares do Arlong Park até o homem-peixe colidir com o chão.


Ele não se levantou mais.


(Nos portões do Arlong Park)

- Vejam!! Aquele golpe deixou o Arlong Park instável!! – Exclamou um dos moradores de Cocoyashi, espantado. E ele não era o único.


- Não acredito!! O Arlong Park está desmoronando!!! – Exclamou outro. – Corram, estamos perto demais!!


Johnny, que estava prestes a seguir o conselho do aldeão anônimo percebeu que Nami não estava se movendo. Não querendo que ela fosse pega pelos escombros e se machucasse, puxou a garota pelo braço.


- Venha Nami-aniki! Rápido!! – Exclamou o espadachim fajuto. Mas Nami se recusou a se mover.


- Mas o Luffy ainda está lá dentro!! Temos que ajuda-lo!! – Foi quando o Arlong Park desabou completamente, fazendo a garota colocar as mãos na frente de seu rosto para se proteger de qualquer entulho voador.


Quando finalmente chegou a conclusão que era seguro abrir os olhos e tirar os braços da frente do rosto, Nami percebeu que um silêncio mortal se formou. Olhando em direção aos escombros, não viu nenhum sinal de Luffy.


- O Arlong Park desabou... O que será que aconteceu lá...? – Perguntou Yosaku.


Sanji, que havia arrastado Zoro para longe do desmoronamento, exclamou.


- Será que Luffy venceu?!


Sorridente, Naruto, que ainda estava em cima do muro do Arlong Park, falou.


- Vocês saberão em breve.


Como se as palavras do loiro tivessem poder, o topo dos escombros começou a ser remexido, como se alguém estivesse tentando sair para superfície. As pessoas prenderam o fôlego, esperando ansiosamente para descobrir quem foi o vencedor daquele confronto.


Quando finalmente o vencedor se mostrou, todos mostraram grandes sorrisos nos rostos.


- Luffy!!! – Gritou Nami, aliviada ao ver seu companheiro ainda vivo.


– E-Ei... Ele está bem? – Nami ouviu Usopp perguntar, preocupado. Assim, reparou um pouco mais em Luffy e notou o porquê da indagação de seu companheiro narigudo.


O corpo de Luffy estava repleto de escoriações e ferimentos que derrubariam um homem normal em um instante. Além disso, parecia que ele mal conseguia se manter em pé.


Mas, antes que qualquer um pensasse em ir à direção de Luffy e lhe ajudar, ouviram o garoto.


- Nami!! – Exclamou, chamando a atenção da navegadora. Nami o viu levantar a cabeça e olhar diretamente para ela, antes de gritar com toda a força de seus pulmões. – VOCÊ É MINHA AMIGA!!!


Nami não agüentou segurar as lagrimas e, enquanto esfregava os olhos chorões e lutava para não berrar, disse suavemente.


- Sim...


Um pequeno silêncio se formou, até que Usopp declarou.


- Ele venceu!!! Luffy venceu!!! O Arlong Park foi destruído!!!!


Assim todos os moradores começaram a comemorar.


Naruto, que sorria com a festa que os moradores começaram a fazer, sentiu alguém lhe abraçar forte, virando-se, notou que era Nojiko.


- Ele realmente venceu... Eu devo estar sonhando... Nunca imaginai que esse dia chegaria... – Falava a garota, ainda incrédula. Era difícil para ela assimilar que Arlong finalmente havia sido derrotado e que agora eles estariam livres.


Naruto deu um sorriso discreto e, retribuindo o abraço da garota, disse.


- Sim. Vocês finalmente podem ter suas vidas de volta.

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A festa que se apoderou da vila Cocoyashi não foi atrapalhada nem pelo aparecimento repentino do capitão Nezumi, que chegou com reforços e exigiu o tesouro de Nami. Isso por que ele e seus subordinados foram logo colocados em seus devidos lugares, ou seja, o lixo, por Naruto, Luffy e companhia.


Desde então a festa já durava dois dias, mas ninguém queria parar de comemorar. Eles tinham obtido sua liberdade das garras tirânicas de Arlong depois de oito anos, qualquer comemoração para aquilo parecia pouco. Por isso a festa apenas continuava, sem data para acabar.


Naruto, por mais que gostasse de comemorar com os outros, resolveu tirar um pequeno momento de folga. Agora que ele havia garantido um barco para partir, ele tinha que refletir qual era seu próximo passo. Pelo pouco que havia visto, o mundo era muito maior do que ele pensava anteriormente. E isso apenas o animava...


- Então você está ai.


Mesmo sabendo de quem se tratava, Naruto se virou para cumprimentar Nojiko, que trazia consigo duas grandes canecas de cerveja. Sorrindo para ela, disse sem usar palavras que ela era bem vinda a se sentar ao lado dele. E ela fez exatamente isso.


Dando uma das canecas para Naruto, bebeu um pouco de suas próprias bebida alcoólica e disse.


- Esses caras são incríveis... Estão comemorando até agora.


Bebendo um pouco da cerveja, Naruto sorriu e voltou a olhar para o oceano a sua frente.


- Sim. De onde eu venho existem muitas festas, mas nenhuma tão animada quanto essa. – Isso é claro tirando a festa de comemoração com a derrota de Madara, mas ele não precisava entrar em detalhes. – Mas os moradores estão certos... Agora que eles finalmente estão livres de Arlong, tem mais é que comemorar-ttebayo!


Nojiko deu um leve risinho ao ver Naruto dizer aquilo dando um soco no ar. Assim, quando ela se acalmou, um confortável silêncio se formou entre os dois. Ambos apenas observavam movimentos das ondas enquanto eram banhados pela luz da lua e das estrelas.


Olhando para o loiro ao seu lado, Nojiko reparou que ele parecia perdido em pensamentos. Sorrindo, falou.


- Eu ainda não te agradeci por ter salvado Cocoyashi. – Disse a garota, levemente ruborizada. Ela tinha um plano para colocar em pratica.


Naruto, que observou Nojiko envergonhada, levantou uma sobrancelha para aquilo. A garota nunca aparentou ser do grupo das tímidas, mas agora ela parecia bastante acanhada. Acabou dando de ombros, chegando a conclusão que ela apenas tinha dificuldade me agradecer os outros.


- Não precisa agradecer. Se eu tenho poder para ajudar os outros, eu sempre ajudarei. Esse é apenas o tipo de pessoa que eu sou. – Disse o loiro, sorridente. – Além do mais, eu fiz apenas uma parte do trabalho. O resto ficou por conta de Luffy e seus companheiros.


Nojiko sorriu com as palavras do shinobi. Ele era realmente doce dizendo aquelas coisas. Assim, ainda mais determinada com sua decisão, falou.


- Sim... Mas você também nos ajudou antes com Nezumi e... Até mesmo me ajudou a colher as tangerinas de Bellemere-san... Acho que estou te devendo... – Falou, colocando a caneca de cerveja no chão e se inclinando lentamente para perto de Naruto.


O loiro levantou uma sobrancelha para aquilo, ele suspeitava o que era, mas resolveu confirmar indiretamente.


- Bem... Eu acho que a parte das tangerinas eu já fui pago. Sua irmã me deixou chupar uma delas.


Mesmo já bastante próximo do rosto de Naruto, Nojiko saltou um riso divertido. Depois, colocando uma expressão sensual em sua face, acariciou uma das bochechas do loiro e, inclinando-se para seu ouvido, sussurrou.


- Isso é típico de Nami, mas... Eu sou muito mais generosa que ela.


Colocando seu rosto novamente de frente para o de Naruto, passou a olhar seus olhos azuis por um tempo, antes de se reclinar mais um pouco e tocar seus lábios com os dele, iniciando um doce beijo.


Naruto retribuiu o gesto, sentindo os lábios macios de Nojiko enquanto aprofundava sua língua na boca dela, transformando aquilo em um pequeno duelo. Depois de um tempo, faltou ar para os dois, por isso se afastaram.


Nojiko, que não imaginava que o homem a sua frente beijasse tão bem, estava um pouco ofegante, com suas bochechas levemente rosadas. Levantando a mão, acariciou levemente os “bigodes de raposa” no rosto do loiro. Sorriu ao vê-lo fechar os olhos e apreciar o gesto.


- Você sabe... Eu estava pensando... Já que eu lhe devo tanto e não tenho dinheiro... Acho que vou ter que pagar com meu corpo... – Sussurrou novamente nos ouvidos do Uzumaki.


Naruto dessa vez foi pego de surpresa. Antes era apenas um beijo, mas aquilo era diferente. Por isso, colocando ambas as mãos ombros de Nojiko, afastou-a lentamente de si.


- Isso não é mais uma de suas brincadeiras, certo...? – Perguntou incerto o loiro. Nojiko sorriu sensualmente e balançou a cabeça em negação. Tendo as respostas, Naruto olhou nos olhos de Nojiko e falou. – Você tem certeza? Eu não vou ficar aqui em Cocoyashi por muito tempo, isso...


Naruto se calou ao sentir Nojiko colocar o dedo indicador em seus lábios. Sorrindo, a garota falou.


- Eu sei, mas eu não me importo. Apenas uma noite será o suficiente para mim...


Ouvindo as palavras de Nojiko, Naruto assentiu em entendimento. Assim, puxando a garota para mais perto de si, sussurrou em seu ouvido.


- Então eu vou fazer essa noite uma que você nunca vai esquecer...

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Na manhã da partida do grupo dos Chapéus de Palha, Naruto, ao lado de Nojiko e tantos outros aldeões de Cocoyashi, observavam o grupo subir no navio. Eles conversavam ansiosamente, aparentemente esperando por Nami.


- Eu não acredito que ela deixou todo o tesouro para trás... – Comentou Genzo.


- Ela vai viajar sem nada? A Nami arriscou a vida por aquele dinheiro... – Falou o medico da vila. Nojiko apenas cruzou os braços por cima dos peitos, como se fosse obvio o motivo de tudo aquilo.


- Ela vai apenas roubar mais. Ela é uma pirata agora, depois de tudo. – Falou a garota. – Mesmo eu insistindo para ela levar um pouco, ela não quis me ouvir. Você sabe como ela é teimosa.


- Eu acho que o motivo é que ela só quer deixar aquela vida totalmente para trás... – Comentou Naruto, pensativo. – Ela não parece ser do tipo que abandonaria cem milhões de berries se não tivesse uma ótima justificativa.


Nojiko sorriu e concordou com a cabeça. Mesmo tendo convivido pouco com Nami, Naruto já pegou a essência de seu caráter.


- E você, Naruto, por que não vai com eles? – Questionou o garoto. Pelo que ela descobriu sobre o loiro, ele estava apenas viajando pelo mundo, explorando. Se juntar com os Chapéus de Palha parecia uma boa opção, mesmo eles se declarando serem piratas.


Naruto fez uma expressão de ofendido com aquilo.


- Você já está querendo se ver livre de mim assim, Nojiko-chan? Será que a noite de ontem foi tão ruim assim?


Nojiko apenas riu com as palhaçadas do loiro.


- Você sabe muito bem que eu adorei a noite de ontem, Naruto-kun. – Aproximando-se do ouvido do loiro, sussurrou. – Achei que meus gemidos fossem um bom indicativo...


Naruto apenas sorriu pervertidamente ao se lembrar, mas seus pensamentos sujos foram cortados por uma aura negra ali perto.


- O que é isso que eu estou ouvindo? O que vocês querem dizer com a “noite de ontem”? – Perguntou Genzo, bufando.


Naruto se incomodou um pouco com aquilo, por que o cara era como um pai para Nojiko. Já a mulher apenas deu de ombros e sorriu, dizendo.


- Gen-san, eu já tenho dezenove. Você devia saber que uma hora ou outra isso ia acontecer.


Mas Genzo, quando teve suas suspeitas devidamente confirmadas por Nojiko, só faltou saltar fogo pela boca ao exclamar.


- Seu pirralho maldito!! Roubando a inocência de Nojiko assim!!! Eu não vou te perdoar!!! – Naruto arregalou os olhos quando viu o homem tirar um facão da cintura, que ele nem havia reparado que estava lá, e partir para cima dele, gritando que iria castrar o maldito que roubou a inocência de Noji-chan.


Vendo que sua masculinidade realmente estava em perigo, pois um pai furioso não podia ser subestimado, Naruto pegou Nojiko e, dando-lhe um selinho rápido, saltou em direção ao barco dos Chapéus de Palha, pousando suavemente no convés.


- Ei caras. Será que eu posso me juntar ao seu pequeno grupo? – Perguntou Naruto, tentando ignorar os gritos de Genzo.


Ao ouvir aquilo, Luffy saltou um grande sorriso.


- Ei!! Eu realmente estava pensando em te agarrar assim que nós partíssemos, daí você não ia poder recusar se tornar nosso nakama! – Ignorando as gotas de exasperação que surgiram nas cabeças dos outros membros da embarcação pirata, Luffy continuou. – Mas agora tudo ficou mais fácil, shishishishishi!!! Bem vindo ao bando, Naruto!!!


Reparando nos outros membros, Naruto viu que todos davam sorrisos de aprovação. Eles podiam se conhecer por pouco tempo, mas a batalha e a festa que compartilharam juntos já os havia unido o suficiente. Eles definitivamente já eram companheiros.


Satisfeito, Naruto se virou para Nojiko e gritou, sorridente.


- Eu acho que vou seguir seu conselho, Nojiko-chan!! Senão vou acabar sendo morto pelo Genzo-san!!!


Nojiko apenas acenou em positivo, sorrindo com toda a situação. Ao seu lado, Genzo era seguro pelo medico da vila, para não cometer nenhuma bobagem com um dos heróis que salvaram Cocoyashi. Mas ele logo se acalmou ao escutar uma voz familiar gritar.


- Levantem a ancora!!!


- Uhn...? Nac-chan...? – Questionou um dos aldeões, ao ver que Nami vinha correndo a toda velocidade em direção a eles.


Usopp, que também via aquilo de cima do convés do Going Marry, falou intrigado.


- Ela está correndo. O que será que aconteceu?


- Ela pediu para levantar ancora... Então é melhor começarmos a partir. – Disse Luffy ao lado de Usopp.


Antes mesmo de Luffy sequer considerar em dar a ordem de puxar a ancora para alguém, Sanji já havia se dirigido ao local e começava a fazer o serviço. Para ele, se uma senhora pediu algo, ele não pensaria duas vezes em cumprir.


– Içar velas!!! – Exclamou novamente Nami, ainda de cabeça baixa. Logo começou a passar pelos moradores indignados, que não queriam vê-la partir sem nem ao menos dizer adeus adequadamente.


– Espere Nami!! Você não pode sair assim!!! – Exclamou Genzo, mas era inútil, Nami não parava.


Antes que qualquer um conseguisse segurar a garota de cabelos alaranjados, a mesma chegou à beira do cais e deu um grande salto, saltando sobre um pequeno pedaço de mar e pousando delicadamente no navio já em movimento.


O que se seguiu fez com que todos os moradores calassem seus apelos para ela se despedir adequadamente. Nami levantou sua blusa parcialmente e deixou cair inúmeras carteiras no convés, mostrando que ela havia roubado todos que estavam em seu caminho há pouco tempo atrás.


- Fiquem bem, todos vocês. – Disse a garota, mostrando uma nota entre os dedos e sorrindo brilhantemente.


- SUA LADRAZINHA!!!! – Exclamaram todos os moradores em uníssono, indignados com a petulância da garota.


- Ela não mudou nada... – Comentou Usopp.


- Quem sabe quando ela vai nos trair novamente? – Questionou Zoro, exasperado.


- Muito bem, Nami-san! – Elogiou Sanji, completamente enfeitiçado pela garota.


Já Luffy e Naruto apenas riram, achando graça de toda aquela situação.


Estou partindo, Bellemere-san. Pensou Nami, enquanto ouvia os gritos dos aldeões mudarem de “devolva minha carteira!” para “volte quando quiser!”. Ao ver o sinal de positivo que Genzo lhe dava, não se conteve e gritou.


- Adeus pessoal!!! Eu voltarei em breve!!!!

Imagem de Bellemere, Nojiko e Nami, há alguns anos atrás


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Notas finais do capítulo

- Sim, Naruto e Nojiko foram aos finalmentes!!! Hahahahahah!! Quanto aos leitores mais atentos e que já lerem One Piece, devem ter percebido que eu encurtei as lutas de todos os Chapeus de Palha. A explicação é que não cabia fazer todas as lutas igual no mangá, por isso adaptei-as para a fic;
— Terminada essa sequencia de cinco capitulos, contando o prologo, eu começo a dar um intervalo maior na postagem. Não, não precisa desanimar, como já tenho alguns caps prontos, postarei um por semana, até eles esgotarem. Não ficarem meses sem postar como nas minhas outras historias (-_-)";
— Bem, é isso. Espero que TODAS as pessoas que se presarem a ler comentem, nem que seja com um simples "muito bom" (se for esculachar, explique por que não gostou!). Dito isso, até a proxima!!!!